O presidente do Departamento das Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou, arcebispo Hilarion, encontrará o papa amanhã, sexta-feira, na residência pontifícia de verão de Castel Gandolfo. Trata-se da primeira visita a Roma do arcebispo ortodoxo após sua nomeação ao cargo atual. Hoje ele manteve um encontro com o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper. Sobre os temas tratados no encontro, eis o que nos disse o purpurado alemão:Cardeal Walter Kasper:- "O encontro mostrou a nova situação entre Igreja Católica e Patriarcado de Moscou: superamos todas as tensões existentes nos anos passados e agora nos encontramos numa relação normal, tranqüila e também positiva, construtiva. Inicialmente, Hilarion manifestou sua grande estima pelo Papa Bento XVI, que é muito apreciado na Igreja Ortodoxa russa; depois falamos das nossas relações, sobretudo, do diálogo teológico que terá lugar em Chipre nas próximas semanas. Agora eles querem retornar à mesa do diálogo, superaram as tensões entre Moscou e Constantinopla sobre o caso da Estônia, e querem colaborar normalmente. Depois falamos também das nossas relações bilaterais: sobre uma exposição que eles querem fazer aqui em Roma; eu sugeri que também nós podemos fazer uma exposição em Moscou. As duas partes estão decididas a seguir adiante."P. Portanto, com esse progresso a visita do Santo Padre a Moscou pode agora estar mais próxima?Cardeal Walter Kasper:- "Sim, mas esse foi um ponto marginal em nossa conversação porque o novo patriarca de Moscou Kirill deve agora visitar todos os outros patriarcas, e isso requer tempo. Portanto, no momento, a visita do papa a Moscou não está na agenda, não foi um ponto por nós discutido. Eles não rejeitam um encontro com o papa: esse encontro provavelmente não se realizará nem em Moscou nem em Roma, mas num terceiro lugar. O patriarca Kirill conhece bem Bento XVI e já o encontrou duas vezes antes de tornar-se patriarca de Moscou. Mas não se deve focar os nossos esforços somente nisso porque temos tantos outros canais de comunicação com o Patriarcado de Moscou: essa é uma perspectiva para o futuro e um tal encontro seria desejável, mas não é o único ponto da discussão."
Rádio Vaticano
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