Reconhecer o estado palestino teria um alto valor simbólico, segundo Dom William Shomali, bispo auxiliar do patriarcado latino de Jerusalém.
O prelado comentou à associação caritativa internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) a proposta apresentada na ONU por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, de reconhecer o estado palestino.
Para Dom Shomali, “inclusive sem solucionar os problemas do processo de paz – refugiados, assentamentos, Jerusalém como capital de dois estados –, o reconhecimento de um estado palestino representaria um ato de alto valor simbólico”.
Esta opinião é compartilhada por Dom Giacinto Boulos Marcuzzo, bispo de Nazaré e vigário do patriarcado latino, que definiu a iniciativa da proposta como “válida e justificada”.
Consenso à petição foi dado também por parte da Missão Pontifícia Palestina, fundada em 1949 pelo Papa Pio XII para a atenção aos refugiados palestinos. O diretor regional, Sami El-Yousef, declarou a AIS, de fato, que “somente um estado realizado que vive em paz ao lado de Israel pode garantir a segurança da região”.
Para El-Yousef, a petição de uma cadeira na ONU pode dar novo impulso ao diálogo entre Israel e Palestina, baseado na legitimidade internacional.
Dom Shomali acrescentou que, para além do trabalho político, é necessário também um consistente trabalho espiritual, razão pela qual os cristãos podem desempenhar um papel fundamental.
Frear o êxodo
Em sua opinião, o alcance da paz terá certamente consequências positivas na comunidade cristã, “não só freando o êxodo, mas sobretudo convencendo muitos fiéis a voltarem à terra onde o cristianismo nasceu”.
A Igreja e as obras caritativas católicas se comprometem a frear o êxodo dos cristãos da Terra Santa, destaca AIS, indicando que a população se beneficia destas iniciativas.
“Neste momento, estamos construindo 80 apartamentos em Jerusalém, destinados aos cristãos de diversos ritos, mas também a duas famílias muçulmanas”, afirmou Dom Shomali.
O patriarcado latino é responsável pelas 13 escolas nos territórios palestinos, com mais de 5.800 alunos, de ambos os sexos e de diversa pertença religiosa.
Nos territórios palestinos e em Jerusalém, AIS sustenta diversos projetos dirigidos, de forma direta ou indireta, a promover a reconciliação, como formação para os sacerdotes ou seminaristas, reestruturação dos Centros Pastorais e transporte para chegar às diversas paróquias.
Fonte: Zenit.
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