O papa Bento XVI afirmou nesta quarta-feira que a humanidade, muito segura de si mesma e garantindo "conhecer perfeitamente a realidade", com "a presunção de já ter formado um juízo definitivo sobre as coisas", fechou o coração "à novidade de Deus".
O pronunciamento foi feito na Basílica de São Pedro durante a Solenidade da Epifania do Senhor, celebração popularmente conhecida como Dia de Reis ou dos Reis Magos.
Segundo o chefe máximo da Igreja Católica, o que falta às pessoas é a humildade e a coragem autênticas, que sabem submeter-se e levam a crer naquilo que é verdadeiramente grande.
- Muitos viram a estrela, mas poucos entenderam a mensagem - afirmou o papa. - Embora os poucos de Belém tenham se tornado muitos, os crentes em Jesus parecem sempre poucos - acrescentou.
De acordo com a tradição católica, os Reis Magos Melchior, Gaspar e Baltasar vieram do Oriente, seguindo o brilho de uma estrela, até chegar a Belém e à manjedoura onde Maria dera à luz Jesus. Eles traziam ouro, incenso e mirra para presentear o recém nascido.
Lembrando a história, o papa comentou que os objetos dados pelos Reis Magos pareciam pouco apropriados para uma família privada de tudo, que "certamente teria tido mais necessidade de qualquer coisa diferente de incenso e mirra" e a quem "nem mesmo o ouro poderia ser imediatamente útil".
- Mas estes presentes têm um significado profundo: são um ato de justiça. De fato, segundo a mentalidade vigente naquele tempo no Oriente, representam o reconhecimento de uma pessoa como Deus e Rei. São, portanto, um ato de submissão. Querem dizer que a partir daquele momento os doadores pertencem ao soberano e reconhecem sua autoridade - acrescentou Bento XVI.
- No caminho da história, sempre existiram pessoas iluminadas pela luz da estrela, que encontram a estrada e chegam a Ele - complementou.
O papa explicou que os Reis Magos foram "os primeiros da grande procissão dos que, através de todas as épocas da história, souberam reconhecer a mensagem da estrela, caminhar na estrada indicada pelas Santas Escrituras, e encontrar Aquele que aparentemente é débil e frágil mas que, ao invés disso, tem o poder de dar a maior e mais profunda alegria ao coração do homem".
De acordo com Bento XVI, é na figura dos Reis que se manifesta a realidade de que a grandeza e potência de Deus não podem ser exprimidas através da lógica do mundo, mas da lógica de uma criança indefesa, cuja força é a do amor que depende da humanidade.
A história da Epifania, representada nos presépios, "não é um sonho e nem mesmo um vão jogo de sensações e emoções privadas de vigor e realidade, mas é a Verdade que se irradia no mundo".
- Somente naquele Menino se manifesta a força de Deus, que reúne os homens de todos os séculos, para que sob sua autoridade percorram a estrada do amor, que transforma o mundo - completou o papa.
Fonte: ANSA.
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