A situação atinge a população mais nova que, além de excluída por Portugal, não é aceita pelos Estados de origem dos pais devido à instabilidade política ou à ausência de políticas que protejam os seus emigrantes, como acontece na Guiné-Bissau, que para o sacerdote constitui “o caso mais flagrante”.
“Muitos desses jovens viram-se obrigados a criar estruturas marginais por estarem sem documentos”, referiu o religioso em declarações à Agência Ecclesia.
Esses grupos, assinala o sacerdote, defendem os seus membros de “uma sociedade que não os acolhe, não lhes dá o direito de serem cidadãos do país onde nasceram nem lhes proporciona os meios para se integrarem e desenvolverem”.
“Quem não tem documentos, não existe. Não tem direito a exigir o que quer que seja da sociedade para o ajudar. Por isso tem de sobreviver como se estivesse num mundo selvagem”, realça o sacerdote franciscano.
O problema remonta ao processo de descolonização ocorrido na sequência do 25 de Abril de 1974: “Pessoas que se julgavam portuguesas” perderam a nacionalidade com a independência dos antigos territórios do ultramar e “nunca conseguiram registar os filhos ou nem sequer se preocuparam” com esse procedimento legal, explica.
A resolução do problema exige “coragem, coerência e, principalmente, respeito pela pessoa humana”, afirma o responsável, que advoga a atribuição da nacionalidade portuguesa a quem nasceu no país.
Semana das Migrações
A Igreja em Portugal celebra até 15 de agosto a 38ª Semana Nacional de Migrações, dedicada ao tema “Com Francisco e Jacinta acolher Cristo nos Migrantes e Refugiados Menores”. Entre 12 e 13 de agosto realiza-se a Peregrinação Anual dos Migrantes a Fátima.
Fonte: Zenit.
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