quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Católicos e luteranos: esforços de aproximação

“A Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial preparam uma declaração comum sobre a Reforma, frente ao quinto centenário da publicação das 95 teses de Lutero, em 2017”, destacou a Rádio Vaticano nesta segunda-feira. O Papa quis dar uma dimensão ecumênica à sua próxima viagem à Alemanha.

O presidente do dicastério romano para a promoção da unidade dos cristãos, cardeal Kurt Koch, anunciou a notícia em uma entrevista concedida à agência católica alemã KNA.

O texto “deveria analisar a Reforma à luz dos dois mil anos do cristianismo”, destaca a Rádio Vaticano, acrescentando que “a comemoração comum deste aniversário poderia ser a ocasião de um mea culpa recíproco”. Para o cardeal Koch, é necessária “uma purificação comum da memória”.

Durante sua viagem à Alemanha, de 22 a 25 de setembro, Bento XVI visitará Erfurt, onde Lutero realizou uma parte dos seus estudos. O cardeal Koch revelou que foi o próprio Papa quem quis que sua viagem tivesse uma forte dimensão ecumênica.

A terceira viagem de Bento XVI ao seu país natal tem como lema “Onde está Deus, há futuro” e incluirá também visitas a Berlim, Etzelsbach e Friburgo.

A chanceler alemã Angela Merkel, filha de um pastor protestante, destacou, por sua vez, que a viagem de Bento XVI incentiva “a convergência e a solidariedade entre os cristãos e a sociedade atual”.

Intensa preparação

Precisamente para preparar sua viagem à Alemanha, o Papa teve, em 13 de agosto, um encontro de mais de três horas com uma delegação oficial do episcopado alemão, formada pelo arcebispo de Munique e Frisinga, cardeal Reinhard Marx; pelo presidente da conferência episcopal, Dom Robert Zöllitsch; e pelos bispos de Osnabrück e Essen, Dom Franz-Josef Hermann Bode e Dom Franz-Josef Overbeck, respectivamente.

A entrevista se desenvolveu “em um profundo espírito de fraternidade”, segundo a Rádio Vaticano. Prolongou-se com um almoço, de maneira que o momento de partilha durou, no total, “mais de três horas”.

Em um comunicado divulgado por ocasião deste encontro, os bispos alemães explicaram que informaram a Bento XVI sobre o processo de diálogo nacional estabelecido pela Igreja na Alemanha.

Os bispos convidaram cerca de 300 católicos, leigos e religiosos, para refletirem juntos, durante os próximos quatro anos, sobre a fé e o futuro da Igreja Católica. Este processo de diálogo foi proposto durante a assembleia plenária de outono de 2010 e a primeira edição aconteceu nos dias 8 e 9 de julho, em Mannheim.

O Papa se mostrou muito interessado neste processo, que poderia, em sua opinião, dar um impulso importante para o futuro da Igreja. Bento XVI destacou que este diálogo é um caminho espiritual de renovação e incentivou os bispos alemães a continuarem neste caminho. Além disso, sublinhou o vínculo que deveria ser estabelecido com o 50º aniversário do Concílio Vaticano II.

Programa

O Papa começará sua viagem em 22 de setembro, na capital alemã. Após a cerimônia de boas-vindas do Castelo de Bellevue e os encontros com o presidente, Christian Wulff, e a chanceler, Angela Merkel, pronunciará um esperado discurso no Parlamento do Reichstag.

Depois, ele se encontrará com a comunidade judaica em uma sala do Reichstag e celebrará a Missa no Olympiastadion de Berlim.

Na sexta-feira, dia 23, pela manhã, o Pontífice se encontrará com representantes da comunidade muçulmana. Depois se transladará a Erfurt, na Turíngia, aos lugares em que Lutero viveu.

Após a visita à catedral de Santa Maria, terá um encontro com os representantes do Conselho da Igreja Evangélica; depois participará de uma celebração ecumênica na igreja do convento dos agostinianos de Erfurt.

À tarde, o Papa se dirigirá ao santuário de Nossa Senhora de Etzelsbach, onde presidirá as vésperas marianas na Wallfahrtskapelle. À noite, voltará a Erfurt.

No sábado, 24 de setembro, às 9h, presidirá Missa na Domplatz de Erfurt. À tarde, irá a Friburgo, ao Baden-Württemberg: lá, após a visita à catedral e a saudação aos cidadãos, ele se encontrará com o ex-chanceler Helmut Kohl.

Depois, terá três encontros: com os representantes das igrejas ortodoxas, com os seminaristas e com o Conselho do Comitê Central dos Católicos alemães. À noite, participará de uma vigília com os jovens na Feira de Friburgo.

No domingo, 25 de setembro, o Papa presidirá a Missa e o Ângelus no Aeroporto Turístico de Friburgo. Depois de almoçar com os membros da Conferência Episcopal Alemã, terá um encontro com os juízes do Tribunal Constitucional Federal e com os católicos comprometidos na Igreja e na sociedade.

Às 18h45, acontecerá a cerimônia de despedida, no aeroporto de Lahr, e a volta a Castel Gandolfo à noite.

Fonte: Zenit.

Uma esmolinha, por amor de Deus!

Seu rosto era um espelho diferente, já que refletia todos os tempos: o passado tinha gravado nele sulcos profundos, denunciadores de dias difíceis e de sofrimento intenso; o futuro era antecipado pela insegurança e pelo medo, estampados em seu olhar; o presente estava sintetizado no movimento de seus lábios, a pedir: “Uma esmolinha, por amor de Deus!”

Uma esmolinha! Qual seria a história desta mulher, quase só pele e ossos, envelhecida tão precocemente? Seria possível reconstituir sua infância? Que sonhos teriam povoado sua juventude? Que histórias teria para nos contar? Depois de tudo o que passou, enfrentou e viveu, o que pensa da vida? O que espera da sociedade?

Não seria possível, agora, fazer-lhe muitas perguntas. O problema que enfrentava era marcado pela urgência, melhor, pela sobrevivência. Não tinha tempo nem condições para considerações sociológicas, filosóficas ou metafísicas. O máximo que poderia fazer seria recordar as repostas que seu pedido tivera ao longo do dia. Não conseguiria, contudo, adivinhar o que não lhe foi dito, mas apenas expresso nos olhares de piedade, indiferença ou repulsa.

Diante de sua pobreza, cada qual se definiu, mesmo que só em pensamento: “Eu não ajudo quem pede esmola”; “Aí está o resultado de uma sociedade estruturada sobre a injustiça”; “Onde está o dinheiro de nossos impostos?”; “Por que o Governo não faz nada por pessoas assim?”; “Meu Deus, que rosto de sofrimento!”; “O que será que posso fazer?” etc.

Conseguimos resgatar espaçonaves perdidas no espaço, obter progressos consideráveis na pesquisas do câncer e desenvolver tipos de sementes adaptadas às condições climáticas de cada região. Novos Lázaros continuam, porém, percorrendo nossas estradas, estendendo suas mãos para matar a fome com o que cai de nossas mesas (cf. Lc 16,19-31).

O que fazemos pelos pobres? Houve épocas que foram dominadas por obras assistenciais. Tratava-se de “dar o peixe” aos necessitados, mesmo porque a fome exige respostas rápidas. Depois, nasceram iniciativas visando a promoção humana; o importante, dizia-se, é “ensinar a pescar”, para evitar a eterna dependência. Descobrimos, porém, que isso já não basta. É toda uma renovação das estruturas de nossa sociedade que se torna necessária, para que o processo de empobrecimento deixe de fabricar novos miseráveis. Enquanto isso, conforme o caso concreto que nos desafia, esta ou aquela atitude poderá ser a mais oportuna.

São muitos os pobres e necessitados que nos cercam. Há pobres no campo econômico: famintos, sem casa ou sem saúde, desempregados, sem meios para viver com dignidade. Há pobres no campo social: marginalizados por inúmeras razões, migrantes, analfabetos. Há pobres na consistência física ou moral: deficientes, alcoólatras, drogados, prostitutas, debilitados psiquicamente. Há pobres de amor: idosos desprezados, crianças abandonadas, prisioneiros, famílias desfeitas ou desagregadas. Há pobres de valores autênticos: escravos do prazer, do dinheiro, do poder.

A mão que se estende em nossa direção é um grito de alerta: alguém, em algum lugar, precisa de nossa ajuda material e de nosso tempo, de nossa dedicação e de nosso amor. Poderemos nos omitir, refugiando-nos em desculpas; ou, então, poderemos nos unir a todos os que se inquietam com os olhares que atravessam o tempo e as distâncias para nos pedir: “Uma esmolinha, por amor de Deus!”

Em nossa cidade, região e Estado, há inúmeras iniciativas em favor de crianças pobres; de mães grávidas abandonadas pelos maridos; de adolescentes que muito cedo são motivo de preocupação; ou de idosos sem família e sem amor. Interessar-se por essas iniciativas ou, inclusive, oferecer-se como voluntário, poderá ser o primeiro passo para a descoberta de novas respostas para os problemas sociais que nos desafiam.

Descobriremos, então, que somos ricos de esperança porque alguém, um dia, estendeu sua mão em nossa direção, levantou-nos e nos acolheu como irmãos, dando-nos dignidade e razões para viver. Não será esta uma indicação para fazermos o mesmo?

Dom Murilo S.R. Krieger, scj, é arcebispo de São Salvador da Bahia


Bento XVI: “Peçamos ao Senhor que se mostre”

“Que o Senhor se mostre”: esta é a oração que o Papa Bento XVI dirigiu aos seus ex-alunos no final do tradicional encontro ocorrido em Castel Gandolfo de 25 a 28 de agosto.

O seminário estival do ex-alunos do Pontífice (Ratzinger Schülerkreis) tratou, este ano, do tema da nova evangelização.

No domingo, 28, pela manhã, Bento XVI presidiu a Missa no Centro Mariapoli de Castel Gandolfo. Introduzindo a Celebração Eucarística, pediu ao Senhor que se manifestasse aos seus fiéis.

“Neste tempo de ausência de Deus, quando a terra das almas é árida e as pessoas não sabem de onde vem a água viva, peçamos ao Senhor que se mostre”, convidou.

“Queremos pedir-lhe que, àqueles que buscam em todos os lugares a água viva, mostre-lhes que Ele é esta água e que Ele não permite que a vida dos homens, sua sede pelo que é grande, pela plenitude, se afogue e se sufoque no transitório.”

“Queremos pedir-lhe sobretudo pelos jovens: que a sede d'Ele viva neles e que possam reconhecer onde se encontra a resposta”, acrescentou.

“E nós, que pudemos conhecê-lo desde a juventude, podemos pedir perdão, porque não somos capazes de levar a luz do seu rosto aos homens; muito pobremente deixamos transluzir que 'Ele é, Ele está presente e que Ele é a realidade grande e plena que todos nós esperamos'.”

“Peçamos o seu perdão; que nos renove com a água viva do seu Espírito e que nos permita celebrar os sagrados mistérios dignamente”, concluiu o Papa.

Nesta edição do encontro, participaram 40 pessoas, entre as que se destacam o cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, Dom Hans-Jochen Jaschke, bispo auxiliar de Hamburgo, e Dom Barthélémy Adoukonou, secretário do Conselho Pontifício para a Cultura.

Fonte: Zenit.

“A Igreja Católica está na vanguarda da bioética”

O Dr. John Hass, diretor do Centro Nacional Católico de Bioética dos Estados Unidos e membro prominente do Instituto Internacional para a Cultura, foi o encarregado de pôr em marcha a segunda geração do mestrado em bioética ministrado no Centro de Pesquisa Social Avançada (CISAV), em seu novo campus, em Querétaro (México).

A conferência inaugural dessa importantíssima pós-graduação do CISAV foi dada pelo Dr. Hass, sobre o tema dos riscos que a humanidade enfrenta com a clonagem.

De fato, o mestrado em bioética do CISAV é o primeiro em seu gênero na América Latina e enfrenta, com rigor acadêmico e baseado na doutrina social da Igreja, estes fenômenos que poderiam parecer exclusivos de países desenvolvidos, mas que, pouco a pouco, vão sendo introduzidos nas legislações dos países que formam – do ponto de vista católico – “o continente da esperança”.

Entrevistado por El Observador, John Hass foi enfático ao afirmar que a Igreja Católica tem uma enorme área de oportunidade nos temas que a bioética abrange. Nos Estados Unidos, a Igreja está na vanguarda. No México, através de centros de pesquisa como o CISAV, tem esse importante futuro.

Que papel a Igreja Católica está desempenhando neste debate sobre a ética e a biologia nos Estados Unidos?

John Hass: Uma questão que é muito interessante de observar é que a Igreja Católica esteve e está na vanguarda. O mundo inteiro fala de bioética hoje, mas devo dizer que nosso centro foi estabelecido em 1972, antes de que o aborto fosse legalizado nos Estados Unidos, antes de ouvirmos falar da AIDS, antes de que as células estaminais fossem isoladas... Nos Estados Unidos, depois do governo, a Igreja Católica é a entidade provedora mais importante de serviços de saúde à população. São milhões de dólares destinados pela Igreja aos serviços de saúde dos americanos, todos os anos. Isso nos levou a ser capazes de antecipar os temas que, amanhã, serão centrais na medicina e nas ciências da vida. Temos de estar preparados para enfrentá-los a partir do Evangelho.

Qual é o tema mais importante na bioética hoje?

John Hass: Em minha opinião, é a despersonalização e desumanização dos serviços de saúde. Os seres humanos estão sendo concebidos como carentes de direitos. A doação de órgãos se converteu em um negócio internacional. Ocorreu o mesmo com a fertilização in vitro que, nos Estados Unidos, movimenta cerca de 5 milhões de dólares por ano... Homens e mulheres não estão sendo considerados como seres humanos, mas como material de uso para experimentos científicos, inclusive, algumas vezes, para experimentos que, na fachada, parecem ter ótimas intenções de ajudar os outros.

Está havendo avanço nos comitês de bioética dos hospitais? Estão levando em consideração a Igreja Católica?

John Hass: Isso é muito importante. Há mais de 5 anos, a organização que acredita os hospitais nos Estados Unidos estabeleceu como norma a posta em marcha de um comitê de ética para cada hospital. Mas cada hospital católico nos Estados Unidos já o tinha e sempre o teve. Este é outro exemplo de como a Igreja Católica caminha adiantada com relação aos tempos. O Comitê Nacional de Bioética, que presido, tem um programa de um ano para certificar os hospitais neste tema. Médicos, enfermeiras, pessoal administrativo, todos recebem o curso completo. Isso nos permite uniformizar critérios bioéticos com a essência católica e fazer que a moral e os princípios do catolicismo estejam nos hospitais que a Igreja administra. E nos outros hospitais, estão seguindo o nosso exemplo e os nossos métodos.

Vocês enfrentam a “lenda negra” de que a Igreja Católica se opõe ao progresso científico?

John Hass: Sua pergunta é muito interessante, pois nos Estados Unidos ninguém escutou nada sobre a “lenda negra”, mas os efeitos são os mesmos que se produzem na América Latina com relação ao papel da Igreja na conquista e na colonização. Nos Estados Unidos é diferente, pois se trata de um país de maioria protestante. E os protestantes acreditam que suas ideias são o que a religião é. Lutero dizia que somos salvos pela graça e somente pela fé. Para ele, a razão era perigosa. Em seu comentário à Carta aos Gálatas, diz que, se os cristãos querem se salvar, devem matar a razão e oferecê-la como um sacrifício a Deus. O problema é que muitas pessoas no meu país acreditam que “isso” faz parte de todas as religiões. Portanto, a Igreja Católica seria “irracional” e “legalista”. E nada menos perto da verdade, como mostraram os Papas João Paulo II e Bento XVI: fé e razão são as duas forças que temos para conhecer a verdade. Também nada mais afastado da verdade que dizer que os católicos rejeitam o aborto, a anticoncepção etc., porque alguém manda fazer isso, não porque descobriram a imoralidade, a inumanidade dessas práticas a partir do Evangelho, do espírito do Evangelho, da liberdade do Evangelho.

Como se pode reintroduzir a verdadeira cultura católica no contexto em que vivemos?

John Hass: Em sua encíclica “o esplendor da Verdade”, o Papa João Paulo II diz, quase no final, que a verdadeira força do ensinamento da Igreja e da cultura da Igreja Católica é a de permanecer com o olhar dirigido a Jesus Cristo crucificado. Daí parte tudo, pois já não estamos na época dos argumentos, mas na época das testemunhas, como disse uma vez à Conferência Episcopal dos Estados Unidos o então cardeal Joseph Ratzinger.

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Mais informações sobre o Centro de Pesquisa Social Avançada e o mestrado em bioética: www.cisav.mx

(Jaime Septién)


Confissões entre os anúncios de Nova Iorque

Em Nova Iorque, a publicidade é uma arte. Em cada rua, vendedores, painéis luminosos e vitrines atraem transeuntes com comida, tecnologia e qualquer produto que se possa desejar. Deveria ser então surpreendente um grande cartaz vermelho numa igreja católica romana anunciando confissões? Francamente, eu fiquei estupefata. Correndo do museu para a biblioteca, para jantar com amigos, a última coisa em que eu pensava era no sacramento da reconciliação.

A paróquia de Santa Inês é uma elegante igreja no número 143 E da Rua 43, que o antigo prefeito de Nova Iorque, Ed Koch, descreveu como “a rua mais transitada do mundo”. A igreja oferece três horas de confissões e sete missas por dia. Intrigada, fui visitá-la. Anna Megan, que administra a igreja, me recebeu. A primeira coisa que ela fez foi destacar a importante
localização da igreja. “A meia quadra da estação Grand Central e do outro lado da rua do edifício Chrysler, a Santa Inês está no centro do tráfego de viajantes e turistas”.

O número de fiéis de Santa Inês é pequeno, mas constante, em torno de 400 pessoas. Mas podem chegar a mais de 10.000 nas férias, quando as pessoas assistem às missas e se confessam nos dias festivos e nas viagens. Graças a este intenso fluxo, a interseção da igreja foi renomeada como Fulton Sheen Place em 1990, em homenagem ao grande comunicador católico.

Santa Inês foi construída em 1873 para os trabalhadores da estação Grand Central, mas pegou fogo em 1992. A igreja atual, reconstruída em 1998, foi remodelada seguindo o modelo do Gesù, uma das basílicas romanas mais conhecidas pelo sacramento da penitência. Durante 30 anos, Santa Inês ofereceu um horário regular de confissões diárias. É o resultado não só de uma iniciativa pastoral, mas também da insistência dos fiéis.

Visitei a paróquia à uma da tarde, quando começava a adoração eucarística, com a igreja cheia em três quartos da sua capacidade. Toda a diversidade étnica, econômica e estética de Nova Iorque se ajoelhava unida nos bancos. Jovens com idosos, tatuagens com véus, bolsas de grife com sacolas de papelão.

Há muitas outras igrejas que oferecem confissões regulares em Nova Iorque, é claro. A catedral de São Patrício oferece confissões durante as manhãs e no almoço, e o santuário de Santo Antônio as oferece com tanta frequência que é conhecido como o confessionário de Nova Iorque.

Mas depois de ver tantas igrejas fechadas durante todo o dia nos Estados Unidos, e os boletins paroquiais anunciando discretamente os horários de confissões (só aos sábados, de 3:15 a 3:30, ou mediante agendamento), Santa Inês é uma maravilha e um modelo para muitas.

Perguntei sobre as dificuldades de manter a igreja aberta todo o dia e de provê-la de padres para os sacramentos. Megan me disse que os fiéis colaboram para que a igreja fique aberta, custodiando o tabernáculo.
Embora só haja um sacerdote diocesano na paróquia, o padre Richard Adams, normalmente cinco ou seis padres de lugares como as Filipinas, Gana ou Birmânia ajudam com os sacramentos.

Esta disponibilidade dos sacramentos ficou tão popular que há sempre filas nos dois confessionários, e mais de uma vez foi chamado um padre na hora do almoço ou do jantar para atender alguma alma em trânsito. São João Maria Vianney ficaria muito orgulhoso.

Numa cidade em que cada canto oferece produtos para que a aparência das pessoas esteja sempre pronta para uma foto, Santa Inês promove um tratamento de limpeza muito mais profundo.


Fonte: Zenit.

Ludbreg: Papa envia cardeal Tomko

O Papa nomeou o prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Josef Tomko, como seu enviado especial para as celebrações conclusivas do ano jubilar do sexto centenário do “milagre eucarístico de Ludbreg”, que se comemorará no santuário homônimo, na diocese croata de Varazdin, no próximo dia 4 de setembro.

Em uma carta ao cardeal Tomko, escrita em latim e divulgada no último sábado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, Bento XVI recorda que, “sem a Eucaristia, não podemos ser verdadeiros cristãos e a Igreja não pode ser construída para a salvação dos homens”.

Há 600 anos, em 1411, um sacerdote viu o vinho transformar-se em sangue, enquanto celebrava a Missa duvidando da verdade da transubstanciação.

Os fiéis croatas veneraram este milagre eucarístico ao longo dos séculos e foram testemunhas de inúmeras curas, destacou a Rádio Vaticano.

Bento XVI fez referência ao “milagre eucarístico” durante sua visita à Croácia, no último dia 5 de junho, ao celebrar a Missa em Zagreb, por ocasião do Dia Nacional das Famílias Católicas.

“Queridos pais, esforcem-se sempre em ensinar seus filhos a rezar e rezem com eles; aproximem-nos dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia, neste ano em que comemoram o sexto centenário do 'milagre eucarístico de Ludbreg'”, pediu então.

“Introduzam-se na vida da Igreja; não tenham medo de ler a Sagrada Escritura na intimidade doméstica, iluminando a vida familiar com a luz da fé e louvando Deus como Pai – acrescentou. Sejam como um pequeno cenáculo, como aquele de Maria e dos discípulos, no qual se vive a unidade, a comunhão, a oração.”

Fonte: Zenit.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um passo para frente

Aconteceu durante uma guerra. Os homens lutavam para escrever uma página da história. O grupo estava avançando, afundando na lama. Não havia caminho e cada passo exigia um esforço fora do comum. O capitão decidiu fazer uma última e desesperada tentativa. Juntou os soldados, quase irreconhecíveis, com os uniformes incrustados de lama e de medo.

– Preciso de voluntários – gritou o comandante olhando aqueles rostos e querendo ver neles algum sinal de heroísmo – vou lhes deixar alguns instantes para decidirem, quem se oferecer dê um passo para frente! - Virou as costas e esperou.

Quando encarou novamente os homens viu uma única fila compacta.

– Ninguém se ofereceu? – perguntou com amargura.

– Capitão, todos nós demos um passo para frente – respondeu, quase sem voz, o mais jovem daqueles uniformes.

Parece uma cena de filme, de tão acostumados que estamos com a ficção da televisão. Histórias verdadeiras de heroísmo, porém, existem e acontecem todos os dias. Falo de pessoas honestas, cumprindo o seu dever com humildade e dedicação. Outras ajudando o próximo ou servindo a quem precisa sem alarde e sem propaganda. Existem também os casos que se tornam manchetes como os de alguém que devolve dinheiro alheio, encontrado por acaso, e também em ocasiões de desastres quando a solidariedade e o amparo vêm, muitas vezes, de quem menos se esperava. Assim é o heroísmo: um gesto que suscita admiração e deveria conduzir à imitação. Debochar de quem se esforçou, arriscou a vida ou simplesmente mostrou solidariedade e honestidade é, no mínimo, inverter os valores sobre os quais deveria alicerçar-se uma sociedade que busca o bem e a convivência pacífica de todos. É importante que, ao menos algumas vezes, o bem se torne notícia, para não esquecermos que a atitude mais comum a todos nós deveria ser praticar aquelas virtudes que embelezam e enriquecem a vida. É sempre bom que, no meio de tantas notícias trágicas ou sobre as futilidades dos “famosos”, apareçam notícias, do bem, bem feitas e merecedoras de reconhecimento.

A esta altura, não seria o caso de pensar que nós todos poderíamos ou deveríamos ser um pouco mais heróis? Quando Jesus nos convida a segui-lo carregando a nossa cruz nos manda, afinal, a não fugir das nossas responsabilidades e das infinitas possibilidades de fazer o bem que, com certeza, aparecem todos os dias à nossa frente. Se o extraordinário chama a nossa atenção, o cotidiano pode fazer de nós verdadeiros heróis da paciência, da perseverança, e da fidelidade. Talvez a cruz de todos os dias seja tão pesada quanto um gesto ocasional único e irrepetível. Ou, talvez, o gesto heróico se torne possível porque todos os dias treinamos um pouco de amor para não perder o costume da generosidade, a sensibilidade do coração, enfim a disposição a fazer o bem. Não é por acaso que o pior inimigo da nossa vida cristã não seja tanto o mal que, graças a Deus, não cometemos tanto assim, mas a mediocridade, isto é, a incapacidade de sobressair: na nossa maneira de falar e agir, pelo bem que cumprimos, pelas virtudes que praticamos, pela bondade que espalhamos. Para nós cristãos, esforçarmo-nos para sermos melhores não é ambição, mas obrigação. Simplesmente para não cair na indiferença e esquecer a alegria de doarmos um pouco, ou muito, da nossa própria vida. Somente assim nos salvamos da mediocridade e ajudamos a outros a dar um sentido melhor à própria vida. Para sermos bons cristãos não basta não fazer o mal, é urgente fazer o bem.

Neste último domingo de agosto, precisamos agradecer a tantos irmãos e irmãs que ajudam nas nossas paróquias e comunidades. Além daquelas pessoas maravilhosas sempre disponíveis para ajudar em tudo o que for preciso, existem também muitos ajudando em serviços específicos conforme a disponibilidade e as capacidades de cada um. Lembramos de maneira especial as catequistas e os catequistas e todos aqueles que procuram fazer conhecer e amar mais a nossa fé. No entanto qualquer um que pratica o bem é, de fato, um evangelizador, um sinal de esperança e de vida nova para quem o encontra.

Estamos combatendo uma guerra contra a indiferença e a mediocridade, precisamos de voluntários. Quem puder dê um passo para frente. Qualquer vitória contra o egoísmo começa assim.

Fonte: Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá - AP

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Benin decide abolir a pena de morte

Mais um país se soma à lista de nações que aboliram a pena de morte: Benin.

No dia 19 de agosto, Benin – para onde o Papa viajará de 18 a 20 de novembro para celebrar o 150° aniversário da evangelização do país e entregar a exortação apostólica fruto do Sínodo da África (2009) – aboliu a pena de morte, convertendo-se no 106° país do mundo e o 17° na África a fazê-lo.

Quem divulgou essa notícia com satisfação foi a Comunidade de Sant’Egídio, que no curso dos anos passados acompanhou o amadurecimento desta decisão na opinião pública de Benin, mediante uma campanha de sensibilização e coleta de assinaturas contra a pena de morte.

Fonte: Zenit.

Atentado na Nigéria: Papa pede diálogo respeitoso

Bento XVI expressou sua dor pelo atentado registrado na sexta-feira contra os escritórios da ONU em Abuja (Nigéria) e voltou a convidar os terroristas a “abraçar a vida e o diálogo respeitoso”.

O Papa se manifestou em dois telegramas idênticos, enviados ao presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, e ao secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, com os quais lhes expressou sua proximidade neste momento.

Os telegramas afirmam os “sinceros pêsames” do Papa pelas “terríveis perdas humanas tanto entre os cidadãos locais como entre os funcionários da ONU”.

O atentado na capital nigeriana causou a morte de ao menos 18 pessoas e deixou dezenas de feridos. Devastou parte da sede da ONU em Abuja, que abriga 26 agências humanitárias.

Fonte: Zenit.

Papa indica o segredo para se realizar

Bento XVI indicou neste domingo, ao rezar o Angelus com os peregrinos em Castel Gandolfo, o “segredo” para se realizar na vida: “perder a si mesmo” no seguimento de Cristo crucificado, para “encontrar a si mesmo na doação pessoal”.

Comentando o evangelho dominical, o Papa destacou que “quando a realização da própria vida está voltada exclusivamente para o êxito social, o bem-estar físico e econômico, já não se pensa segundo a vontade de Deus, mas segundo os homens”.

“Pensar segundo o mundo é deixar Deus à parte, não aceitar seu desígnio de amor, é quase impedi-lo de cumprir sua sábia vontade”, disse.

Citando o primeiro volume de seu livro “Jesus de Nazaré”, o Papa explicou que O Senhor ensina que "o caminho dos discípulos é segui-Lo, o Crucificado. Mas nos três Evangelhos, este segui-lo no sinal da cruz... como o caminho do "perder-se", que é necessário para o homem e sem o qual é impossível encontrar a si mesmo”.

O Papa atualizou este ensinamento para os batizados de hoje: “Como aos discípulos, também a nós Jesus dirige o convite: ‘Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me’”.

O cristão segue o Senhor “quando aceita com amor a própria cruz – embora aos olhos do mundo isso aparece como um fracasso e uma ‘perda da vida’ –, sabendo que não a leva sozinho, mas com Jesus, partilhando seu mesmo caminho de doação”.

Fonte: Zenit.

domingo, 28 de agosto de 2011

Primeira paróquia dedicada a João Paulo II do Brasil

A arquidiocese de Juiz de Fora (MG) terá a primeira paróquia do Brasil, autorizada pela Santa Sé, com o nome de Beato João Paulo II. O anúncio foi feito na quarta-feira, 24, pelo arcebispo metropolitano, dom Gil Antônio Moreira, durante o curso de atualização do clero da Província Eclesiástica de Juiz de Fora. A festa oficial de criação da Paróquia (com matriz na Rua Jeci Firmino Pinheiro, 30, bairro Nova Era) acontece no dia 22 de outubro.

Nesta semana, dom Gil, recebeu a confirmação de Roma de que esta é a primeira paróquia autorizada do Brasil a ter o nome do Beato João Paulo II. De acordo com o arcebispo, outras dioceses do Brasil fizeram o pedido de criação de paróquia com o nome do papa. No dia 1º de julho deste ano, o Vaticano enviou um decreto autorizando a arquidiocese a criar uma paróquia dedicada a João Paulo II.

O sacerdote nomeado para a comunidade é o padre João Francisco Batista da Silva. que já iniciou o serviço pastoral na nova comunidade no dia 18 de maio. “Antes de fazer o pedido ao Vaticano, dom Gil conversou com povo para saber a opinião deles. É uma alegria muito grande e uma honra termos a primeira paróquia do Brasil que vai prestar essa homenagem”, disse o padre João Francisco.

Fonte: CNBB

sábado, 27 de agosto de 2011

Continua emergência humanitária no Nordeste Africano

Pouco mais de um mês após o dramático apelo lançado por Bento XVI, no domingo, 17 de julho, por ocasião da oração mariana do Ângelus, continua a catástrofe humanitária no Chifre da África, particularmente na já martirizada Somália: depois do Bakool Meridional e da Baixa Shabelle (especialmente os distritos de Balcad e Cadale), a de Benadir, que compreende a área da capital Mogadíscio, e o chamado corredor de Afgoye.

E tudo indica que as coisas não mudarão muito. “Não cometamos o erro de acreditar que o pior já passou, advertiu em Genebra o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR), Adrian Edwards (Agência EFE, 12 de agosto). “A situação não melhorará, pelo menos até janeiro”, confirmou, por sua vez, a coordenadora das intervenções humanitárias da Fundação Cooperação Internacional (COOPI) na Somália, Gemma Sammartin (Repubblica.it, 4 de agosto).

A emergência se estende também ao norte da Somália, em particular ao Puntland, ou seja, à região semi-autônoma que forma a ponta extrema da África Oriental. “As populações perderam 85% do gado pela seca e a porcentagem de desnutrição aguda chegou a 25% nos campos de refugiados de Bosaso, e a 23,6% na região do Karkaar”, declarou Daniele Timarco, de Save the Children Italia.

Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), disponíveis em seu site (www.unicef.it, 17 de agosto), pelo menos 12,4 milhões de pessoas afetadas pela seca nos quatro países têm “necessidade imediata, urgente de ajuda humanitária”. As estimativas falam, de fato, de 4,8 milhões no leste da Etiópia, 3,7 milhões na Somália (das quais 2,8 milhões no sul do país), outros 3,7 milhões no nordeste do Quênia e, finalmente, 165 mil no pequeno Jibuti.

Ainda segundo a UNICEF, somente na Somália, 1,85 milhões de crianças precisam de assistência e mais de 780 mil estão desnutridas – 640 mil nas áreas meridionais. Deste último grupo, 310 mil crianças – isto é, quase a metade – sofrem de desnutrição aguda grave. Em todo o Chifre da África, 600 mil crianças se encontram em perigo imediato de morte, ao serem afetadas pela desnutrição grave. “Calcula-se – lê-se no Situation Report da Cáritas Somália, enviado à agencia Fides (20 de agosto) – que, a cada 11 semanas, morre 10% da população somali abaixo dos 5 anos.”

Enquanto isso, prossegue o êxodo dos refugiados. Os dados do UNHCR, que na semana passada havia criado um novo site para a emergência no Chifre da África [1], impressionam. Basta pensar na situação de Dadaab, a empoeirada cidade do nordeste do Quênia que acolhe atualmente o maior complexo de campos de refugiados. Segundo estimativas da agência da ONU, os diversos campos de Dadaab – Ifo, Dagahaley e Hagadera, mais a chamada "Extension Ifo", com os setores Ifo 2 e Ifo 3 – acolhem quase 440 mil refugiados somalis, um número de habitantes de cidades italianas como Bari (320 mil). Fugindo da carestia, da seca e da violência em seu país, atualmente mais de 140 mil somalis chegaram este ano ao Quênia, dos quais 700 mil nos meses de junho e julho (www.unhcr.it, 19 de agosto).

A constante afluência de refugiados coloca as agências humanitárias diante de uma imensa tarefa. A situação higiênica e sanitária nos campos superpopulados está frequentemente no limite, com todas as consequências, como demonstra o aparecimento de doenças como o cólera, o sarampo e a coqueluche. No complexo dos campo de Dollo Ado (Etiópia), por exemplo, foram registrados, segundo o UNHCR, 166 casos suspeitos de sarampo e 15 falecimentos ligados a esta doença.

Para enfrentar esta enésima emergência, as agências internacionais lançaram uma série de programas de vacinação massiva. Precisamente no complexo Dollo Ado, concluiu na semana passada, no campo de Kobe, uma primeira campanha de imunização contra o sarampo em todas as crianças na faixa dos 6 meses aos 15 anos, e se colocou em marcha uma segunda em Melkadida, que, com seus 40 mil prófugos, é a maior região da Etiópia.

Outro desafio para os agentes humanitários é a contínua violência. Na sexta-feira, 5 de agosto, um tiroteio ocorrido durante a distribuição de alimentos no maior campo de refugiados da capital somali, Mogadíscio (Badbado), provocou 12 vítimas. Segundo algumas testemunhas, a violência começou quando soldados governamentais ou milicianos próximos do fraco governo de transição tentaram roubar uma parte das quase 300 toneladas de ajuda do Programa Alimentar Mundial (WFP). O primeiro-ministro somali, Abdiweli Mohamed Ali, visitou o lugar e se declarou “profundamente incomodado” (guardian.co.uk, 5 de agosto).

Violência e abusos afetam também os prófugos somalis, que, depois de terem caminhado durante dias e noites inteiras, conseguem chegar aos campos do Quênia e da Etiópia. Um novo informe de Human Rights Watch (HRW), divulgado neste mês com o título “You Don't Know Who to Blame”. War Crimes in Somalia [2], denuncia abusos contra os direitos humanos, cometidos inclusive por parte das tropas do AMISOM (a missão da União Africana na Somália) e da polícia do Quênia. Não faltam notícias sobre as mulheres somalis estupradas em Dadaab e nas proximidades por policiais quenianos.

Um capítulo à parte são os combatentes do movimento islâmico extremista al-Shabab, que se retiraram de Mogadíscio, permitindo às tropas governamentais que estendessem o controle a toda a capital, que, segundo estimativas, acolhe cerca de 475 mil refugiados internos, dos quais 100 mil chegaram nos últimos meses. “Eu me pergunto se a de Chabab não é uma retirada estratégica para fazer confluir em Mogadíscio as ajudas humanitárias, para depois voltar de repente e tomar uma parte, ou talvez seus dirigentes tenham advertido a fortíssima pressão internacional (…) e tenham decidido deixar temporalmente a cena da capital somali”, explicou a Fides (8 de agosto) Dom Giorgio Bertin, bispo de Jibuti e administrador apostólico de Mogadíscio.

A ONG americana International Christian Concern (ICC), que denuncia a perseguição dos cristãos no mundo, acusa, por outro lado, os milicianos de al-Shabab de negar deliberadamente, aos cristãos que moram nos territórios controlados por eles, o acesso às ajudas ou a possibilidade de fugir a regiões sob controle governamental, um movimento que faz parte de uma estratégia para erradicar o cristianismo da Somália. “Qualquer somali suspeito de ser cristão ou amigo de um cristão não recebe ajuda humanitária alguma”, afirmou o chefe de uma igreja clandestina (ICC, 15 de agosto). Segundo fontes locais, pelo menos 18 cristãos morreram de inanição nas cidades de Afgoye, Baidawa e Kismayo, após terem sido excluídos das ajudas humanitárias.

Como se sabe, os al-Shabab, que no último verão vetaram três agências humanitárias cristãs, acusando-as de ser missionárias, mostraram-se sempre ferozes diante dos cristãos. Basta recordar as impactantes imagens da degolação, em 2008, de um convertido ao cristianismo, o jovem de 25 anos Mansur Mohammed, por parte dos milicianos islâmicos.

Enquanto isso, a comunidade cristã internacional mantém, junto às demais agências humanitárias, seu compromisso a favor das populações afetadas. Enquanto a Cáritas Somália está coordenando as ajudas procedentes das demais cáritas do Mundo, a organização católica irlandesa Trócaire assiste cerca de 220 mil pessoas no centro-sul da Somália (Fides, 20 de agosto). Por outro lado, os bispos católicos do Quênia lançaram, há algumas semanas, um fundo de emergência – o Catholic Charity Emergency Fund – e dirigiram um apelo para contribuições a favor desta iniciativa (Fides, 4 agosto).

Em nome do Papa Bento XVI, o Conselho Pontifício Cor Unum enviou uma “substanciosa ajuda” a 5 dioceses do Quênia e a 6 dioceses da Etiópia, que “estão enfrentando a emergência humanitária com os poucos meios que têm à sua disposição. Quem fez esta declaração foi o secretário do dicastério, Dom Giampietro Dal Toso, em uma entrevista à Radio Vaticano (12 de agosto). “A presença da comunidade internacional está garantida, mas repito: acho que a atenção deve estar sempre disposta, porque atualmente é a crise financeira que ocupa a maior parte da informação. Mas nesses países e em muitos outros do mundo, existem pessoas que morrem de fome, e no terceiro milênio isso é inadmissível”, afirmou o prelado.

[1] http://data.unhcr.org/horn-of-africa/

[2] http://www.hrw.org/sites/default/files/reports/somalia0811webwcover.pdf

Fonte: Zenit - (Paul De Maeyer)


Índia: cristãos com medo em Orissa

Três anos depois da morte de mais de cem cristãos por causa da violência de hindus fundamentalistas no estado de Orissa, Índia, os fiéis continuam sofrendo perseguição. As autoridades não permitem reconstruir as igrejas nem construir novas nas “colônias” cristãs nascidas após o massacre.

Nesta quarta-feira, aniversário desses pogroms, os cristãos de Orissa não se atreveram a celebrar grandes reuniões para recordar as vítimas e alçar a voz contra as injustiças que ainda sofrem.

“Tínhamos medo das represálias dos fundamentalistas hindus, que estavam concentrados para celebrar o aniversário da morte do vidente Laxmananda Saraswati”, explicou a presidente do grupo de mulheres da arquidiocese de Cuttack-Bhubaneswar, Shibani Sing, à agência Ucanews.

“É uma pena que não estejamos organizados; não pudemos recordar os nossos mortos nem homenageá-los”, declarou o coordenador da associação de sobreviventes, Bipra Charan Nayak. O advogado católico Paul Pradhan também afirmou: “Nossas vozes são fracas por falta de solidariedade”.

O arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar, Dom John Barwa, explicou que as coisas estão voltando à normalidade nas cidades, mas nas áreas remotas continuam os incidentes violentos.

Ataques

No sábado passado, 21 de agosto, foi atacada a igreja católica de Santa Maria, em Pune, na Índia ocidental. Os vândalos queimaram parcialmente o tabernáculo, picharam imagens religiosas e jogaram pelo chão bíblias e outros livros religiosos.

No estado indiano de Karnataka, pelo segundo domingo consecutivo, a celebração religiosa foi interrompida e o pastor foi agredido e preso pela falsa acusação de forçar conversões.

Vinte ativistas radicais hindus atacaram o pastor Sangappa Hosamani Shadrak, de 28 anos, enquanto celebrava na localidade de Rohi em casa de um fiel.

Os extremistas atacaram a comunidade, profanaram o pão e o vinho que estavam sendo usados na celebração e agrediram o pastor, que perdeu um dente e ficou gravemente machucado no rosto. Os agressores ainda o levaram para outra localidade, Latte, e o amarraram a uma árvore.

Mais tarde, os extremistas chamaram a polícia, que prendeu o pastor e alguns fiéis. As tentativas do GCIC de libertá-lo foram em vão. Shadrak foi levado ao presídio de Jamkotai, sob acusações não especificadas.

Proibido construir igrejas

Em Kandhamal, o governo local enviou carta ao pároco da igreja católica de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa em Mondasoro exigindo a paralisação imediata dos trabalhos de reconstrução de uma capela na localidade de Padunbadi, alegando que o terreno é propriedade do estado.

Há dias, o governo impediu a construção de outra igreja católica em Nadagiri, onde muitas famílias cristãs foram realocadas depois de ter suas casas ocupadas por extremistas hindus. Outros grupos radicais continuaram criando problemas, ao bloquear a chegada de material de construção para as casas e igrejas cristãs.

O Global Council of Indian Christians (GCIC) enviou uma carta aberta ao Primeiro Ministro, Shree Naveen Patnakiji, pedindo a revogação dessas ordenanças contrarias à Constituição indiana e à liberdade religiosa, segundo a AsiaNews.

O presidente do GCIC, Sajan K. George, pôs em dúvida a existência de liberdade religiosa em estados como Karnataka, Orissa e Gujarat. “É uma mancha sobre a Índia laica”, declaró.

O GCIC está muito preocupado com a nova campanha do Vishwa Hindu Parishad (VHP), grupo extremista e militante hinduísta que se mostrou contrário a um projeto de lei para combater a violência inter-religiosa.

A entidade considera que a ameaça do extremismo político contra os cristãos é um problema que não afeta só Orissa, mas a Índia toda.

“Muito mais a ser feito”

O arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar destacou que “devemos trabalhar pela paz mantendo o nosso direito de estar aqui”, especialmente no distrito de Kandhamal, o mais afetado, onde, há três anos, 300 povoados foram atacados, com saldo de mais de 70 mortos.

Ao menos 25.000 pessoas fugiram da violência quando, em 23 de agosto de 2008, foi assassinado o ativista político Swami Laxmanananda Saraswati.

Entre agosto e setembro daquele ano, mais de 170 igrejas e capelas foram atacadas no Natal de 2007 em Kandhamal, obrigando 3.000 pessoas a abandonar seus lares.

“Nos últimos três anos, houve passos no caminho da reconstrução e do diálogo”, explicou o arcebispo à associação internacional Ajuda à Igreja Necessitada, “mas há pessoas que ainda têm medo; houve progressos na paz e na justiça, mas ainda muito mais tem que ser feito”.

“Foi feita justiça depois do que houve em Kandhamal, mas estamos um pouco desanimados”, reconheceu. “Os funcionários de departamentos mais baixos nos criam problemas, mas os de níveis superiores estão fazendo o seu melhor esforço”, disse, embora as “palavras bonitas sobre a necessidade de justiça nem sempre se traduzem em atos”.

A maior parte das pessoas desalojadas entre 2007 e 2008 voltou para Kandhamal, graças à construção de mais de 3.700 casas, que devem chegar a 4.000 no final do ano.

O arcebispo agradeceu a Ajuda à Igreja Necessitada. “A maior parte das paróquias de Kandhamal foi reconstruída, mas faltam muitas igrejinhas e capelas do interior”.

A entidade também proporcionou 30.000 euros para a assistência psicológica às vítimas das atrocidades cujo triste aniversário foi ontem.

Fonte: Zenit.

Austrália: 13 novas escolas católicas

Em resposta à crescente demanda, serão construídas 13 novas escolas católicas na região australiana de Geelong (Victoria), nos próximos 12 anos.

O responsável o Escritório de Educação Católica de Melbourne informou à agência Fides sobre o projeto de 10 escolas de Ensino Fundamental e “duas ou três” de Ensino Médio. Além de Geelong, o projeto se estenderá a Werribee, Hoppers Crossing e Tarneit.

Em Armstrong Creek, já se adquiriu um terreno para a construção de uma nova escola e estão ativas as negociações para a compra de terrenos em Geelong para a construção de um campus adicional.

O programa de construção de novas escolas foi iniciado em resposta à crescente solicitação de educação católica em toda a região.

Segundo o último Anuário Estatístico da Igreja, na Austrália, a Igreja gestiona 471 jardins de infância, 1.310 escolas de Ensino Fundamental e 465 escolas de Ensino Médio e Superior.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Brasil: CNBB lança SOS África

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a Cáritas Brasileira deram início à Campanha SOS África, de ajuda às vítimas da seca na região nordeste do continente, conhecida como Chifre da África (Somália, Uganda, Etiópia, Quênia, Djibuti e Eritréia).

A região, principalmente a Somália, passa pela seca mais intensa dos últimos 60 anos. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cerca de 12 milhões de pessoas estão sentindo os efeitos da fome na região.

Ainda segundo os dados, o Chifre da África vem sofrendo nos últimos meses, além da seca, com a fome, conflitos e a alta dos preços dos alimentos. A crise na Somália já matou 30 mil crianças de fome.

Cerca de 400 mil refugiados somalis, quase 5% de toda a população do país, encontram-se acampados em Mogadíscio e áreas ao redor. Aproximadamente 100 mil pessoas chegaram somente em junho e julho, segundo a ONU.

Um novo relatório da Organização Católica para a Solidariedade e ajuda humanitária sublinha que "a cada 11 semanas", dez por cento das crianças somalis com menos de cinco anos "perde a vida".

O ‘Situation report' da Cáritas Somália, enviado à agência Fides, do Vaticano, confirmou que "as estruturas de saúde da Somália estão a tentar enfrentar a chegada maciça de deslocados internos que estão a lotar os centros urbanos em busca de assistência".

Para reverter essa situação, todos podem contribuir com campanha da CNBB e Cáritas, em favor das vítimas no Chifre da África.

Na internet: http://www.caritas.org.br

Fé na Grã-Bretanha, um ano depois da visita do Papa

Revoltas em Tottenham, crise da City, escândalo na mídia: também na Grã-Bretanha se observam os sinais dos tempos, com a queda das antigas instituições e as incertezas do novo que chega.

Neste contexto, alguns especialistas do mundo anglo-saxônico se encontraram, em 21 de agosto, no Meeting de Rimini para refletir sobre os efeitos da visita do Papa Bento XVI à Grã-Bretanha, realizada em setembro do ano passado.

Segundo o editor irlandês do Irish Times, John Waters, “a visita do Papa à Inglaterra foi fundamental porque alcançou o coração do mundo anglófono”.

No começo, explicou Waters, os meios de comunicação se centraram nas hostilidades; depois, “de repente, perceberam que havia algo maior acontecendo”.

Austin Ivereigh, coordenador do movimento Catholic Voices, explicou como, no Reino Unido, se está vivendo uma série de crises que colocam em dúvida o modelo “liberal”, do qual já são evidentes os limites.

O primeiro-ministro, David Cameron, falou da “Grã-Bretanha destruída” e Ivereigh afirmou que a Igreja Católica tem uma contribuição própria a oferecer.

Segundo o coordenador de Catholic Voices, a Igreja Católica “pode ajudar a recompor esta Grã-Bretanha destruída” porque, como disse o Papa Bento XVI, “razão e fé precisam uma da outra. Não basta o individualismo liberal. A política e a conveniência precisam de um fundamento ético”.

A propósito disso, John Milbank, professor de Religião, Política e Ética na Universidade de Nottingham, quis precisar que o Papa “atraiu a atenção sobre as origens latinas e católicas do constitucionalismo britânico”.

“Não é verdade – acrescentou o professor, anglicano – que tudo o que é válido na esfera política deriva somente das revoluções americana e francesa. Há raízes medievais e inclusive anteriores.”

Milbank fez votos de um constitucionalismo fundado “no reconhecimento de um bem superior”, porque a fraternidade “é impossível sem Deus e sem Jesus Cristo”.

Adrian Pabst, leitor de Política e Religião na Universidad de Kent, na Cantuária, constatou a crise pan-europeia que afeta também os Estados Unidos, e reivindicou a necessidade de “uma democracia cristã popular, diferente daquela da pós-guerra, que não se baseie nos partidos, mas na sociedade civil”.

Segundo Pabst, os modelos dominantes de democracia e de capitalismo são indiferentes aos valores absolutos e à verdade; por isso, é necessário, como advertiu Luigi Sturzo, fundador da Ação Católica, fazer referência à Igreja, que é um elemento constitutivo da sociedade civil.

Fonte: Zenit - (Antonio Gaspari)

A guerrilha urbana faz a Inglaterra refletir

A morte de um jovem de 29 anos, Mark Duggan, no bairro londrino de Tottenham, quando a polícia tentava prendê-lo, provocou uma onda preocupante de saques na noite de 6 de agosto, que se espalharam da capital britânica para outras grandes cidades da Inglaterra como Birmingham e Manchester. O caos terminou com 5 vítimas. A polícia prendeu 2.772 pessoas, das quais 1.400 foram acusadas (BBC, 15 de agosto). Segundo as estimativas da Associação das Seguradoras Britânicas (ABI, em inglês), os danos superam 200 milhões de libras esterlinas (Business Insurance, 15 de agosto).

As imagens da guerrilha urbana suscitaram reflexão sobre as suas causas. Não faltam os que acusam a política de coalizão entre conservadores e liberal-democratas, do primeiro-ministro David Cameron, que lançou um duro plano de austeridade para conter o déficit de 156 milhões de libras. Mas, apesar do corte orçamentário de 75% nos projetos juvenis, tudo indica que os verdadeiros motivos dos enfrentamentos têm outra origem. “As declarações de alguns políticos (…) de que as desordens se devem aos cortes são grotescas”, escreveu Philip Johnston no Telegraph (9 de agosto).

Em discurso de 15 de agosto, Cameron foi taxativo. “A sociedade despedaçada ocupa o primeiro lugar na minha agenda” (BBC, 15 de agosto). Definindo os enfrentamentos como uma “chamada de atenção”, o premier identificou as causas dos enfrentamentos num “colapso moral” da sociedade britânica, expressão que já tinha usado em novembro de 2007, ainda na oposição, para descrever sua estratégia de combate à crescente mentalidade violenta do país.

“Os problemas sociais incubados durante décadas estão explodindo na nossa cara”. Cameron declarou “guerra total” à cultura das gangues juvenis, definindo-a como uma “doença criminosa”. Segundo o Specialist Crime Directorate da Scotland Yard, Londres tem hoje 257 “street gangs” (The Telegraph, 10 de agosto). Cameron pretende estender e tornar obrigatório o Serviço Nacional Civil (NCS), um programa que oferece aos jovens de 16 anos a possibilidade de realizar atividades sadias de grupo ou um período de voluntariado. O objetivo é fazer com que os jovens “se comprometam com as suas comunidades e se tornem cidadãos ativos e responsáveis”.

Na lista de Cameron das coisas que vão mal na sociedade britânica, o fenômeno das numerosas crianças obrigadas a encarar a vida sem pai ou sem o modelo de um homem adulto está entre os primeiros lugares. Grande parte dos saqueadores eram muito jovens: houve casos de crianças de 8 anos. Os enfrentamentos de Tottenham e Croydon evidenciam as consequências nefastas da desagregação da família, que se traduziu no emergir de uma geração de jovens que não têm nenhuma restrição moral.

Joanna Bogle (MercatorNet, 12 de agosto) também vê no colapso da família tradicional uma das causas principais dos saques. “A promoção das famílias sem pai virou a posição politicamente correta em matéria de política social”. “Se você sugerir que as crianças prosperam quando têm pai e mãe unidos e dedicados à vida da família, vai ser ridicularizado”. Bogle recorda que desde os anos 60 a porcentagem de bebês nascidos fora do casamento subiu de 5% para mais de 40% na Grã-Bretanha.

Melanie Phillips emprega palavras parecidas no Daily Mail de 11 de agosto. “A família formada por dois progenitores casados, a meritocracia educativa, o castigo dos criminosos, a identidade nacional, a aplicação de leis sobre as drogas e muitas outras das convenções mais fundamentais foram destruídas por uma inteligência liberal decidida a transformar a sociedade de forma revolucionária”, explica Phillips. A autora se “atreve” a propor “uma volta à transmissão enérgica da moral bíblica” e diz que há áreas inteiras na Grã-Bretanha onde os pais que se dedicam ao crescimento dos filhos são um fenômeno “completamente desconhecido”. Para Phillips, um papel importante neste desenvolvimento negativo foi desempenhado pelo estado de bem-estar, o “Welfare State”, que “tolerou, fomentou e premiou” a desintegração da família.

Também Frank Furedi, no site Spiked (15 de agosto), afirma que o bem-estar britânico, generoso em excesso, contribuiu para o nascimento de uma verdadeira e própria cultura do assistencialismo. “Na Grã-Bretanha, o assistencialismo se transformou numa cultura que incentiva as pessoas a considerar a sua situação não como uma fase temporária, e sim como um estilo de vida”. Segundo Furedi, o intervencionismo estatal acelerou a erosão da vida comunitária e a fragmentação social.

Ainda em Spiked (9 de agosto), Brendan O'Neill observa outro elemento característico dos últimos enfrentamentos: a violência não teve natureza política, mas criminosa. “Não foi a difusão da raiva o que levou à explosão da revolta (…), mas a crescente convicção de que o saque é uma atividade emocionante e de baixo risco”, explica O'Neill, que também critica o “kid-glove approach” (“tratamento com luvas brancas”) que as autoridades e a polícia deram aos vândalos. Os jovens, sugere ele, sabem que escaparão ilesos das consequências.

Suas palavras parecem confirmar algumas declarações por parte dos jovens envolvidos nos saques. "Vocês não podem encostar em mim, eu ainda sou uma criança", disse um de 15 anos (The Daily Mail, 11 de agosto). "Que de pior podem me fazer? Dar-me um aviso ou impor um toque de recolher que eu não vou obedecer", continuou o adolescente em tom de deboche. Para muitos jovens, os saques foram uma forma divertida de passar uma tarde de verão.

A natureza consumista dos confrontos chocou a opinião pública britânica. A raiva alegada pela morte de Duggan parece ser apenas um pretexto fácil para comprar sem pagar, roubar equipamentos eletrônicos, peças de alto valor, álcool, etc... Um usuário do Twitter, Arneybolt, comentou: "Os jovens do Oriente Médio lutam pela liberdade e os direitos humanos, a juventude de Londres por TV’s de plasma e celulares caros", escreveu (The Age, 10 de agosto).

O arcebispo de Westminster, Dom Vincent Nichols, definiu os confrontos e os saques como "chocantes" (The Catholic Herald, 10 de agosto). "São o desprezo pelo bem comum de nossa sociedade e mostram quão facilmente os princípios fundamentais de respeito e honestidade são deixados de lado" – disse o prelado –, que afirmou que "a violência criminal e os roubos que vimos devem ser condenados".

Fonte: Zenit.

Nicarágua: consternação pela morte violenta de padre

A Igreja e todos os setores da população nicaraguense estão consternados pela morte violenta de um sacerdote de 41 anos, em circunstâncias não esclarecidas, ainda que, em um comunicado emitido nesta terça-feira, o ato foi qualificado como “criminal” e “abominável”.

O conselho presbiteral da arquidiocese de Manágua divulgou um comunicado sobre a morte violenta de um sacerdote, pároco da igreja da Imaculada Conceição de Maria, do município da Concepción de Masaya.

O conselho presbiteral, reunido em sessão ordinária, sob a presidência do arcebispo de Manágua, Leopoldo Brenes, e do bispo auxiliar, Silvio Báez, foi informado pela polícia nacional sobre o corpo encontrado do Pe. Marlon Ernesto Pupiro García, desaparecido em circunstâncias não suficientemente esclarecidas, no sábado, 20 de agosto, durante a madrugada.

“Agora tem sentido que, há dois dias, uma caminhonete cinza fechada e outro veículo cuja cor não me lembro, tenham estado estacionados na frente da lixeira. Dois sujeitos estavam fora dos carros falando e apontando para o lugar; isso foi de madrugada e me pareceu estranho, até agora não vejo o sentido; talvez estivessem verificando se o corpo tinha sido queimado”, disse um dos moradores, que avisou a Polícia Nacional e que, por segurança, pediu o anonimato.

Entre as evidências que a polícia encontrou no lugar em que estava o corpo, havia o colarinho do sacerdote, um frasco vazio, que parecia ter contido gasolina, e uma calça bege com uma faixa preta, que se presume ser parte da vestimenta da vítima.

Na terça, representantes da cúria arcebispal de Manágua se mostraram “consternados pela triste notícia”. “Lamentamos este fato de violência que alcançou um membro do nosso presbitério de maneira trágica”, disse Dom Carlos Avilés, coordenador presbiteral, em coletiva de imprensa.

“Esperamos que a Polícia Nacional possa dilucidar as circunstâncias em que ocorreu esse ato criminal e coloque nas mãos da justiça os responsáveis por este ato abominável”, disse Dom Avilés, na presença do bispo de Manágua.

Fonte: Zenit - (Nieves San Martín)

Morre D. Clemente Isnard, ex-vice-presidente da CNBB

No fim da tarde dessa quarta-feira, 24 de agosto, faleceu Dom Clemente José Carlos Isnard, OSB, bispo emérito de Nova Friburgo e monge do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro.

Ele tinha 94 anos de idade, 74 de profissão monástica, 68 de ordenação sacerdotal e 51 de episcopado.

Segundo informa um comunicado do Mosteiro, Dom Clemente estava em Recife, hospedado na residência de um amigo, quando inesperadamente veio a falecer.

Tendo pedido para ser sepultado onde viesse a morrer, seria inumado no claustro do Mosteiro de Olinda, no final da tarde desta quinta-feira.

Na esperança do Cristo Ressuscitado e entristecidos pela separação deste nosso pai e irmão muito querido, recomendamos sua alma aos sufrágios dos Irmãos e Irmãs de nossa Congregação.

Dom Clemente nasceu no Rio de Janeiro, a 8 de julho de 1917. Pertencia à Ordem de São Bento (beneditino). Recebeu a ordenação presbiteral em dezembro de 1942, recorda breve biografia divulgada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Em 25 de julho de 1960, foi ordenado bispo para a diocese de Nova Friburgo, onde esteve até ficar emérito em 1992. A partir desta data, tornou-se vigário geral da diocese de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, até o ano de 2004.

Dom Clemente tinha como lema episcopal “Seguindo a Ti como pastor”. Exerceu inúmeras atividades, tendo destacada atuação no Concílio Ecumênico Vaticano II em relação à liturgia.

Foi membro do Conselho Federal de Cultura (1961), do Conselho Estadual de Educação (1961-1964) e do Conselho para Execução da Constituição de Liturgia (1964-1969).

Foi ainda Secretário Nacional de Liturgia (1964); Membro da Comissão Episcopal Pastoral da CNBB; Vice-presidente da CNBB (1979-1982); presidente do Departamento de Liturgia do CELAM (1979-1982); 2º Vice-presidente do CELAM (1983-1987); membro da Congregação para o Culto Divino; membro do 1º Sínodo dos Bispos em 1967.

Dom Clemente participou também das Conferências do Episcopado Latino-americano de Puebla (1979) e Santo Domingo (1992).

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Precisamos de profetas

Marcelo Barros
Monge beneditino e escritor
Adital

Quem passa por um edifício em construção, pode ver placas dizendo: "Precisamos de pedreiros”. Lojas de comércio alternam: "Precisamos de vendedores”. Infelizmente não podemos colocar nas portas das Igrejas: "Precisamos de profetas e profetizas”. Entretanto, é bom espalhar por aí que isso é uma necessidade urgente e que se apresentem os/as candidatos/as. Não estranhem o fato de que, diferentemente de outros ofícios, a missão de profeta quase nunca é bem aceita e reconhecida. Muitas vezes, gera até incompreensões e rejeições injustas. No tempo em que viveu no sertão do Nordeste, o padre Alfredo Kunz dizia: "Aqui, os urubus é que fazem o serviço de limpeza pública, já que as prefeituras não assumem. Todo mundo sabe disso. Entretanto, eu já vi gente criando todo tipo de pássaros, mas nunca vi ninguém criar urubu. Os urubus são necessários, mas ninguém os quer perto. Urubus me lembram os profetas de Deus, necessários, mas frequentemente rejeitados”.

Não é difícil celebrar a memória de profetas mortos. O evangelho denuncia que os fariseus e mestres da lei matam os profetas e depois erguem para eles belos túmulos, contanto que continuem mortos (Mt 23). Atualmente, em certos ambientes eclesiásticos, quando alguém fala em profetas como Mons. Oscar Romero, arcebispo de El Salvador, assassinado por militares da ditadura salvadorenha e, aqui no Brasil, Dom Hélder Câmara, ex-arcebispo de Olinda e Recife, há quem os elogie, mas conclua com certo cinismo: "o tempo deles era outro. Hoje não pode mais ser assim”. E assim, estes religiosos dos tempos novos se recolhem em seu mundinho de paramentos, ritos paroquiais e segredos de cúria.

Para quem a espiritualidade significa caminho de amor e solidariedade universal, o mês de agosto recorda a memória de vários mártires da justiça do reino divino. No dia 10 de agosto de 1974, frei Tito Alencar, terrivelmente torturado em seu corpo e sua alma, procurava a paz na morte. No 12 de agosto de 1983, na Paraíba, era assassinada Margarida Alves, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande. Além de vários homens e mulheres que deram a vida pela causa do reino, em agosto, partiram deste mundo três bispos católicos que marcaram muito a caminhada da Igreja no Brasil como profetas da paz e da justiça: Dom Antônio Fragoso, bispo emérito de Crateús, no Ceará e um dos primeiros bispos ligados à Teologia da Libertação; Dom Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana, MG, e ex-presidente da CNBB que, em 2006, partiu no dia 27 de agosto, mesma data em que, sete anos antes, no Recife, nos tinha deixado Dom Hélder Câmara.

A missão de uma pessoa religiosa é ser testemunha da presença divina no mundo e atuar para que a sociedade se transforme de acordo com o projeto divino de paz e justiça para todos. Por isso, é bom recordarmos a profecia de pastores como Hélder Câmara, Antônio Fragoso e Luciano Mendes de Almeida. Todos os três, cada qual em sua área de atuação e do seu modo, conduziram a Igreja do Brasil pelo caminho da profecia.

Na memória destes três profetas da Igreja, nos damos conta da herança profética que recebemos e, junto com cristãos, pessoas de outras confissões e todos os homens e mulheres que acreditam no amor e na justiça, renovamos nosso compromisso de serviço aos irmãos e luta pacífica para transformarmos este mundo.

Em 1994, Dom Helder mandava esta mensagem ao movimento italiano Mani Tesi (Mãos Estendidas): "Não estamos sós. Por isso, não aceito nunca a resignação nem o desespero. Um dia, a fome será vencida e haverá paz para todos. A última palavra neste mundo não pode ser a morte, mas a vida! Nunca pode ser o ódio, mas o amor! Precisamos fazer com que não haja mais desespero e sim esperança. Nunca mais vençam as mãos enrijecidas contra o outro e sim o que o movimento de vocês valoriza: Mãos estendidas! Unidas na solidariedade e no amor para com todos”.

[Autor de 40 livros, dos quais o mais recente é "Para onde vai Nuestra América” (Espiritualidade socialista para o século XXI). São Paulo, Ed. Nhanduti, 2011. Email: irmarcelobarros@uol.com.br].

Relíquia de João Paulo II chega ao México

O México está vivendo uma grande expectativa diante da presença – de amanhã até o mês de dezembro – da relíquia de João Paulo II que percorrerá todas as dioceses do país.

Ontem, o cardeal Norberto Rivera Carrera, arcebispo primaz do México, convidou todos os fiéis da arquidiocese a venerar uma relíquia insigne do Beato João Paulo II, que foi levada de Roma e que estará presente na Basílica de Guadalupe de 25 a 28 de agosto, e na Catedral Metropolitana da Cidade do México de 5 a 8 de setembro.

Da mesma forma, os fiéis poderão solicitar a mediação do Beato João Paulo II frente às suas necessidades e problemas, e também para que volte ao México o clima de paz, fraternidade e concórdia que durante décadas o havia caracterizado.

Esta oportunidade, que o cardeal Rivera vê como uma grande bênção, fará história, já que, depois da cerimônia de beatificação do “Papa amigo do México”, a Santa Sé decidiu que este seria o primeiro país a receber a relíquia – que consiste em uma amostra do seu sangue, obtida pelos médicos pouco antes da sua morte.

Esta relíquia do Papa é a única existente, de primeiro grau, dado que, à morte de João Paulo II, seu corpo foi introduzido em um sarcófago sem que fosse retirada outra parte dele.

Junto à imagem de cera que se mandou fabricar para esta ocasião, a relíquia de João Paulo II percorrerá 90 dioceses da República Mexicana e será a arquidiocese primaz que encabeçará a peregrinação, antes de que seja devolvida à Cidade do Vaticano.

“Para a Arquidiocese do México, é uma honra receber esta relíquia, tanto pelo seu enorme significado espiritual como pelo grande carinho que João Paulo II sempre teve pela nossa pátria”, disse o cardeal Rivera.

É preciso recordar que o beato João Paulo II visitou o México cinco vezes, a última delas para canonizar o indígena Juan Diego, vidente das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe em 1531.


Fonte: Zenit.

Corpo da última santa clarissa peregrina à Porciúncula

As basílicas de Santa Clara de Assis e de Santa Maria dos Anjos, na Porciúncula, acolhem nesta semana o corpo de Santa Camilla Battista Varano de Camerino, a clarissa canonizada mais recentemente.

A iniciativa faz parte do 8º centenário da consagração de Santa Clara na Porciúncula, ocorrida entre os anos 1211 e 1212, segundo um comunicado dos franciscanos.

O programa prevê que o corpo da santa permaneça na basílica de Santa Maria dos Anjos até hoje, quando a Santa será levada à basílica de Santa Clara, onde as clarissas a acolherão com o canto das Vésperas.

O corpo de Santa Camilla Battista Varano voltará, no dia 26 de agosto à tarde, ao mosteiro de Santa Clara, na localidade italiana de Camerino, onde é custodiado habitualmente.

Santa Camilla foi canonizada no último dia 17 de outubro e se distingue pela tenacidade e firmeza com que quis buscar os ideais e o carisma de Santa Clara de Assis, na região de Las Marcas.

Princesa santa

Camilla nasceu na corte de Varano. Seu pai, Giulio Cesare de Varano, era o príncipe de Camerino. Ela passou a juventude entre festas, bailes e vida social. Estudou latim, leis, aprendeu a pintar e montar a cavalo.

Cresceu em um suntuoso palácio. Conta sua autobiografia que, quando tinha 9 anos, em uma Sexta-Feira Santa escutou uma homilia na qual o irmão Domenico da Leonessa pediu aos presentes que derramassem pelo menos uma lágrima, cada sexta-feira, por amor a Jesus. Ela assumiu isso como um voto, que seguiu durante toda a vida.

Intuiu muito jovem a vocação à vida religiosa, mas lhes custava aceitá-la. Depois decidiu abandonar-se nas mãos de Deus e entendeu que Ele a chamava, mas seu pai queria que ela se casasse. Sua nova luta foi superar os obstáculos para poder entrar no mosteiro.

Aos 23 anos, entrou no mosteiro de Santa Clara de Urbino, um dos lugares mais representativos do movimento da observância.

“Faz, Senhor, que minha vida sempre te louve, bendiga, glorifique e edifique meus irmãos”, dizia a futura santa, em um dos seus escritos.

Dois anos mais tarde, Camilla fez sua profissão religiosa com o nome de Sor Battista, junto a outras 8 irmãs de Urbino e, assim, ingressou no novo mosteiro de Camerino.

Seu pai e seus irmãos foram assassinados em uma perseguição que sua família sofreu em 1502. Camilla foi obrigada a refugiar-se na cidade de Atri, uma pequena localidade de Abruzzo, na região meridional da Itália.

Em 1505, o Papa Júlio II a enviou a fundar um mosteiro de clarissas em Fermo e, nos anos 1521 e 1522, ela viajou a San Severino delle Marche para formar as clarissas locais que haviam assumido naquele período a regra de Santa Clara.

Mística

Camilla teve diferentes experiências místicas, que se refletem nos numerosos escritos, nos quais revela seu ardente amor a Cristo crucificado.

Morreu em 31 de maio de 1524, durante uma peste. “Ressuscitaste-me em ti, verdadeira vida que dás a vida a cada vivente”, escreveu Camilla. Atualmente, seu corpo está custodiado e exposto ao culto em uma cripta dedicada a ela, na igreja do mosteiro de Camerino.

O milagre para a sua canonização ocorreu em 1877. Trata-se da cura milagrosa de uma menina chamada Clelia Ottaviane, de Camerino, que sofria de raquitismo. Devido a alguns problemas do postulador anterior, a causa se deteve durante 100 anos. Foi retomada em 1998 e, em dezembro de 2009, o Papa Bento XVI assinou o decreto em que se aprovava o milagre para a sua canonização.

As obras de Camilla fora recopiladas em alguns livros que estão sendo reeditados pelas irmãs clarissas por ocasião da sua canonização: “Lembranças de Jesus”, “As dores mentais da paixão de Jesus”, “Autobiografia”, “Instruções ao discípulo”, “Tratado da pintura do coração” e “Considerações sobre a paixão de Nosso Senhor”.

Em um dos seus escritos, Camilla exorta: “Sirva-o por puro amor, porque só Ele é o Senhor que merece ser servido, amado, louvado em cada criatura”.


Fonte: Zenit.

Bento XVI anuncia lema da próxima JMJ 2013 no Rio

“Ide e evangelizai todos os povos”




O Papa Bento XVI anunciou hoje, ao término da audiência geral realizada no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, o lema escolhido para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) do Rio de Janeiro.

O lema será a passagem evangélica de Mateus 28, 19: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações”. A JMJ do Rio será realizada entre os dias 23 e 28 de julho de 2013, segundo informa L'Osservatore Romano.

O lema escolhido pelo Papa sublinha o caráter missionário da próxima JMJ, como já anunciou o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, na coletiva de imprensa realizada em Madri imediatamente depois do encerramento da JMJ 2011.

O Papa também anunciou o lema da JMJ do próximo ano que, como é tradição, será realizada nas dioceses no Domingo de Ramos de 2012: “Estai sempre alegres no Senhor!”, tirado da Carta aos Filipenses (4, 4).

“Desde já, confio à oração de todos a preparação destes importantes encontros”, disse o Papa aos fiéis reunidos no pátio de Castel Gandolfo.

Fonte: Zenit.

JMJ do Rio de Janeiro fortalecerá Igreja

A Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em 2013, evento que reúne jovens católicos do mundo inteiro, trará não apenas o Papa Bento XVI ao Brasil pela segunda vez, mas também deixará um legado importante para a cidade.

“A emoção é total em saber que o Rio foi privilegiado por mais um grande evento, estamos em festa. O Papa e os milhões de jovens das diversas partes do mundo serão muito bem vindos”, afirmou o padre Omar Raposo de Souza, assessor arquidiocesano para eventos de massa, segundo informa a arquidiocese do Rio.

“Nós vamos preparar a cidade, as Igrejas, as famílias e os corações, para que possamos receber a todos, como o Cristo Redentor, de braços abertos. Teremos a oportunidade de viver um momento maravilhoso de fé, cultura e alegria”, disse.

O sacerdote, que conduziu no Rio de Janeiro a vigília JMJ Madri Rio, entre os dias 20 e 21 de agosto, no Maracanãzinho, também ressaltou de que forma uma Jornada beneficia a cidade sede.

“Assim como os eventos esportivos agregam valores e um possível legado para a cidade do Rio, sem dúvida nenhuma, a vinda do Papa não deixará somente um legado espiritual, mas também um legado material. As paróquias estarão mais organizadas e aumentará também a visibilidade das ações culturais e sociais da Igreja”, afirmou.

O sacerdote citou o exemplo de Sidney, que acolheu a JMJ de 2008 e após o evento viveu um fortalecimento da Igreja Católica.

“Isso vai acontecer no Brasil também. Essa mobilização mostrará a cara da juventude católica brasileira. A jornada é um convite ao amadurecimento da capacidade de ser jovem e da capacidade de se articular como jovem católico no mundo em que vivemos hoje”, disse.

Segundo o sacerdote, a comunidade católica e as autoridades do Rio de Janeiro estão vivendo um momento de grande expectativa pelo número de visitantes que a JMJ trará para a cidade, movimentando a economia carioca e incentivando o turismo na cidade.

“Nós esperamos bater o recorde de todas as jornadas. O Rio de Janeiro tem condições de receber um evento como esse por ser uma cidade turística que muitas pessoas sonham conhecer, além da boa localização, no centro da América do Sul, fato que vai facilitar muito a presença das pessoas.”

“A Jornada, assim como todo grande evento, gera uma economia para a cidade, uma participação intensa do Estado, do comércio local, do empresariado. E vai ser mais uma oportunidade para divulgar a cidade do Rio de Janeiro como destino não somente para o turismo de entretenimento como também para o turismo religioso”, considera o sacerdote.

Fonte: Zenit.

Papa impressionado com entusiasmo na JMJ

“Entusiasmo” foi a palavra mais utilizada por Bento XVI hoje, na audiência geral realizada no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, ao se referir à experiência vivida na recente JMJ de Madri.

Como é habitual depois de uma viagem apostólica, o Papa dedicou o encontro desta quarta-feira com os peregrinos a falar sobre suas impressões da viagem, sublinhando os momentos que ele considerou mais importantes da JMJ.

O Pontífice descreveu os dias vividos em Madri como “uma verdadeira cascata de luz” e um “acontecimento eclesial emocionante”.

“Quase dois milhões de jovens de todos os continentes viveram, com alegria, uma formidável experiência de fraternidade, de encontro com o Senhor, de partilha e de crescimento na fé”, afirmou aos presentes.

Essesjovens, “com o desejo firme e sincero de arraigar suas vidas em Cristo, permanecer firmes na fé, caminhar juntos na Igreja”, são um “dom precioso, que dá esperança para o futuro da Igreja”, acrescentou o Papa.

Esta JMJ, sublinhou, foi “uma estupenda manifestação de fé para a Espanha e sobretudo para o mundo”.

“Para a multidão de jovens, procedentes de todos os cantos da terra, foi uma ocasião especial para refletir, dialogar, trocar experiências positivas e, acima de tudo, rezar juntos e renovar o compromisso de enraizar a própria vida em Cristo, Amigo fiel.”

“Tenho certeza de que voltaram às suas casas com o firme propósito de ser fermento na massa, levando a esperança que nasce da fé. Da minha parte, continuo acompanhando-os com a oração, para que permaneçam fiéis aos compromissos assumidos”, acrescentou.

Entusiasmo

O Pontífice falou do “entusiasmo incontido” com que foi recebido na Plaza de Cibeles, bem como do seu encontro com as jovens religiosas no mosteiro de El Escorial: “Ficaimpresso em mim o seu entusiasmo de uma fé jovem e cheia de coragem frente ao futuro, de vontade de servir assim a humanidade”.

Da via sacra, realizada na sexta-feira, novamente na Plaza de Cibeles, o Papa destacou a “intensa participação”dos jovens nas “cenas da paixão e morte de Cristo: a cruz de Cristo dá muito mais do que exige, dá tudo, porque nos conduz a Deus”.

Com relação ao encontro com os seminaristas em Almudena, o Papa mostrou sua confiança em que “cresçam as vocações ao sacerdócio”.

“Entre os presentes, havia alguns que ouviram o chamado do Senhor precisamente nas JMJ anteriores; tenho certeza de que também em Madri o Senhor chamou à porta do coração de muitos jovens, para que o sigam com generosidade no ministério sacerdotal ou na vida consagrada”, afirmou.

Os momentos que definiu como mais intensos foram a vigília de oração à noite e a grande Celebração Eucarística conclusiva, no dia seguinte.

“À noite, uma multidão de jovens em festa, de forma alguma atemorizados pela chuva e pelo vento, permaneceu em adoração silenciosa de Cristo presente na Eucaristia, para louvá-lo, dar-lhe graças, pedir ajuda e luz; e depois, no domingo, os jovens manifestaram sua exuberância e sua alegria de celebrar o Senhor na Palavra e na Eucaristia.”

“Em um clima de entusiasmo, encontrei os voluntários, a quem agradeci pela sua generosidade e, com a cerimônia de despedida, deixei o país, carregando no coração esses dias como um grande dom”, concluiu.


Fonte: Zenit.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Os limites do método científico

A importância de reconhecer os limites do método científico, que impede a ciência experimental de tratar de realidades não quantificáveis, foi exposta como uma das principais contribuições do sacerdote e físico húngaro Stanley Jaki.

Especialistas abordaram o tema Ciência e Fé em Stanley Jaki, em curso de verão no Colégio Maior San Pablo CEU, neste julho, em Madri, cidade onde o padre faleceu há dois anos.

Os expoentes destacaram, como aspectos principais do pensamento de Jaki, os limites do método científico, a diferença entre ciência experimental e saber humanístico e a importância de distinguir ciência e fé sem opô-las.

Participaram, entre outros, Jacques Vauthier, matemático e professor de Filosofia da Ciência da Sorbonne; Manuel Maria Carreira, físico e filósofo da Universidade de Comillas, Espanha, e Paul Haffner, professor do Ateneu Regina Apostolorum, de Roma.

As instituições organizadoras do Congresso foram a Universidade CEU San Pablo e o Ateneu Regina Apostolorum.

Questão metodológica

Stanley Jaki se preocupou com os limites do método científico tentando continuamente separar o objeto da ciência e o objeto da religião. Em entrevista de 1991, ele citava Maxwell: “Uma das provas mais difíceis para uma mente científica é conhecer os limites do método científico”.

À pergunta sobre quais são esses limites, Jaki respondia: “Os limites da ciência (e ao falar de ciência me refiro aqui à física) são fixados pelo seu próprio método”.

“O método da física versa sobre os aspectos quantitativos das coisas em movimento. Só podemos aplicar legitimamente o método científico-experimental quando captamos aspectos quantitativos nas coisas. Mas quando nos surgem perguntas como ‘isso é belo?’, ou ‘existe isto?’, ou ‘esta ação é moralmente boa?’, estamos nos perguntando coisas que a ciência não pode responder”.

Segundo os expoentes do congresso, esta é uma ideia fundamental e “muito sadia”, e há unanimidade na epistemologia atual, não só entre os católicos.

Ciências e humanidades

Em razão dos limites do método científico, o cientista e sacerdote húngaro afirmou que a ciência experimental não é capaz de tratar de realidades que não são quantificáveis ou medíveis, e que pertencem ao saber humanístico.

Sobre a distinção entre saber humanístico e ciência experimental, Jaki afirmava: “Os estudos humanísticos e os científicos têm que ser feitos por separado. Não se deve tentar fundi-los, porque eles partem de premissas diferentes e empregam métodos diferentes”.

“Nos estudos humanísticos, por exemplo, quando estudamos Dante, não perguntamos quantas letras existem na obra dele. Mas é uma pergunta que no campo científico seria lógica”.

Jaki indicou que “devemos cultivar tanto os aspectos quantitativos das coisas quanto aqueles que não são mensuráveis”.

Contra o cientificismo

Os expoentes também destacaram que o padre Jaki denunciou o cientificismo como um enfoque da ciência que não reconhece os limites do seu próprio método.

Jaki afirmou que o grande crime deste século é dizer que o único verdadeiro conhecimento é aquele que pertence ao campo do mensurável quantitativamente.

Perguntado sobre as consequências mais relevantes, o padre húngaro respondia: “É um crime porque estas aplicações unilaterais do método quantitativo chegam a privar o ser humano da sua compreensão dos aspectos incomensuráveis da existência”.

Segundo Jaki, “a principal consequência é a relativização dos pontos de vista morais”.

“Em vez de agirmos numa perspectiva moral, segundo a qual uma ação é intrinsecamente boa ou intrinsecamente má, agora seguimos um modelo behaviorista”, explicava.

Para o cientista, “esta é a base do relativismo moderno, que se fundamenta na crença de que existem vários padrões de comportamento ou estilos de vida alternativos. E não se fazem mais perguntas a respeito”.

Complementaridade

O coordenador do curso, Leopoldo Prieto, afirma que “assistimos a uma nova onda de pressões de uma pretensa ciência biológica militante ateia”.

“Diante de um dogma clássico do cientificismo, que afirma que ciência e fé são incompatíveis, o padre Jaki reitera uma doutrina clássica da Igreja”, diz Prieto. “Ou seja, que existe uma distinção de métodos entre elas, mas nenhuma oposição, e sim perfeita complementaridade”.

Para o padre Jaki, ciência e fé são dois modos de aproximação, ambos racionais, com métodos diferentes.

Padre e cientista

Stanley Jaki nasceu em 1924 em Győr, Hungria. Sacerdote beneditino, foi professor de História e Filosofia da Ciência na Universidade Seton Hall de South Orange, Nova Jersey.

Fonte: Zenit.

Bento XVI: até pequenas doações valem para Deus

Bento XVI incentivou uma “resposta generosa” à coleta argentina “Mais por menos”, que se realizará no domingo, 11 de setembro, em todos os templos do país, com o slogan: “Com sua ajuda, você escolhe a vida”.

“Como nos ensina o Senhor no Evangelho, até a menor doação vale para Deus”, sublinhou em uma mensagem remitida a Dom Adolfo Uriona FDP, bispo de Añatuya e presidente da Comissão Episcopal de Ajuda às Regiões mais Necessitadas, responsável pela campanha.

O Pontífice indicou que nessa doação “se encontra essa caridade divina que é capaz de desprender-se inclusive do necessário para socorrer o irmão, essa caridade que não se mostra somente em algumas ocasiões isoladas, mas que deve impregnar a vida do cristão, conformando-o com o Deus do amor, de quem estamos chamados a ser imagem e testemunho”.

“Uma caridade que, na íntima união com Deus, nos convida inexcusavelmente à união dos irmão.”

Por último, Bento XVI confiou a “Nossa Senhora de Luján, celestial padroeira do povo argentino, esta benemérita iniciativa, suplicando-lhe que sustente, com sua amorosa proteção, todos os que participam dela com respostas concretas e eficazes”, e enviou uma especial bênção apostólica.

Os frutos da 42ª edição da coleta serão distribuídos entre 25 dioceses argentinas necessitadas, para construir moradias por ajuda mútua, microempreendimentos laborais e refeitórios comunitários, entre outros projetos.

As obras que “Mais por menos” apoia ajudam a paliar as dificuldades de grande parte da população do interior argentino, especialmente aquela que se encontra marginalizada nas regiões mais pobres do país.

Os bispos a definem como “um espaço criado para compensar a falta de equidade social”.


Para colaborar: http://www.colectamaspormenos.com.ar.

Show em São Paulo marca chegada da Cruz da JMJ

Nesse domingo, em Madri (Espanha), no encerramento da Jornada Mundial da Juventude, os brasileiros receberam a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora das mãos dos jovens espanhóis. O Brasil sediará a próxima JMJ, no Rio de Janeiro, em 2013.

A Cruz, de madeira e com pouco mais de 3,5 metros de altura, foi dada aos jovens pelo Papa João Paulo II em 1984 e, desde 1994, peregrina nos países que recebem a JMJ um ano antes do evento.

Como o Brasil é um país continental, e para que seja possível que os símbolos da Jornada passem por todas as cidades do país, tanto a Cruz quanto o Ícone de Nossa Senhora chegam ao Brasil já no próximo dia 18 de setembro de 2011, em um grande evento promovido pela Arquidiocese de São Paulo.

Segundo informa o departamento de imprensa da arquidiocese, a acolhida da Cruz no país acontecerá na região do Campo de Marte, com shows, testemunhos e reflexões das 9h às 21h.

Às 16h, chegam ao local, em carro do Corpo de Bombeiros, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora. Logo em seguida, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, preside à Missa.

Entre os nomes já confirmados para o evento estão os de padres consagrados como Juarez de Castro, Fábio de Melo e Reginaldo Manzotti.

O evento contará, ainda, com a presença de bandas católicas que mobilizam grande número de jovens, como Rosa de Saron, Dominus e Vida Reluz. A expectativa inicial de público é de 80 mil pessoas.

Este será o primeiro evento para preparar a visita que o Papa Bento XVI fará ao Brasil em 2013.

Após o show no Campo de Marte, Cruz e Ícone seguem em carreata, ainda na noite do dia 18/9, para a Catedral da Sé. De lá, percorreram igrejas da cidade.

Especial

O 18 de setembro será um dia especial para os jovens de São Paulo. Intitulado “Bote Fé”, este evento de acolhida da Cruz Peregrina quer reforçar entre os católicos a importância da evangelização da juventude.

Todas as paróquias da arquidiocese de São Paulo e das dioceses vizinhas são convidadas a manifestar que “botam fé” na juventude brasileira, durante o evento que realizado na região do Campo de Marte, zona norte da capital.

Trata-se de um momento privilegiado da evangelização da juventude no Brasil, confirmado pelo recorde de participação brasileira na JMJ de Madri (mais de 13 mil inscritos).

A campanha “Bote Fé” também tem o objetivo da dar continuidade à graça que a juventude brasileira viveu na JMJ, quando os jovens foram enviados pelo Papa Bento XVI para anunciara boa nova em seus países.

De acordo com Dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo e referencial do Setor Juventude da Arquidiocese, o “Bote Fé” “é uma convocação para os jovens, de modo especial, 'botarem fé em Cristo', acreditarem nele, se firmarem em Cristo, como base de sua fé”.

“Mas também é uma convocação para toda Igreja a uma atividade missionária para animar as comunidades, melhorar a autoestima, acreditar realmente que Cristo ressuscitou, que Cristo é a vida”, disse.

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Na internet: www.botefesp.com.br

Chuva como sinal para “permanecer firmes na fé”

Os peregrinos agrupados ao redor da sigla MAGIS, convocados pelos jesuítas para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Madri, voltaram aos seus lugares de origem cansados, mas muito felizes. Apresentamos aqui alguns testemunhos.

A maior parte dos 3 mil peregrinos MAGIS alojados no colégio jesuíta Nuestra Senhora del Recuerdo – informa a Companhia de Jesus na Espanha – já voltou para os seus países. Muitos deles voltaram de ônibus e os vindos de mais longe o fizeram de avião.

Para a maioria, ainda restam muitas horas antes de chegar a casa. Foi uma experiência muito intensa que começou em 5 de agosto, em Loyola, e que finalizou há poucos dias com a Missa de envio do Papa Bento XVI em Cuatro Vientos.

Desde que, na segunda-feira passada, os 3 mil peregrinos se reencontraram no centro educativo, participaram de várias das atividades culturais e pastorais que a JMJ oferecia.

Muitos deles destacaram as catequeses dos bispos, a visita à exposição das Missões do Paraguai, a oração de Taizé e outras visitas, como a feita ao Museu do Prado.

Na sexta-feira, tiveram um grande encontro: o filme MAGIS que um grupo de profissionais foi gravando desde o início desta experiência inaciana. Depois da projeção, os jovens foram à via sacra do Paseo de Recoletos, que surpreendeu gratamente os participantes de outras culturas mais distantes, que desconheciam esta tradição religioso-cultural da Espanha.

Os dois últimos dias estiveram marcados pela assistência ao aeródromo de Cuatro Vientos, acompanhados pelo calor, pelo vento e pela chuva. Todos os peregrinos MAGIS saíram do colégio no sábado de manhã para viver a experiência. Para todos os jovens, as horas finais foram muito intensas.

Mariel Rodríguez, sevilhana, explica que inclusive viu na chuva um sinal para “permanecer firmes na fé” e gostou do fato de que, quando chegaram a Cuatro Vientos, os vizinhos, devido ao grande calor, jogavam água neles pelas janelas. “No pó, no calor, Deus estava no meio de tudo e de tantas pessoas.”

Além disso, essa sevilhana comentou que o mais importante que ela leva de MAGIS é “muitíssima confiança e proximidade de Deus”. Ela esteve em uma experiência social em Portugal com idosos, portadores de deficiência mental e disse que “ver Deus neles foi maravilhoso”.

Para o coordenador dos 52 peregrinos indianos, o jesuítaErwin Lazrado, enquanto se despedia do ônibus no qual alguns iam embora, contou que “foi uma experiência para o coração e para o aprofundamento na fé dos peregrinos do seu grupo”.

Da JMJ, afirma que a principal vivência que levarão para a Índia é o “sentir-se unidos em uma só Igreja. Nesses dias, nós nos sentimos como uma única Igreja Católica, com o Santo Padre”. O Pe. Erwim comentou também quão importante foi esta experiência global para os peregrinos com quem vinha: “São jovens de áreas rurais, escolhidos para participar; é a primeira vez que viajam de avião, que veem pessoas de outras culturas...”.

O coordenador da Romênia, o jesuíta Florin Silaghi, chegou à MAGIS 2011 com 38 pessoas que já lhe pediram para organizar uma experiência similar por ocasião do “Encontro Nacional Católico” que será realizado no seu país no ano que vem.

Da JMJ, ele destaca que “pudemos escolher os atos culturais, espirituais, os eventos que preferíamos ver”, bem como “desfrutar muito da cidade”.

Suas experiências MAGIS foram em Málaga (animação de ruas), Valência (diálogo inter-religioso), Manresa (diálogo espiritual, fé e cultura) e também uma peregrinação.

Assim culmina a experiência inaciana proposta em concomitância com a JMJ 2011, com milhares de reflexões, vivências, lembranças, escritos, novos interrogantes e algumas respostas. Mas todos com a experiência comum de que foi uma nova, profunda e especial oportunidade para viver “com Cristo no coração do mundo”.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Com cristianismo, esperança se torna certeza

“A esperança que não defrauda é a fé em Jesus Cristo”: foi assim que o Papa Bento XVI comentou o tema do 32º Meeting de Rimini – “E a existência se torna uma imensa certeza” –, na saudação enviada ao bispo de Rimini, Dom Francesco Lambiasi.

O Meeting pela amizade entre os povos foi inaugurado neste domingo, com uma Celebração Eucarística da qual participaram mais de 11 mil pessoas.

Os números, também este ano, são impressionantes: 115 encontros, 26 espetáculos, 10 exposições, 11 manifestações esportivas e 332 relatores que intervirão no encontro, bem como 160 mil metros quadrados de espaços cobertos na Feira e 3.270 voluntários.

Os participantes são jovens procedentes da Itália, Egito, Rússia, Grã-Bretanha, Brasil, Camarões, Canadá, Chile, Costa Rica, França, Kosovo, Lituânia, México, Nigéria, Espanha, Estados Unidos, Suíça e Ucrânia; 800 pessoas – a maioria delas, universitárias – trabalharam gratuitamente durante o pre-Meeting (de 11 a 20 de agosto), para deixar a Feira preparada.

A mensagem do Papa, transmitida pelo secretário de Estado de Sua Santidade, cardeal Tarcisio Bertone, explica o dado antropológico segundo o qual a origem do homem é querida por alguém a quem ele naturalmente tende.

Luigi Giussani, fundador do movimento Comunhão e Libertação, que promove anualmente o Meeting de Rimini, afirmou que esse alguém ama o homem como os pais amam os filhos e o que torna os filhos fortes é a certeza do amor dos pais.

“Já na história do povo de Israel – escreveu o Pontífice –, sobretudo na experiência do êxodo, descrita no Antigo Testamento, emerge como a força da esperança deriva da presença de Deus, que guia o seu povo.”

“O homem não pode viver sem a certeza do seu próprio destino”, destacou Bento XVI, acrescentando que é com o advento de Cristo que “a promessa que alimentava a esperança do povo de Israel chega ao seu cumprimento”.

“Em Cristo Jesus – destacou o Papa –, o destino do homem foi extraído definitivamente da nebulosidade que o rodeava” e, “através do Filho, no poder do Espírito Santo, o Pai nos desvelou definitivamente o futuro positivo que nos espera”.

Segundo o Pontífice, “Cristo ressuscitado, presente em sua Igreja, nos sacramentos com o seu Espírito, é o fundamento último e definitivo da existência, a certeza da nossa esperança”.

“Somente a certeza da fé permite ao homem viver intensamente o presente e ao mesmo tempo transcendê-lo, descobrindo nele os reflexos do eterno com que o tempo se ordena.”

“Os dramas do século passado demonstraram amplamente que, quando diminui a esperança cristã, isto é, quando diminui a certeza da fé e o desejo das 'coisas últimas', o homem se perde e se torna vítima do poder.”

“Uma fé sem esperança provocou o surgimento de uma esperança sem fé”, resumiu.

A mensagem do Papa conclui com uma citação de André-Jean Festugière, segundo o qual “a imortalidade cristã se caracteriza precisamente por ser a expressão de uma amizade”.

“O que é o paraíso, senão o cumprimento definitivo da amizade com Cristo e entre nós?”, questionou o filósofo francês.

Para o Pe. Festugière, “a existência, portanto, não é um proceder cego, mas um ir ao encontro de quem nos ama; sabemos, então, onde estamos andando, rumo a quem nos dirigimos, e isso orienta toda a existência”.

Fonte: Zenit - (Antonio Gaspari)

Alegria dos jovens do Rio de Janeiro pela JMJ

A juventude católica do Rio de Janeiro vive um momento de grande alegria, após o anúncio oficial do Papa Bento XVI de que a cidade acolherá a próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2013.

Segundo informa o departamento de imprensa da arquidiocese do Rio de Janeiro, os jovens presentes na Vigília JMJ Madri Rio, realizada de sábado para domingo no Maracanãzinho, puderam viver e celebrar, de forma simultânea com os jovens que estavam em Madri, a emoção desta boa notícia.

“A juventude do Rio vai ganhar muito com esse evento. Estou muito feliz em saber que o Papa confiou a nós essa missão de acolher a juventude do mundo, para refletir sobre a fé, sobre a vivência no mundo de hoje”, disse o padre Leandro Cury, diretor da Rádio Catedral.

O vigário episcopal para a comunicação social, cônego Marcos William Bernardo, presidiu à Santa Missa em plena unidade com o Papa Bento XVI. E a homilia do pontífice foi transmitida ‘ao vivo’ direto de Madri para os participantes.

Em vários momentos da celebração, que começou por volta das 4h30 da manhã (horário de Brasília, sendo 9h30 em Madri), os flashes da missa em Madri, transmitidos pelas redes e mídias católicas, surpreendiam a todos pela plena sintonia litúrgica.

Na saída da vigília, por volta das 7h, a alegria, que vencia o cansaço, ainda era percebida nos sorrisos dos jovens que, aos poucos, ocuparam as calçadas das ruas da Tijuca, ao redor do Maracanãzinho.

A jovem Fabiana Targino, da Pastoral da Juventude e da Pascom do Vicariato Sul, que já participou de quatro jornadas, considera que participar da JMJ é uma emoção única na vida de qualquer pessoa.

“Percebemos que mesmo pertencendo a países e cultura diferentes, o que nos une é a mesma fé em Cristo Jesus. Saber que a próxima JMJ será no Rio é uma emoção indescritível, um sonho realizado”, disse.

“É uma alegria receber o Papa na nossa Cidade. Vamos preparar com muito carinho e amor cada detalhe da próxima jornada. E que nós possamos mostrar para o mundo que somos portadores da paz”, afirmou a jovem.

“Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca”. A famosa frase do beato João Paulo II, em sua visita ao Brasil, também foi lembrada pelo jovem Rodrigo Farias, assessor da Pastoral Universitária.

“A expectativa é enorme em receber o Papa. Iremos nos preparar, e enraizar mais em Cristo, para que possamos nos identificar com o nosso verdadeiro Senhor”, disse.

A vigília realizada no Rio de Janeiro nesse fim de semana, em sintonia com a JMJ, contagiou a todos, nos louvores ministrados pelas bandas e cantores católicos, entre eles: Padre Omar Raposo, assessor arquidiocesano para eventos de massa, que foi o condutor do evento, bandas Cristo Redentor, Sambadorando e Duelo de DJs. E também pelas apresentações do Stand up Comedy Católic - Rir é um Santo Remédio. Os testemunhos também levaram os jovens à reflexão sobre o sentido da vida.

A vigília, que foi transmitida pela Web TV Redentor e pela Rádio Catedral (FM 106,7), foi iniciada pelo bispo emérito do Rio Dom Assis Lopes, que recebeu das mãos dos jovens as imagens de Nossa Senhora e de São Sebastião e conduziu um momento de oração.

Fonte: Zenit.

JMJ no Rio de Janeiro: um grande desafio

O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, agradeceu o Papa pela escolha dessa cidade brasileira como sede da próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Ele considera que organizar o evento será “um grande desafio”.

Dom Orani participou de coletiva de imprensa no início da noite desse domingo, em Madri, para falar sobre a próxima JMJ. Estavam ao seu lado o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, e o presidente da Comissão da CNBB para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro.

A coletiva foi no Centro de imprensa da JMJ de Madri, na região central da capital espanhola, que acolheu a JMJ encerrada ontem pelo Papa.

Segundo informa o departamento de imprensa da CNBB, Dom Orani, após expressar sua gratidão ao Papa por confiar ao Rio de Janeiro e ao Brasil o “grande desafio” de sediar a JMJ, explicou que em breve entrará em contato com o Pontifício Conselho para os Leigos, para iniciar a preparação do evento de 2013.

O arcebispo afirmou que JMJ será realizada no fim do mês de julho (tempo de férias escolares no Brasil). Ele disse aguardar, a partir de agora, o anúncio pelo Papa do tema da próxima JMJ.

Dom Orani recordou que em 2013, no tempo de Quaresma, a Igreja no Brasil realizará a Campanha da Fraternidade sobre o tema da Juventude. Será um tempo de fortalecimento da consciência da importância dos jovens na nova evangelização lançada pela Igreja e também um momento de preparo para a JMJ.

Continente

Já o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno, afirmou que a boa organização da Igreja na América Latina, por meio do CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano), facilitará trabalhar em conjunto para ter o maior número possível de jovens do continente na JMJ do Rio.

“Vamos trabalhar como Conferência em união com CELAM,para que colabore na organização da Jornada, assim se reúne muito mais gente e muito mais países”, disse.

Dom Damasceno considera que o trabalho preparatório será intenso, uma vez que a JMJ foi antecipada em um ano por causa da Copa do Mundo de Futebol, que o Brasil sediará em 2014.

“Teremos um ano a menos para preparar a Jornada, isso significa um trabalho mais intenso porque não temos tempo a perder”, afirmou.

Dom Damasceno recordou que a América Latina é o continente com maior número de católicos, 47%, e avaliou que a JMJ “trará muitos frutos, não só para os jovens no Brasil, mas para toda a América Latina".

Já o presidente da Comissão para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro, qualificou como "um momento muito especial para a Igreja no Brasil’ a escolha do Rio de Janeiro para receber a JMJ.

“A Jornada no Rio mostrará uma Igreja viva, criativa, em parte por causa dos jovens. A juventude brasileira, com sua criatividade, fará com que tenhamos uma bonita Jornada para todo o mundo”, disse.

Expectativa


Os bispos adiantaram que, da parte do Governo brasileiro, em suas três esferas (Federal, Estadual e Prefeitura), há muita disposição para acolher o evento, o maior do mundo para juventude católica. Eles ainda não arriscaram dizer quantos jovens a JMJ do Rio deverá reunir.

Dom Eduardo explicou que a CNBB fará um projeto amplo, considerando o antes, o durante e o depois da Jornada.

“O projeto terá uma direção missionária com a pré-jornada, que deverá consistir numa semana missionária, e a peregrinação da cruz, que deverá ser acolhida pelas dioceses com espírito missionário”, disse.

Os bispos afirmaram que a Jornada no Rio encontrará uma América Latina mudada. Para Dom Damasceno, apesar das melhoras, a realidade ainda é de concentração de riquezas e aumento de miséria.

“A globalização trouxe como consequência a uniformização da cultura e se perde a identidade cultural”, disse o cardeal.

Dom Eduardo, por sua vez, destacou a presença e a influência dos meios de comunicação na vida dos jovens.

“Vivemos o desafio grande de ajudar os jovens nesta cultura midiática”. Para ele, 2013 “será o ano da juventude no Brasil”.

A JMJ do Rio de Janeiro será a segunda Jornada sediada na América do Sul. A primeira foi em 1987, em Buenos Aires.

Fonte: Zenit.