Mais de 130 mil jovens de todo o mundo chegaram à Espanha antes do início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Madri, para passar dias de convivência com jovens espanhóis nas dioceses: 65 dioceses acolheram peregrinos de 137 países, dos cinco continentes.
O plano desses dias variou de lugar para lugar. Peregrinos franceses acolhidos na diocese de Oviedo visitaram o santuário de Covadonga. A delegação italiana também visitou o santuário mariano e Santiago de Compostela.
Em Valladolid, houve atividades espirituais e gastronômicas, além de voluntariado social. Além de iniciar em uma degustação de “tapas” os peregrinos da Tanzânia, Filipinas, Índia e Canadá, entre outros, ofereceram-lhes uma Via Sacra organizada pela juventude de Fresno del Viejo.
Em Guadalajara, participaram de um Festival de Carismas. Lá, a recepção de peregrinos foi feita em famílias da diocese, muitas delas formadas por participantes de outras jornadas mundiais.
Patrícia e Jorge, com um filho, acolheram três peregrinações da Califórnia. "Nós participamos na JMJ de Roma, em 2000, e vivemos os Dias nas Dioceses com uma família de Imola – explicaram. A JMJ é uma oportunidade de devolver o que nós recebemos há dez anos."
Castilha, terra de santos
Ávila anunciou sua riqueza espiritual ao redor de Santa Teresa, com o retiro espiritual “Teresa de Jesus:enraizada e edificada em Cristo”. Desfrutaram, na imponente muralha da cidade, de um show de luzes e sons em 13 de agosto.
A diocese de Burgos acolheu mais de 2 mil peregrinos de 18 países, com uma Eucaristia solene em honra de Santa Maria a Maior, padroeira da cidade.
Presidida pelo arcebispo, foi concelebrada por 6 bispos – das dioceses de Montpellier, Carcassonne, Perpignan, Nimes, Saint John e Halifax – e mais de 200 sacerdotes.
“Conhecer a riqueza espiritual da diocese de Burgos através dos seus santos mais representativos” foi o objetivo da vigília de oração “Burgos, terra de santos”, da qual participaram cerca de 3 mil pessoas, entre peregrinos e voluntários.
Seminaristas iraquianos em Córdoba
Em Córdoba, o bispo Demetrio Fernández, na festa da Assunção, presidiu uma celebração internacional com milhares de jovens no estádio de Fontanar.
Entre os peregrinos acolhidos em Córdoba, havia um grupo de iraquianos. O bispo teve um encontro com bispos e seminaristas da diocese de Mossul.
“Estamos em presença de uma igreja que é perseguida. Eles são testemunhas da fé cristã”, destacou Dom Fernández.
O arcebispo de Mossul explicou que, no norte o Iraque, há atualmente cerca de 40 mil católicos e um total de 24 sacerdotes, além de diversas ordens religiosas mistas que provêm de diferentes ritos, mas cuja obediência é pontifícia.
Os dois bispos iraquianos disseram que mais de 50% dos cristãos – desde 2003, data da invasão do país pelos EUA – migraram para o interior do país ou para o exterior.
No solo da Sagrada Família
Na basílica da Sagrada Família de Barcelona, consagrada ao culto pelo Papa no último mês de novembro, foi preciso celebrar duas Missas internacionais no domingo, 14 de agosto, dada a impossibilidade de acolher em seu interior, em uma só celebração, os 12.300 jovens que passavam esses dias na arquidiocese de Barcelona antes de viajar a Madri.
Na Eucaristia da manhã, predominaram o inglês e o alemão; na da tarde, o italiano e o francês.
O arcebispo de Barcelona, cardeal Lluís Martínez Sistach, presidiu as duas Missas, nas quais numerosos jovens estavam sentados no chão das naves laterais.
Um dia antes, no sábado 13, mais de 30 mil jovens católicos participaram de uma Eucaristia no Fórum de Barcelona, construído para acolher, em 2004, o Fórum Universal das Culturas.
“Eu vi a noite encher-se de festa cristã”
“Vi os jovens chegarem com antecedência e as casas e corações se abrirem generosamente”, contou um sacerdote de Sevilha.
“Vi os jovens chorando no confessionário, adorando o Santíssimo Sacramento do altar, e tudo com a alegria de ter Cristo diante deles”, confessou.
“Vi o salão da prefeitura transformado em espaço para Deus, a generosidade do povo e todos dando o que tinham”, continuou.
“Vi as pessoas rezando o terço como oração integradora e o povo saindo e entrando no grupo, porque aquilo era belo.”
“Vi a noite encher-se de festa cristã, sem necessidade de recorrer a nada estranho para se divertir”, acrescentou.
E concluiu: “Eu os vi pensar, orar, guardar silêncio e escutar... Em meio a tudo isso, a pergunta sempre direta é: e nós, o que temos que fazer?”.
Fonte: Zenit - (Nieves San Martín)
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