Às 8:15 desta manhã, Bento XVI deixou a Nunciatura Apostólica de Cotonou e se dirigiu em carro aberto para o estádio L`Amitié, onde às 9:00 teve início a celebração da Santa Missa em ocasião da publicação da Exortação Apostólica pós-sinodal Africae Munus da II Assembléia Especial pela África do Sínodo dos Bispos.
A celebração presidida pelo Santo Padre foi concelebrada por mais duzentos bispos da África e mil sacerdotes do Benim. Participaram da missa fiéis de todas as nações e grupos de peregrinos da Nigéria, Tongo, Ghana e de Burkina Faso. Estava presente o Presidente da República do Benim, Thomas Boni Yayi, e outras personalidades institucionais.
A celebração eucarística pela solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo teve iniciou com as saudações do S.E. Mons. Antonie Ganyé, Arcebispo Metropolitano de Cotonou e Presidente da Conferência Episcopal do Benin.
“Jesus, o Filho do homem, o juiz das nossas vidas, quis possuir a face daqueles que tem fome e sede, dos estrangeiros, dos que estão nus, doentes ou presos, ou seja, de todas as pessoas que sofrem ou são desprezadas”, disse o Santo Padre durante a homilia, comentando as leituras da Solenidade de Cristo Rei.
“Ainda hoje, como ha 2000 anos atrás – prosseguiu o Papa – acostumados a ver os sinais da realeza no sucesso, na potência, no dinheiro e no poder, temos dificuldade em aceitar um rei semelhante, um rei que se faz servo dos menores, dos mais humildes, um rei cujo trono é uma cruz”.
No entanto, Cristo, com sua ressurreição, “nos apresenta um mundo novo, um mundo de liberdade e de felicidade”. Então, exortou Bento XVI, “deixemos que Cristo nos liberte deste mundo velho”!
O evangelho de hoje é “uma palavra de esperança, porque o Rei do universo se fez próximo de nós, servo dos menores e mais humildes”.
O Santo Padre então se dirigiu “com afeto a todas as pessoas que sofrem aos doentes, a todos que são afetados pelo vírus da AIDS ou de outras doenças, a todos os esquecidos pela sociedade”, dirigindo a eles palavras de presença e orações.
“Jesus quis se identificar com os pequenos, com os doentes; quis partilhar o vosso sofrimento e se reconhecer em vós, irmãos e irmãs, para liberar-vos de todos os males, de qualquer sofrimento!”, disse o Papa.
Mencionando o 150° aniversário da evangelização do Benin, Bento XVI rendeu “graças a Deus pela obra realizada pelos missionários, dos “operários apostólicos” originários da vossa casa ou vindos de outros países, bispos, sacerdotes, religiosos, catequistas” e todos que durante os anos contribuíram para a evangelização do continente africano.
Depois de um século e meio, contudo, são ainda muitos “aqueles que não ouviram a mensagem de salvação de Cristo” e por eles o anúncio da Boa Nova é sempre “urgente”.
Existem também aqueles que “resistem em abrir o próprio coração à Palavra de Deus” e que acredita que “a procura de um bem-estar egoísta, do dinheiro fácil ou do poder seja o escopo último da vida humana”.
Diante dos que não conhecem Cristo ou permanecem céticos, é necessário ser “testemunha ardente da fé”, que se recebe e faz “resplandecer em qualquer lugar a face amorosa do Salvador”.
A Igreja do Benin que “recebeu muito dos missionários” precisa, portanto, ter a “preocupação” pela evangelização do País, de todo o Continente Africano e do mundo inteiro.
Como recorda o recente Sínodo dos Bispos pela África “o cristão não pode ter desinteresse pelos irmãos e irmãs”, caso contrário, “estaria em contradição com o comportamento de Jesus”.
Saudando os fiéis de língua inglesa provenientes de Ghana, da Nigéria e dos países vizinhos, o Santo Padre recordou que “Cristo reina da Cruz e com seus braços abertos abraça a todos os povos da terra e os conduz em direção à unidade. Diante da Cruz, rompe os muros da divisão, nos reconcilia uns aos outros e com o Pai”.
E por último o Papa saudou em português os fiéis da “África Lusófona”, recordando que “por Cristo, vários homens e mulheres vitoriosamente se opuseram às tentações do mundo para viver fielmente a própria fé, às vezes até o martírio”.
“Caríssimos pastores e fiéis sejam, pelo exemplo destes, sal e luz de Cristo na terra africana!”, conclui o Santo Padre.
Fonte: Zenit.
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