O Papa explicou hoje que a “rigidez não é um dom de Deus” tendo como referencia o Evangelho da cura de uma mulher num sábado, o que provoca indignação das pessoas do tempo de Jesus.
“A Lei não foi feita para escravizar mas para libertar-nos, para fazer-nos filhos. Por trás da rigidez tem sempre outra coisa, sempre, por isso, Jesus diz «hipócritas»”, disse Francisco, na Missa a que presidiu na capela da Casa Santa Marta, Vaticano.
O Papa assinalou que Jesus reagiu à indignação do chefe da Sinagoga e acusou-o de ser hipócrita, uma palavra que “repete tantas vezes aos rígidos”, aos que têm uma atitude de rigidez “em cumprir a lei” e “não têm a liberdade dos filhos”.
“São escravos da Lei”, sublinhou, realçando que “não é fácil caminhar na Lei do Senhor” mas “é uma graça” que se deve pedir.
Segundo Francisco, por trás dessa rigidez “há algo escondido” na vida da pessoa, “em tantos casos uma vida dupla mas há também algo de doentio”, uma vez que a “rigidez não é um dom de Deus”, por ser contrária à “mansidão, bondade, benevolência, o perdão”.
“Quanto sofrem os rígidos: quando são sinceros e se percebem isso, sofrem. Porque não conseguem ter a liberdade dos filhos de Deus não sabem como se caminha na Lei do Senhor e não são beatos”, desenvolve.
O pontífice argentino sublinhou que esses rígidos “parecem bons” porque seguem a Lei, mas sofrem, têm alguma coisa que “não os torna bons” porque “são maus, hipócritas ou são doentes”.
Neste contexto, Francisco recordou o filho mais velho da parábola do Filho Pródigo que “sempre se comportou bem” mas indigna-se com o pai que recebe “com alegria o filho menor dissoluto que regressou arrependido”.
“Esta atitude mostra o que há por trás de uma certa bondade: A soberba de se julgar justo”, referiu.
O Papa concluiu a sua homilia a pedir aos presentes que rezem pelos irmãos e irmãs que “pensam que caminhar na Lei do Senhor significa tornar-se rígidos”.
“Que o Senhor faça sentir que Ele é Pai e que gosta de misericórdia, de ternura, de bondade, de mansidão, de humildade e ensine todos a caminhar na Lei do Senhor com essas atitudes”, acrescentou Francisco, numa intervenção divulgada pela Rádio Vaticano.
CB - Agência Ecclesia.
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