Há um lugar do Iraque onde os cristãos se triplicaram nos últimos 15 anos, segundo um bispo que tem de enfrentar uma grande afluência de pessoas que fogem da perseguição e da opressão.
Os cristãos de Ankawa, um subúrbio da capital curda Erbil, passou de 8.500, na metade da década de 90, a mais de 25 mil. Destes, 1.500 chegaram no curso do último ano.
Muitos deles fugiram depois do ataque de 31 de outubro de 2010 à catedral sírio-católica de Bagdá, na qual 58 pessoas foram assassinadas e mais de 70 ficaram feridas, em um ataque durante a Missa do domingo à noite.
Os cristãos que chegam a Ankawa não vão somente da capital iraquiana, mas de todo o país: Mosul, ao norte, Kirkuk, ao nordeste e finalmente Basra, ao extremo sul, a centenas de quilômetros de distância.
O arcebispo Bashar Warda, de Erbil, comentou à associação caritativa internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) o grande desafio de ajudar os que chegam a Ankawa. Segundo o prelado, muitos cristãos que chegam a Ankawa a veem como uma etapa em vista de uma eventual migração rumo à Turquia, Líbano ou Jordânia.
Nos últimos 10 anos, os cristãos no Iraque diminuíram drasticamente, passando de 800 mil a 150 mil. Muitos fugiram depois de uma série de homicídios, sequestros, violências físicas ou verbais, ataques a negócios e a casas de cristãos.
Dom Warda destacou também que a Igreja quer incentivar os cristãos a permanecer no Iraque. Além disso, descrevendo os fiéis como “muito firmes na fé”, o prelado recordou a exigência pastoral de enfrentar uma situação que vê pouquíssimas igrejas e uma grande carência de sacerdotes e catequistas.
Por esta razão, o arcebispo quer uma nova igreja em Ankawa, cidade em que AIS ajudou a evacuar os seminaristas que estudavam no distrito de Dora, em Bagdá, castigado pelos homicídios e sequestros de cristãos ocorridos entre 2004 e 2007. Em Ankawa, os seminaristas viveram durante certo período em alojamentos metálicos.
AIS garantiu também o apoio aos sacerdotes, material educativo e recursos alimentares para as famílias cristãs, provistas pelas religiosas que viajam de povoado em povoado.
“Os benfeitores nos recordam que não fomos esquecidos”, disse o arcebispo, elogiando a associação caritativa, ao participar, como hóspede especial, do lançamento, na Grã-Bretanha e Irlanda, da edição 2011 da publicação “Perseguidos e esquecidos?”, de AIS sobre os cristãos oprimidos.
“Merecem um 'muito obrigado' pela sua esplêndida atuação, pensando, orando e agindo em nosso apoio com grande abertura.”
Fonte: Zenit.
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