“No limite da paciência” – explica o prelado, em artigo enviado a ZENIT nesta sexta-feira –: “assim se define o sentimento das pessoas em relação à lista interminável de prioridades que estão no horizonte da sociedade brasileira – e que exigem atitudes e encaminhamentos rápidos e marcados por um aguçado sentido de utilidade.”
Em primeiro lugar, Dom Walmor assinala a “necessidade de moralidade nos exercícios de governos, responsabilidades, tarefas e missões assumidas”.
“Essa exigência toca setores da vida social, política, econômica, religiosa, familiar e profissional. Não se pode correr o risco de abafar essa vontade de moralidade na sociedade”, afirma.
O arcebispo reconhece que “não é fácil” vencer “a crosta formada pelas práticas abomináveis de corrupção, manipulações e interesses mesquinhos no tratamento da coisa pública”.
Dom Walmor considera que neste ano eleitoral “não basta apenas escolher nomes das listas apresentadas para que sejam sufragados nas urnas”.
“É preciso que a sociedade, em nível local e nacional, faça o debate sobre a lista de suas prioridades, verificando a competência e real capacidade de ação imediata dos que governam e estão oferecendo seus nomes para o exercício de responsabilidades e tarefas que, acima de tudo, têm que tratar e encaminhar concretamente as necessidades básicas do povo.”
O arcebispo destaca que é preciso “estourar a habitual bolha de promessas eleitoreiras deste tempo de campanha”.
Entre exemplos de prioridades e urgências, o arcebispo de Belo Horizonte cita, por exemplo, o déficit habitacional, “um mal no cenário brasileiro, também em Minas Gerais”.
A urgência no campo habitacional “está de braços dados com a inadiável qualificação da educação, sob pena de assorear uma cultura rica como é a de Minas - precipitando-a em esvaziamentos e no nascimento de uma cultura sem valores e referências religiosas, familiares e relacionais. É hora de novas posturas governamentais”, afirma.
“É o momento de contar com figuras representativas, no executivo, no legislativo e no judiciário. Assim também o âmbito religioso e cultural precisa de figuras mais proativas, de visão larga e com audácias”, destaca.
O arcebispo enfatiza a “lista grande que se abriga no arco do limite da paciência”: “déficit habitacional, educação qualificada, e amplamente oferecida, trabalho para todos, defesa da vida em todas as etapas, o caos rodoviário que coloca Minas, em razão das mortes, em situação de guerra”.
Fonte: Zenit.
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