Após o intenso calor que tem acompanhado estes dias da Jornada Mundial da Juventude de Madri, uma tempestade forte e súbita impediu o Papa Bento XVI de fazer seu discurso preparado para a Vigília no aeroporto de Cuatro Vientos.
O Papa chegou a Cuatro Vientos às 20h30, depois de saudar os jovens com necessidades especiais no Instituto de San Jose.
No pátio o esperavam centenas de milhares de jovens, que durante todo o dia enfrentaram o forte calor.
A Vigília transcorreu como o planejado, começando com uma procissão onde a Cruz da JMJ, levada por jovens dos cinco continentes, chegou ao palco.
Em seguida, cinco representantes dos jovens, um de cada região do mundo, se dirigiram até o Papa, como é habitual nestes encontros, para compartilhar suas experiências e preocupações.
Mas logo depois, no momento em que o Papa ia tomar a palavra, começou uma tempestade com vento forte, que o impediu de seguir falando.
Bento XVI não se moveu do seu lugar nem parou de sorrir, apesar da chuva que lhe pegou de frente, molhando sua roupa e os papéis que tinha em mãos. Seus assessores tiveram de cobri-lo completamente com três guarda-chuvas.
Depois de vários minutos sob a chuva, quando diminuiu um pouco, o Papa se dirigiu aos peregrinos, que não se deixaram desanimar, com um "jovens, obrigado por sua alegria".
"Obrigado por sua resistência! A força de vocês é maior do que a chuva!", acrescentou. "O Senhor, com a chuva, nos envia muitas bênçãos. Também nisso vocês são um exemplo".
Omitindo o restante da homilia, o Papa pronunciou as saudações finais em várias línguas, brincando, ao falar com os italianos, desejando-lhes que esta Vigília, "com todas as nossas aventuras, "permaneça como uma "experiência inesquecível" em suas vidas.
"Conservem a chama que Deus acendeu no coração de vocês nesta noite: façam que não se apague, ainda que venha mais chuva", acrescentou.
A vigília continuou com o ato principal previsto, a procissão e a adoração eucarística, e a bênção do Santíssimo Sacramento exposto na Custódia Arfe, da imponente catedral de Toledo, trazida especialmente para esta ocasião.
No final, o Papa quis dar boa noite em espanhol aos jovens, que tinham pela frente toda a noite em vigília, à espera da Missa da manhã de domingo. "Queridos jovens, vivemos uma aventura juntos. Firmes na fé em Cristo, vocês resistiram à chuva”.
“Antes de ir, quero desejar uma boa noite a todos. Que descansem bem. Obrigado pelo sacrifício que estão fazendo. E que, não duvido, oferecerão generosamente ao Senhor. Nos vemos amanhã, se Deus quiser. Espero todos. Agradeço vocês pelo maravilhoso exemplo. Como nesta noite, com Cristo vocês sempre poderão enfrentar as provas da vida. Não se esqueçam disso. Obrigado a todos!”
Incidentes
O intenso calor das horas prévias à chegada do Papa provocou 800 emergências médicas por desmaios e mal-estar pelo calor.
A organização da JMJ distribuiu mensagens de alerta aos peregrinos para que buscassem beber líquidos em todos os momentos.
Depois, a tempestade derrubou algumas barracas, com um saldo de sete pessoas com ferimentos leves, algumas com fraturas.
Além disso, de acordo com a organização, cerca de 200.000 peregrinos teriam sido impedidos de aceder à Vigília nem à Missa deste domingo, incapazes de ter acesso à esplanada, por razões de segurança.
Por isso, decidiu-se habilitar um espaço para acolhê-los, no estado do Atlético de Madrid, o "Vicente Calderón", com telões para que acompanhem os encontros.
Por Inma Álvarez, com informações de Jesús Colina
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