D. Antonino Dias, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, afirmou este sábado nas jornadas nacionais de Pastoral Familiar que a “família cristã tem de marcar a diferença pelo testemunho” sem desânimo, nem angústia.
No encontro baseado na reflexão do Papa Francisco na exortação apostólica “A alegria do amor”, D. Antonino Dias apontava o desafio da família ser testemunha de uma comunidade viva.
“Vivemos mudanças sócio-culturais e antropológicas que são obstáculo a que a família viva e enfrente as dificuldades e não pode desistir; a família cristã tem de marcar a diferença, precisa de testemunhar sem medo, pois o desânimo e a angústia não são dons do Espírito Santo”, disse este sábado em declarações à Agência ECCLESIA.
O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família apontou ainda as novas gerações e a cultura do provisório que traz dificuldades a este setor da pastoral familiar.
“Vivemos esta cultura do provisório, uma era de plástico e os jovens são frutos deste tempo, têm dificuldade em enfrentar a riqueza do matrimônio com medo de falhar; outros não têm esse sentido de responsabilidade, escolhem ‘à la carte’”.
O prelado confessou ainda que é difícil uma preparação para o matrimônio, pois “o que era válido há 20 anos já não é” e é necessário gente com capacidade para os acompanhar, “com mudança de linguagem, de conteúdo, pedagogias, metodologias e isso exige competência e preparação, não dá para improvisar”.
Por seu lado D. Ilídio Leandro, vogal da mesma Comissão Episcopal e presente nas Jornadas, olha para um novo conceito de família que é preciso não esquecer, como apontou o Papa Francisco com uma nova teologia na exortação “A Alegria do Amor”.
“Atualmente há muitos conceitos de família, e hoje há a família nuclear, pequena, que não havendo filhos, fica reduzida a duas pessoas e quando se desentendem cada um vai para seu lado.
Ora o Papa faz apelo a que todas as relações sejam marcadas pelo tom familiar, convida a que seja família alargada, não excluindo os vizinhos”, disse o bispo de Viseu à Agência ECCLESIA.
Segundo o prelado, o Papa na exortação veio trazer uma “nova teologia,porque antes as normas eram aplicadas de forma fria e muitas vezes eram esquecidas circunstâncias concretas, Francisco fez uma leitura das normas a partir das pessoas para as ajudar a caminhar.
D. Ilídio Leandro recordou ainda a sua circunstância de família, tendo sido criado perto dos avós e alerta para os perigos do abandono dos idosos,
“A família ia crescendo na casa ou na vizinhança dos avós, era natural por isso não os esqueço e hoje é necessário integrar os idosos, e não ver apenas o lar só como saída, um lar distante que leva à separação, em que a morte ou as heranças trazem a proximidade”.
De acordo com o programa das jornadas no domingo, dia 23 de outubro, estará em destaque uma intervenção do cônego Arnaldo de Pinho, subordinada ao tema “Acompanhar, discernir e integrar as situações ‘irregulares’: a liberdade e a responsabilidade do bispo diocesano”.
Também um momento de partilha de testemunhos, com um casal em situação irregular e um pároco que abordará as suas dificuldades nesta área pastoral.
Fonte: Agência Ecclesia.
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