Trinta e três representantes de conferências episcopais, 400 representantes de 115 realidades eclesiais comprometidas na evangelização, 10 mil jovens prontos para levar a cabo a missão: estes são os números dos primeiros movimentos de evangelizadores que responderam ao convite do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
Durante a manhã do último sábado, Dom Rino Fisichella, presidente do dicastério vaticano, explicou como o secularismo e o relativo enfraquecimento da fé confundiram os homens, provocando uma verdadeira e própria crise antropológica.
Dom Fisichella acrescentou que este fenômeno afetou partes importantes do clero e da Igreja Católica. Daqui a necessidade de uma nova evangelização fora, mas também dentro da Igreja.
Para o presidente do Conselho Pontifício, “a marginalização de Deus trouxe a desorientação na identidade pessoal” e “a indiferença, ignorância com relação aos conteúdos essenciais da doutrina”. “Muitos, equivocando-se, pensaram que o anúncio explícito já não é necessário e que somente o testemunho de vida é o caminho da nova evangelização”, acrescentou.
Por este motivo, o presidente do dicastério vaticano destacou que “é hora de abrir as portas e voltar a anunciar a ressurreição de Cristo, da qual somos testemunhas”.
Segundo Dom Fisichella, “o testemunho comporta o anúncio explícito de por que se escolher viver seguindo Cristo”.
Como explicou um professor de Patrística, de fato, lecionar a história da Igreja não significa evangelizar. O professor polonês contou que sua aluna mais destacada de Patrística não é crente.
Isso mostra que, sem testificar o amor de Deus, não se evangeliza.
Entre os âmbitos nos quais se pretende renovar e concentrar as atividades da nova evangelização, Dom Fisichella indicou a liturgia, a confissão, a Eucaristia, a família, a cultura, o compromisso político e civil, a imigração e a comunicação.
A assembleia respondeu com entusiasmo ao convite.
Kiko Argüello, iniciador e representante do Caminho Neocatecumenal, contou que as famílias estão desenvolvendo um papel imenso na nova evangelização.
Kiko referiu, além disso, que ele enviou catequistas e presbíteros a lugares onde a fé estava desaparecendo e este foram rejeitados. Enviou depois famílias e estas operaram o milagre: não somente não foram rejeitadas, senão que realizaram obras de conversão e de transmissão da fé com resultados incríveis.
Julian Carrón, de Comunhão e Libertação, explicou que a fé plasma e enriquece a cultura.
Se a fé não está presente, a cultura não se desenvolve, e a fé é verdadeira e incide na história de um povo quando se converte em cultura.
Sobre o fenômeno da imigração, Adriano Roccucci, da Comunidade de Sant'Egidio, comentou que a Itália está envelhecendo e que a porcentagem mais elevada de jovens não é italiana. Por este motivo, é necessário dar uma resposta na caridade, “que é a primeira viagem evangélica”.
O Pe. Gigi Perini, pároco da igreja de São Eustórgio, em Milão, e criador das “células de evangelização”, recordou as palavras do beato John Henry Newman.
“É necessário – disse – que o gigante adormecido, que é a paróquia, desperte! Uma paróquia dinâmica, carregada do amor de Deus, que fascine seus fiéis e que os interpele à evangelização.”
Franco Miano, da Ação Católica italiana, dirigiu, por sua vez, um apelo à unidade de todas as realidades associativas, enquanto Dom Donald Wuerl, bispo de Washington (Estados Unidos), pediu para “evangelizar os evangelizadores”, porque “estes não podem sê-lo se não tiverem uma fé profunda”.
Salvatore Martinez, da Renovação no Espírito, sugeriu, finalmente, “formar homens novos em Cristo, capazes de fazer uma nova política para libertar a nossa época da multiplicação das estruturas de pecado”.
Fonte: Zenit.
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