A Igreja Católica no Brasil alertou para o risco de genocídio que correm os povos indígenas isolados neste país.
Num abaixo-assinado endereçado ao presidente Lula da Silva, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), um organismo católico vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), afirma que “é intolerável que a sociedade e o Estado Brasileiro compactuem ou se mostrem omissos” diante da “opressão e genocídio expresso em pleno século XXI, que se tem configurado sobre os últimos povos nativos livres em território nacional”.
O documento alerta para as condições críticas de sobrevivência dos povos indígenas isolados ou aqueles que recentemente entraram em contacto com os brancos, particularmente no estado de Rondónia, área do oeste do Brasil, na fronteira com a Bolívia. Ali foi recentemente assassinada por um pistoleiro “a última sobrevivente de um povo massacrado”.
O documento destaca o perigo que representa para alguns dos 67 grupos indígenas "sem contacto" que ainda vivem no Brasil a construção de barragens na Amazónia, no âmbito do programa para acelerar o crescimento do governo de Lula.
O abaixo-assinado denuncia “métodos facínoras com requintes de crueldade”, como o incêndio de aldeias, o derrube de habitações, envenenamento, escravatura e abusos sexuais, execuções sumárias caçadas humanas e torturas “de todo tipo”.
“Para nossa vergonha e espanto, não são factos remotos, mas sim eventos históricos registados nas últimas décadas, quando o Brasil deveria vivenciar o pleno estado democrático de direito”, lamenta o Cimi.
Fonte: Agência Ecclesia.
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