segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Jerusalém: Túmulo de Cristo aberto pela primeira vez em cinco séculos



A equipe responsável pelo restauro do túmulo de Cristo, na Basílica do Santo Sepulcro, Jerusalém, abriu pela primeira vez em cinco séculos a laje de mármore que cobre o local onde o corpo de Jesus foi depositado.
A informação é avançada pela ‘National Geographic’, que acompanha a intervenção na edícula, estrutura construída no século XIX para proteger o espaço, aberto aos visitantes de forma limitada.
O patriarca Ortodoxo de Jerusalém e a Custódia da Terra Santa (Igreja Católica) anunciaram no início do ano que o túmulo de Cristo iria ser restaurado depois das solenidades da Páscoa ortodoxa (1 de maio).
Um estudo científico, previamente realizado, confirmou a existência de sérios problemas de umidade ”ligados à condensação da respiração dos visitantes” e também de oxidação provocada pelo fumaça das velas.
O restauro é possível graças ao acordo conseguido entre as três principais confissões (Ortodoxa-grega, Latina e Armênia) responsáveis pela Basílica do Santo Sepulcro.
Os trabalhos foram confiados a uma equipa grega chefiada pela professora Antonia Moropoulo, da Universidade Técnica Nacional de Atenas.
OC - Agência Ecclesia.

domingo, 30 de outubro de 2016

Catequese: Valorizar as famílias na sua realidade concreta para uma «mudança de paradigma» na proposta cristã

O diretor do setor da Catequese do patriarcado de Lisboa, o padre Tiago Neto, afirmou hoje a necessidade de ajudar os pais na sua "realidade concreta" e "acolher as suas vivências humanas".
"Temos muito para perceber a relação da vida concreta da família, nos seus problemas e a fé é um desafio que temos pela frente, nem sempre compreensível na mentalidade corrente", afirmou o responsável à Agência ECCLESIA, durante as Jornadas Nacionais de Catequese, que decorrem em Fátima.
O sacerdote do Patriarcado de Lisboa alertava para uma "visão negativa" que se tem dos pais "como se fossem culpados de tudo", quando na realidade "eles assumem imensas responsabilidades".
"Tantas vezes as pessoas não estão despertas porque e não foram educadas para isso. Devemos ajudá-los na sua realidade de vida, acolhendo as suas vivências humanas".
Este alerta é partilhado por Maria Luísa Boléo, catequista com décadas de experiência no patriarcado de Lisboa.
"Temos que aprender a valorizar o que já existe nas famílias. Pode não ser uma família educadora cristã, mas há valores que existem de amor, respeito, honestidade que são uma base humana extraordinária."
As Jornadas Nacionais de Catequese, que estão a decorrer em Fátima até domingo, estão a dar eco das reflexões em curso para repensar a catequese num novo contexto português, abordando experiências de formação e vivência.
Maria Luísa Boléo dá conta à Agência ECCLESIA de duas iniciativas que estão a decorrer a nível nacional: a catequese familiar e a escola paroquial de pais.
Incentivar os pais a fazerem formação aos filhos, acompanhados pelas paróquia é uma experiência que "conta com grandes resultados", refere a catequista.
"A aproximação do casal e a participação assídua da família nas eucaristia", são apontadas como consequências da catequese familiar.
A escola paroquial de pais é outra experiência em curso onde, através de reuniões, os progenitores contam com o apoio de catequistas para ajudar na formação dos seus filhos.
O padre Tiago Neto aponta a reflexão em curso a partir do documento de trabalho proposto pela Comissão Episcopal de Educação Cristã, decorrente da visita ad limina dos bispos portugueses ao Vaticano em 2015, «Catequese: alegria do encontro com Jesus».
"Exige mudança de mentalidades" porque "a herança do cristianismo já não se enquadra na reconfiguração do universo religioso de hoje", traduz o sacerdote para quem a tradição "é uma riqueza" mas muitas vezes "não é apresentada na sua beleza e potencialidade".
O responsável em Lisboa sublinha que o catequista não é um formador ou mestre mas "um discípulo mais velho que é chamado a acompanhar" e que tem uma "identidade".
O padre Tiago Neto indica a necessidade de envolver também os pais para que "a mudança de paradigma seja real".
A tarde deste segundo dia das Jornadas Nacionais de Catequese vai ser preenchida com conferências temáticas e ateliers de formação.
encontro decorre em Fátima até amanhã e conta com cerca de 450 catequistas de todas as dioceses do país.
OC/LS - Agência Ecclesia.

sábado, 29 de outubro de 2016

Ecumenismo: Papa antecipa viagem à Suécia e evoca «gesto de reforma» de Lutero



O Papa Francisco assumiu o significado ecumênico da sua próxima viagem à Suécia, nos 500 anos da reforma protestante, convidando católicos e luteranos a um compromisso comum.
Numa entrevista divulgada hoje por duas revistas ligadas aos Jesuítas, ‘La Civiltà Cattolica’ (Itália) e ‘Singum’ (Suécia), o pontífice argentino alude à separação entre Igrejas, promovida após o “gesto de reforma” de Martinho Lutero, no século XVI.
“Não se pode ser católicos e sectários. É preciso tender para estarmos juntos com os outros”, declarou.
O Papa vai passar por Lund e Malmo, entre 31 de outubro e 1 de novembro, para encontros com representantes da Federação Luterana Mundial.
Francisco afirma que Martinho Lutero quis, inicialmente, promover “um gesto de reforma num momento “difícil” para a Igreja.
“Depois, este gesto - também por causa de situações políticas, pensemos também no ‘cuius regio eius religio’ — tornou-se um ‘estado’ de separação e não um ‘processo’ de reforma de toda a Igreja”, explica.
Francisco diz ainda que Lutero “deu um grande passo” para colocar a Bíblia nas mãos das pessoas.
Em relação à próxima viagem, o Papa sublinha a importância de estar “juntos”, em favor dos mais pobres e necessitados, lembrando também os cristãos que são “perseguidos e mortos” por causa da sua fé.
“A minha expectativa é a de conseguir dar um passo de proximidade, estar mais próximo dos meus irmãos e irmãs”, aponta.
Francisco alerta contra “perspetivas rígidas”, porque as mesmas impedem qualquer “possibilidade de reforma”.
viagem de dia e meio é mais longa do que outras em território europeu, algo que o Papa explica pelo facto de inicialmente não estar prevista qualquer Missa com a pequena comunidade católica - o que vai acontecer na manhã de 1 de novembro, solenidade litúrgica de Todos os Santos.
OC - Agência Ecclesia.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Papa recebeu líderes cristãos do Sudão do Sul

O Papa recebeu hoje no Vaticano os principais líderes cristãos do Sudão do Sul, com quem debateu o cenário de guerra civil no mais jovem país africano, anunciou a sala de imprensa da Santa Sé.
Francisco reuniu-se com D. Paulino Lukudu Loro, arcebispo de Juba; Daniel Deng Bul Yak, arcebispo da Igreja Episcopal; e Peter Gai Lual Marrow, da Igreja Presbiteriana.
A Santa Sé informa que o encontro teve lugar “no contexto das tensões que dividem a população e destroem a convivência no país”.
A guerra civil no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, opondo o presidente Salva Kiir ao antigo vice-presidente do Riek Machar.
Francisco e os líderes cristãos sublinharam a “colaboração” entre Igrejas para “proteger a os indefensos e criar iniciativas de diálogo e reconciliação”.
“À luz do Ano da Misericórdia, que a Igreja Católica está a celebrar, sublinhou-se que a experiência fundamental do perdão e a aceitação o outro é o caminho real para construir a paz e o desenvolvimento humano e social”, pode ler-se.
comunicado deixa votos de que se encontrem respostas para as “aspirações profundas” da população sul-sudanesa, oferecendo “uma vida segura e um futuro melhor”.
OC - Agência Ecclesia.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Ecumenismo: 500 anos depois da reforma de Lutero, Papa vai à Suécia apontar ao futuro



A Santa Sé apresentou hoje aos jornalistas o programa da viagem do Papa à Suécia, de 31 de outubro a 1 de novembro, um evento “inédito” por juntar católicos e luteranos nos 500 anos da reforma de Lutero.
O porta-voz do Vaticano, Greg Burke, disse em conferência de imprensa que o objetivo da visita de Francisco a Malmo e Lund é sublinhar o percurso de católicos e luteranos no diálogo ecumênico, em particular nos últimos 50 anos.
O Papa foi convidado pela Igreja Católica na Suécia, pelo governo local e pela Federação Luterana Mundial, numa viagem que tem como tema ‘Do conflito à comunhão: unidos na esperança’.
Francisco vai chegar a Malmo pelas 11h00 (menos uma em Lisboa) da próxima segunda-feira, sendo recebido pelo primeiro-ministro sueco antes da visita à família real, no palácio de Lund.
O programa do primeiro dia na Suécia completa-se com uma oração na Catedral Luterana de Lund e um encontro ecuménico na Arena Malmo, perante 30 delegações luteranas.
Francisco vai ser acompanhado neste encontro pelo cardeal Kurt Kock, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos (Santa Sé), pelo presidente da Federação Luterana Mundial, Munib A. Younan, e o secretário-geral deste organismo, Martin Junge.
A 13 de outubro, ao receber no Vaticano cerca de mil participantes numa peregrinação ecumênica de luteranos, o Papa disse que o objetivo da viagem à Suécia é “fazer memória, depois de cinco séculos, do início da reforma de Lutero” e agradecer pelos “50 anos de diálogo oficial” entre a Igreja Católica e a Luterana.
“Parte essencial desta comemoração será dirigirmos o nosso olhar para o futuro, em vista de um testemunho cristão comum para o mundo de hoje”, precisou.
A viagem conclui-se no dia em que a Igreja Católica celebra a solenidade de Todos os Santos, com a Missa presidida pelo Papa no Swedbank Stadion, em Malmo.
OC - Agência Ecclesia.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

China: Autoridade derrubam edifício da Igreja



A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) notícia que a demolição de um edifício da Igreja em Tianjin, na Diocese de Anyang, na China, provocou manifestações que originaram confrontos entre a comunidade cristã e a polícia.
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, a AIS explica que as manifestações de protesto reuniram cerca de “quatro dezenas de pessoas” onde se contavam “alguns sacerdotes e religiosas” contra a demolição de um edifício da Igreja em Tianjin, na Diocese de Anyang.
A fundação pontifícia considera que o incidente “ganha algum destaque” uma vez que acontece num período de “alguma tensão” por causa da campanha de demolição de cruzes e de outros símbolos cristãos, em diversas regiões da República Popular China.
O secretariado português da AIS refere que “sinal diametralmente oposto” a este acontecimento pode estar, “para breve, o entendimento” entre a Santa Sé e o governo em Pequim “sobre a delicada questão da nomeação dos bispos que “abrirá as portas a um acordo mais vasto”.
A fundação recorda ainda que na China existe uma comunidade cristã “muito ativa apesar de «clandestina»” por ser fiel ao Papa e que “tem sofrido, desde o advento do regime comunista, a perseguição das autoridades”, que criaram a ‘Associação Patriótica Católica’, em 1957, suspendendo assim qualquer comunicação com a Santa Sé.
CB - Agência Ecclesia.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Papa rejeita «rigidez» na vida da Igreja

O Papa explicou hoje que a “rigidez não é um dom de Deus” tendo como referencia o Evangelho da cura de uma mulher num sábado, o que provoca indignação das pessoas do tempo de Jesus.
“A Lei não foi feita para escravizar mas para libertar-nos, para fazer-nos filhos. Por trás da rigidez tem sempre outra coisa, sempre, por isso, Jesus diz «hipócritas»”, disse Francisco, na Missa a que presidiu na capela da Casa Santa Marta, Vaticano.
O Papa assinalou que Jesus reagiu à indignação do chefe da Sinagoga e acusou-o de ser hipócrita, uma palavra que “repete tantas vezes aos rígidos”, aos que têm uma atitude de rigidez “em cumprir a lei” e “não têm a liberdade dos filhos”.
“São escravos da Lei”, sublinhou, realçando que “não é fácil caminhar na Lei do Senhor” mas “é uma graça” que se deve pedir.
Segundo Francisco, por trás dessa rigidez “há algo escondido” na vida da pessoa, “em tantos casos uma vida dupla mas há também algo de doentio”, uma vez que a “rigidez não é um dom de Deus”, por ser contrária à “mansidão, bondade, benevolência, o perdão”.
“Quanto sofrem os rígidos: quando são sinceros e se percebem isso, sofrem. Porque não conseguem ter a liberdade dos filhos de Deus não sabem como se caminha na Lei do Senhor e não são beatos”, desenvolve.
O pontífice argentino sublinhou que esses rígidos “parecem bons” porque seguem a Lei, mas sofrem, têm alguma coisa que “não os torna bons” porque “são maus, hipócritas ou são doentes”.
Neste contexto, Francisco recordou o filho mais velho da parábola do Filho Pródigo que “sempre se comportou bem” mas indigna-se com o pai que recebe “com alegria o filho menor dissoluto que regressou arrependido”.
“Esta atitude mostra o que há por trás de uma certa bondade: A soberba de se julgar justo”, referiu.
O Papa concluiu a sua homilia a pedir aos presentes que rezem pelos irmãos e irmãs que “pensam que caminhar na Lei do Senhor significa tornar-se rígidos”.
“Que o Senhor faça sentir que Ele é Pai e que gosta de misericórdia, de ternura, de bondade, de mansidão, de humildade e ensine todos a caminhar na Lei do Senhor com essas atitudes”, acrescentou Francisco, numa intervenção divulgada pela Rádio Vaticano.
CB - Agência Ecclesia.

Papa denuncia «hediondos atos de violência» no Iraque



O Papa Francisco alertou hoje no Vaticano para os “atos hediondos” de violência que aconteceram no Iraque, palco de confrontos entre o autoproclamado Estado Islâmico (EI), forças iraquianas e combatentes Peshmergas curdos.
“Estou próximo da população do Iraque, nestas horas dramáticas, em particular à cidade de Mossul”, disse Francisco, após a recitação da oração do ângelus, perante milhares de pessoas.
O Papa aludia à ofensiva desencadeada na última semana para reconquistar Mossul, sob controlo do EI desde 2014.
“Os nossos corações foram sacudidos pelos hediondos atos de violência que há demasiado tempo se estão a cometer contra pessoas inocentes, muçulmanos, cristãos ou pertencentes a outras etnias e religiões”, denunciou.
Francisco manifestou a sua tristeza pelas notícias de execuções a sangue-frio de “numerosos filhos desta amada terra [Iraque], entre os quais muitas crianças”.
“Esta crueldade faz-nos chorar, deixando-nos sem palavras”, confessou.
O Papa deixou uma mensagem de solidariedade e promessas de oração para que o Iraque, “apesar de duramente atingido” possa ser forte e mantenha “a esperança de poder avançar para um futuro de segurança, de reconciliação e de paz”.
No final da intervenção, Francisco convidou os peregrinos e visitantes presentes na Praça de São Pedro a um momento de oração, em silêncio, pelas vítimas deste conflito.
Segundo o exército iraquiano, desde a última segunda-feira, quando começou a ofensiva para reconquistar Mossul, 37 localidades foram recuperadas a sul da cidade.
OC - Agência Ecclesia.

domingo, 23 de outubro de 2016

Pastoral Familiar: «Família cristã tem de marcar a diferença»

D. Antonino Dias, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, afirmou este sábado nas jornadas nacionais de Pastoral Familiar que a “família cristã tem de marcar a diferença pelo testemunho” sem desânimo, nem angústia.
No encontro baseado na reflexão do Papa Francisco na exortação apostólica “A alegria do amor”, D. Antonino Dias apontava o desafio da família ser testemunha de uma comunidade viva.
“Vivemos mudanças sócio-culturais e antropológicas que são obstáculo a que a família viva e enfrente as dificuldades e não pode desistir; a família cristã tem de marcar a diferença, precisa de testemunhar sem medo, pois o desânimo e a angústia não são dons do Espírito Santo”, disse este sábado em declarações à Agência ECCLESIA.
O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família apontou ainda as novas gerações e a cultura do provisório que traz dificuldades a este setor da pastoral familiar.
“Vivemos esta cultura do provisório, uma era de plástico e os jovens são frutos deste tempo, têm dificuldade em enfrentar a riqueza do matrimônio com medo de falhar; outros não têm esse sentido de responsabilidade, escolhem ‘à la carte’”.
O prelado confessou ainda que é difícil uma preparação para o matrimônio, pois “o que era válido há 20 anos já não é” e é necessário gente com capacidade para os acompanhar, “com mudança de linguagem, de conteúdo, pedagogias, metodologias e isso exige competência e preparação, não dá para improvisar”.
Por seu lado D. Ilídio Leandro, vogal da mesma Comissão Episcopal e presente nas Jornadas, olha para um novo conceito de família que é preciso não esquecer, como apontou o Papa Francisco com uma nova teologia na exortação “A Alegria do Amor”.
“Atualmente há muitos conceitos de família, e hoje há a família nuclear, pequena, que não havendo filhos, fica reduzida a duas pessoas e quando se desentendem cada um vai para seu lado.
Ora o Papa faz apelo a que todas as relações sejam marcadas pelo tom familiar, convida a que seja família alargada, não excluindo os vizinhos”, disse o bispo de Viseu à Agência ECCLESIA.
Segundo o prelado, o Papa na exortação veio trazer uma “nova teologia,porque antes as normas eram aplicadas de forma fria e muitas vezes eram esquecidas circunstâncias concretas, Francisco fez uma leitura das normas a partir das pessoas para as ajudar a caminhar.
D. Ilídio Leandro recordou ainda a sua circunstância de família, tendo sido criado perto dos avós e alerta para os perigos do abandono dos idosos,
“A família ia crescendo na casa ou na vizinhança dos avós, era natural  por isso não os esqueço e hoje é necessário integrar os idosos, e não ver apenas o lar só como saída, um lar distante que leva à separação, em que a morte ou as heranças trazem a proximidade”.
De acordo com o programa das jornadas no domingo, dia 23 de outubro, estará em destaque uma intervenção do cônego Arnaldo de Pinho, subordinada ao tema “Acompanhar, discernir e integrar as situações ‘irregulares’: a liberdade e a responsabilidade do bispo diocesano”.
Também um momento de partilha de testemunhos, com um casal em situação irregular e um pároco que abordará as suas dificuldades nesta área pastoral.
Fonte: Agência Ecclesia.

sábado, 22 de outubro de 2016

Iraque: «Cristãos estão a ser perseguidos, yazidis estão a ser eliminados» - Irmã Irene Guia



A Irmã Irene Guia disse à Agência ECCLESIA que é necessário “alargar” os destinatários das campanhas de apoio às populações do Médio Oriente, nomeadamente aos yazidis que estão a “ser eliminados”.
“Os cristãos estão a ser perseguidos, mas os yazidis estão a ser eliminados”, afirmou a religiosa, responsável pelos projetos do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) no distrito de Dohuk, na Região Autónoma do Curdistão Iraquiano.
A comunidade étnico-religiosa yazidi é constituída por perto de um milhão de pessoas e a maioria vive no Iraque.
Perseguida por diferentes regimes, os yazidis estão a ser alvo de um genocídio desde 2014 por parte do autoproclamado Estado Islâmico.
Para a irmã Irene Guia é “aterrador” o que se está a passar com as mulheres yazidis, que estão a ser alvo de “violações, vendidas em mercados e passadas de mão-em-mão para todo o tipo de abusos”.
“Há algumas mulheres que conseguem fugir ou são compradas e são libertadas. São como escravas readquiridas para a liberdade. São escravas neste mercado de homens”, referiu a religiosa, no Curdistão Iraquiano há um mês.
O JRS está a desenvolver projetos de ajuda a esta comunidade, nomeadamente às mulheres, através de um programa de saúde mental porque essas pessoas têm a cabeça “feita num caco”, sublinhou.
Para a irmã Irene Guia, as campanhas de apoio aos cristãos perseguidos devem ser desenvolvidas, mas é necessário “alargar os corações e a generosidade”.
“Que as campanhas sejam mais universais e não exclusivamente para os cristãos”, apelou.
“Não podemos ficar com o olhar exclusivo aos nossos quando vemos um povo a ser eliminado e não têm apoios internacionais”, acrescentou a religiosa.
De acordo com a Irmã Irene Guia, os cristãos “estão mal” na região, sofrem perseguições, mas “todos eles têm apoio”.
“Que as nossas campanhas pelos cristãos de aqui signifique também que temos de olhar pelos yazidis daqui”, concluiu.
PR - Agência Ecclesia.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Igreja: «Homem não pode ter a pretensão de dispensar Deus» - cardeal Robert Sarah



O cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé), disse à Agência ECCLESIA que o futuro do Ocidente está comprometido se for construído de “costas voltadas” para Deus.
“O homem não pode ter a pretensão de dispensar Deus sem correr o risco de morrer e de desaparecer, pela violência que ele próprio cria, as guerras, todas as situações de conflito, de barbárie. Foi o homem que criou tudo isso, porque virou as costas a Deus, porque pensamos que somos autónomos, independentes, que podemos fazer tudo o que queremos”, declarou, numa entrevista publicada hoje.
O cardeal africano fala do seu percurso de vida, desde uma aldeia remota da Guiné-Conacri: nascido em 1945, foi nomeado bispo por São João Paulo II em 1979, chegando ao Vaticano em 2001, num percurso que o levou a ser criado cardeal por Bento XVI em 2010.
Para este responsável, a África não tem “lições” a dar à Europa, além do exemplo que representa o crescimento do catolicismo no continente, desde o início do século XX.
“Sei que Deus realiza sempre coisas magníficas com os pobres, com os que não têm nada, os que não são nada”, explica.
Para este responsável, que em 1984 foi inscrito pelo regime do seu país numa lista de pessoas a ser eliminadas, tudo o que aconteceu na sua vida se deve a Deus.
“Se nos separarmos de Deus, é como uma árvore sem raízes, morre. Se o rio não tiver uma nascente que o alimente, ele seca, já não tem água”, adverte.
O cardeal Robert Sarah profere hoje uma conferência sobre ‘A crise de Deus no Ocidente e a missão dos cristãos’.
A iniciativa decorre na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, pelas 18h30, e é promovida pela Fundação ‘A Junção do Bem’.
O antigo presidente do Conselho Pontifício ‘Cor Unum’ [organismo da Santa Sé que coordena as atividades das organizações caritativas] considera que a escolha de António Guterres como novo secretário-geral da ONU é “uma grande honra para Portugal”, desejando que o país dê o seu contributo para que o mundo “não se preocupe apenas com o sucesso material mas também com o sucesso interior”.
De Portugal, o cardeal elogia a “identidade católica, os seus valores católicos, universais”, manifestando a convicção de que o país “vai combater para proteger a família, proteger a vida, a dignidade da pessoa humana”.
Em relação à crise de refugiados, D. Robert Sarah sustenta que ninguém se pode considerar “inocente” perante este drama humano.
“Nós somos todos responsáveis por esta situação, principalmente o Ocidente”, alerta.
O prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos fala ainda do trabalho deste dicastério, sublinhando que “a Liturgia tem de ser bela, tem de ser silenciosa, não barulhenta”, respeitando a “linguagem sagrada”.
D. Robert Sarah participou nos trabalhos do recente Sínodo dos Bispos sobre a família e sustenta que a missão da Igreja é revelar “o pensamento de Deus” sobre o matrimónio, comentando as polémicas surgidas sobre a situação dos católicos divorciados que voltaram a casar.
“Naturalmente, não poderão participar no Sacramento da Eucaristia, porque não estão na disposição necessária para comungar, mas poderão perfeitamente estar na comunidade, participar na vida comunitária, na organização da paróquia”, precisa.
HM/OC - Agência Ecclesia.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Dia Mundial das Missões 2016 vai ser celebrado no próximo domingo

O Papa recordou ontem no Vaticano a celebração do Dia Mundial das Missões, que a Igreja vai assinalar este domingo, apelando ao compromisso missionário de cada católico.
“Irmãos e irmãs, no próximo domingo vamos celebrar o Dia Mundial das Missões, ocasião preciosa para refletir sobre a urgência do compromisso missionário da Igreja e de cada cristão”, disse, durante a audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.
“Também nós somos chamados a evangelizar no ambiente em que vivemos e trabalhamos”, acrescentou Francisco, falando a cerca de 35 mil peregrinos.
A Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões 2016, divulgado em maio deste ano, sublinhava a importância da evangelização em contextos de dificuldades, saudando a “crescente presença feminina” na ação missionária da Igreja Católica.
“Sinal eloquente do amor materno de Deus é uma considerável e crescente presença feminina no mundo missionário, ao lado da presença masculina”, refere Francisco.
O texto intitulado ‘Igreja missionária, testemunha de misericórdia’ assinala que muitas mulheres, leigas ou consagradas, estão empenhadas em vários campos da missão, desde “o anúncio direto do Evangelho ao serviço sociocaritativo”.
“Ao lado da obra evangelizadora e sacramental dos missionários, aparecem as mulheres e as famílias que entendem, de forma muitas vezes mais adequada, os problemas das pessoas e sabem enfrentá-los de modo oportuno e por vezes inédito”, sublinha.
Francisco elogia, a este respeito, uma acrescida atenção “centrada mais nas pessoas do que nas estruturas” e o “cuidado dos pobres”, a “capacidade de empatia com os mais pequenos, os descartados, os oprimidos”.
A mensagem liga o Dia Mundial das Missões de 2016 à celebração do Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), convidando os católicos a “levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus a toda a família humana “.
O Dia Mundial das Missões cumpre este ano o seu 90.º aniversário e o Papa Francisco recorda que as dioceses católicas são chamadas a destinar as ofertas que se recolhem nessa data às “comunidades cristãs necessitadas de ajuda”.
OC - Agência Ecclesia.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Ajuda à Igreja que Sofre: Um milhão de crianças em oração pela paz no mundo

A Fundação AJuda a Igreja que Sofre (FAIS) convidou as crianças portuguesas a rezar pela paz no mundo esta terça-feira, dia 18 de outubro, numa iniciativa internacional que pretende “juntar 1 milhão de crianças.
A iniciativa envolve os seus 22 secretariados espalhados pelos vários continentes da Ajudaà Igreja que Sofre numa simbólica jornada de oração do Rosário pela paz, refere um comunicado enviado à Agência ECCLESIA
Esta iniciativa procura “mobilizar as crianças de todo o mundo, e, através delas, as comunidades cristãs em todos os continentes para um dia de oração pela unidade e paz”.
Num mundo fustigado “pela violência e terrorismo”, em que são cada vez mais numerosos e complexos os conflitos bélicos, é impossível ignorar as palavras tantas vezes repetidas nos últimos tempos pelo Papa Francisco de que vivemos já uma “espécie de terceira guerra mundial”, embora “em pedaços”, frisa o organismo católico.
Em pleno Ano da Misericórdia, realça a AIS os cristãos “são convidados a este momento de oração, mobilizando as crianças onde quer que elas se encontrarem, seja nas escolas, infantários, hospitais, orfanatos, paróquias, movimentos… ou, claro, nas suas próprias casas, em família”
LFS - Agência Ecclesia.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Papa vai visitar Milão e Génova em março de 2017

O Papa Francisco vai visitar as Dioceses de Milão e Génova nos dias 25 e 27 de março de 2017, confirmou o serviço informativo da Santa Sé.
Recorde-se que a deslocação a Milão estava inicialmente prevista para 7 de maio deste ano, no entanto acabou adiada devido aos “compromissos do Ano Santo da Misericórdia”.
Numa primeira reação, o arcebispo de Milão já a classificou esta visita como “um dom do Papa” e frisou que ela merecerá uma “preparação” prévia “em todas as paróquias”, que será aproveitada para a Igreja Católica local “dialogar com esta grande cidade, com esta realidade plural”.
D. Angelo Scola espera que a presença do Papa Francisco contribua para o “crescimento” das comunidades católicas e da sociedade de Milão.
“Queremos mostrar ao Papa a nossa gratidão porque ele vem para nos confirmar na fé”, complementou.
Quanto à visita de Francisco à Diocese de Génova, trata-se de um novo dado de agenda, anunciado pela Santa Sé, e nos próximos dias deverão surgir mais pormenores.
Recorde-se que D. Angelo Bagnasco, arcebispo de Génova, é também o atual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
JCP  - Agência Ecclesia.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Papa proclama sete novos santos, homens e mulheres que «lutaram com a oração»

O Papa presidiu este domingo ao rito de canonização de sete fiéis católicos e afirmou na homilia da Missa que os santos "rezaram com todas as forças, lutaram e venceram".
"Os santos são homens e mulheres que entraram profundamente no mistério da oração, que lutaram com a oração, deixando rezar e lutar neles o Espírito Santo", afirmou Francisco na celebração que acontece a pouco mais de um mês do final do Jubileu da Misericórdia (20 de novembro).
O Papa lembrou que rezar não é "refugiar-se num nundo ideal", mas "lutar" e deixar que o Espírito Santo reze em cada mulher e homem.
"Os sete testemunhos que hoje foram canonizados, combateram a boa batalha da fé e do amor coma oração. Pelo seu exemplo e a sua intercessão, Deus nos conceda também a nós de sermos homens e mulheres de oração", referiu Francisco na homilia da Missa, na Praça de São Pedro.
Entre os santos canonizados por Francisco está a monja francesa Isabel da Trindade (Isabel Catez), da Ordem das Carmelitas Descalças.
A Rádio Vaticano apresenta a santa francesa como uma “grande mística”, contemporânea de Santa Teresinha do Menino Jesus.
A religiosa carmelita morreu em 1906 aos 26 anos, após um longo sofrimento causado pela Doença de Addison.
Francisco canonizou também uma das figuras que o inspirou, José Gabriel del Rosario Brochero (1840-1914), conhecido como o ‘Cura Brochero’, que percorreu a Argentina numa mula para levar a mensagem do Evangelho no século XIX.
Em 2013, após a beatificação deste sacerdote, o Papa desejou no Vaticano que haja mais padres capazes de “dar a sua vida ao serviço da evangelização, seja de joelhos diante do crucifixo, seja dando testemunho em todos os lugares do amor e da misericórdia de Deus”.
Outro dos novos santos é o jovem José Sánchez del Río, mexicano (1913-1928), martirizado aos 14 anos durante a perseguição religiosa no México.
A lista inclui ainda o mártir Salomão Leclercq (1745-1792), dos Irmãos das Escolas Cristãs; o fundador da União Eucarística Reparadora e da Congregação das Irmãs Missionárias Eucarísticas de Nazaré, D. Manuel González García (1877-1940), bispo de Palença (Espanha); o padre Ludovico Pavoni (1784-1849), fundador da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada; o padre Alfonso Maria Fusco (1839-1910), fundador da Congregação das Irmãs de São João Batista.
Francisco proclamou até hoje 29 santos (o italiano Antonio Primaldo foi canonizado juntamente com 812 companheiros leigos) em oito cerimónias no Vaticano, duas fora da Itália (EUA e Sri Lanka) e sete canonizações por equipolência (sem necessidade de novo milagre).
Entre os santos proclamados no pontificado de Francisco estão os Papas João XXIII e João Paulo II, a Madre Teresa de Calcutá e o padre nascido na então Goa Portuguesa, São José Vaz.
OC/PR - Agência Ecclesia.

domingo, 16 de outubro de 2016

Do primeiro ano ao primeiro século



Os dias seguintes à última das Aparições na Cova da Iria, em outubro de 1917, geraram expectativa, curiosidade, ansiedade, mobilização popular. O decurso do tempo e dos acontecimentos no primeiro ano após a revelação de uma Mensagem, em Fátima, foram, no entanto, insuficientes para prever as transformações sociais que iriam provocar, ao longo de um século.
O contexto de um republicanismo hostil à religião a partir de 1910, a saída para a Flandres de muitos portugueses para as fileiras da I Guerra Mundial e o ambiente rural da Cova da Iria não indicariam a possibilidade de um “evento” de matriz espiritual se notabilizar na segunda década do século XX nas encostas da Serra de d’Aire. Nestas como em quaisquer outras encostas do Portugal frágil desses tempos, onde o elemento religioso adquiria contornos populares escondidos, mas profundos e genuínos. Mas foi a partir destas periferias que Fátima se afirmou, se ergueu e se validou no miolo de um catolicismo em recomposição e na alternância de protagonistas da sociedade de então.
A prudência no reconhecimento das Aparições de Fátima por parte da Igreja Católica, nomeadamente pela Diocese de Leiria, restaurada em 1918, não impediu a mobilização popular em torno das revelações do céu aos três pastorinhos. Referências de Deus que foram procuradas por milhares de pessoas após as primeiras aparições da “Senhora vestida de branco”, nomeadamente aquando da promessa de “um sinal”, no dia 13 de outubro de 1917.
A pobreza do cenário rural, a condição infantil dos recetores da Mensagem e a surpresa do “fenómeno” divino fizeram com que o sinal maior do que ocorrera e ainda não se alcançara fosse a certeza de se tratar de um sinal de Deus. O que bastou para motivar o peregrinar constante à Cova da Iria, para ativar a renovação de experiências crentes e para reconfigurar o catolicismo em Portugal. Tudo em torno das Aparições de Fátima. No primeiro ano da sua história como no primeiro século. E nos que aí vêm…
Paulo Rocha - Agência Ecclesia.

sábado, 15 de outubro de 2016

Fome: Cáritas Europa apela a medidas «urgentes» contra flagelo que ameaça «800 milhões de pessoas»

A Cáritas Europa publicou uma mensagem para o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro) em que defende medidas “urgentes” e de “longo prazo” contra o flagelo da fome, que ameaça “800 milhões de pessoas”.
No texto, enviado à Agência ECCLESIA, a organização católica realça que “uma em cada nove pessoas em todo o mundo sofrem de subnutrição crónica”, um flagelo quase exclusivamente concentrado “nos países em vias de desenvolvimento”.
A “fome e a pobreza são atualmente as causas principais da imigração forçada e dos fluxos de deslocados”, que “ao longo do último ano atingiram o valor recorde de 65 milhões de pessoas”.
A Cáritas Europa recorda que na agenda adotada pelos líderes mundiais até 2030, no âmbito do Desenvolvimento Sustentável, está previsto como objetivo “o fim da fome, garantir a segurança alimentar e a nutrição e promover a agricultura sustentável”.
O organismo destaca a necessidade “da União Europeia e dos seus Estados-membros aumentarem o seu apoio ao desenvolvimento (…) assegurando assim que o comércio europeu, e as políticas ligadas à agricultura, à energia e à indústria vão ao encontro dos objetivos traçados contra a fome, a desigualdade e a pobreza”.
“No Dia Mundial da Alimentação, queremos prestar tributo a todos quantos perderam as suas vidas ou meios de subsistência na luta contra a fome e a subnutrição”, refere a Cáritas Europa, recordando também os “pequenos agricultores” que no seu quotidiano veem muitas vezes negado o acesso a um mercado “justo” e a um “rendimento digno”.
Ficando assim muitas vezes impedidos de “produzir o suficiente para alimentar as suas famílias”, acrescenta a Cáritas Europa.
A organização católica liga depois a questão do desenvolvimento sustentável à luta contra “as alterações climáticas, cujo impacto nas regiões mais desfavorecida é catastrófico”.
Só a “falta de chuva ou um tempo incerto são suficientes para tornar infrutífero o esforço incansável” de um agricultor que apenas quer “produzir o suficiente para a sua sobrevivência, ou retirar “um rendimento suficiente para pagar e educação dos filhos ou cuidados de saúde essenciais”, recorda a Cáritas Europa.
JCP - Agência Ecclesia.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Ecumenismo: Papa recebeu da peregrinação de luteranos e católicos

O Papa recebeu hoje no Vaticano cerca de mil participantes numa peregrinação de luteranos e católicos, iniciada na região de Lutero, na Alemanha, e concluída em Roma.
“Demos graças a Deus porque hoje, luteranos e católicos, estão a prosseguir no caminho que vai do conflito à comunhão”, declarou, durante o encontro que decorreu na sala de audiências Paulo VI.
Francisco sublinhou que, apesar da “dor pela divisão” que ainda existe entre as Igrejas cristãs, há também “alegria pela fraternidade reencontrada”.
“Prossigamos com confiança o nosso caminho ecuménico, pois sabemos que, além das questões abertas que ainda nos separam, já estamos unidos. O que nos une é muito mais do que o que nos divide”, disse ainda.
O Papa recordou que no final deste mês visitará a Catedral Luterana de Lund, na Suécia, para recordar, juntamente com a Federação Luterana Mundial, depois de cinco séculos, o início da reforma de Lutero e agradecer pelos 50 anos de diálogo oficial entre luteranos e católicos.
“O testemunho que o mundo espera de nós é sobretudo o de tornar visível a misericórdia que Deus tem por nós através do serviço aos pobres, aos doentes, a quem abandonou sua terra para procurar um futuro melhor para si e os seus entes queridos”, precisou.
OC - Agência Ecclesia.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Papa recorda cristãos perseguidos e fala em ecumenismo «de sangue»

O Papa lembrou hoje os cristãos perseguidos no mundo, durante um encontro no Vaticano com os secretários da organização mundial das Comunhões Cristãs, um organismo de cariz ecumênico.
Na sua intervenção, publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, Francisco lembrou a estes responsáveis que os cristãos perseguidos pelo terrorismo ou pelo poder “já estão unidos num ecumenismo de sangue”.
Numa abordagem ao significado de ecumenismo, o Papa argentino referiu ainda que ele pode ser “simplesmente um caminho feito lado a lado com outros cristãos” ou pode ser algo mais, “um ecumenismo ativo em prol de todos quantos são atualmente vítimas de injustiça, da guerra”.
Isto porque hoje muitas comunidades estão a ser alvo de perseguição, de violência, de discriminação, independentemente da fé cristã que professam.
“Quando os terroristas perseguem os cristãos ou as minorias cristãs, eles não perguntam: São luteranos? São ortodoxos? São católicos? São cristãos da reforma? São cristãos pentecostais? Não! Eles apenas têm como alvo os cristãos. O inimigo sabe muito bem como reconhecer a face de Cristo. E este é um ecumenismo de sangue”, salientou.
Durante o encontro, Francisco recordou o caso dos 29 cristãos coptas ortodoxos que foram capturados e mortos pelo Estado Islâmico na costa da Líbia.
“Eles são nossos irmãos pois eles também deram testemunho de Jesus nas suas vidas e com a sua morte”, concluiu.
JCP  - Agência Ecclesia.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Papa vai proclamar sete santos na reta final do Jubileu da Misericórdia

O Papa vai presidir este domingo ao rito de canonização de sete fiéis católicos, celebração que acontece a pouco mais de um mês do final do Jubileu da Misericórdia (20 de novembro).
O Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice anunciou hoje que a Missa vai ser celebrada na Praça de São Pedro, a partir das 10h15 (menos uma em Lisboa).
Entre os futuros santos está a monja francesa Isabel da Trindade (Isabel Catez), da Ordem das Carmelitas Descalças.
A Rádio Vaticano apresenta a futura santa francesa como uma “grande mística”, contemporânea de Santa Teresinha do Menino Jesus.
A religiosa carmelita, morreu em 1906 aos 26 anos, após um longo sofrimento causado pela Doença de Addison.
Francisco vai também canonizar uma das figuras que o inspirou, José Gabriel del Rosario Brochero (1840-1914), conhecido como o ‘Cura Brochero’, que percorreu a Argentina numa mula para levar a mensagem do Evangelho no século XIX.
Em 2013, após a beatificação deste sacerdote, o Papa desejou no Vaticano que haja mais padres capazes de “dar a sua vida ao serviço da evangelização, seja de joelhos diante do crucifixo, seja dando testemunho em todos os lugares do amor e da misericórdia de Deus”.
Outro dos novos santos é o jovem José Sánchez del Río, mexicano (1913-1928), martirizado aos 14 anos durante a perseguição religiosa no México.
A lista inclui ainda o mártir Salomão Leclercq (1745-1792), dos Irmãos das Escolas Cristãs; o fundador da União Eucarística Reparadora e da Congregação das Irmãs Missionárias Eucarísticas de Nazaré, D. Manuel González García (1877-1940), bispo de Palença (Espanha); o padre Ludovico Pavoni (1784-1849), fundador da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada; o padre Alfonso Maria Fusco (1839-1910), fundador da Congregação das Irmãs de São João Batista.
Francisco proclamou até hoje 29 santos (o italiano Antonio Primaldo foi canonizado juntamente com 812 companheiros leigos) em oito cerimónias no Vaticano, duas fora da Itália (EUA e Sri Lanka) e sete canonizações por equipolência (sem necessidade de novo milagre).
Entre os santos proclamados no pontificado de Francisco estão os Papas João XXIII e João Paulo II, a Madre Teresa de Calcutá e o padre nascido na então Goa Portuguesa, São José Vaz.
OC - Agência Ecclesia.