segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Outro cristão acusado de blasfêmia no Paquistão

A Arquidiocese de Lahore no Paquistão, negou os relatos de que um católico de 24 anos teria queimado páginas do Alcorão.



As alegações de que Khuram Masih destruiu parte do livro sagrado muçulmano são infundadas - e muitos relatos da mídia sobre o caso são imprecisos – disse um porta-voz da arquidiocese à Fundação Católica Ajuda a Igreja que Sofre.

O porta-voz afirmou que Masih, preso no dia 6 de dezembro, foi falsamente acusado por sua namorada Hindu, com quem estava convivendo "fora do casamento", pois seus pais se opuseram fortemente ao matrimônio.

De acordo com a arquidiocese, a família do proprietário muçulmano da casa em que o casal estava morando, pressionou a jovem mulher – a chantageando depois que ela não quis se converter ao islamismo, ameaçando-a com o apedrejamento por "viver em pecado".

Disse que ela seria morta se não cooperasse; a namorada Hindu do Sr Masih foi forçada a chamar a polícia e acusá-lo de queimar páginas do Alcorão para ferver o chá sobre o fogo.

A polícia, que não conseguiu encontrar o Sr. Masih em casa, prendeu seu sobrinho.
Em seguida, Khuram Masih, foi para a delegacia de polícia a fim de descobrir o que estava acontecendo, mas a essa altura uma multidão se reuniu em frente à estação querendo incendiar o prédio e matá-lo. Atualmente, o jovem está na prisão aguardando julgamento.

Enquanto outras versões sobre a prisão de Khuram Masih foram publicadas por vários meios de comunicação, no qual ele é acusado de queimar as páginas ao descartar o lixo de uma construção, o porta-voz da diocese indeferiu estes como imprecisos.

Um advogado paquistanês muçulmano que defende vítimas de acusações de blasfêmia, mas cujo nome não pode ser revelado, por temor aos ataques, disse a AIS no início deste mês que 95% de todas as acusações de blasfêmia são falsas, e feitas com a intenção de prejudicar ou se vingar contra alguém.

Sob a lei de blasfêmia do Paquistão, que foi introduzida em 1986, quem insultar o Alcorão pode ser punido com prisão perpétua, e quem insultar o profeta Maomé é punido com a pena de morte.

De acordo com a Comissão da Igreja Católica para a Justiça e Paz da Igreja Católica no Paquistão, que documenta esses casos, 38 pessoas, incluindo 14 cristãos, foram acusados ​​de blasfêmia no ano passado.

A AIS apóia o trabalho da Comissão, que entre outras coisas financia a representação legal para os réus indigentes.

Por Eva-Maria Kolmann and John Newton

Fonte: Zenit.

Nenhum comentário:

Postar um comentário