sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

El Salvador: Bispos pedem por intervenção do Papa à causa de Dom Romero



A Conferência Episcopal de El Salvador (CEDES) pediu em carta ao Papa Bento XVI a “rápida conclusão” do processo de beatificação do arcebispo Óscar Arnulfo Romero, cujo aniversário da morte completará 30 anos em 24 de março deste ano.
Dom Romero foi assassinado a tiros em 24 de março de 1980, enquanto administrava a Eucaristia para doentes de câncer do Hospital da Divina Providência.
Em sua primeira reunião anual, os bispos salvadorenhos decidiram encaminhar o pedido em uma carta endereçada a Bento XVI.
“Uma decisão importante” tomada durante a reunião “foi a de encaminhar uma carta ao Santo Padre expressando o interesse de nossos pastores em uma rápida conclusão do processo de canonização de Dom Romero”, disse Dom Gregorio Rosa Chávez, bispo auxiliar de San Salvador.
No domingo passado, o arcebispo de San Salvador, Dom José Luis Escobar anunciou que Igreja iniciará a celebrações em memória de Dom Romero com algumas jornadas de reflexões.
Dom Escobar recomendou também aos salvadorenhos que orassem e promovessem o “culto pessoal”, para favorecer a beatificação de Dom Romero.
“Gostaria de fazer um apelo à oração”, disse. “Quando alguém é canonizado, é porque esta é a vontade de Deus”.
Durante uma coletiva de imprensa, o prelado disse que o processo estaria “em fase avançada”, mas não soube precisar quanto tempo ainda levaria até sua conclusão.
Neste contexto, pediu aos fiéis que “roguem a Deus sob a intercessão de Dom Romero”, e que deem seu testemunho de graças, favores e milagres recebidos.
O prelado disse esperar que o processo se desenvolva em um ambiente “sereno”, livre da influência de questões políticas e sociais.
“Pedimos, em diversas ocasiões, por um extremo respeito à causa de Dom Romero”, explicou.
A Comissão para a Verdade, instituída para investigar os crimes políticos cometidos durante a guerra civil salvadorenha (1980 – 1992), declarou, num relatório divulgado em março de 1993, que o provável mandante do assassinato teria sido Roberto D'Aubuisson, fundador do partido conservador de direita Alianza Republicana Nacionalista (ARENA).
Dom Romero denunciou as injustiças contra a população e os assassinatos políticos perpetrados pelos “esquadrões da morte”.
O prelado convidou os jovens a participarem do dia da juventude, que este ano será dedicada à memória de Dom Romero e culminará, no dia 20 de março, com uma celebração eucarística na Catedral de San Salvador.


Fonte: Zenit.

A Teologia da Libertação é uma resposta às injustiças sociais?

Um amigo me pergunta por que não se fala mais na “Teologia da Libertação”. Porque produziu seus frutos positivos e, agora, outros temas e questões assumiram posição de destaque na América Latina e no mundo.
Em 7 de dezembro de 2009, Bento XVI recebeu bispos provenientes do sul do Brasil em visita “ad limina”, e fez um apelo por uma superação das divisões suscitadas na Igreja pela Teologia da Libertação, inspirada no marxismo.
O pontífice afirmou que a comunidade eclesial no Brasil deve vivenciar a experiência do perdão, para que as feridas deixadas pela polêmica possam finalmente cicatrizar.
Em agosto do ano passado – lembrou Bento XVI – comemoraram-se os 25 da publicação da Instrução Libertatis nuntius, da Congregação para a Doutrina da Fé, sobre alguns aspectos da Teologia da Libertação.
Neste documento – explicou o Papa – “destacava-se o perigo representado pela aceitação acrítica, por parte de alguns teólogos, de teses e metodologias oriundas do marxismo”.
Na realidade, como afirmava já em 1984 o cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, há diversas correntes associadas à Teologia da Libertação, uma vez que a libertação é uma das mensagens centrais da Revelação, tanto Antigo como no Novo Testamento.
Uma destas correntes tomou como elemento de interpretação social e econômica, principalmente ao longo das três últimas décadas do século XX, a análise marxista – o materialismo histórico – na tentativa de compreender a complexa e injusta, e muitas vezes escandalosa, realidade social vivida na América Latina.
A esta corrente convencionou-se chamar de Teologia da Libertação (de análise marxista). Conforme explicou Bento XVI aos bispos brasileiros, “suas seqüelas mais ou menos visíveis feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas".
Por isso, o Papa suplicou "a quantos de algum modo se sentiram atraídos, envolvidos e atingidos no seu íntimo por certos princípios enganadores da teologia da libertação, que se confrontem novamente com a referida Instrução, acolhendo a luz benigna que a mesma oferece de mão estendida".
Citando João Paulo II, declarou que a “regra suprema da fé [da Igreja]" não deriva da análise marxista, mas "da unidade que o Espírito estabeleceu entre a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, numa reciprocidade tal que os três não podem subsistir de maneira independente".
Por esse motivo, o Papa Bento XVI fez um apelo a todos aqueles que ainda veem na Teologia da Libertação uma resposta para os problemas sociais, esperando que “o perdão oferecido e acolhido em nome e por amor da Santíssima Trindade, que adoramos em nossos corações, ponha fim à tribulação da querida Igreja que peregrina nas Terras de Santa Cruz".
Como disse no início, a Teologia da Libertação pode também ter produzido frutos positivos. Quando estive pela primeira vez no Brasil, me impressionou o fato de que a Igreja estava bem estabelecida nas regiões costeiras deste país-continente, enquanto que no interior frequentemente consistia em não mais do que missões.
Quando os padres do PIME (Pontifício Instituto de Missões Exteriores) se reuniram no Amazonas e no Paraná em 1946, e, alguns anos mais tarde, no Mato Grosso, encontraram povos que tinham recebido a fé séculos atrás, trazida por “missionários itinerantes”, mas que de cristãos tinham pouco.
A atenção criada na Igreja latino-americana pela Teologia da Libertação às populações mais carentes e abandonadas levou dioceses, missionários e institutos religiosos às regiões e povos ainda não evangelizados, com resultados muito positivos. Basta dizer que, em 1946, o Brasil contava com algo em torno de 80 dioceses, e hoje são mais de 350!
Se acreditamos que a mensagem de Cristo é a melhor mensagem de libertação do homem, este é um fato extraordinário. Agradeçamos ao Senhor.
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* Padre Piero Gheddo, diretor de “Mondo e Missione” e de “Italia Missionaria”, é também fundador da AsiaNews. Atuou como missionário em todos os continentes. Desde 1994, é diretor do Escritório Histórico do PIME, tendo proposto diversas canonizações. Leciona no seminário pré-teológico do PIME em Roma. É autor de mais de 70 livros.

Fonte: Zenit.

Lançado na internet site sobre cristãos perseguidos

Foi inaugurado, em 25 de janeiro, um novo site dedicado a divulgar as perseguições sofridas por cristãos em áreas de perigo em todo o mundo. O projeto é iniciativa da Catholic Radio and Television Network (CRTN), vinculada à associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
A página em inglês “Where God Weeps - the suffering Church in focus” encontra-se no endereço http://www.wheregodweeps.org. Nela estão disponibilizadas informações completas e relatos detalhados referentes à situação das comunidades cristãs nos países onde sofrem perseguições.
De acordo com a agência SIR, Mark Riedemann, diretor da CRNTV, disse que o site “oferece uma importante oportunidade para as pessoas que saber mais sobre os sofrimentos a que estão submetidos os cristãos em todo o mundo. As perseguições religiosas têm aumentado, especialmente contra cristãos – a ponto de, em alguns países, a sobrevivência da Igreja estra sob ameaça”.
Os visitantes da página poderão descobrir como, em pleno século 21, as pessoas continuam a dar a vida por sua fé, anunciando o Senhor em locais nos quais os cristãos são perseguidos e discriminados.
O elemento central do Where God Weeps são as reportagens mensais, cada uma abordando um país diferente. São documentários com 12 minutos de duração, nos quais são apresentadas estatísticas, um panorama geral da realidade, e entrevistas com líderes da Igreja local.
A reportagem deste mês de janeiro tratou da situação da comunidade cristã no Líbano.
A reportagem mostra como o Líbano, embora um país democrático no qual coexistem 18 religiões diferentes, esteja sob constante ameaça da influência de regimes teocráticos vizinhos.
O país tem recebido grande número de refugiados cristãos de diversas regiões da Ásia.
Where God Weeps se propõe a ir além do plano informativo, buscando apresentar propostas concretas de solução dos problemas enfrentados. Oferece também aos visitantes meios de contribuírem financeiramente para o suporte das ações evangelizadoras e assistenciais.

Fonte: Zenit.

Academia de Teologia: herança de João Paulo II e magistério de Bento XVI



A “Luz de Cristo” é o tema cristológico escolhido pela Academia Pontifícia de Teologia para seu congresso internacional.
Este tema segue os passos da encíclica de João Paulo II, Redemptor Hominis, segundo explica o Pe. François-Marie Léthel, que destaca esta herança e, ao mesmo tempo, a importância da teologia dos santos, como a que Bento XVI realiza em suas catequeses.
O Pe. Léthel é prelado secretário desta academia pontifícia. No dia 26 de janeiro, participou da coletiva de imprensa de Dom Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, que apresentou a sessão pública das 7 academias pontifícias no Vaticano.
O 5º Fórum Internacional, organizado pela Academia Pontifícia de Teologia, começou hoje e terminará no dia 30 de janeiro, em Roma.
Tem como título “A Luz de Cristo. Entre o mistério, a experiência e as perspectivas no caminho de luz da Igreja” (Lumen Christi. Tra mysterium, esperienza e prospettive nella via lucis ecclesiae).
A herança de João Paulo II
O Pe. Léthel recordou que este fórum se realiza a cada dois anos e que os aspectos cristocêntricos do seu trabalho se inspiram em uma indicação de João Paulo II durante uma audiência concedida em 16 de fevereiro de 2002 e em sua encíclica dedicada a Cristo, “O Redentor do homem”.
Em seu discurso, disse: “O primeiro dever da Academia Pontifícia de Teologia é a meditação do mistério de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor, plenitude de graça e de verdade (cf. Jo 1, 16). Desta fonte de luz surge o mandato do anúncio, do testemunho e do compromisso com o diálogo ecumênico e inter-religioso”.
A teologia e a experiência dos santos
O Pe. Léthel destacou o compromisso da Academia nesta linha de reflexão teológica, levando em consideração “a experiência dos santos” e “a experiência do Povo de Deus”.
Ele explicou à Zenit que “João Paulo II, agora já não é somente um grande papa e um grande pensador, mas a santidade de sua vida está garantida e será preciso reinterpretar seus ensinamentos como os de um santo”.
Outro aspecto que destaca é a importância das “admiráveis” catequeses de Bento XVI às quartas-feiras.
“Depois dos Padres da Igreja, o Papa evocou os santos da Idade Média. Citou Teresinha do Menino Jesus ao falar aos teólogos, em 1º de dezembro de 2009; citou-a novamente no dia 2 de dezembro, em sua catequese ao Povo de Deus, em linha com um grande autor espiritual da Idade Média, Guilherme de Saint-Thierry.”
“Aí está a linha de fundo da teologia dos santos, como dizia a pequena Teresa: ‘Não há nenhum ponto na oração que os santos Paulo, Agostinho, Tomás de Aquino, João da Cruz, Francisco e tantos outros ilustres amigos de Deus tenham tirado desta ciência divina que arrebatou os maiores gênios’.”
Assim, esta teologia dos santos é também a de Tomás de Aquino, a de Francisco de Assis, a de Teresa de Lisieux, a de pessoas que tinham uma cultura muito grande e a de outras com uma cultura mais limitada, mas que são os “conhecedores de Deus” justamente porque “amam” com todo coração.
“Quem ama, nasceu de Deus e conhece a Deus; quem não ama, não conheceu a Deus, porque Deus é Amor” (cf. 1 Jo 4, 7-8).
Programa do fórum
O programa previsto inclui uma saudação de Dom Ravasi, uma introdução do Professor Manlio Sodi, SDB., presidente da Academia, e uma apresentação do significado e da trajetória deste fórum, pelo Pe. Léthel.
Os participantes também serão recebidos por Bento XVI, cujo discurso é muito esperado.
As sessões de trabalho se centrarão, na quinta-feira à tarde, em “O tema da luz na teologia bíblica sapiencial” e em “Cristo, Luz que ilumina o pensamento teológico”.
Na sexta-feira, o fórum abordará as questões de “Luz de Cristo. A experiência da luz na vida cristã” e “A teologia em diálogo com o pensamento e a cultura da nossa época”.
No sábado, antes das conclusões apresentadas pelo presidente da Academia, Dom Marcello Bordoni, ex-presidente que havia sido nomeado por João Paulo II e professor emérito da Universidade de Latrão, receberá a medalha de “emérito”, por ocasião dos seus 80 anos.


Fonte: Zenit.

Exposição sobre compromisso da Igreja com os que sofrem

Por ocasião do 18º Dia Mundial do Doente, comemorado no próximo dia 11 de fevereiro, será inaugurada, no dia 9, no átrio da Sala Paulo VI do Vaticano, a exposição “A Igreja ao serviço do amor por aqueles que sofrem”, que apresentará 28 quadros do pintor Francesco Guadagnuolo.
A mostra faz parte do nutrido calendário de celebrações que foi organizado pelo Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, no 25º aniversário da própria instituição e do Dia Mundial do Doente, entre 9 e 11 de fevereiro.
O principal tema dos quadros expostos, feitos em grande parte com técnicas mistas, é o servo de Deus João Paulo II e sua relação com o sofrimento.
“A exposição de pintura – explicou Dom José L. Redrado, secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde – está destinada a construir um corolário artístico cultural das celebrações religiosas programadas para o 25º aniversário do dicastério.”
Os três dias de celebração têm como fio condutor o título da Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia do Doente, “A Igreja ao serviço do amor por aqueles que sofrem”.
“Neste mesmo espírito, também foi organizado um concerto de música clássica que será realizado no dia 10 de fevereiro, na Sala Paulo VI”, sublinhou Dom Redrado.
Com Claudia Koll como condutora, apresentar-se-á o duo pianístico integrado pelo alemão Rolf-Peter Wille e a taiwanesa Lina Yeh, assim como a Junior Orchestra do Conservatório Santa Cecília de Roma.
Entre os eventos mais importantes, está um simpósio internacional, programado para os dias 9 e 10 de fevereiro, na Sala Nova do Sínodo, centrado na carta apostólica Salvifici Doloris e no motu proprio Dolentium Hominum, com o qual o servo de Deus João Paulo II instituiu o Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde.
Para o dia 11 de fevereiro, está prevista a chegada ao Vaticano das relíquias de Santa Bernadette Soubirous e a Missa solene presidida pelo Papa.
Após as celebrações, será realizada uma procissão ao longo da Via da Conciliação e uma oração diante da estátua de Nossa Senhora de Lourdes, organizada pela União Nacional Italiana de Transporte de Doentes a Lourdes e Santuários Internacionais (UNITALSI), que concluirá na Praça de São Pedro. O Papa cumprimentará os doentes e seus acompanhantes, do balcão dos seus aposentos.
Além de numerosos cardeais e bispos, confirmaram sua participação nas celebrações: Margaret Chan, diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o ministro italiano da Saúde, Ferruccio Fazio, o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, e o Dr. Carl Anderson, cavaleiro supremo dos Cavaleiros de Colombo.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Horários das missas de hoje



06:00h - missa e novena de São Judas Tadeu - Paróquia São Judas Tadeu

07:30h - missa da Rádio Colméia - Capela Nosso Senhora da Glória

15:00h - missa e novena de São Judas Tadeu - Paróquia São Judas Tadeu

20:00h - missa e novena de São Judas Tadeu - Paróquia São Judas Tadeu



Venha celebrar conosco.

“Não há verdadeira renovação eclesial sem comunhão com o Papa”



São Francisco de Assis é um modelo de verdadeira renovação eclesial, pois esta não se levou a cabo “sem ou contra o Papa, mas em comunhão com ele”.
O Papa Bento XVI dedicou sua catequese de hoje, durante a audiência geral, à figura do Santo de Assis, seguindo com a catequese do dia 13 de janeiro, sobre a importância das ordens mendicantes na história da Igreja.
Durante sua intervenção, na qual percorreu toda a vida do santo, o Papa sublinhou a importância de sua visita ao Papa Inocêncio III, em 1207, para submeter sua Ordem a aprovação. Pouco antes, o pontífice havia tido um sonho, no qual “um pequeno e insignificante religioso” sustentava a Igreja sobre seus ombros.
“Inocêncio III era um papa poderoso, de grande cultura teológica, como também de grande poder político e, no entanto, não é ele quem renova a Igreja, e sim um pequeno e insignificante religioso: é São Francisco, chamado por Deus”, afirmou o Papa.
Por outro lado, sublinha, “é importante observar que São Francisco não renova a Igreja sem ou contra o Papa, mas em comunhão com ele. As duas realidades estão juntas: o Sucessor de Pedro, os bispos, a Igreja fundada sobre a sucessão dos apóstolos e o carisma novo que o Espírito Santo cria nesse momento para renovar a Igreja”.
“O Pobrezinho de Assis havia compreendido que todo carisma dado pelo Espírito Santo deve ser colocado ao serviço do Corpo de Cristo, que é a Igreja; portanto, agiu sempre em comunhão plena com a autoridade eclesiástica.”
“Na vida dos santos – acrescentou Bento XVI – não há contraposição entre carisma profético e carisma de governo e, se houver alguma tensão, estes sabem esperar com paciência os tempos do Espírito Santo.”
Neste sentido, o Papa rebateu certas correntes históricas, que “tentaram criar atrás do Francisco da tradição um ‘Francisco histórico’, assim como se tenta criar atrás do Jesus dos evangelhos um ‘Jesus histórico’”.
“Este Francisco histórico não teria sido um homem de Igreja, mas um homem unido imediatamente só a Cristo, um homem que pretendia criar uma renovação do povo de Deus, sem formas canônicas e sem hierarquia.”
Ainda que seja verdade que São Francisco não pretendia criar uma ordem religiosa, no entanto, “compreendeu, com sofrimento e com dor, que tudo deve ter sua ordem, que também o direito da Igreja é necessário para dar forma à renovação e, assim, realmente se inseriu de forma total, com o coração, na comunhão da Igreja, com o Papa e com os bispos”.
“O verdadeiro Francisco histórico é o Francisco da Igreja e, precisamente dessa maneira, ele fala também a nós, os crentes, e aos crentes de outras confissões e religiões”, sublinhou o Papa.
Pobreza, Eucaristia, amor à criação
Bento XVI destacou vários aspectos da espiritualidade franciscana, especialmente a identificação com Cristo.
“De fato, este era o seu ideal: ser como Jesus, contemplar o Cristo do Evangelho, amá-lo intensamente, imitar suas virtudes”, em particular a “pobreza interior e exterior”.
“O testemunho de Francisco, que amou a pobreza para seguir Cristo com dedicação e liberdade totais, continua sendo, também para nós, um convite a cultivar a pobreza interior para crescer na confiança em Deus, unindo também um estilo de vida sóbrio e um desapego dos bens materiais”, propôs o Papa.
Outro ponto no qual se deteve foi a devoção do santo à Eucaristia, na qual se expressava “de modo especial seu amor a Cristo”.
“Francisco mostrava sempre um grande respeito pelos sacerdotes e recomendava respeitá-los sempre, inclusive no caso de que pessoalmente fossem pouco dignos. A motivação do seu profundo respeito era o fato de que eles receberam o dom de consagrar a Eucaristia”, recordou o Papa, convidando os sacerdotes a viverem “de maneira coerente com o Mistério” que celebram.
Por último, aludiu também a um dos traços característicos do santo, que o tornou conhecido em todas as épocas: “o senso de fraternidade universal e de amor pela criação, que lhe inspirou o célebre ‘Cântico das criaturas’”.
“É uma mensagem muito atual”, afirmou o Papa, recordando suas últimas intervenções sobre a questão do respeito ao meio ambiente, especialmente sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano.
“Francisco nos recorda que na criação se manifesta a sabedoria e a benevolência do Criador. A natureza é entendida por ele precisamente como uma linguagem com a qual Deus fala conosco, através da qual a realidade divina se torna transparente e podemos falar de Deus e com Deus.”


Fonte: Zenit.

Dirigentes cristãos se encontram para discutir situação da América Latina



Responsáveis pelas políticas econômicas de países da América Latina estiveram reunidos na Cidade do Panamá, entre os dias 20 e 23 janeiro, para discutir a situação econômica da região. No encontro, esteve presente também o cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presidente da Cáritas Internacional.
“Vejo este encontro como um espaço no qual assumimos o novo mundo como um território por explorar, uma nova humanidade para interpretar”, disse o cardeal Maradiaga na sétima reunião anual do Conselho Geral da CELADIC.Dirigentes da Guatemala, Panamá, Equador, Peru, Paraguai, Argentina, Uruguai, Brasil e Venezuela, membros do Conselho Geral, compartilharam suas preocupações com relação ao que chamaram de um “esvaziamento do pensamento, de propostas e de valores”, bem como com uma projeção de uma desigualdade histórica e crescente, que atenta contra a dignidade humana, tornando-se um obstáculo ao desenvolvimento humano integral.Entre os objetivos a serem perseguidos, o Conselho Geral se comprometeu a “aprofundar a proposta de um modelo alternativo de desenvolvimento humano integral”, como também em “ampliar os convênios de cooperação com universidades e centros de formação superior”, “buscando promover uma nova classe dirigente na região, mais comprometida com as urgentes necessidades e legítimas aspirações de nossos povos”.
Em sua saudação final, o cardeal Maradiaga exortou a “não medir esforços para ampliar e aprofundar a atuação do CELADIC, visto como um espaço indispensável para um encontro gerador de um novo pensamento humanista e cristão, inspirado pela Doutrina Social da Igreja”, capaz de “interpretar e traduzir os anseios de nossos povos”.


Fonte: Zenit.

Cardeal Bagnasco: nossa geração não esquecerá o holocausto

Ao fechar a sessão de hoje do Conselho Permanente da CEI (Conferência Episcopal Italiana), o cardela Angelo Bagnasco, presidente do organismo, referiu-se ao Dia da Memória, definindo como um “horror” a "tragédia que tolheu a vida de milhões de vítimas inocentes”.
Em seguida, conforme relata Dom Domenico Pompili, porta-voz da CEI, o purpurado, após expressar sua solidariedade para com “nossos irmãos judeus”, diz-se alegre em saber que “nossa geração não esquecerá o ocorrido”, esperando que seja capaz de “construir um senso de reconciliação e paz, como pediu o Papa em seu recente discurso na Cúria Romana”.
Este debate, explicou Dom Pompili, serviu para “chamar a atenção para o tema, não apenas no âmbito eclesial, mas também nos setores mais sensíveis da opinião pública”.

Fonte: Zenit.

Apelo do Papa: que Auschwitz não se repita jamais

O Papa Bento XVI lançou um apelo hoje para que tragédias como a de Auschwitz “não se repitam jamais”, por ocasião do Dia da Memória, que recorda a libertação dos sobreviventes desse campo de extermínio.
Ao terminar as saudações em diversos idiomas, o Papa se dirigiu aos presentes recordando que hoje se celebra o 65º aniversário da abertura do lager de Auschwitz, liberado pelo Exército Vermelho no dia 27 de janeiro de 1945.
“Este acontecimento e os depoimentos dos sobreviventes mostraram ao mundo o horror de crimes de inaudita crueldade, cometidos nos campos de extermínio criados pela Alemanha nazista”, afirmou.
O Papa quis recordar “as vítimas daqueles crimes, especialmente do aniquilamento planificado dos judeus”.
“Com ânimo comovido, pensemos nas inúmeras vítimas de um cego ódio étnico e religioso, que sofreram a deportação, a prisão, a morte naqueles lugares aberrantes e inumanos.”
Também recordou que este dia é celebrado “em honra daqueles que, arriscando sua própria vida, protegeram os perseguidos, opondo-se à loucura homicida”.
“A memória destes fatos, em particular do drama da Shoá que atingiu o povo judeu, suscite sempre um respeito mais convencido pela dignidade de toda pessoa, para que todos os homens se reconheçam como uma só família”, acrescentou o Papa.
Com palavras similares, Bento XVI se dirigiu aos peregrinos em língua alemã, durante as saudações particulares em diferentes idiomas, recordando “os desleais crimes perpetrados na Alemanha pela megalomania depreciativa do gênero humano e pelo ódio étnico da ideologia nazista”.
A lembrança destes fatos, especialmente do Holocausto, “nos convida constantemente ao respeito absoluto pela dignidade da pessoa e da vida humana”, afirmou o pontífice.
“Todos os seres humanos dos diversos povos e de cada canto do mundo devem se sentir como uma só e grande família”, repetiu, reafirmando seu apelo para que “não se repitam jamais estes terríveis delitos”.

Fonte: Zenit.

Violência anti-cristã persiste; bispos europeus dizem “basta”

O secretário da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE), frei Piotr Mazurkiewicz, manifestou sua apoio à recente resolução do Parlamento Europeu que condena os ataques contra as comunidades cristãs no Egito e na Malásia.
Os assassinatos, ocorridos no Egito em 6 de janeiro passado, de seis cristãos coptas e de um policial muçulmano (cfr. ZENIT, 7 de janeiro de 2010), e a recente onda de ataques contra igrejas e locais de culto cristãos na Malásia (cfr. ZENIT, 8 de janeiro de 2010) representam “graves atentados contra os direitos humanos”, afirma um comunicado da COMECE.A União Européia, pediu o secretário, “deve prestar auxílio às minorias religiosas – entre as quais se incluem as comunidades cristãs – hoje perseguidas em todo o mundo”, acrescentando que “entre 75 a 85% das perseguições religiosas em curso no mundo hoje se referem a cristãos, e a cada ano, 170.000 deles perdem a vida por razões ligadas à sua fé; o número de fiéis brutalmente perseguidos no mundo hoje é da ordem de 200 milhões de pessoas”. Com base nas posições tomadas pelo Conselho dos Ministros e o Parlamento Europeu, a COMECE fez um apelo à Alta Representante para a Política Externa e Qustões de Segurança da União Européia, Catherine Ashton, por uma priorização no estabelecimento do novo Serviço Europeu de Ação Externa, prevista no Tratado de Lisboa, e cuja implementação está sob sua responsabilidade.
Para auxiliar os responsáveis pelas tomadas de decisão a definir instrumentos concretos de promoção da liberdade religiosa no âmbito das relações exteriores da UE, os bispos da COMECE criaram uma comissão de especialistas para elaborar um documento sobre o tema. O texto, que aborda a questão das violações deste direito fundamental em todo o mundo, propõe uma série de recomendações às instituições européias, e deve ser avaliada na próxima Assembléia Plenária dos Bispos da COMECE, prevista para abril deste ano, antes de ser encaminhado aos representantes da União Européia.

Fonte: Zenit.

Índia: Três igrejas católicas são depredadas

Três igrejas católicas foram depredadas nos últimos dias na província indiana de Karnataka, aparentemente por grupos extremistas hindus. Segundo a imprensa local, os ataques seriam uma represália às recentes violências sofridas pela comunidade indiana na Austrália, que deixaram dois mortos.
O partido hindu de extrema direita Sri Sama Sene publicou em 19 de janeiro uma declaração na qual acusava “os cristãos da Índia de serem parte ativa da conspiração que atinge os indianos hindus na Austrália”. Para o governador da província de Karnataka, B. S. Yeddyurappa, os ataques “têm como único propósito danificar a imagem do governo”.
As depredações se iniciaram em 22 de janeiro, quando um grupo tentou derrubar a cruz da igreja de Nossa Senhora de Lourdes, na diocese de Karwar. A cruz foi danificada, mas os féis conseguiram impedir que fosse destruída. Alguns dos vândalos foram presos pela polícia, entre eles seu suposto líder, Shankar Naik.Durante a noite de 24 para 25 de janeiro, a gruta de Lourdes em Taranmakki foi saqueada, e os vidros que protegiam a estátua de Nossa Senhora foram quebrados a golpes de pedra.
Posteriormente, na madrugada do dia 25 de janeiro, um grupo não identificado invadiu a gruta de Lourdes da igreja da Sagrada Família, em Inkal, e destruiu completamente a estátua de Nossa Senhora.
Em 26 de janeiro, Dom Thomas Antony Vazhappilly, bispo de Mysore, declarou à agência Ucanews que “era evidente que não se tratava de uma tentativa de furto”, como afirmava a polícia até então.Para o padre Joseph, pároco da igreja da Sagrada Família, os vândalos certamente provém de outras regiões, visto que as relações entre cristãos e hindus na comunidade de Inkal sempre foram excelentes.
Mas atos de hostilidade contra cristãos já ocorreram outras vezes. “Em fevereiro de 2002, nossa igreja foi atacada por um grupo de cerca de 70 extremistas hindus, armados de espadas, facões e barras de ferro, que agrediram os fiéis que celebravam a Missa – inclusive mulheres e crianças”, contou padre Joseph.
À época, tais ataques foram justificados por acusações de que a Igreja local promoveria “conversões forçadas”, acrescentou.
Dom Bernard Moras, arcebispo de Bangalore e presidente do Conselho dos Bispos Católicos de Karnataka, reagiu condenando firmemente os ataques e pedindo ao governo “ações para a proteção da comunidade cristã”.
O governo de Karnataka é acusado por alguns representantes da comunidade cristã de ser complacente frente aos atos de violência perpetrados por extremistas hindus.

Fonte: Zenit.

Campanha resgata feito de Landell de Moura, o brasileiro que inventou o rádio

Poucos devem saber que o inventor do rádio foi um padre brasileiro, cientista e inventor de protótipos da televisão, aparelhos de telefone e telégrafo sem fio. Para reconhecer o trabalho do padre Roberto Landell de Moura, que fez a primeira transmissão pública da voz humana por ondas eletromagnéticas, jornalistas e outros profissionais lançaram o Movimento Landell de Moura (MLM).
Na memória de muitos, o pai do rádio foi o italiano Guglielmo Marconi. Na realidade, Landell fez sua transmissão muito antes de Marconi, do croata naturalizado norte americano Nikola Tesla e do canadense Reginald Aubrey Fessenden, reconhecidos por suas invenções.
Primeira transmissão
O primeiro a dar o “furo” da criação de Landell, foi o jornal O Estado de S. Paulo, que apesar de anunciar a data da transmissão, 16 de julho de 1899, não cobriu o evento. Poucos meses após outra demonstração pública de seu invento, realizada na avenida Paulista e no Morro de Santana, Landell patenteou a criação, em março de 1901. A demonstração do invento foi publicada pelo Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro.
Na época, o padre gaúcho foi reconhecido até mesmo pela imprensa estrangeira, no jornal New York Herald, que em 12 de outubro de 1902, publicou uma reportagem sobre as experiências de Landell.
Mesmo com sua invenção para o mundo das comunicações, o cientista não foi entendido. "As pessoas não compreenderam o que ele fez, não se interessaram em patrocinar, além do fato de ele ser um padre cientista, o que não era comum”, conta o jornalista e escritor Hamilton Almeida, que estuda há mais de 30 anos a vida de Landell de Moura.
Outras criações
Esquecido pelo tempo e pelos brasileiros, Landell de Moura partiu para os Estados Unidos, onde morou três anos, e conseguiu patentear, em 1904, três aparelhos, o wave transmitter (transmissor de ondas), wireless telephone (telefone sem fio) e wireless telegraph (telégrafo sem fio).
Além disso, o cientista projetou a TV, o teletipo e o controle remoto por rádio e anteviu que as ondas curtas poderiam aumentar a distância das transmissões. Todos esses feitos antes de outros cientistas.
As invenções lhe causaram aborrecimentos no Brasil. Muitos o tacharam de maluco que tinha feito um pacto com o demônio. “Os fiéis chegaram a destruir os aparelhos dele, porque era uma coisa sem fio, achavam que ele conversava com o diabo", conta Almeida.
O jornalista, estudioso da vida de Landell de Moura, é autor de vários livros sobre o cientista, como “O outro lado das telecomunicações – A saga do Padre Landell” (Editora Sulina, 1983); “Landell de Moura” (Editora Tchê/RBS, 1984); “Pater und Wissenschaftler” (Debras Verlag, Alemanha, 2004); e “Padre Landell de Moura: um herói sem glória. O brasileiro que inventou o rádio, a TV, o teletipo...” (Editora Record, 2006).
Movimento
Para reconhecer o trabalho do cientista e comemorar os 150 anos de nascimento do criador do rádio, Almeida, com o apoio dos radioamadores Alda Niemeyer e Daniel Figueredo, e do professor de matemática e especialista em eletrônica industrial Luiz Netto, criou o MLM. A iniciativa também tem o apoio do Jornalistas&Cia.
No site do movimento, além da biografia de Landell, há um abaixo-assinado para que as autoridades brasileiras reconheçam o cientista como inventor do rádio. Além do português, a página tem versões em inglês, espanhol e alemão. O objetivo é atingir um milhão de assinaturas até o dia 21/01/2011, quando completam-se 150 anos do nascimento do criador do rádio e de outras invenções da telecomunicação.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sucessora de Zilda Arns fala sobre o futuro das pastorais



Há dois anos na coordenação nacional da Pastoral da Criança, Vera Lúcia Altoé afirma que, desde a morte da médica sanitarista Zilda Arns, lideranças das pastorais espalhadas pelo país têm manifestado o aumento na procura pelo trabalho voluntário.
Segundo ela, o exemplo deixado pela fundadora da Pastoral da Criança servirá de incentivo para novos membros. "Este sangue [de Zilda Arns] derramado será semente para aumentar o número das nossas lideranças", afirma. "A morte dela foi uma propaganda mundial para a pastoral", afirma.
Altoé ressalta que apesar desta procura, o desafio ainda é ampliar o atendimento no país. Os atuais 260 mil voluntários que atuam em mais de quatro mil cidades são responsáveis por apenas 20% das crianças pobres do Brasil.


Fonte: UOL - Online.

Iniciativa da agência postal vaticana para ajudar Haiti



O Departamento Filatélico e Numismático vaticano divulgou hoje a próxima tiragem de um selo especial, cujos benefícios serão destinados à população do Haiti, vítima do recente terremoto que devastou o país.
Trata-se de um selo dedicado ao 1500º aniversário do Santuário de Nossa Senhora das Graças, mais conhecido como Santuario della Mentorella.
Este santuário se encontra nas montanhas Prenestini, na região do Lácio, e tem sua origem na época de Constantino o Grande, o primeiro santuário de Nossa Senhora na Itália. O mosteiro foi fundado pelo próprio Bento de Núrsia, cerca de um século depois.
Nossa Senhora de Mentorella era uma invocação muito querida, tanto por João Paulo II como por Bento XVI. Este último a visitou em outubro de 2005.
A iniciativa consiste na reimpressão deste selo, que tem um valor de 0,65 € a unidade e que será vendido a 0,85€, ainda que o valor de envio continue sendo o mesmo. No total, a tiragem será de 900 mil unidades.
Esses 0,20 € de valor de reimpressão serão destinados a ajudar os danificados pelo terremoto. O governo do Estado Vaticano estima que, se toda a edição for vendida, será possível recolher cerca de 150.000 €.


Fonte: Zenit.

“Átrio dos Gentios” e doutrina social da Igreja

Bento XVI já nos acostumou a esperar reflexões muito relevantes dos seus discursos anuais à Cúria Romana por ocasião da apresentação da felicitação de Natal. Também este ano, o Papa não defraudou as expectativas e, aproveitando suas três viagens – à África, à Terra Santa e à República Tcheca –, falou do “Átrio do Gentios”.
O que era esse “átrio”? Segundo o profeta Isaías, o templo deveria ser um lugar de oração para todos os povos (“Meu templo se chamará casa de oração para todos os povos”). Isaías anuncia o Deus verdadeiro e único (“Eu sou o primeiro e o último, fora de mim não há outros deuses”), não a ídolos fabricados pelos homens, criados com o fim de apaziguar seus medos (“Quem fabrica um Deus ou funde um ídolo sem buscar proveito disso?”).
O “Átrio dos Gentios” era o espaço do templo ao qual tinham acesso todos os povos, não somente os israelitas, para rezar ao Deus ainda desconhecido, apesar de que não pudessem entrar no interior do templo e, assim, celebrar plenamente o mistério. Jesus havia expulsado de lá os cambistas e os vendedores de pombas, virando suas mesas, como relata o Evangelho.
Qual era o status religioso desses “gentios”? Naquela época, os gentios eram “povos” diferentes de Israel; depois passaram a ser os povos que não haviam conhecido o cristianismo. E hoje? São aqueles – diz o Papa – que estão descontentes com seus deuses, ritos e mitos, porque percebem que deles não pode derivar nenhuma salvação verdadeira, já que são produções da mão do homem. Ainda que eles não o conheçam, estão à espera do Deus único, verdadeiro e grande, o Deus que é verdade e amor, e desejam rezar a esse Deus. Como todas aquelas pessoas que sentem que a irreligiosidade da sua época não as libertou, mas que as levou a novos mitos aparentemente libertadores, mas não autênticos. Eles não conhecem o Deus verdadeiro, mas se encontrassem um cabo o agarrariam. Hoje, os gentios são aqueles para quem “a religião é uma coisa estranha” e, no entanto, não querem permanecer simplesmente sem Deus, enquanto estão cansados e repugnados com os deuses que a irreligiosidade pôs (ou impôs) diante deles.
O Papa pede que hoje também sejam criados “Átrios dos Gentios” para permitir a estes que se aproximem de Deus “pelo menos como Desconhecido”. A proposta é nova, sem dúvida, e delineia horizontes muito vastos de ação e de diálogo com os não-crentes. Para compreender melhor as indicações do Papa, eu me permito fazer algumas observações. Antes de tudo, a constatação de que, na irreligiosidade moderna, o homem é entregue de novo – como os gentios nos tempos de Israel – aos mitos e aos ídolos; novos mitos e novos ídolos, muito secularizados, mas igualmente irracionais, que consistem em seguranças contra nossos medos. Existe aqui um juízo muito duro sobre a irreligiosidade atual, quase o decreto do seu fracasso: nascida para libertar o homem do mito religioso, recaiu em versões mais pálidas, mas não menos potentes de mito. Toda a dignidade da irreligiosidade atual parece ser vista na tensão profunda com relação ao Deus Desconhecido. Repassando os discursos de Ratzinger, é fácil fazer uma lista destes novos mitos: o ecologismo, o vitalismo, o cientificismo, o materialismo, o psicologismo, o desenvolvimentismo, o terceiro-mundismo, o pauperismo, a ideologia de gênero, a ideologia da diversidade, e economicismo, o inclusivismo, o narcisismo e todas as formas de reducionismo.
Em segundo lugar, está o convite a dialogar, não em um âmbito neutro ou imparcial com relação à proposta do Deus cristão. O Átrio dos Gentios, de fato, não estava fora do templo, mas dentro. Não era um lugar profano, mas já sagrado. É um lugar ainda não confessional, ainda não litúrgico, ainda não eclesiástico, mas é um lugar religioso. Ratzinger não propõe discussões com os não-crentes de cunho somente filosófico, acadêmico, mesas redondas na catedral etc.; ele diz que os novos gentios gostariam de rezar e adorá-lo, inclusive como “Desconhecido”. Pede, portanto, uma proposta de fé e de religião.
Por último, na proposta do “Átrio dos Gentios”, vê-se a ideia ratzingeriana de que o Deus de Jesus é a resposta às profundas expectativas humanas e, como tal, segundo ele, deveria ser apresentado. A proposta de fé e de religião é, portanto, também uma proposta de razão. O percorrido, no entanto, não é jamais da razão à fé, mas da fé à razão. Esta é a principal novidade da proposta do “Átrio dos Gentios”.
Penso que, neste grande desenho, a doutrina social da Igreja pode ter um papel muito importante, pois se insere no ponto de encontro entre a razão e a fé, isto é, no ponto em que o “Átrio dos Gentios” se volta para o interior do templo. A doutrina social da Igreja é, em si, uma espécie de “Átrio dos Gentios”, enquanto fala a todos os homens, também àqueles para quem Deus é desconhecido. Ela fala de Deus falando do homem e da comunidade dos homens.
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* Dom Crepaldi é arcebispo de Trieste e presidente do Observatório Internacional “Cardeal Van Thuân” sobre a doutrina social da Igreja.

Tratamento da violência requer perspectiva de fé



O arcebispo emérito do Rio de Janeiro, cardeal Eugenio Sales, considera que “o tratamento do problema da violência requer uma perspectiva de Fé”, pois “ele não pode ser resolvido dentro de uma visão meramente humana, temporal”.
Em artigo difundido hoje no portal da arquidiocese do Rio, Dom Eugenio Sales assinala primeiramente, ao abordar o tema da violência, o “princípio fundamental” do “primado da Justiça e do Direito”.
“Qualquer transgressão à Lei, venha de onde vier, constitui um germe nocivo, que prejudica o combate a essa chaga que tanto nos aflige. Ferida em sua dignidade é a criatura assaltada na via pública ou em outras tantas situações.”
O crime – afirma o cardeal – tem de ser “punido com severidade, mas não à revelia do Juiz”.
“Todo criminoso deve pagar por sua dívida para com a comunidade e fazê-lo de tal maneira que, com sua soltura, possa ser reintegrado. A crença em Jesus Cristo nos leva a aceitar a possibilidade de recuperação.”Dom Eugenio considera que uma “adequada ação repressiva se impõe”. Entretanto, “só ela não é suficiente”.
“Na raiz desse mal está o progresso material sem o espiritual. Pautado pela busca indefinida do bem-estar, conduz à valorização indiscriminada do prazer, abrindo de par em par as portas da libertinagem.”Na origem de toda violência – assinala o arcebispo emérito – está “a opção que se faz entre valores e contra-valores”.
“Empregam-se meios ilícitos para atender a desejos, sem submetê-los ao crivo da ética e do bem comum. Além do mais, o flagelo da violência social envereda com frequência pela falta de diálogo por dilacerantes desigualdades econômicas, por graves negligências e deficiências no campo da saúde, pelo consumo e tráfico de drogas ou pela corrupção.”O cardeal afirma que ir às causas do combate à violência “é valorizar a vida e exaltar sua dignidade”.
À medida que cresce o respeito à vida, “cria-se um ambiente que dificulta a agressão ao próximo, seja pelo roubo seja pela violação física de toda espécie ou assassinato. Surge, então, uma força contrária que age no interior de qualquer criatura, mesmo empedernida pelas práticas delituosas”.“Essa concepção supõe, em seu fundamento, os princípios religiosos, pois existem valores e direitos essenciais, relacionados à dignidade e o destino supremo da pessoa humana, a começar pelo direito primário à vida, que devem ser respeitados.”“O Evangelho é exigente, mas ele é o caminho para alcançar a vitória sobre a violência. A procura de remédios para a correção de uma situação intolerável em nosso meio deve sempre ter em consideração o ensinamento do Salvador”, afirma Dom Eugenio Sales.


(Alexandre Ribeiro)

Cardeal Maradiaga: "narcotráfico, câncer da America Latina"



Durante coletiva de imprensa realizada ao final do Primeiro Congresso Nacional Mexicano de Sacerdotes, em Acapulco, no México, o arcebispo de Tegucigalpa (Honduras), Óscar Rodríguez Maradiaga, chamou a atenção para a necessidade de combater o problema das drogas com uma estratégia conjunta que vá além do simples uso da força.
Segundo o cardeal, o narcotráfico tornou-se “o câncer da América Latina”, e seu desenvolvimento “tem causado grandes danos aos países afetados”.
Para o purpurado, estas atividades ilícitas "criaram toda uma economia subterrânea com o intuito de lavar o dinheiro sujo", mas que ainda mais nefasta seria a "corrupção moral" a elas associadas. "Desse modo, alteram a hierarquia de valores, criando confusão entre crianças e jovens", disse ele.
Durante o congresso, o purpurado, que é também presidente da Cáritas Internacional, disse que a legalização dos entorpecentes não constitui uma solução real para o problema do “flagelo da droga”, uma vez que verifica-se que, nos países nos quais o consumo foi legalizado, o número de pessoas dependentes aumentou consideravelmente”.
O arcebispo reconheceu que o clima de violência vivido hoje em todo o mundo tem forçado a sociedade a se calar diante do crime - ele próprio diz ter sido alvo de ameaças por suas críticas.
“Nos dias de hoje, denunciar tais coisas significa colocar a própria vida em risco, mas é nosso dever, uma vez que esse flagelo pode destruir Estados inteiros, corrompendo dirigentes, policiais e militares”, explicou.
Sacerdotes e a política
Na coletiva de imprensa, manifestaram-se também dois prelados mexicanos: Dom Marcelino Hernández, bispo de Orizaba, e Dom Felipe Aguirre Franco, arcebispo de Acapulco.
Dom Hernández mencionou a proposta de um partido político no México de limitar a atuação de ministros religiosos em questões políticas, lembrando que os sacerdotes católicos são proibidos de atuar na política, tanto pelo direito canônico quanto pela legislação do país.
“Se algum sacerdote o faz, está desobedecendo a Igreja”. ”Nosso dever é defender a verdade, a justiça, o bem comum. Um sacerdote deve ser profeta de seu povo, de seu tempo, mas não luta com a bandeira de nenhum partido – não é esta nossa missão”.
Já o arcebispo de Acapulco, por sua vez, pronunciou-se em favor de uma “liberdade religiosa integradora”. “Somos cidadãos, e assim não desejamos ser nem excluídos nem privilegiados. Pedimos apenas, na condição de cidadãos, o direito de agirmos em coerência com a fé que professamos. Pedimos pela liberdade religiosa indispensável para que a missão que Cristo nos confiou possa ser cumprida”.


Fonte: Zenit.

Presidente dos Focolares reúne-se com três mil budistas no Japão

A reunião da presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, com três mil budistas da associação Rissho Kosei-kai tornou-se uma dos principais eventos de sua viagem pelo continente asiático.
No templo budista de Tóquio, Maria Voce iniciou seu discurso lembrando a fundadora do movimento dos Focolares, Chiara Lubich: “Sinto-me profundamente emocionada por estar presente nesta sala, onde falou, em 1981, Chiara Lubich”.
Participaram do encontro cerca de 3.000 membros da associação Rissho Kosei-kai, criada em 1938 por iniciativa de dois leigos budistas, Nikkyo Niwano e Myoko Naganuma, para promover a paz e o diálogo entre as diversas culturas.
O Japão foi o segundo país visitado por Maria Voce (antes ela passou pela Coreia do Sul). Estava acompanhada pelo vice-presidente dos Focolares, Giancarlo Faletti.
A associação budista Rissho Kosei-kai conta com mais de seis milhões de membros em Taiwan, Coréia do Sul, Cingapura, Tailândia, Bangladesh, Sri lanka, Índia, Nepal, China, Mongólia, Estados Unidos, Brasil, Suíça, e Rússia.
Seu fundador, Nikkyo Niwano, conheceu Chiara Lubich em 1979, em Roma, convidando-a posteriormente, em 1981, para falar na sede da associação em Tóquio.
Maria Voce disse que “apesar da grande diversidade, há muitos pontos em comum entre os dois movimentos”, acrescentando que, justamente por esse motivo, podem-se tornar “pontes entre os mundos budista e cristão”.
A presidente dos Focolares reafirmou o compromisso do movimento de “trabalhar conjuntamente para que a família humana seja mais unida no amor e na compaixão”.
Christina Lee, vice-diretora do Centro para o Diálogo Inter-religioso dos Focolares, referindo-se às relações com a associação Rissho Kosei-kai, explicou: “percebe-se que nos últimos 30 anos consolidou-se entre nós uma relação de grande confiança – de grande amor, eu diria”.
“Disseram a nós que o que estamos cultivando não é apenas um diálogo, mas uma profunda comunhão, como em uma família. É um caminhar juntos, acompanhando uns aos outros em direção ao amor, à meta que Deus estabeleceu para nós”.
“Desejamos que esta família cresça cada vez mais, levando este exemplo ao mundo, hoje tão marcado por conflitos, frequentemente provocados por diferenças de cultura e de religião”, concluiu Christina Lee.
Os frutos deste diálogo são, entre outros, os simpósios entre budistas e cristãos, promovidos desde 2002, visando a um maior conhecimento recíproco. O próximo simpósio será na Tailândia, entre 1 e 5 de fevereiro deste ano.
Os dirigentes dos Focolares visitaram também as Filipinas e Hong Kong, onde se encontraram com comunidades ligadas ao movimento destes países.
Maria Voce discursará, em 28 de janeiro, no Congresso Nacional do Clero, organizado pela Conferência Episcopal das Filipinas. Em seguida, visitará a Tailândia.

Fonte: Zenit.

Governo britânico reconhece papel da Igreja contra pobreza



Douglas Alexander, secretário de Estado para o Desenvolvimento Internacional do governo britânico, impulsionou a colaboração com a Igreja Católica por causa do seu papel na resposta global ao terremoto do Haiti e na luta contra a pobreza.
O expoente do executivo de Gordon Brown anunciou, por este motivo, uma visita ao Vaticano, iniciada hoje, na qual, segundo ele anunciou em um comunicado de imprensa, está previsto um encontro com Bento XVI.
Em seu site, Alexander reconhece que “se sente honrado por este convite e pretende sublinhar, durante sua visita, o papel único da Igreja Católica no âmbito mundial, especialmente nos campos da saúde e dos serviços sanitários”.
“Estou imensamente honrado por ter sido convidado a encontrar-me com Sua Santidade o Papa Bento XVI, e pretendo agradecer-lhe pessoalmente por seu apelo urgente a favor do Haiti”, explica.
O representante britânico espera “discutir com o Papa sobre a importância contínua de enfrentar a pobreza global e o papel que podem desempenhar as comunidades religiosas, não só oferecendo saúde e educação, mas também por sua capacidade de criar consenso e mobilizar a opinião no mundo desenvolvido”.
“Pretendo também agradecer ao Santo Padre por suas intervenções regulares sobre a importância de que os países mantenham suas promessas de ajuda para o desenvolvimento exterior”, acrescenta.
O jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, publicará, em sua edição italiana de 27 de janeiro, um artigo assinado por Douglas Alexander no qual constata que “25% de toda a assistência sanitária na África Subsaariana é oferecida pela Igreja Católica e as escolas católicas atendem quase 12 milhões de alunos, oferecendo oportunidades a muitas pessoas nesse continente”.
No êxito da luta contra a pobreza, conclui, “a Santa Sé se encontra em uma posição única”.


Fonte: Zenit.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Por que cresce o ateísmo?



Apesar de já ter lido muito, e de ter vasculhado inúmeras obras escritas por ateus militantes, em suas fileiras não me lembro de ter encontrado um autor humilde, desconfiado de suas luzes. Vi muita convicção, às vezes beirando à arrogância, e uma disposição leniente para se abrir à verdade. Tais pessoas abertas à verdade certamente existem, mas até o momento estão fora do meu horizonte de conhecimento. Com certeza, não será o Saramago... Certa feita me doaram – com a maior boa fé – um livro sobre Jesus Cristo. Quando me dei ao trabalho de ler o calhamaço (eram mais de 700 páginas), descobri que se tratava de escritor (?) francês, em aberta diatribe contra a pessoa de Jesus. Confesso que os argumentos que o tal filho de Deus apresentou contra o Salvador, eram fraquíssimos. Verdadeira construção sem armação. O argumento mais forte que ele sacou contra Jesus, foi o de afirmar que a obra de Cristo era bonita demais para ser verdadeira. Como se perdoar aos inimigos e fazer o bem ao semelhante fosse assim tão fácil.
Quero relatar aos meus amigos, um fato simples, mas sintomático. Mostra a militância pouco inteligente, e ao mesmo tempo devastadora, que se levanta contra a fé do nosso povo, sobre a existência de um Ser Supremo. Origem dessa pertinaz campanha? O homem moderno considera a Deus como um rival, e não como um amigo, um estimulador de grandes iniciativas. A descoberta da subjetividade nos tempos modernos, coloca um falso dilema: ou eu, ou Deus. Se dou espaço à divindade, a minha autoestima está destruída. É o equívoco máximo.
Um adolescente de rua, ao passar em frente à catedral de Uberaba, reconhecendo-me, veio correndo ao meu encontro, e com ar de grande esperteza perguntou-me: “sr. Bispo, quem é que criou a Deus”? Respondi-lhe que Deus não pode ser criado por ninguém. Se fosse, esse outro que o tivesse feito, seria o verdadeiro Deus. O jovem ficou surpreso com a minha resposta. Na verdade, repugna à mente humana, repetir o mesmo esquema ao infinito: um Deus que tivesse sido criado por outro, e este por sua vez teria sido criado por mais um outro, e assim sucessivamente até o infinito. Precisamos reconhecer que algo não teve começo, mas sempre existiu, porque um ser só pode agir depois de já ter existência. A matéria é impossível de ser eterna, porque o universo só pode ter começado de 14 bilhões de anos para cá. O Ser Supremo é o único que pode ter existido sempre, porque Ele vive (é) fora do tempo. Ele é um perpétuo agora. É o único Ser necessário. Os outros podem existir ou não. O tempo só começou com a criação. Hoje se apresenta como tese do aparecimento do universo a “grande explosão” (big bang), da qual se teriam originado todas as realidades do cosmos. Nós podemos aceitar essa explicação evolucionista, contanto que deixemos espaço para a iniciativa poderosa do Criador. A nossa fé aceita a Escritura quando diz: “O Senhor é o formador de todas as coisas” (Jer 10, 16).


Fonte: Dom Aloísio Roque Oppermann.

Início de ano sangrento para os cristãos



O início de ano não foi nem um pouco pacífico para os cristãos coptas ortodoxos do Egito. Seis adolescentes foram assassinados na saída da Missa do Galo de 7 de janeiro, dia do Natal segundo o calendário copta.
Um guarda muçulmano também foi assassinado e nove pessoas feridas por atiradores que dispararam de um carro que estava em frente à igreja da Virgem Maria, na cidade de Naq Hamadi, informou a Associated Press no dia 7 de janeiro.
Após os assassinatos houve confronto entre a polícia e a multidão de manifestantes coptas. Em 13 de janeiro houve mais protestos, quando cerca de dois mil cristãos coptas se reuniram fora da Catedral de Abbasiya, a maior igreja do Egito, informava no mesmo dia a Reuters.
Segundo a reportagem, três suspeitos foram detidos depois do tiroteio. As forças de segurança detiveram 16 outros muçulmanos e 13 cristãos após os protestos de Naq Hamadi.
Em uma informação de 9 de janeiro, o arcebispo Youhannes Zakaria, bispo católico copta de Luxor, declarou à agência de notícias Fides que a situação de segurança havia melhorado, mas pedia orações dos cristãos de todo mundo.
“Houve também um encontro positivo entre líderes religiosos cristãos e muçulmanos que reafirmaram seu compromisso universal pela paz e pela reconciliação”, contava à Fides.
O arcebispo Zakaria explicou que normalmente, nas aldeias, os cristãos e os muçulmanos vivem juntos pacificamente, mas existe uma minoria extremista que está tentando prejudicar a coexistência.
Restrições
Os cristãos somam 10% da população de 78 milhões predominantemente muçulmana do Egito. Eles enfrentam dificuldades para poder praticar livremente sua fé.
Uma questão espinhosa são as conversões. Em 10 de dezembro, a Reuters publicava o caso de Ayman Raafa, um egípcio que nasceu cristão, mas quando tinha nove meses automaticamente se fez muçulmano quando seu pai se converteu ao Islã.
Agora, com 23 anos, Raafa apresentou uma batalha legal para obter reconhecimento do Estado como cristão. Ele faz parte do grupo de 40 homens que criaram uma ação judicial para que seu documento de identidade possa mostrar que eles são cristãos.
Reuters citou seu advogado, Peter El-Naggar, que declarava que os filhos dos convertidos do Islamismo normalmente não conseguem um novo documento de identidade que conste que são cristãos. Pelo contrário, afirmou, se alguém se converte ao Islã, sua identidade é alterada no prazo de 24 horas.
A liberdade de expressão é outro problema. No último 8 de novembro, Compass Direct News informava da situação de um blogueiro cristão copta do Egito que estava preso sem acusações, por mais de um ano.
Hani Nazeer, um assistente social de um institulo de Qena, Egito, é autor do blog “Karz El Hob”. Teve problemas com as autoridades quando alguns adolescentes visitaram seu blog e colocaram um link que que conduz a uma cópia de “A Cabra de Azazil em Meca”, um romance escrito sob o pseudônimo de Padre Utah. Segundo Compass News Direct, o livro é uma resposta a “Azazil” um romance de Yusuf Zidane, crítico com o cristianismo.
Em nome de Alá
Outro país onde os cristãos sofrem pressões por parte do Islã é a Malásia. Pouco depois do Natal, surgiram tensões pela utilização da palavra “Alá” nos textos cristãos para se referir a Deus.
Esse tema é ponto de conflito há muito tempo, como explicava em 17 de dezembro uma reportagem de Austrália Network News.
Em 2007, a Igreja Católica levantou um processo jurídico em nome de Catholic Herald, uma publicação semanal distribuída entre os 850 mil católicos da Malásia. Isso ocorreu pela postura do governo da Malásia, de que a palavra que usavam era exclusiva da parte dos muçulmanos.
O caso chegou às manchetes quando, com o ano novo, o Supremo Tribunal da Malásia decidiu que deveria permitir aos católicos usar o termo Alá. O veredito mantém o direito constitucional do semanário Herald da Igreja a se referir a Jesus Cristo como filho de Alá, informava o Wall Street Journal em 4 de janeiro.
O artigo também comentava que a palavra Alá é usada pelos cristãos da Malásia por séculos. Isso é comum para os cristãos nos países de idioma árabe.
O Pe. Lawrence Andrew, redator de Herald, afirmava, segundo o Wall Street Journal, que na Malásia não tem outro termo para Deus.
A matéria dizia que o Pe. Andrew havia sido advertido de uma campanha de intimidação que incluía ataques de hackers contra a página da web do semanário.
“Acreditamos que estas ações são pensadas para criar um clima de medo e que se apresente como uma ameaça à segurança nacional de maneira que se pressione o Tribunal, para que altere a sentença”, afirmava em uma declaração.
Igrejas atacadas
Nos dias sucessivos à decisão do Tribunal houve os ataques contra as igrejas cristãs na Malásia. Em 7 de janeiro a Associated Press informava que uma igreja protestante em um subúrbio da capital Kuala Lumpur fora destruída pelo fogo.
Uma matéria do mesmo dia da Reuters informava que outras duas igrejas foram atacadas. Foram lançadas bombas no complexo da igreja católica de Asunção e na igreja protestante Capela da Vida, no distrito da periferia de Petaling Jay.
Esses ataques continuaram, só que dessa vez em um colégio de monjas e uma igreja anglicana na cidade de Taiping, informava Washington Post em 9 de janeiro.
“Estamos alarmados com o aumento da violência e pedimos às autoridades que tomem providências”, dizia para Reuters o reverendo Hermen Shastri, secretário geral do Conselho das Igrejas da Malásia.
Pouco depois foram lançadas mais bombas em três igrejas, segundo uma reportagem de Associated Press de 10 de janeiro.
“Os cristãos rezam e não estão respondendo às provocações”, declarava para a Fides o arcebispo de Kuala Lumpur, a 9 de janeiro. O acerbispo Murphy Pakiam dizia: “Queremos ser uma comunidade que vive em diálogo e estender a paz pela nação”.
A 11 de janeiro, Fides informava sobre as declarações da Conferência Episcopal da Malásia: “devemos atuar em harmonia e buscar a cooperação necessária do governo e das altas autoridades religiosas para restaurar um ambiente pacífico para a sociedade da Malásia”.
Apesar de tudo, os ataques continuaram. Em 14 de janeiro, Associated Press informava que um grupo de vândalos havia pintado de vermelho a Igreja de Santa Isabel, no sul do Estado de Johor. Era a décima igreja atacada ou danificada na onda de violência depois da decisão do Tribunal. Além disso, alguns ladrões atacaram os escritórios de advogados que defendem os cristãos em sua luta pelo uso do termo Alá.
Não à violência
Em sua mensagem do Angelus de 10 de janeiro, Bento XVI condenava o uso da violência. Não mencionou nenhum país, mas demonstrou estar preocupado pela violência contra os imigrantes em outros países.
Alguns dias antes se registraram violentas manifestações entre os habitantes locais e os imigrantes africanos na cidade italiana de Rosamo, Calábria, ao sul da Itália.
“A violência não deve ser nunca, para nada, a maneira de resolver as dificuldades”, insistia o pontífice.
"O problema é essencialmente humano. Convido a contemplar o rosto do outro e descobrir que tem uma alma, uma história e uma vida: é uma pessoa e Deus o ama como me ama", concluiu o Papa. Palavras que passam despercebidas em muitos países.


Fonte: Zenit.

Paquistão: menina católica é torturada, violentada e morta

A condição de "cidadãos de segunda classe" dos cristãos que habitam o Paquistão fez mais uma vítima. Shazia Bashir, de apenas 12 anos, foi torturada, violentada e morta pelo patrão, Chaudry Muhammad Neem, um rico advogado muçulmano de Lahore, para quem trabalhava como empregada doméstica.
Segundo a agência Fides, a menina, de origem muito humilde, trabalhava há oito meses na casa de Chaudry Muhammad Neem, e recebia cerca de 1.000 rúpias por mês (cerca de 12 dólares americanos).
Milhares de pessoas comparecem ao funeral de Shazia Bashir em Lahore, entre as quais bispos cristãos de várias confissões, que enviaram mensagens de condolências e pediram orações. Diversos muçulmanos expressaram também seu afeto e solidariedade.
Os pais da vítima contaram ter sido impedidos de entrar em contato com a filha durante vários dias. Depois de muita insistência, a menina foi finalmente devolvida à família, com sinais evidentes de maus-tratos e tortura. Shazia Bashir foi imediantamente levada ao hospital Jinnah di Lahore, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer em 22 de janeiro.
De acordo com a família, o advogado teria tentado comprar o silêncio dos pais da menina, oferecendo-lhes 20.000 rúpias (cerca de 250 dólares) para que não apresentassem a denúncia, mas eles recusaram a oferta e procuraram a polícia.
Num primeiro momento, a polícia local resistiu em registrar a ocorrência, mas acabou cedendo frente aos protestos da comunidade cristã, que sensibilizaram a opinião pública do país.
O presidente do Paquistão, Ali Zardari, determinou o pagamento de uma indenização à família de Shazia Bashir no valor de 500.000 rúpias (cerca de 6.000 dólares), enquanto o Ministro para Assuntos das Minorias, Shahbaz Batti, assegurou que “os responsáveis serão levados à justiça”.
Representantes da comunidade cristã alegam que tais abusos são comuns, especialmente contra meninas de origem pobre. A discriminação de cristãos, por parte das autoridades, cria uma atmosfera de impunidade que favorece tais crimes.
Para Francis Mehboob Sada, diretor do Christian Study Center de Rawalpindi, "os cristãos são cidadãos de segunda classe, e na prática não gozam dos mesmos direitos dos demais. Somos discriminados. Em nossa sociedade, os cristãos, especialmente os mais pobres, são submetidos à todo tipo de abuso e humilhações”.
”A polícia e as autoridades não se esforçam para nos proteger", acrescentando que frequentemente estes casos "permanecem impunes".Após a intervenção do governo federal, seis pessoas já foram presas acusadas de envolvimento no caso.

Fonte: Zenit.

Papa a cristãos: dar testemunho comum “já”

O Papa Bento XVI pediu hoje a todos os cristãos, durante sua homilia nas vésperas solenes celebradas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, que não esperem a unidade plena para dar um testemunho comum, mas que já o façam na medida do possível.
Na celebração que conclui os atos da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e que reuniu os representantes das conferências cristãs presentes em Roma, o Santo Padre pediu a cada um que desse “sua contribuição para levar a cabo os passos que conduzam à comunhão plena”.
Ainda que “não faltem, infelizmente, questões que nos separam uns dos outros e que esperamos que possam ser superadas através da oração e do diálogo – admitiu o Papa –, há um conteúdo central da mensagem de Cristo que podemos anunciar todos juntos”.
Esta mensagem é, afirmou, “a paternidade de Deus, a vitória de Cristo sobre o pecado e sobre a morte com sua cruz e ressurreição, a confiança na ação transformadora do Espírito”.
“Enquanto estamos em caminho rumo à comunhão plena, somos chamados a oferecer um testemunho comum frente aos desafios cada vez mais complexos da nossa época”, exortou.
Entre estes desafios, “a secularização e a indiferença, o relativismo e o hedonismo, os delicados temas éticos com relação ao começo e final da vida, os limites da ciência e da tecnologia, o diálogo com as demais tradições religiosas”.
Além disso, indicou que há novos campos “nos quais devemos, desde já, dar um testemunho comum”; entre eles, destacou “a proteção da criação, a promoção do bem comum e da paz, a defesa da centralidade da pessoa humana, o compromisso por vencer as misérias da nossa época, como a fome, a indigência, o analfabetismo, a desigual distribuição dos bens”.
Edimburgo
Neste sentido, recordou a “intuição fundamental” da Conferência Missionária de Edimburgo em 1910, da qual este ano se celebra o centenário, de que os cristãos não podem anunciar o Evangelho de forma convincente se estiverem divididos.
A conferência, afirmou o Papa, foi “um acontecimento determinante para o nascimento do movimento ecumênico moderno”.
É precisamente “o desejo de anunciar Cristo aos demais e de levar ao mundo sua mensagem de reconciliação que faz experimentar a contradição da divisão dos cristãos”, explicou. “Como os incrédulos poderão, de fato, acolher o anúncio do Evangelho se os cristãos, apesar de se referirem todos ao mesmo Cristo, estão em desacordo entre eles?”
“Há um século de distância, desde o acontecimento de Edimburgo, a intuição daqueles valentes precursores ainda é atualíssima”, afirmou o Papa.
“Em um mundo marcado pela indiferença religiosa e inclusive por uma crescente aversão à fé cristã, é necessária uma nova e intensa atividade de evangelização, não somente entre os povos que nunca conheceram o Evangelho, mas também naqueles em que o cristianismo se difundiu e faz parte da sua história”, acrescentou.
Recordando o recentemente clausurado Ano de São Paulo, o Papa sublinhou que o testemunho comum da fé, “naquele então, como hoje, nasce do encontro com o Ressuscitado, nutre-se da relação constante com Ele, está animado pelo amor profundo a Ele”.
“A força que promove a unidade e a missão surge do encontro fecundo e apaixonante com o Ressuscitado, como aconteceu com São Paulo no caminho de Damasco”, concluiu.
No início das vésperas, o cardeal Ealter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, havia sublinhado, neste sentido, que “ecumenismo e missão são inseparáveis; são, por assim dizer, gêmeos”.
“Como podemos levar a cabo, de maneira crível, a tarefa confiada por nosso Senhor, que é a de anunciar a unidade, a reconciliação e a paz, se os próprios cristãos não estão unidos nem reconciliados entre si?”, perguntou-se.
Neste sentido, replicou que “missão e ecumenismo são as tarefas mais importantes que o mundo atual e a cristandade devem conseguir levar adiante”.

Fonte: Zenit.

Laicidade transformada em laicismo, nova forma de hegemonia totalitária

O Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, considera que a manipulação do conceito de laicidade, para transformá-la em laicismo, é uma nova forma de hegemonia totalitária.
O cardeal abordou esse tema na conferência que ministrou ontem no Fórum “Pensar a Escola, preparar o futuro”, na Universidade Católica Portuguesa, evento promovido pela Comissão Episcopal da Educação Cristã.
Ao falar sobre uma escola laica num Estado laico, o cardeal recordou que a Constituição da República Portuguesa define o Estado como laico.
“Este estatuto é fruto de uma longa evolução do pensamento e da realidade da sociedade e significou, na origem, a autonomia do poder do Estado em relação a outros poderes, entre os quais o poder da Igreja, que foi real e que hoje a Igreja já não reivindica nem quer reivindicar.”
Segundo Dom José Policarpo, há um sentido positivo dessa laicidade: “o Estado não é confessional, isto é, não se identifica com nenhuma religião, mas respeita o fenômeno religioso”.
E nesse respeito “inclui-se a possibilidade de cooperação entre o Estado e as confissões religiosas, para a promoção do bem-comum da sociedade”.
Esse princípio da cooperação –segundo o purpurado– “inspira toda a Concordata celebrada entre o Estado Português e a Igreja Católica, reconhecendo, na prática, a predominância da Igreja Católica na Nação Portuguesa”.
“Mas se o Estado é laico, a sociedade não o é. E temos assistido, nos últimos tempos, a correntes de pensamento numa dupla direção”, destacou o Patriarca.
Um direção é “estender a laicidade do Estado a toda a sociedade e a todas as instituições do Estado ao serviço da comunidade, entre as quais sobressai a escola”. A outra é “o fazer derivar a justa laicidade para um laicismo, qual nova religião, que combate qualquer presença ou influência da religião na sociedade”.
“É uma nova forma de hegemonia totalitária que se disfarça com as vestes da democracia”, afirmou.
O purpurado explicou que a escola, “como instituição ao serviço da educação não pode ser laica, neste sentido, como não pode ser um espaço sagrado, na acepção religiosa do termo”.
“A escola, qualquer escola digna desse nome, não pode deixar de dar lugar, no projeto educativo, à dimensão religiosa, profundamente presente na tradição cultural portuguesa.”
Segundo Dom José Policarpo, a “guerra aos símbolos religiosos é, hoje, na Europa, um sinal preocupante”.
“Se a escola por ser do Estado, tem de ser laica nesse sentido de uma laicidade negativa, isso quer dizer que ela, embora sendo do Estado, tem de ter autonomia real de ‘projeto educativo’”, disse.
O Patriarca de Lisboa fez um convite aos profissionais das escolas que são católicos ou foram formados na tradição cultural cristã.
“Não tenham medo de comunicar, no processo educativo, a perspectiva cristã da liberdade, da busca da verdade, da generosidade no serviço do bem-comum, porque os valores cristãos são basilares numa cultura verdadeiramente humanista, e segui-los, pondo-os em prática, não significa, necessariamente, sacralizar a escola, mas servir a pessoa humana, num horizonte de beleza e de transcendência.”

Fonte: Zenit.

Igreja lança maior sondagem realizada no Oriente Médio

A preparação do Sínodo dos Bispos do Oriente Médio, que acontecerá de 10 a 24 de outubro em Roma, está permitindo que a Igreja realize a maior sondagem de caráter sócio-religioso nesta região.
A secretaria geral do Sínodo dos Bispos enviou a todas as dioceses desta área as Lineamenta (Orientações), redigidas pelos membros do Conselho Pré-Sinodal (8 patriarcas, 4 membros da Cúria Romana, assim como os presidentes das conferências episcopais da Turquia e do Irã) para especificar os temas de constituirão esta cúpula episcopal presidida por Bento XVI.
Junto aos temas, que giram em torno de “A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho. ‘A multidão dos que haviam acreditado era um só coração e uma só alma’ (Atos 4, 32)”, apresentam-se, como em toda sondagem, perguntas concretas, cujas respostas servirão para redigir o Instrumentum laboris (Documento de trabalho) que marcará a agenda do sínodo.
Ao contrário de uma sondagem clássica, as perguntas enviadas – em 4 idiomas (árabe, francês, inglês e italiano) – pelo organismo que prepara o sínodo, não sugere as respostas.
Por exemplo, o capítulo dedicado à “Igreja Católica no Oriente Médio”, que acontece em um ambiente de maioria muçulmana, apresenta, entre outras, estas perguntas: “Como fazer crescer o respeito pela liberdade de religião e a liberdade de consciência?”.
O documento apresenta um dos desafios mais graves que os católicos têm através desta pergunta: “O que pode ser feito para deter ou diminuir a emigração dos cristãos do Oriente Médio?”.
Após a análise da difícil realidade política do Oriente Médio, o documento pergunta: “Nossas igrejas se preocupam por formar responsáveis cristãos, para que possam contribuir na vida social e política dos nossos países? O que eles poderiam fazer?”.
O capítulo “A comunhão eclesial” também apresenta perguntas precisas, como, por exemplo: “A atitude dos homens de Igreja diante do dinheiro apresenta problemas?”.
A parte dedicada ao “Testemunho cristão” faz perguntas básicas, mas decisivas para o futuro da Igreja no Oriente Médio, como: “A catequese prepara nossos jovens para compreender e viver a fé?”, “Você acha que a liturgia deveria ser reformulada?”.
Em um sínodo sobre o Oriente Médio, não poderiam ficar de fora as perguntas sobre a relação com o Islã e com o judaísmo, que as Lineamenta apresentam desta forma: “Como interpretar a relação com o judaísmo como religião e como promover a paz e o final do conflito político?”, “Quais são os âmbitos nos quais pode acontecer a colaboração com os muçulmanos?”.
A conclusão do documento se faz porta-voz dos temores de muitos católicos nesta região do planeta: “Por que temos medo do futuro?”. O documento, de fato, reconhece que, entre a minoria cristã, “nossas atitudes vão do medo ao desânimo, inclusive entre alguns pastores”.
Mas o sínodo procura dar uma esperança aos discípulos de Cristo em sua terra, motivo pelo qual lhes pergunta: “Como encarnamos nossa fé na política, na sociedade?”, “Cremos que temos uma vocação específica no Oriente Médio?”.
Ainda que os primeiros e autorizados destinatários dos Lineamenta sejam, obviamente, os bispos e suas conferências episcopais, no entanto, estes têm plena liberdade para ampliar sua base de consulta.Depois de terem reunido e resumido sugestões, reações e respostas aos vários aspectos dos Lineamenta, os bispos prepararão um informe que será enviado à Secretaria Geral do Sínodo, para que possa ser redigido o Documento de Trabalho.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Espírito conduz à unidade assumindo a diversidade, diz Papa



Um dia antes de encerrar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Papa quis referir-se à Igreja como um organismo rico, vital e não uniforme.
Ele o fez hoje, ao rezar o Angelus com os peregrinos na praça de São Pedro.
Bento XVI afirmou que, graças aos carismas doados pelo Espírito Santo, “a Igreja se apresenta como um organismo rico e vital, não uniforme, fruto do único Espírito que conduz a todos a uma unidade profunda, assumindo a diversidade sem a abolir, e realizando assim um conjunto harmonioso”.
Referindo-se ao texto de São Paulo correspondente à liturgia de hoje, indicou que “a Igreja é concebida como um corpo, do qual Cristo é a cabeça, e que com Ele constitui um todo”.
E explicou que “o que o apóstolo pretende comunicar é a ideia de unidade na multiplicidade dos carismas, que são os dons do Espírito Santo”.
Em seguida, destacou que a Igreja “prolonga através da história a presença do Senhor ressuscitado, em particular por meio dos sacramentos, da Palavra de Deus, dos carismas e ministérios distribuídos pela comunidade”.
“Portanto, é precisamente em Cristo e no Espírito que a Igreja é una e santa, isto é, numa comunhão íntima que transcende as capacidades humanas e as sustenta”, acrescentou.


Fonte: Zenit.

Papa: novas mídias, instrumentos indispensáveis para a Igreja



A mensagem que Bento XVI escreveu para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais apresenta sua visão pastoral sobre as novas mídias, consideradas “instrumentos indispensáveis” para a evangelização.
Se bem que o tema do documento, em pleno Ano Sacerdotal, seja “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra”, como explicou esse sábado o arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, o texto está dirigido a toda Igreja.
De fato, como permitiu descobrir a apresentação através de "Power Point", realizada pelo prelado italiano na Sala de Imprensa da Santa Sé – algo praticamente inédito ali –, a mensagem dá passos adiante na expressão do magistério pontifício sobre os desafios que a era da comunicação lança à Igreja, novo sinal dos tempos.
“É uma avaliação positiva das novas tecnologias”, sublinhou Dom Celli. Antes de tudo, o pontífice constata que não se trata de um cenário futuro, mas que “as comunidades eclesiais incorporaram há tempos os novos meios de comunicação como instrumentos ordinários de expressão e de contato com o próprio território, instaurando em muitos casos formas de diálogo ainda de maior alcance”.
Ao falar do “mundo digital”, Bento XVI lança a mesma pergunta que São Paulo lançou aos primeiros cristãos que buscavam anunciar Cristo: “como hão-de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue?”
A resposta do Papa convida todas as comunidades cristãs a dar um passo adiante a respeito do passado: “para dar respostas adequadas a estas questões no âmbito das grandes mudanças culturais, particularmente sentidas no mundo juvenil, tornaram-se um instrumento útil as vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas”.
De fato, esclarece, “de fato, pondo à nossa disposição meios que permitem uma capacidade de expressão praticamente ilimitada, o mundo digital abre perspectivas e concretizações notáveis ao incitamento paulino: ‘Ai de mim se não anunciar o Evangelho!’”.
Para el Papa, os novos meios de comunicação não são algo opcional para a Igreja: “com a sua difusão, não só aumenta a responsabilidade do anúncio, mas esta torna-se também mais premente reclamando um compromisso mais motivado e eficaz”.
Lançando este desafio, o pontífice também ilustra o grande perigo: evangelizar com a mídia não significa simplesmente fazer coisas ou transmitir mensagens através destas novas realidades.
“A divulgação dos ‘multimédia’ e o diversificado ‘espectro de funções’ da própria comunicação podem comportar o risco de uma utilização determinada principalmente pela mera exigência de marcar presença e de considerar erroneamente a internet apenas como um espaço a ser ocupado”, adverte.
Não só há que estar presente, esclarece o Papa, há que saber como estar presente “no mundo digital” para manifestar que “a amorosa atenção de Deus em Cristo por nós não é algo do passado nem uma teoria erudita, mas uma realidade absolutamente concreta e atual”.
Deste modo, pela primeira vez em seu magistério de pontífice, Bento XVI chega a articular os objetivos da pastoral no mundo digital com estas palavras: “há-de conseguir mostrar, aos homens do nosso tempo e à humanidade desorientada de hoje, que ‘Deus está próximo, que, em Cristo, somos todos parte uns dos outros’".
O Papa convida a Igreja a percorrer este caminho exercendo uma “diaconia da cultura” no “continente digital”.
“Com o Evangelho nas mãos e no coração, é preciso reafirmar que é tempo também de continuar a preparar caminhos que conduzam à Palavra de Deus, não descurando uma atenção particular por quem se encontra em condição de busca”, esclarece.
Efetivamente, afirma, “uma pastoral no mundo digital é chamada a ter em conta também aqueles que não acreditam, caíram no desânimo e cultivam no coração desejos de absoluto e de verdades não caducas”, assim como os crentes de todas as religiões e pessoas de todas as culturas.
A conclusão do Papa é clara: os novos meios de comunicação “são uma grande oportunidade para os crentes”.


Fonte: Zenit.

Papa convida sacerdotes a anunciarem Cristo no mundo digital



Bento XVI encoraja os sacerdotes a anunciarem Cristo no mundo digital, assegurando a eles que nesse contexto encontram-se como que no limiar de uma "história nova".
É a proposta contida na mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais (16 de maio), apresentada este sábado à imprensa e que tem por tema O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra.
No Ano Sacerdotal agora em curso, o Papa quis escolher este tema para mostrar como a comunicação no mundo digital oferece ao sacerdote “novas possibilidades para exercer o seu serviço à Palavra e da Palavra”.
Falando dos homens e mulheres do mundo digital, o Papa pede aos sacerdotes: “como hão-de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? E como hão-de pregar, se não forem enviados?"
Início de uma história nova
Segundo o bispo de Roma, “o sacerdote acaba por encontrar-se como que no limiar de uma "história nova", porque quanto mais intensas forem as relações criadas pelas modernas tecnologias e mais ampliadas forem as fronteiras pelo mundo digital, tanto mais será chamado o sacerdote a ocupar-se disso pastoralmente, multiplicando o seu empenho em colocar os media ao serviço da Palavra”.
O Papa pede aos presbíteros “a capacidade de estarem presentes no mundo digital em constante fidelidade à mensagem evangélica, para desempenharem o próprio papel de animadores de comunidades, que hoje se exprimem cada vez mais frequentemente através das muitas "vozes" que surgem do mundo digital”.
Em particular, convida-os a “anunciar o Evangelho recorrendo não só aos media tradicionais, mas também ao contributo da nova geração de audiovisuais (fotografia, vídeo, animações, blogues, páginas internet) que representam ocasiões inéditas de diálogo e meios úteis inclusive para a evangelização e a catequese”.
“Através dos meios modernos de comunicação, o sacerdote poderá dar a conhecer a vida da Igreja e ajudar os homens de hoje a descobrirem o rosto de Cristo, conjugando o uso oportuno e competente de tais meios - adquirido já no período de formação - com uma sólida preparação teológica e uma espiritualidade sacerdotal forte, alimentada pelo diálogo contínuo com o Senhor.”
Deus vivo
O sacerdote não é um técnico da comunicação, assinala o Papa, no entanto, “o presbítero deve fazer transparecer o seu coração de consagrado, para dar uma alma não só ao seu serviço pastoral, mas também ao fluxo comunicativo ininterrupto da ‘rede’".
A este propósito, o pontífice propõe “uma pastoral que torne Deus vivo e atual na realidade de hoje e apresente a sabedoria religiosa do passado como riqueza donde haurir para se viver dignamente o tempo presente e construir adequadamente o futuro”.
Daí que “a tarefa de quem opera, como consagrado, nos media é aplanar a estrada para novos encontros, assegurando sempre a qualidade do contacto humano e a atenção às pessoas e às suas verdadeiras necessidades espirituais; oferecendo, às pessoas que vivem nesta nossa era ‘digital’, os sinais necessários para reconhecerem o Senhor”.
A mensagem foi apresentada esse sábado à imprensa pelo arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.
Respondendo às perguntas dos jornalistas, o prelado explicou que com sua mensagem o Papa não quer dizer aos sacerdotes que eles abandonem a paróquia para dedicar todo o tempo à internet.
“Creio muito na pastoral da paróquia –afirmou. Mas creio que se possa fazer uma pastoral paroquial ‘digital’. Uma pessoa que se encontra no âmbito virtual deve ser encontrada depois na comunidade verdadeira, que a acolhe, e com a qual caminha”.
“Acredito que não é apenas uma questão de ter um site. O tema é mais profundo. Nasce no coração. De um coração apaixonado nascem as várias formas de comunicação”, disse.


Fonte: Zenit.

Inculturação e evangelização: desafios dos franciscanos na China



A inculturação e a difusão do Evangelho são duas das prioridades da Ordem Franciscana em sua missão na China, esclareceu o padre José Rodrigues Carballo, ministro geral da Ordem, ao intervir na Universidade Pontifica Antonianum de Roma, no dia 15 de janeiro.
Nesse dia, foi celebrada uma jornada de estudo sobre a Igreja na China, a fim de celebrar o VII centenário da ordenação episcopal do frade Juan Montecorvino, primeiro bispo no país asiático, nomeado arcebispo da atual Pequim e Patriarca do Oriente.
O ministro geral dos Frades Franciscanos lembrou que a sociedade chinesa está vivendo atualmente “um período histórico de transição em direção a uma colaboração cada vez maior com o mundo ocidental, especialmente no âmbito econômico”.
“A juventude parece vazia de valores e entre os mais sensíveis aparece a busca por uma nova espiritualidade que possa dar um sentido à vida”, reconheceu.
“Neste sentido, o cristianismo, enquanto religião estrangeira, a muitas pessoas parece oferecer algo novo e algo mais que as religiões ou ideologias já conhecidas ou experimentadas na China”, disse.
“Isso explica em parte o crescimento dos cristãos no continente, e a participação dos budistas nas celebrações mais importantes da Igreja”, continuou.
Neste contexto, o desafio para a Igreja na China e para os franciscanos é “como ajudar a sociedade neste tempo de transição”, afirmou o padre Carballo.
Com este objetivo, destacou alguns compromissos que a Ordem deverá enfrentar. O primeiro deles, a inculturação.
“Para nós, franciscanos, a primeira forma de inculturação é a implantatio Ordinis en China”.
Isto significa, explicou, formar verdadeiros frades menores autóctones, representar nosso carisma na religiosidade, na cultura chinesa e, como consequência, oferecer à Igreja um modelo vivido de inculturação.
Um segundo desafio é “contribuir de maneira importante à comunhão interna na única Igreja que há na China”, seguido do compromisso com as obras sociais e com o desenvolvimento humano.
“Hoje, a evangelização na China é transmitida através das atividades sociais e caritativas, nas quais o testemunho silencioso, mas vivo, de tantos religiosos, se faz mensagem dos valores do Evangelho de Jesus Cristo”.
Também pede compromisso o acompanhamento e a formação dos franciscanos na China, onde estão presentes várias congregações femininas e ao menos quatro mil membros da Ordem Franciscana Secular.
Missão franciscana na China
Entre os aspectos característicos da evangelização franciscana na China, o padre Rodriguez Carballo destacou em primeiro lugar “a utilização por parte dos missionários, de ‘caminhos humanos’ que lhes são abertos”.
Da mesma forma, tem sido fundamental a “promoção humana e cultural”, disse.
“Não foram poucos os franciscanos que se dedicaram à língua chinesa” e constituíram “muitas obras humanitárias e caritativas” dedicadas, sobretudo, às populações das zonas rurais.
A principal atividade visava a difundir o Evangelho para “fornecer o conhecimento sobre Jesus Cristo, provocar e acompanhar as conversões ao cristianismo e oferecer a graça de Deus com a administração dos sacramentos”.
No anúncio missionário, tal como na cultura chinesa, a palavra possui uma função muito importante.
Juan de Montecorvino já havia traduzido à língua dos dominadores tártaros o Saltério e o Novo Testamento. No século XX, frade Gabriele M. Allegra decidiu traduzir toda a Bíblia para o chinês.
Depois de passar por diversas dificuldades, não podia deixar de ser especialmente importante o testemunho do martírio.
Nas primeiras missões e terríveis experiências de “tantos outros frades anônimos que deram sua vida com penúrias e sofrimentos de vários tipos na prisão, onde estavam fechados como em um túmulo”.
Neste contexto, o padre Rodriguez Carballo lembrou que “dizer vocação franciscana significa o compromisso de sair de si mesmo” e “andar pelas ruas do mundo para anunciar o Evangelho como frades e menores”, porque “o Evangelho é um dom a ser compartilhado”.
“É a hora de responder, com imaginação e criatividade, a esta exigência de nossa vocação”, declarou.
A Ordem dos Frades Franciscanos “não pode renunciar a obedecer ao mandato de Jesus” de ir a todos.
E concluiu: “nesta obediência está a fidelidade à nossa vocação e à missão de portadores do dom do Evangelho”.


Fonte: Zenit.