O papa Bento XVI condenou nesta quinta-feira (5/4) os apelos à desobediência, tais como os lançados na Áustria pela ordenação de mulheres. O pontífice considerou que a atitude constitui um impulso desesperado e diz não ser o caminho para a renovação de uma igreja que está em situação dramática.
Esta contestação, afirmou, é a favor da ordenação de mulheres. Sobre isso, o papa disse que João Paulo II já havia declarado, de maneira irrevogável, que a Igreja não recebeu qualquer autorização de Deus para "tanto". O Papa respondeu ao movimento austríaco "Iniciativa dos padres", que fez em junho de 2011 um "apelo à desobediência religiosa" e um pedido por reformas na Igreja. Este movimento sempre foi muito bem recebido pelos fiéis e clero austríaco e em outros lugares.
Segundo Bento XVI, o próprio Cristo havia "corrigido tradições humanas que ameaçavam sufocar a palavra e a vontade de Deus", opondo-se aos sacerdotes judeus de sua época. Mas ele fez isso "para despertar a verdadeira obediência à vontade de Deus". O Papa negou que a Igreja Romana quer "defender o status quo, o endurecimento da tradição", referindo-se ao Concílio Vaticano II (1962-1965), que marcou a abertura da Igreja ao mundo moderno.
Durante a missa, que é uma oportunidade dos padres renovarem a sua fidelidade à Igreja, o papa estimulou todos à excelência e a não serem meros servos da Igreja: os fiéis "nunca devem ter a sensação de que cumprimos o nosso cronograma de trabalho, mas que antes e depois nos preocupamos com nós mesmos".
Fonte: AFP - Paris.
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