Dezenas de milhares de manifestantes egípcios continuam reunidos na praça Tahrir, no Cairo, para protestar contra a lentidão das reformas esperadas após a queda do ex-presidente Hosni Mubarak, há nove meses.
As forças militares tomaram medidas drásticas contra os protestos. Estima-se que o número de mortes esteja entre 25 e 40. Mais de 1.500 pessoas ficaram gravemente feridas.
Dom Antonios Aziz Mina, bispo copta-católico, defendeu os manifestantes e condenou energicamente a ação militar. "As autoridades não têm o direito de atirar em pessoas pacíficas".
Bispo copta de Gizé, maior cidade das proximidades do Cairo, Aziz foi entrevistado pela Ajuda à Igreja que Sofre, e explicou que tanto os cristãos quanto os muçulmanos estão unidos na Praça Tahrir em defesa dos direitos humanos. "As pessoas têm o direito de expressar seu ponto de vista. A única maneira de fazer isso é ir para as ruas". Os protestos se espalharam da capital para cidades como Alexandria, Suez e Damietta.
O padre Rafic Greiche, porta-voz da Igreja Católica, afirmou à agência Asia News que muitos manifestantes passaram mal por causa do gás lacrimogêneo usado pela polícia. Outros saíram feridos e se queixam da presença de maus policiais nas forças de ordem pública.
Segundo as últimas notícias, o marechal Mohamed Hussein Tantawi, chefe do conselho militar que vem governando o Egito desde a renúncia de Mubarak, em 11 de fevereiro, prometeu que as eleições serão realizadas em junho de 2012, e que os militares cederão opoder a um presidente civil em julho.
As eleições parlamentares foram agendadas para segunda-feira que vem, mas agora surgem dúvidas sobre a sua realização e sobre a sua aceitação legítima.
As relações entre a Igreja copta e os líderes militares estão particularmente tensas, em especial depois dos ataques contra os manifestantes cristãos no Cairo, em outubro, que causaram a morte de ao menos 25 pessoas, a maioria cristãos, além de centenas de feridos.
Na quinta-feira, centenas de cristãos coptas marcharam para exigir justiça para as vítimas de outubro. Durante os protestos, os manifestantes foram atacados por pessoas que atiravam pedras e garrafas: cerca de 25 ficaram feridos.
Na entrevista para a Ajuda à Igreja que Sofre, o bispo Aziz disse que o regime deixou de responder às exigências dos manifestantes, que querem se livrar das restrições ao culto cristão e à construção de igrejas.
Fonte: Zenit.
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