“A esperança que não defrauda é a fé em Jesus Cristo”: foi assim que o Papa Bento XVI comentou o tema do 32º Meeting de Rimini – “E a existência se torna uma imensa certeza” –, na saudação enviada ao bispo de Rimini, Dom Francesco Lambiasi.
O Meeting pela amizade entre os povos foi inaugurado neste domingo, com uma Celebração Eucarística da qual participaram mais de 11 mil pessoas.
Os números, também este ano, são impressionantes: 115 encontros, 26 espetáculos, 10 exposições, 11 manifestações esportivas e 332 relatores que intervirão no encontro, bem como 160 mil metros quadrados de espaços cobertos na Feira e 3.270 voluntários.
Os participantes são jovens procedentes da Itália, Egito, Rússia, Grã-Bretanha, Brasil, Camarões, Canadá, Chile, Costa Rica, França, Kosovo, Lituânia, México, Nigéria, Espanha, Estados Unidos, Suíça e Ucrânia; 800 pessoas – a maioria delas, universitárias – trabalharam gratuitamente durante o pre-Meeting (de 11 a 20 de agosto), para deixar a Feira preparada.
A mensagem do Papa, transmitida pelo secretário de Estado de Sua Santidade, cardeal Tarcisio Bertone, explica o dado antropológico segundo o qual a origem do homem é querida por alguém a quem ele naturalmente tende.
Luigi Giussani, fundador do movimento Comunhão e Libertação, que promove anualmente o Meeting de Rimini, afirmou que esse alguém ama o homem como os pais amam os filhos e o que torna os filhos fortes é a certeza do amor dos pais.
“Já na história do povo de Israel – escreveu o Pontífice –, sobretudo na experiência do êxodo, descrita no Antigo Testamento, emerge como a força da esperança deriva da presença de Deus, que guia o seu povo.”
“O homem não pode viver sem a certeza do seu próprio destino”, destacou Bento XVI, acrescentando que é com o advento de Cristo que “a promessa que alimentava a esperança do povo de Israel chega ao seu cumprimento”.
“Em Cristo Jesus – destacou o Papa –, o destino do homem foi extraído definitivamente da nebulosidade que o rodeava” e, “através do Filho, no poder do Espírito Santo, o Pai nos desvelou definitivamente o futuro positivo que nos espera”.
Segundo o Pontífice, “Cristo ressuscitado, presente em sua Igreja, nos sacramentos com o seu Espírito, é o fundamento último e definitivo da existência, a certeza da nossa esperança”.
“Somente a certeza da fé permite ao homem viver intensamente o presente e ao mesmo tempo transcendê-lo, descobrindo nele os reflexos do eterno com que o tempo se ordena.”
“Os dramas do século passado demonstraram amplamente que, quando diminui a esperança cristã, isto é, quando diminui a certeza da fé e o desejo das 'coisas últimas', o homem se perde e se torna vítima do poder.”
“Uma fé sem esperança provocou o surgimento de uma esperança sem fé”, resumiu.
A mensagem do Papa conclui com uma citação de André-Jean Festugière, segundo o qual “a imortalidade cristã se caracteriza precisamente por ser a expressão de uma amizade”.
“O que é o paraíso, senão o cumprimento definitivo da amizade com Cristo e entre nós?”, questionou o filósofo francês.
Para o Pe. Festugière, “a existência, portanto, não é um proceder cego, mas um ir ao encontro de quem nos ama; sabemos, então, onde estamos andando, rumo a quem nos dirigimos, e isso orienta toda a existência”.
Fonte: Zenit - (Antonio Gaspari)
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