No quinto centenário da exposição da Túnica Santa na Catedral de Trier, na Alemanha, o papa Bento XVI enviou uma mensagem ao bispo da cidade, dom Stephan Ackerman. A exposição da relíquia foi aberta na sexta-feira, 13 de abril, e vai até 13 de maio, esperando milhares de peregrinos de todo o mundo.
"Nesta ocasião especial, eu também, em pensamento, me torno peregrino na antiga e venerável cidade episcopal de Trier, para me juntar às fileiras de fiéis que, nas próximas semanas, peregrinarão para ver a Túnica Santa".
Bento XVI recorda que esta importante relíquia evoca "um dos momentos mais dramáticos da vida terrena de Jesus, a morte na cruz". Embora a divisão das vestes de Jesus (cf. Jo 19,23) pareça um "episódio secundário" da Paixão de Nosso Senhor, esta relíquia nos ajuda "a olhar com fé para o mistério da salvação".
Como narra o evangelista João, os soldados "não queriam rasgar a túnica" de Cristo, mas a sortearam, e assim ela permaneceu inteira. Nesta passagem, diz Bento XVI, os Padres da Igreja vislumbraram a unidade da própria igreja, "fundada como comunidade única e indivisa do amor de Cristo".
O amor do Salvador "reúne o dividido", e Cristo, sem dissolver a "pluralidade dos homens", os une "para se tornarem, eles próprios, de várias maneiras, mediadores uns dos outros para Deus". A Túnica Santa é ainda "uma advertência para a Igreja permanecer fiel às suas origens, ser ciente de que a sua unidade, consenso, eficácia, testemunho, podem ser criados apenas de cima, por Deus".
Historicamente, a túnica não era uma peça "elegante", nem expressava qualquer "papel social". Era modesta, com a única finalidade de cobrir o corpo, que nos lembra "a dignidade da Igreja". A integridade da Igreja, Corpo de Cristo, é um bem muitas vezes ferido pelo "nosso egoísmo, fraquezas e erros". A "especial dignidade e integridade da Igreja", por sua vez, "não pode ser exposta e entregue a um julgamento da opinião pública".
A peregrinação jubilar à Túnica Santa tem o lema "Reúna o dividido": o papa explica que é uma exortação a não "ficarmos em isolamento", mas a "pedirmos que o Senhor nos guie no caminho comum da fé e faça reviver em nós o seu conteúdo".
Antes de dar a bênção apostólica ao bispo de Trier e a todos os peregrinos, Bento XVI expressou a esperança de que "ao crescermos juntos na fé, na oração e no testemunho, reconheceremos, nas provações do nosso tempo, a grandeza e a bondade do Senhor".
Fonte: Zenit.
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