quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Crucifixo e sacrário são destruídos por evangélico



Os católicos da Meruoca estão inconformados diante de um ato de destruição de imagens sacrasMeruoca. Uma invasão à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição provocou medo e indignação na população desta cidade. O atentado aconteceu por volta das 19h do último domingo, no momento em que o padre Emanuel Franklin celebrava a missa campal, em homenagem à São Francisco de Assis. De posse de duas facas, Márcio Renner Oliveira da Costa, de 24 anos, evangélico, destruiu o sacrário e um crucifixo feito em madeira, considerado uma relíquia para a Igreja.Segundo testemunhas, o acusado ainda tentou atacar o pároco e também os fiéis que quiseram dominá-lo. O evangélico só foi contido com a chegada da Polícia Militar. Apesar de ser levado para a Delegacia em Sobral, Márcio Rener não ficou preso, acabou sendo liberado na manhã de ontem.A invasão à igreja e a notícia da soltura do acusado trouxeram ainda mais revolta à população. "Ele estava bastante violento e parecia estar drogado. Foi muito trabalho para conter a sua fúria", disse um dos fiéis, que prefere não se identificar.A entrada de Márcio Renner na Igreja foi pouco percebida. Antes de se dirigir ao altar, ele deu algumas voltas no entorno da igreja, para ter a certeza que poderia cometer o ato sem ser interrompido.Ao entrar no local, Márcio Renner foi direto para altar onde tentou subir e derrubar a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que fica ao centro. Antes, já havia derrubado o sacrário, que é feito em bronze, destruído as imagens, e quebrado o crucifixo, de origem européia, feito em madeira, considerada peça rara, e depois destruiu as hóstias que seriam usadas naquela noite."Não tive mais condições de celebrar a missa, o nervosismo foi tão grande que achei melhor me recolher na Casa Paroquial", disse o pároco. De acordo com o coordenador regional da Pastoral, padre Edmilson Eugênio, que também é coordenador regional da Pastoral, e que já viveu momento idêntico quando pároco de Santa Quitéria, uma situação como esta é difícil de ser evitada. "Nós estamos muito vulneráveis a este tipo de situação, pelo fato de lidar com o público. O padre estava celebrando fora da igreja quando ela foi atacada", contou."Tive medo da revolta do povo em querer fazer justiça com as próprias mãos. O elemento invadiu um templo sagrado e mexeu com o sentimento do povo", disse o padre Emanuel, ainda chocado com a cena.Segundo comentam os moradores, a pessoa que invadiu a igreja tem comportamentos considerados estranhos. Em Janeiro desse ano, ele já havia sido preso, acusado de tentar invadir a Igreja Evangélica Assembléia de Deus naquela cidade. Renner é costureiro, gosta de ler revistas em quadrinhos como mostra ficha de sua freqüência na Biblioteca Municipal. "Ele, praticamente, já leu toda coleção da revista Asterix", contou Eliane Santos, administradora da biblioteca. Pessoas próximas à família de Renner informou que, atualmente, ele mora em Fortaleza e que estaria na cidade para rever familiares.Quem narra o fato com riqueza de detalhes é a Maria das Graças Freire Monte, ministra da Eucaristia. Ela conta que observava de longe o comportamento de Márcio Renner. Disse que se não fosse a agilidade de algumas pessoas, ele teria conseguido o seu intento, que era derrubar a imagem de Nossa Senhora. "Quando agarraram o rapaz, ele já estava tentando segurar a imagem com a intensão de derrubá-la. Em terra firme, ele se soltou por quatro vezes. Com um jeito feroz, parecia que tinha ingerido algum tipo de droga", disse."Não entendo como uma pessoa tem a coragem de fazer o que foi feito aqui na Meruoca. Ele apenas não tentou destruir as imagens. Na verdade, o que ele fez foi destruir nossa paz, nossa tranqüilidade", disse o integrante do Conselho Municipal de Defesa Social, Valter Ferreira de Freitas.Diante do caso de destruição na Igreja Matriz de Meruoca, a Diocese de Sobral quer reforçar a segurança. "Contamos sempre com o apoio da Polícia, mas vamos pensar numa maneira de garantir a integridade física do pároco e dos fiéis", disse padre Edmilson Eugênio.HistóricoA Igreja Matriz da Meruoca localiza-se no Centro da cidade. Em 1712, o padre José Teixeira de Miranda construiu um pequeno oratório à margem esquerda do Riacho Ytacaranha. A bênção da capela se deu no dia 21 de setembro de 1727 e quatro dias depois houve o primeiro batizado na localidade.A primeira reforma da capela aconteceu mais de um século depois, em 1862, sob a responsabilidade de José Tomas Albuquerque, que construiu a fachada principal. 25 anos depois, foi novamente reformada, por monsenhor Diogo, primeiro vigário, que mandou construir as tribunas e os arcos internos.No início do século XX, em 1914, quando chegou ao Município o padre Francisco Leopoldo Fernandes, foram colocadas três portas principais na igreja e os quadros da Via Sacra.Dois anos depois, o padre Joaquim da Frota construiu o assoalho da igreja, um cruzeiro e a base das torres. Em 1951, o padre José Furtado retirou o cruzeiro e no ano de 1968 houve uma nova reforma na estrutura do prédio.Fiquei assustado com a revolta do meu povo. Pensei no pior. Derramamento de sangue"


Pe. Emanuel FranklinPároco de Meruoca


Fonte: Jornal Diário do Nordeste.

Deixou a GNR para ser padre



Fernando Lopes foi ontem ordenado diácono na igreja matriz de Samora Correia, Benavente, depois de há seis anos ter despido a farda da GNR para seguir uma vocação do sacerdócio. “Foi sem dúvida um dos momentos mais felizes e importantes da minha vida”, disse ao Correio daManhã após a cerimónia, acrescentando que se sente “realizado” e inteiramente “preparado para uma vida feliz, dedicada ao serviço do Senhor, da Igreja e dos meus irmãos cristãos”.
“Não vou sentir falta alguma da vida militar”, garante Fernando Lopes, de 31 anos, explicando que “aquilo que eu tinha de especial na GNR continuo a ter agora, ou seja, a amizade dos meus colegas. Se antes éramos uma família, hoje continuamos a sê-lo. E a prova disso é que estiveram aqui juntos comigo dezenas de amigos, que continuam comigo”.
Além da GNR, Fernando Lopes pôs também um ponto final num namoro de quatro anos, opção da qual também diz não estar arrependido. Depois de completar cinco anos da licenciatura em Teologia no seminário de Évora, Fernando Lopes chegou à ordenação diaconal numa cerimónia presidida pelo arcebispo de Évora, D. José Sanches Alves. O novo diácono, que não esconde o desejo de chegar a sacerdote e se prepara para defender a sua tese de mestrado na Universidade Católica, vai dar os primeiros passos nas paróquias de Alcácer do Sal, pertencente à arquidiocese de Évora.
Na cerimónia, numa igreja repleta, foram notadas as lágrimas emocionadas da família. “As lágrimas no rosto da minha mãe eram de alegria, de amor e de carinho pelo seu filho, que iniciou a etapa mais importante da sua vida”, disse Fernando Lopes, que garante “ter chorado por dentro, com o coração”. “Não se cumpre só um grande sonho meu, mas também de toda a minha família.”

João Nuno Pepino


Fonte: Jornal Correio da Manhã - Portugal.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Unidade dos cristãos mostrará à Europa suas raízes, diz Papa



No encontro ecumênico realizado em Praga

Bento XVI deu neste domingo um forte impulso à unidade dos cristãos, separados em diferentes confissões, pois está convencido de que sua comunhão mostrará com mais evidência à Europa suas raízes.
Foi a mensagem que o Santo Padre deixou aos representantes das Igrejas cristãs presentes na República Tcheca com quem se reuniu à tarde, na Sala do Trono do Arcebispado de Praga.
Segundo o Papa, a unidade dos cristãos é necessária para que a Europa redescubra suas raízes, “não porque murcharam”, advertiu.
“Ao contrário! É pelo fato de que continuam –de maneira tênue, mas ao mesmo tempo fecunda– oferecendo ao continente o apoio espiritual e moral que permite estabelecer um diálogo significativo com pessoas de outras culturas e religiões”.
Por isso, confessou que reza “para que estas iniciativas ecumênicas dêem fruto não só para continuar o caminho da unidade dos cristãos, mas pelo bem de toda a sociedade europeia”.
De fato, o Papa reconheceu que atualmente surgem na Europa “novos intentos orientados de marginalizar a influência do cristianismo na vida pública, em certas ocasiões com o pretexto de que seus ensinamentos sejam danosos ao bem-estar da sociedade”.
O Papa reconheceu que “este fenômeno nos pede que nos detenhamos a refletir”. E mais, pediu uma “autocrítica da idade moderna” e uma “autocrítica do cristianismo moderno”, “em particular sobre a esperança que podem oferecer à humanidade”.
Para fazer este exame de consciência, propôs esta pergunta: “o que o Evangelho tem a dizer à República Tcheca e mais em geral a toda Europa, em um período marcado pela difusão de diferentes visões do mundo?”.
“O cristianismo pode oferecer muito nos campos prático e moral, porque o Evangelho sempre impulsiona homens e mulheres a se colocarem ao serviço de seus irmãos e irmãs. Poucos poderiam contradizê-lo".
“Quando a Europa escuta a história do cristianismo, está escutando sua própria história – declarou. Suas noções de justiça, liberdade e responsabilidade social, junto às instituições culturais e jurídicas estabelecidas para defender estas ideias e transmiti-las às gerações futuras, estão modeladas em sua herança cristã. Na realidade, a memória do passado anima suas aspirações futuras”.
Após o encontro com os representantes cristãos, o Papa se dirigiu ao castelo de Praga para reunir-se com os representantes do mundo acadêmico tcheco.

Fonte: Zenit.

O maior encontro religioso da história da República Tcheca

Em um país secularizado, o Papa reúne 150 mil peregrinos

Bento XVI presidiu o ato religioso mais numeroso na história da República Tcheca ao congregar neste domingo 150 mil peregrinos na missa que presidiu na explanada que se encontra junto ao aeroporto de Brno, capital de Moravia.
Neste país de cerca de dez milhões de habitantes, onde os que não se reconhecem em nenhuma religião constituem 59% (segundo os dados do último censo), o Papa concentrou sua mensagem em uma palavra: “esperança”.
“A esperança da história mostra a quais absurdos chega o homem quando exclui Deus do horizonte de suas eleições e de suas ações, e como não é fácil construir uma sociedade inspirada nos valores do bem, da justiça e da fraternidade, porque o ser humano é livre e sua liberdade permanece frágil”, explicou.
“O homem tem necessidade de ser libertado das opressões materiais, deve ser salvo, e com maior profundidade, dos males que afligem o espírito. E quem pode salvá-lo senão Deus, que é Amor e revelou seu rosto de Pai onipotente e misericordioso em Jesus Cristo?”, perguntou.
“Nossa firme esperança é Cristo: nEle, Deus nos amou até o extremo e nos deu a vida em abundância, essa vida que cada pessoa, algumas vezes sem chegar a saber, anseia possuir”, assegurou.
Além dos peregrinos tchecos, escutavam Bento XVI fiéis procedentes de países vizinhos: Eslováquia, Polônia, Alemanha, Hungria e Áustria.
Era a primeira vez que um Papa visitava esta cidade. A importância do acontecimento ficou sublinhada com a presença do presidente Václav Klaus e sua esposa.
Bento XVI concluirá neste domingo sua décima terceira viagem apostólica internacional celebrando a santa missa na festividade litúrgica de São Venceslau, patrono da nação, na explanada de Melnik em Stará Boleslav.
Na continuação dirigirá uma mensagem aos jovens nessa mesma explanada e logo se despedirá dos tchecos no aeroporto internacional Stará Ruzyne de Praga.

Fonte: Zenit.

Feira de São Cristovão ganha estutua do Padre Cícero



Agora, dois símbolos do Nordeste estão nas entradas da feira: Padre Cícero e Luiz Gonzaga, recepcionando visitantesRio de Janeiro. O maior ponto de encontro dos nordestinos no Rio de Janeiro já tem seu cantinho místico. Uma estátua com a imagem do Padre Cícero foi instalada, ontem, na entrada 2 do Pavilhão de São Cristóvão. Um presente da Rádio Tamoio 900 AM Khz - filiada do Grupo Edson Queiroz - pelos 64 anos da Feira de São Cristóvão."Isso aqui vai virar um santuário, um ponto de romeiros. Essa era uma reivindicação antiga da feira, que agora homenageia, em seus portões de entrada, dois símbolos do Nordeste: o músico Luiz Gonzaga e o Padre Cícero", disse o presidente da Feira de São Cristóvão, Alex Araújo. Ele agradeceu o apoio de todas as empresas do Grupo Edson Queiroz, com destaque para a Rádio Tamoio, representada na solenidade por Robson Barbosa, do Departamento de Publicidade.A inauguração da estátua foi festiva, com apresentação de bumba-meu-boi e repentistas, além da bênção do padre José Honorato da Cunha. "A presença de Padre Cícero diante da feira é uma chamada para vivenciarmos seus ensinamentos, imitar sua dedicação e amor a Cristo. O Padre Cícero deixou obras importantes que devemos levar adiante", disse o sacerdote.A área em torno do Pavilhão de São Cristóvão começou a ser tomada por vendedores de alimentos e produtos nordestinos há 64 anos, quando ônibus que vinham do Nordeste faziam o ponto final naquela região. A chegada dos migrantes era saudada com música, o que dava um aspecto festivo à feira, que, em 2005, foi abrigada no interior do Pavilhão, que se chama Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas.O gerente do Centro, Marcos Lucenna, lembrou que a estátua do Padre Cícero era uma antiga reivindicação dos feirantes. "Reverenciar Padre Cícero é comum a todos os nordestinos, pois o homem foi alçado à condição de santo em vida pelas massas oprimidas do Nordeste. A estátua é uma doação carinhosa do Grupo Edson Queiroz, através da Rádio Tamoio, cuja programação voltada para a comunidade nordestina no Rio contribui para que essa cultura sobreviva", comentou Lucenna.Também compareceram à cerimônia Carlos Fernando Andrade, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro, e Mônica Costa, assessora de Patrimônio Imaterial da Instituição. Há oito meses, a Associação de Feirantes pediu o registro da Feira de São Cristóvão como Patrimônio Cultural Imaterial. "Estamos na segunda etapa de análise de documentação dessa manifestação ", disse Carlos Fernando Andrade.Confeccionada em madeira por artesãos do Cariri, a estátua, de 1,60m, foi encomendada em Juazeiro do Norte pelo Grupo Edson Queiroz há cerca de 50 dias. "Quisemos atender a um pedido da Associação de Feirantes do Pavilhão, que já tinha homenageado o ídolo Luiz Gonzaga com outra estátua. A música de Luiz Gonzaga e a fé no Padre Cícero são naturais do povo do Nordeste. Quando estivemos na Feira para mostrar o Tamoio Notícias, um veículo que veio dar visibilidade maior à Rádio Tamoio, e divulgar entre os que vieram do Nordeste os casos de nordestinos valorosos e bem-sucedidos no Rio de Janeiro, ouvimos essa solicitação dos lojistas. Como o Pavilhão é âncora para os nordestinos que vivem no Rio, consideramos esse pleito com um carinho imenso", contou o diretor comercial do Diário do Nordeste e do Tamoio Notícias, Francisco José Ribeiro.


OLGA DE MOURA MELLOESPECIAL PARA CIDADE

Fonte: Diário do Nordeste.

Orações pela candidatura do Rio



Aos pés do Cristo Redentor, representantes da Igreja Católica, da Igreja Protestante, da Fraternidade Judaica e de cultos afro-brasileiros fizeram, neste domingo, preces para que o Rio seja a cidade escolhida para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes também participaram do ato ecumênico, juntamente com vários atletas, artistas e turistas. O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, encerrou a cerimônia orando para que as autoridades possam ir e voltar em paz, e que tragam boas notícias.

Confiante, o ministro afirmou estar convencido de que os membros do Comitê Olímpico Internacional farão a opção pela candidatura brasileira no dia 2 de outubro, em Copenhague.

- O Rio vai ganhar as Olimpíadas pela força técnica do projeto, pela consistência, pela paixão de todos que defenderam a candidatura. O movimento olímpico abre portas para juventude do Brasil e da América do Sul - disse Orlando Silva.

Ele admitiu que o Pan de 2007 foi uma lição com relação a legado social.

- Aprendemos que os legados devem ser trabalhados paralelamente à preparação dos Jogos. Não podemos esperar que os Jogos acabem para depois discutir o que fazer para ocupar os espaços. Hoje o orçamento é detalhado ao máximo para não ter surpresasHoje o orçamento é detalhado ao máximo para não ter surpresas - completou. Relacionando todos os ganhos culturais, de difusão esportiva, infraestrutura, transporte e de meio ambiente, caso seja escolhido, o governador foi ainda mais longe.
- Fizemos tudo o que era possível para chegar a este momento. Todas as autoridades, todos os atletas, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), nós fomos a várias reuniões no exterior e dissemos: "Sim, nós podemos". O Rio de Janeiro pode realizar os Jogos. E eu ouso dizer, os melhores Jogos Olímpicos da história. Será um legado extraordinário - afirmou o governador.

Fonte: Globo.com

sábado, 26 de setembro de 2009

VIGÉSIMO SEXTO DOMINGO COMUM



Mc 9, 38-43.45.47-48

“Quem não está contra nós está a nosso favor”

O texto de hoje nos coloca mais uma vez no contexto do ensinamento de Jesus aos seus discípulos, enquanto caminhavam para Jerusalém. Já vimos que a partir da “crise galalaica”, Jesus mudou a sua estratégia, afastou-se das multidões e dedicou-se à formação mais intensa dos seus discípulos, pois estes se mostravam incapazes de acolher a novidade do evangelho, com a mudança radical de atitudes que ele implicava.A primeira atitude a ser corrigida, nos versículos de hoje, é a de querer reservar o Espírito de Jesus como propriedade da comunidade. João queixa que um homem que não os seguia estava expulsando demônios em nome de Jesus. Atitude mesquinha, de querer dominar o Espírito de Deus, seqüestrar o poder divino! Mas, infelizmente, uma atitude bastante prevalecente em certos setores mais retrógrados das Igrejas ainda hoje, que acham que toda a riqueza do mistério de Deus possa caber dentro das margens estreitas das suas definições dogmáticas! Hoje, Jesus nos ensina a verdadeira atitude de um discípulo: “Não lhe proíbam, pois... quem não está contra nós, está a nosso favor” (v. 40). Temos que aprender a acolher as manifestações verdadeiras do Espírito de Deus em todas as religiões e culturas, e estar alertas para que nós mesmos não o escondamos ou deturpemos!A segunda parte do trecho nos coloca diante do problema do escândalo dos pequenos na comunidade. Aqui cumpre ressaltar que “os pequenos” não são as crianças, mas os humildes e pobres da comunidade cristã. E é bom lembrar o sentido original da palavra “escândalo”. Vem de um termo grego que significa “pedra de tropeço”. Então, trata-se da situação em que os pequenos da comunidade “tropeçam”, isso é, não conseguem manter-se em pé ou se afastam, por causa de certas atitudes dos dirigentes comunitários (é bom notar que o discurso e as advertências se dirigem aos discípulos, e não aos de fora). Deve ter sido um problema comum, pois o Discurso Eclesiológico no Evangelho de Mateus trata do mesmo assunto (Mt 18, 6-14). Usando imagens e linguagem tipicamente semitas, Jesus manda cortar e jogar fora “a mão, o pé, e o olho”, que causam escândalos aos pequenos. Obviamente não se propõe aqui uma mutilação física, mesmo se, ao longo da história, houvesse quem assim o entendesse - por exemplo, Orígenes. “Mão” significa a nossa maneira de agir, “pé” o modo de caminhar na vida e “olho” o jeito de ver e julgar as coisas, ou até, a nossa ideologia. Então o texto convida os dirigentes das comunidades cristãs (hoje bispos, padres, pastores, irmãs, ministros etc.) a reverem o seu modo de agir, pensar e julgar, para averiguar se não estamos causando a queda dos pequenos e humildes. E se descobrirmos que assim esteja acontecendo, então devemos “cortar e jogar fora” - ou seja, mudar o que causa o problema. Caso contrário, não experimentaremos na comunidade a presença do Reino de Deus - a vivência dos valores do Evangelho, que Jesus deu a vida para estabelecer.A caminhada para Jerusalém, no Evangelho de Marcos, é um grande ensinamento de Jesus para quem quer segui-Lo como discípulo. Trecho por trecho, ele vai desafiando a mentalidade dos discípulos, tão marcada pelos valores da sociedade vigente, e semeando os valores do Reino. Hoje, Ele nos desafia a praticarmos um verdadeiro ecumenismo e diálogo inter-religioso, e a revermos os nossos modos de agir e pensar, para que a experiência cristã de comunidade seja uma amostra real dos valores do Reino de Deus.

Fonte: Pe. Tomaz Hughes, SVD

Cardeal Cipriani a sacerdotes: viver a vocação com alegria



“Existe melhor propaganda que um sacerdote alegre?”, escreve o arcebispo de Lima

O cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, arcebispo de Lima, enviou uma carta aos presbíteros em pleno Ano Sacerdotal para pedir-lhes que a alegria seja o distintivo que se manifeste em toda a sua vida: quando pregam, quando celebram a Missa, quando trabalham no escritório e quando administram o sacramento da Reconciliação.
Também os exorta a não esquecerem “que muitas vezes os fiéis se aproximam com maior devoção e confiança quando nos veem serenos e alegres, quando transmitimos a paz que Cristo coloca em nossos corações”.
Ele indica no documento que este Ano Sacerdotal é uma oportunidade para fazer propósitos de conversão pessoal sérios e constantes, reflexo profundo do seu ser em Cristo.
“Quem nos ouve, quem nos vê, deve ‘ouvir e ver’ o próprio Cristo, pleno de alegria e de paz. Devemos contagiar os demais com essa alegria interior que é fruto de uma luta séria e constante por ser como Ele”, desejou.
O arcebispo de Lima indicou que a melhor promoção vocacional é ser um sacerdote alegre e os animou a estrear, neste Ano Sacerdotal, uma renovada luta pela santidade.
Finalmente, o cardeal Cipriani comunicou a todos os sacerdotes que a arquidiocese de Lima formou uma comissão para que todos os presbíteros possam participar da clausura do Ano Sacerdotal que será realizada entre os dias 9 e 11 de junho de 2010 e, assim, responder ao convite do Santo Padre, dirigido ao clero do mundo inteiro.
O texto completo da carta está disponível em http://www.arzobispadodelima.org/.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Religião na época da globalização: crer sem pertencer

Entrevista com o professor Joan-Andreu Rocha Scarpetta

Por Miriam Díez i Bosch

Os jornalistas que informam sobre as religiões encontram-se frequentemente sem fontes confiáveis. Também enfrentam realidades complexas sem dispor de instrumentos para analisá-las e com linguagens críticas e difíceis de transmitir ao público. O resultado é uma informação religiosa que não alcança a qualidade suficiente.
Um seminário para jornalistas, organizado pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS) em São Paulo, analisou este tema nos dias 8 e 9 de setembro. Entrevistamos um dos expoentes que apresentou a “radiografia” das religiões no mundo, o Prof. Joan-Andreu Rocha Scarpetta, vice-decano de jornalismo da Universidade Abat Oliba CEU, de Barcelona.
Rocha, que dirige em Roma o mestrado em “Igreja, Ecumenismo e Religiões” no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, sublinha a “lightização” da religião e a tendência a “crer sem pertencer”, duas chaves para entender as tendências sociais.
“As religiões têm maneiras privilegiadas de comunicar-se, o que não significa que seus líderes ou representantes tenham de ser especialistas mediáticos”, indica Rocha, que trata do vínculo entre comunicação e religiões no curso “Mídia, Ecumenismo e Religiões” na Pontifícia Universidade Gregoriana.--As religiões se globalizaram. Isso é positivo? --Rocha: A globalização produziu o desaparecimento das fronteiras religiosas e as religiões mundiais hoje estão presentes em todos os lugares.
Produziu-se o que os sociólogos chamam de um “passo da religião à espiritualidade”: as formas tradicionais religiosas de adesão estão mudando e se passa, em alguns contextos, de uma experiência religiosa organizada a uma forma de fé e de espiritualidade personalizada, o que eu chamaria de “lightização” da religião, por seu aspecto “light”, superficial.
--Tão “light” é a religião, que crença e prática se diluem. Estaria de volta o “sou crente, mas não praticante”?
--Rocha: Hoje se torna mais evidente que se crê sem pertencer e se pertence sem crer: a maioria das religiões enfrenta a polarização de ter pessoas espirituais que não pertencem a tradições religiosas e membros culturais que não são crentes.
Volta-se às identidades religiosas. Diante de um panorama de incerteza cultural, as identidades religiosas tendem a definir-se de maneira extrema: fundamentalismo ou transcendentalismo místico.
Comunicativamente, dá-se uma tendência interessante: o ágora mediático se converteu em um novo espaço para os encontros religiosos.
Outra característica das religiões hoje é a tensão entre duas formas de representação religiosa: a institucional e a carismática, nem sempre em harmonia. E isso pode confundir os comunicadores.
--Os jornalistas que se ocupam de religião estão trabalhando mal?
--Rocha: Há excelentes profissionais que fazem a cobertura da religião de forma exemplar, mas também há muitos clichês. Quando falo com jornalistas que se ocupam de religião, costumo sugerir-lhes sempre que, ao fazer informes ou artigos sobre a temática religiosa, não se esqueçam do aspecto de pluralidade nas tradições religiosas, que contêm uma grande multiplicidade de grupos e sensibilidades.
Neste sentido, um evento como o de São Paulo é muito pertinente, pois os jornalistas carecem de estratégias, dados, contexto... E para os que lideram as comunidades, seria útil saber do que um jornalista precisa, o que não costuma ser uma homilia completa, mas uma manchete; e alguém a quem poder recorrer, que retorne as ligações, que lhe trate bem e não fuja dele.
--Existem jornalistas que consideram as religiões como estáticas e fora de moda.
--Rocha: As tradições religiosas estão vivas; são mutáveis e dinâmicas. Um jornalista não deveria só prestar atenção nas crenças dos grupos religiosos, mas em como estas são colocadas em prática. E verá como não são estáticas.
Além disso, verá que contêm elementos de comunicação: uma mensagem, muitas vezes um profeta, um livro... Mas em si, estes elementos não se integram no mundo mediático; é preciso procurar a forma de canalizá-los.
As religiões têm maneiras privilegiadas de comunicar-se, o que não significa que seus líderes ou representantes tenham de ser especialistas mediáticos. Uma esperança são os informadores que se dedicam à religião, tarefa que, se bem feita, torna-se um benefício enorme para a religião e para a qualidade da mídia.

Fonte: Zenit.

Dia de reflexão judaico-cristão voltará a ser realizado na Itália

Após os protestos ligados à publicação do "Oremus et pro Iudaeis"

O Dia de Reflexão Judaico-Cristão do dia 17 de janeiro, que costuma ser realizado na Itália um dia antes da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, voltará a ser celebrado em 2010.
Esta informação foi divulgada no final do encontro da última terça-feira, entre o cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana, e os rabinos Giuseppe Laras, presidente da Assembleia Rabínica Italiana, e de Riccardo Di Segni, rabino-chefe da comunidade judaica de Roma.
Os Dias de Reflexão foram retomados após a negativa da comunidade judaica de participar, em janeiro passado, em protesto pela autorização concedida pelo Papa Bento XVI de utilizar a fórmula, ainda que modificada, do Oremus et pro Iudaeis para o rito tridentino.
Na nova formulação, invoca-se Deus para que “ilumine” o coração dos hebreus “para que reconheçam Jesus Cristo como Salvador de todos os homens”.
O cardeal Bagnasco sublinha que “não há, em absoluto, mudança alguma na atitude que a Igreja Católica tem com relação aos judeus, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II”, e que “não é intenção da Igreja Católica agir ativamente pela conversão dos judeus”.
“Ao término do encontro – conclui a nota –, ambas as partes desejaram que se favoreçam, de todas as formas possíveis, tanto no âmbito institucional como no de base, as ocasiões de encontro: a fé no Deus dos Pais, recebida como um dom, torna os crentes cristãos e judeus responsáveis pela construção de uma convivência baseada no respeito aos ensinamentos de Deus.”
A Conferência Episcopal Italiana pôs em marcha esta iniciativa em 1990, com autoridades e personalidades do mundo hebraico, que se estendeu em outras partes da Europa, a partir do encontro ecumênico de Graz (Áustria), em 1998.
Este encontro é realizado imediatamente antes da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que acontece todos os anos entre 18 e 25 de janeiro.

Fonte: Zenit.

Crenças indígenas e cristãs convivem em São Gabriel da Cachoeira (AM)

Desde o início do século passado, a Igreja Católica se esforçou para converter os índios de São Gabriel da Cachoeira, região remota do estado do Amazonas. Padres salesianos foram proibindo tudo: malocas coletivas, rituais, línguas.

Visite o site do Jornal Nacional A obsessão católica pela conversão dos “selvagens”, no entanto, foi diminuindo com o tempo. A ideia de que há almas pagãs vagando na floresta e que elas precisam ser salvas a qualquer custo já não é mais aceita pela direção da Igreja. O novo chefe da Diocese de São Gabriel chegou ao local já com a fama de ser o bispo dos índios. A ordenação episcopal foi uma festa indígena: o gaúcho Edson Damian foi benzido e ganhou um cocar. Rezou a primeira missa numa igreja em forma de maloca e veio disposto a rever o conceito de conversão. “São os índios, que estão vivendo como viviam os primeiros cristãos, que tinham tudo em comum. Nós é que temos que nos converter a eles”, defende Damian. Para ele, é papel da Igreja defender os direitos dos índios. “O índio sem terra é o índio que perdeu toda a sua referência cultural e religiosa”, argumenta. Ex-padre, o índio tukano Domingos Sávio Barreto foi um dos alunos das imensas missões católicas construídas no meio da selva numa época em que o acesso era muito mais difícil. “Nos ensinaram dizendo: o que vocês têm não presta, não serve”, relembra. “Disseram que a nossa cultura era coisa do demônio, e a partir daí a nossa tradição, os nossos benzimentos sumiram com o passar do tempo”, conta outro tukano, Damásio Azevedo. A nudez dos índios era considerada obscena. O índio Horácio Moreira, como todos os de sua aldeia, também chegou nu ao colégio, há mais de 50 anos. Mas os padres o transformaram no primeiro alfaiate indígena da Amazônia. Para Domingos Barreto, alguns evangélicos estão fazendo agora o que os católicos já fizeram antes. “Você tem que ensinar, que eles não conhecem o que está escrito na Palavra, que tem um Deus que criou eles, que não é deus sol, que não é deus lua, que é um Deus que está escrito na Bíblia”, prega o pastor da Assembléia de Deus Wellington da Silva Monteiro. Barreto, no entanto, defende a religião tradicional de seu povo: “Deus é a natureza, são as árvores, a própria caça, a própria pescaria”.

Fonte: G1.com.br

Zelaya e Micheletti anunciam iniciativas de diálogo em Honduras



O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou hoje que o diálogo com diferentes setores para solucionar a crise política no país já começou.
"Hoje, teve início (o diálogo), e, claro que sim, é positivo", declarou ao canal de TV local "36".
À emissora, Zelaya, tirado do poder em 28 de junho, disse que planeja se reunir com representantes de diferentes setores hondurenhos. Porém, não quis dar detalhes sobre quais seriam.
"Não posso dar os nomes das pessoas que virão, se é significativo o que está sendo feito com o setor privado, com setores religiosos, com a imprensa e com o setor político", declarou.
Antes de conversar com a imprensa, o presidente deposto recebeu o bispo auxiliar de Tegucigalpa, Juan José Pineda, na embaixada do Brasil, onde está hospedado desde segunda-feira.
Ao deixar a representação diplomática, o bispo afirmou que "todos" passaram todo "este tempo falando de diálogo". Mas "ninguém deu o primeiro passo, ninguém quis se expor", acrescentou.
"Eu, como filho deste país, como filho desta Igreja, como bispo da Igreja Católica, quis assumir a responsabilidade de dar o primeiro passo e abrir essa porta, abrir as janelas do meu país para que haja um diálogo", disse.
Já o candidato presidencial do Partido Liberal nas eleições de novembro, Elvin Santos, anunciou que os outros concorrentes ao cargo também se reunirão com Zelaya ainda hoje, depois do encontro com o presidente de fato, Roberto Micheletti.
"Assim que sairmos daqui, vamos nos reunir com Zelaya", disse Santos aos jornalistas quando entrava na sede da Presidência.
Santos acrescentou que os candidatos ao pleito de novembro dirão a Zelaya o mesmo vão expor a Micheletti: que eles são os candidatos à Presidência e "o futuro do país".
"Somos a institucionalidade democrática do país, apesar de não sermos aqueles que, neste momento, têm o poder. Mas queremos que Honduras consiga viver em paz e em tranquilidade", disse.
Nesta quinta-feira, após três dias de um quase contínuo toque de recolher, os aeroportos internacionais voltaram a funcionar. Porém, só puderam decolar voos privados para fora de Honduras.
O Ministério Público, por sua vez, confirmou que um jovem morreu baleado por um policial ao não atender uma ordem para parar. Com este óbito, já são duas as pessoas que perderam a vida no país desde o retorno de Zelaya.
Também hoje, a Chancelaria do Governo de fato anunciou que uma missão integrada pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, visitará Honduras para dialogar sobre a crise política.
Em nota, o Governo informou que Micheletti conversou na noite de ontem com o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, a quem manifestou sua disposição de conversar com "qualquer visitante".
O dia em Tegucigalpa também foi de protestos. Pela primeira vez desde segunda-feira, milhares de hondurenhos contrários a Zelaya se reuniram em frente à embaixada das Nações Unidas para repreender a comunidade internacional.
Com cartazes com mensagens como "Honduras mais independente que nunca", "Não temos medo" e "Eleições", os manifestantes começaram a mobilização por volta das 13h de Brasília. A embaixada dos Estados Unidos foi um dos pontos por onde a marcha passou.
"Estamos em conformidade com o Governo que temos", disse à Agência Efe Gladys Hernández, uma advogada de 45 anos, ao assegurar que Honduras tem uma Constituição "que permite que um presidente corrupto" seja tirado do poder.
Hernández aconselhou Zelaya a "esperar deitado (na embaixada brasileira), já que o povo não o quer no poder".
Os seguidores de Zelaya, em contrapartida, se reuniram no centro de operações da Universidade Nacional Autônoma. De lá, marcharam pelos distritos da cidade, em vez de se reunirem no centro de Tegucigalpa.


EFE - G1.com.br

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Igreja católica e Conselho Mundial das Igrejas



Pela primeira vez acontecerá em Córdoba, Espanha, nos próximos dias 12 a 19 de outubro, a sessão de trabalho do Grupo Misto (GMT) entre a Igreja Católica e o Conselho Mundial das Igrejas.
O Grupo Misto de Trabalho (GMT) entre a Igreja Católica e o Conselho Mundial das Igrejas – informa a Diocese de Córdoba –, foi criado no mesmo ano que era encerrado o Concílio Vaticano II, 1965. É um organismo oficial consultivo para o diálogo ecumênico, na modalidade de multilateral, que fomenta, avalia e sustenta a colaboração entre o Conselho Mundial de Igrejas e a Igreja Católica.
Segundo o cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, “entre suas funções principais está o discernimento da situação ecumênica atual e a contribuição de reflexões concretas mediante estudos específicos”.
Integram atualmente o GMT cerca de 36 membros dos cinco continentes, católicos ortodoxos, protestantes, anglicanos e pertencentes a igrejas livres.
O Grupo continuará em Córdoba a elaboração de dois estudos acerca da recepção dos diálogos ecumênicos e as raízes espirituais do ecumenismo, e outros temas relacionados com a participação das novas gerações no movimento ecumênico e as implicações ecumênicas do fenômeno mundial da migração.
A presidência corresponde ao metropolita Nifón de Targoviste (Patriarcado da Romênia) e Dom Diarmuid Martín, arcebispo de Dublin (Irlanda). Entre os membros católicos, estará presente o bispo Brian Farrell L.C., secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
A Igreja Católica, na pessoa de Dom Juan José Asenjo, arcebispo coadjutor de Sevilha e administrador apostólico de Córdoba, expressou as boas vindas aos participantes no encontro plenário do GMT, acolhe “com entranhável afeto fraternal”, e agradece “o acordo de celebrar em nossa cidade este encontro ecumênico de alto nível”.
As sessões de trabalho acontecerão na Casa de Espiritualidade de Santo Antônio. Também haverá um tempo para que os participantes possam conhecer a Igreja de Córdoba e sua cidade.
Entre os atos programados estão, em 15 de outubro, às 12h, recepção do arcebispo Juan José Asenjo. Às 13h, recepção oficial no Alcázar dos Reis Cristãos, pelo prefeito de Córdoba. Às 16h, visita guiada à Santa Igreja Catedral (antiga mesquita) e à Córdoba monumental.
Em 16 de outubro, às 18h30, visita ao Centro Ecumênico “Testamentum Domini” de Córdoba. Às 19h30, celebração ecumênica no templo paroquial da Imaculada e São Alberto Magno. Às 21h, jantar fraternal no Palácio de Viana.
Em 18 de outubro, celebração da Eucaristia na Igreja Catedral, presidida por Dom Brian Farrell. Às 11h30, participação no culto dominical dos cristãos evangélicos, na Igreja Evangélica Batista de Córdoba.

Fonte: Zenit.

Iraque: a fraqueza e a força dos cristãos é que não têm armas

Entrevista com o bispo Marc Stenger, presidente de Pax Christi França

De volta de sua viagem ao Iraque (10-17 de setembro), no marco da operação “Páscoa com os cristãos do Iraque”, lançada em janeiro de 2008, Dom Marc Stenger, bispo de Troyes e presidente de Pax Christi França, fez um chamado a não esquecer os cristãos do Iraque.
Em uma entrevista publicada em 21 de setembro no site da Conferência Episcopal da França, recordou que os cristãos têm “um papel importante a desempenhar para construir um futuro de paz”.
Evocando os “sequestros, explosões de carros e assassinatos”, Dom Stenger sublinha o quanto os cristãos iraquianos “precisam de segurança”.
“O sonho de muitos é ir embora – explica –. Muitos cristãos partem para Síria, Jordânia, Estados Unidos, Alemanha, França em menor medida. “Alguns buscam proteger-se detrás das forças políticas”. “Outros se dedicam a um trabalho de diálogo e reconciliação”.
“A Igreja no Iraque insiste muito em que os cristãos permaneçam em seu país, pois têm um papel importante a desempenhar para construir um futuro de paz – acrescenta o prelado francês –. Podem ser atores de reconciliação e de diálogo entre as religiões e entre os homens”. “Se as religiões conseguem acertar-se e entender-se, é um triunfo para a paz”.
Para o presidente de Pax Christi França, “os bispos disseram claramente que é fazer um mal serviço aos cristãos favorecer sua saída”. “Se os cristãos vão embora, não há futuro, se converterá em um paiol permanente, um campo fechado de violência”. “A fraqueza e a força dos cristãos é que não têm armas para defender-se – acrescenta –. Suas armas são a paz, a reconciliação e a tolerância”.
Para ajudar os cristãos no Iraque “é necessário por exemplo favorecer a criação de micro-empresas – sublinha Dom Stenger –. Também precisam de solidariedade, saber que estamos a seu lado e que não os esquecemos”.
O presidente de Pax Christi França convida os cristãos da França a “não se esquecerem”. “Descobrimos há um ano que nossos irmãos estão sofrendo e que precisam de oração e solidariedade”. “É muito importante para eles que voltemos, é o sinal de que continuamos pensando neles e estamos próximos a eles”, conclui.
No marco da operação “Páscoa com os cristãos do Iraque”, Dom Stenger viajou uma primeira vez para o Iraque, ao encontro dos cristãos, em fevereiro de 2008. Lançada em janeiro de 2008 por Pax Christi França em colaboração com Justiça e Paz, a Federação Protestante da França, a Obra do Oriente e a rede Cristãos do Mediterrâneo, o objetivo desta operação é sensibilizar os cristãos franceses sobre a situação dos cristãos do Iraque.

Fonte: Zenit.

Papa recorda que própria inteligência não basta para fazer teologia

Propõe como modelo Santo Anselmo, “doutor magnífico” da Igreja

Por Inma Álvarez

Bento XVI afirmou nesta quarta-feira, durante a audiência geral na Sala Paulo VI, que um verdadeiro teólogo “não pode contar somente com sua inteligência, mas deve cultivar ao mesmo tempo uma profunda experiência de fé”.
O Papa dedicou sua catequese à figura de um dos maiores pensadores medievais, Santo Anselmo de Cantuária (ou de Aosta), fundador da teologia escolástica, que passou à história como “doutor magnífico” na tradição cristã.
Santo Anselmo, nascido em 1033 em Aosta, em plenos Alpes italianos, comentou o Papa, “cultivou um intenso desejo de aprofundar nos mistérios divinos, na plena consciência, no entanto, de que o caminho da busca de Deus nunca termina, pelo menos nesta terra”.
“Ele afirma claramente que quem pretende fazer teologia não pode contar somente com sua inteligência, mas deve cultivar ao mesmo tempo uma profunda experiência de fé”, explicou.
O Papa recordou os três estádios da teologia propostos por Santo Anselmo, que continuam sendo plenamente válidos hoje “para uma pesquisa teológica sadia e para quem quiser aprofundar nas verdades da fé”.
Estes são: “a fé, dom gratuito de Deus que é preciso acolher com humildade; a experiência, que consiste na encarnação da Palavra de Deus na própria existência cotidiana; e, por último, o verdadeiro conhecimento, que nunca é fruto de raciocínios frios, mas de uma intuição contemplativa”.
Citou as próprias palavras do santo a respeito disso: “Não pretendo, Senhor, penetrar em vossas profundezas, porque não posso sequer desde longe confrontar com elas meu intelecto; mas desejo entender, ao menos até certo ponto, vossa verdade, em que meu coração crê e ama. Não procuro entender para crer, mas creio para entender”.
O Papa desejou que o “amor pela verdade e a sede constante de Deus, que marcaram toda a existência de Santo Anselmo, sejam um estímulo para todo cristão para buscar, sem cessar jamais, uma união cada vez mais íntima com Cristo”
Bispo valente
O pontífice destacou também a valentia de Anselmo, que, como arcebispo de Cantuária, teve de enfrentar Guilherme, o Vermelho, e Henrique I da Inglaterra para defender a liberdade da Igreja, apesar de que isso tenha lhe custado o desterro.
Neste sentido, animou os bispos, consagrados e leigos, a que tenham como guia o “zelo repleto de valentia que distinguiu sua ação pastoral e que lhe causou então incompreensões, amargura e, finalmente, o exílio”.
“Que seja um estímulo para todos os fiéis a amar a Igreja de Cristo, a rezar, a trabalhar e a sofrer por ela, sem abandoná-la nem traí-la jamais”, desejou Bento XVI.
Destacou também sua faceta de educador, especialmente dos jovens, a quem preferia persuadir ao invés de impor sua autoridade.
Anselmo foi um “monge de intensa vida espiritual, excelente educador de jovens, teólogo com uma extraordinária capacidade especulativa, sábio homem de governo e intransigente defensor da libertas Ecclesiae – da liberdade da Igreja.”
“É uma das personalidades eminentes da Idade Média, que soube harmonizar todas estas qualidades graças a uma profunda experiência mística que guiou sempre seu pensamento e sua ação”, acrescentou.
Santo Anselmo
O santo doutor da Igreja, conhecido como Anselmo de Aosta, de Bec ou de Cantuária, foi educado pelos beneditinos, ordem à qual quis pertencer desde os 15 anos, mas nesse então foi impedido pelo pai.
Após uma juventude dissipada, entrou no mosteiro de Bec (França), atraído pela sabedoria do seu abade, Lanfranco de Pavia, a quem substituiu três anos depois. Lá se dedicou fundamentalmente a lecionar na escola claustral.
De lá, a pedido de Lanfranco, que havia sido nomeado arcebispo de Cantuária, passou à Inglaterra, onde se dedicou também a lecionar. Quando Lanfranco morreu, Anselmo foi eleito como novo arcebispo, em 1093.
Desde esse momento, teve de enfrentar uma forte luta com os reis ingleses, Guilherme, o Vermelho (ou o Conquistador), e Henrique I, pela questão das investiduras e a custódia dos bens da Igreja. Esta atitude lhe custou um exílio de três anos, até que a situação se resolvesse. De volta a Cantuária em 1106, dedicou seus últimos anos à tarefa teológica, até sua morte, no dia 21 de abril de 1109.

Fonte: Zenit.

O rádio continua fascinando



Comecei minha carreira na Unifran numa rádio comunitária. Meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) foi sobre A Voz do Brasil. Sempre gostei do veículo. Dizem que o rádio vicia como pinga. Nunca tomei pinga, mas viciei no veículo. Tanto é que mesmo depois de me afastar dele, às sextas-feiras, às 9 horas, vinha utilizando meia hora na atual Rádio Educativa da Universidade, a Rádio Unifran FM (www.radiounifran.com.br).A invenção do rádio é creditada ao cientista italiano Guglielmo Marconi, nascido em 1874, na cidade de Bolonha. Em 1895, fez suas primeiras experiências com aparelhos rudimentares na casa de campo do pai. Conseguiu mandar alguns impulsos elétricos a mais de um quilômetro de distância. Marconi recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1909. A primeira irradiação musicada foi feita em 1920.No Brasil, consta na história que a invenção do rádio é do padre gaúcho Roberto Landell de Moura, nascido em Porto Alegre, em 1862. Em 1894, Landell teria desenvolvido aparelho semelhante e efetuado a emissão e recepção de sinais a uma distância de oito quilômetros, do bairro de Santana para os altos da avenida Paulista, em São Paulo.Já Edgard Roquete Pinto, "o pai do rádio no País", e um dos principais antropólogos daqueles tempos, demonstrou grande interesse em relação aos meios de comunicação, em especial o rádio, prevendo imediatamente o seu uso como um difusor da cultura popular. Em 1923, Roquete fundou a primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Por esse motivo, no dia 25 de setembro, data de nascimento de Roquete, comemora-se o Dia do Rádio.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Missão entre os pobres



O missionário jesuíta padre Fred Solon, 77 anos, realiza um amplo trabalho social. Ele é um dos agraciados com o Troféu Sereia de Ouro. A outorga será na próxima sexta-feira, às 21 horas, no Theatro José de AlencarHá pouco mais de um ano, a rotina de evangelização do padre Fred Solon foi levada à pequena Joaquim Pires, no interior do Piauí. Ele tem a missão de reestruturar a ação católica em toda a região, na fronteira com o Maranhão. "Lá são 58 localidades. Quase todo mundo sobrevive por conta do Bolsa Família e de aposentadorias. Celebro a missa praticamente no meio do mato".Mais próxima de Viçosa do Ceará (148 quilômetros) do que de Teresina (229 quilômetros) e ainda mais perto de cidades maranhenses como São Bernardo (77 quilômetros), Joaquim Pires tem cerca de 13 mil habitantes, 48 anos de emancipação política e é conhecida por ser banhada pela Lagoa do Cajueiro, eleita uma das Sete Maravilhas do Piauí. Com ajuda de um grupo de amigos de Fortaleza, que preferem manter-se no anonimato, padre Fred Solon pôde realizar a reforma da casa paroquial, a pintura da Igreja e outras ações. "A Igreja estava muito abandonada, hoje quadruplicou a freqüência. Há dois anos, o padre anterior proibiu a festa da padroeira e nós retomamos. Foi uma apoteose, com duas mil pessoas na procissão". Em 28 de outubro do ano passado, o site da cidade registrava o sucesso do festejo da padroeira, Santa Dorotéia, confirmando o trabalho desenvolvido pelo padre. "O festejo de 2008 ficará na história como um dos mais animados e organizados pela Igreja Católica, graças à atuação eficiente do padre Fred Solon, que com suas inovações, fez com que os fiéis voltassem a participar da Igreja, com entusiasmo e devoção, transformando e inovando a celebração através da participação de bandas musicais e apresentações teatrais. Sem falar do coral de 200 vozes, formado por crianças, adolescentes e idosos".Apesar de recente, o vínculo com padre Fred já levou o pequeno município a dedicar, em maio deste ano, o título de cidadão joaquimpirense ao religioso cearense. O entusiasmo dos piauienses também já é bastante conhecido entre outros católicos. Afinal, o empreendedorismo do religioso, fortalezense, de 6 de agosto de 1932, sempre chamou atenção. Seja como vice-diretor do Colégio Santo Inácio ou em Baturité, onde atuou por sete anos, ou ainda como padre missionário no interior da Bahia ou em Moçambique.Vem sendo assim desde que, em 1956, aos 26 anos, decidiu deixar de ser Luiz Ferdinando Torres da Costa e Silva para tornar-se padre Fred Solon. "Solon era o nome do meu pai, Mozart Solon. E Fred é meu apelido desde que eu me entendo", conta. E rememora o filho de Stela Torres da Costa e Silva: "O Torres é do Dionísio Torres, empresário, meu tio, e do Flávio Torres, meu primo, hoje suplente de senador da Patrícia Saboya", acrescenta.A princípio, a formação jesuítica ginasial, em Baturité, manteve-se reservada, enquanto terminava o estudo nos colégios Castelo Branco e São João. Mas sua religiosidade se manifestava em ações práticas como o incentivo à criação de um posto médico e de um refeitório para os funcionários da fábrica Brasil Oiticica, onde era assistente administrativo. "Pensava em me casar. Tinha até o nome dos filhos planejados. Eu estava na Brasil Oiticica, com 1.500 operários. Quando descobri que gastava em um jantar o que um operário ganhava em um mês, vi que alguma coisa estava errada. Tive uma formação católica, sempre li muito, depois larguei tudo. Tinha Nietzsche como livro de cabeceira, até que um dia minha mãe me deu um Evangelho e me apaixonei por Cristo, assentando a minha fé na Igreja. Percebi que queria mais do que uma simples família, queria um amor de dimensão continental, mundial. Estou feliz por isso".Missionário da libertaçãoFoi junto ao noviciado jesuíta de São Paulo que foi buscar sua formação em Letras Clássicas, complementada no Curso de Filosofia e Sociologia em Nova Friburgo (RJ). Foi então para o Curso de Teologia, em Porto Alegre e em Buenos Aires, ordenou-se em 1966. "De Buenos Aires fui para Paris. Passei quatro anos na Sorbonne e, quando cheguei, perguntei: Dom Helder, onde tem mais pobreza no Nordeste? E ele: ´Fred, do norte de Minas ao sul do Piauí, passando pelo Médio São Francisco´. Então, fui procurar a cidade de Barra do Rio Grande, na Bahia. E lá vivi sete anos em uma casinha de taipa, fiz uma fundação, várias escolas e postos de saúde, cooperativas, mais de 80 projetos comunitários, ajudado pelos Estados Unidos e Europa. Depois destes sete anos, deixei tudo mudado".Padre Fred passou um ano na favela Amaralina, em Salvadore voltou para Fortaleza, tornando-se vice-diretor do Colégio Santo Inácio, durante três anos, período em que atuou ainda na mobilização social do Jangurussu. Em 1981, parte para Recife, atuando até 1995 junto à Universidade Católica de Pernambuco e ao Colégio Nobre. De lá, sua vida de missionário o leva a passar quatro anos em Moçambique. "Ali o que se pode dizer é que a pobreza era total". Mas por lá, entre elevados índices de Aids, também incrementou sua doutrina como professor de Bioética na Faculdade de Medicina. Daquele desafio transcontinental, padre Fred volta às origens no Mosteiro dos Jesuítas, em Baturité. "Mas eu tinha aquele apego de trabalhar com a pobreza, e pedi para me mandarem ao Estado mais pobre, que é o Piauí. E por lá quero permanecer o tempo que eu quiser, enquanto Deus me ajudar". Uma vida de franciscano, por certo, "mas de jesuíta", ressalta. "O jesuíta também faz voto de pobreza, passa por privações, desconforto. Mas o povo é muito bom, o povo me cobre de carinho, de abraços. A renda da paróquia dá seiscentos reais por mês, tenho que me virar pra manter". Ele conta que precisava lidar com 58 localidades, mas a pobreza e a distância só permitem que ele acompanhe 22 delas. "Começo o dia às cinco horas da manhã, faço a minha oração e começo logo as minhas atividades: atendendo às pessoas, visitando as comunidades distantes, celebrando missas, promovendo encontros. São 16 pastorais e conselhos. Então, a atividade de um pároco em uma cidade pobre é atender todas as pessoas. E faço isso com a ajuda dos colaboradores, 80 pessoas que trabalham voluntariamente na paróquia. Eu tenho programa de rádio todo dia, onde dialogo com todos".Todo o esforço tem sido compensado com o retorno dos fiéis ao catolicismo. Mesmo assim, padre Fred sugere que por trás da dimensão ritualística da Igreja existe uma dimensão psicossocial - as doutrinas, os compromissos sociais - e ainda uma dimensão teológica, divina. "As doutrinas evoluem conforme os séculos. Teve tempo em que a Igreja não denunciou a escravidão, mas a história dos jesuítas, por outro lado, sempre foi de muito compromisso social. Faço parte desta plêiade", considera. E acrescenta: "O papel da Igreja hoje não é substituir o Estado. Mas ela deve ser subsidiária, preocupada com a saúde, a educação etc. Em todas as diretrizes da economia e da ética, a Igreja sempre teve um papel de orientação, não de dominação. E lá em Joaquim Pires procuro fazer a mesma coisa: fazer o povo pensar um pouco, dar referenciais religiosos e éticos, não dominá-lo. Anunciando e denunciando, devemos buscar a libertação do cidadão, do ser humano, de tudo o que é escravidão".Por isso, padre Fred se coloca plenamente de acordo com os princípios dissidentes da Teologia da Libertação. "Houve mais de 800 padres exilados, torturados e mortos na América Latina pelas ditaduras militares. E a Teologia da Libertação é profundamente evangélica. Sua grande herança continua sendo as Comunidades Eclesiais de Base, que orientam a minha filosofia também: concordo com o Leonardo Boff de A a Z, o povo tem que assumir seu próprio destino. Onde estou sempre ouço a comunidade. Estamos lá para servir".Padre Fred comenta que recebeu com surpresa sua indicação para o Troféu Sereia de Ouro. "Para mim é uma homenagem à ordem dos jesuítas a quem eu pertenço, aos sacerdotes e à Igreja também, porque até hoje só foi monsenhor Camurça, o cardeal dom Aloísio e agora eu, padre Fred. Acho que tem tanto padre melhor do que eu... Mas, já que fui eu, a gente tem que aceitar, sem orgulho e sem vaidade".


Fonte: Diário do Nordeste.

Padre italiano pode ter sido executado por traficantes na periferia de Manaus



Manaus - Segundo a Rádio CBN, a polícia amazonense investiga se traficantes foram os responsáveis pela execução do padre italiano Ruggero Ruvoletto, de 52 anos, neste sábado, na periferia de Manaus. Ele era o responsável pela igreja no bairro Santa Etelvina e foi encontrado com um tiro na cabeça na casa paroquial. A Polícia prendeu três suspeitos. A Arquidiocese de Manaus realizou pela manhã uma missa em homenagem ao padre e haverá um protesto contra a violência na capital. O corpo será transladado nesta segunda-feira para a Itália.

Vaticano divulga dados da Igreja Católica na República Tcheca



Por ocasião da viagem apostólica do Papa Bento XVI à República Tcheca, entre os dias 26 e 28 de setembro, o Escritório Central de Estatística da Igreja divulgou os dados da Igreja Católica no país. A República Tcheca tem uma população de 10,380 milhões de habitantes, dos quais 3,290 milhões são católicos (31,7% da população). No país, existem nove circunscrições eclesiásticas, 2.576 paróquias e 70 centros pastorais. Atualmente, tem 20 bispos, 1.956 sacerdotes, 1.725 religiosos, 160 leigos membros de institutos seculares e 1.109 catequistas. Os seminaristas menores são sete e os maiores 184.Um total de 15.977 estudantes frequentam os 79 centros de educação católica, desde as creches até à universidade. No que diz respeito às instituições caritativas e sociais de propriedade da Igreja, ou que são dirigidos por padres ou religiosos, na República Tcheca existem: 50 hospitais, 98 clínicas, 134 lares para idosos e deficientes, 59 orfanatos e creches, 58 clínicas familiares e outras instituições para a proteção da vida, 170 centros de educação especial ou reabilitação social e 28 instituições de outro tipo. O Escritório Central de Estatísticas da Igreja foi instituído pelo Papa Paulo VI, com a Constituição Apostólica Regimini Ecclesiae Universae, de 15 de agosto de 1967. A ele compete recolher e ordenar sistematicamente os dados que se estimam necessários ou úteis para o melhor conhecimento das condições da Igreja e para dar a seus pastores um subsídio para sua ação pastoral (cf. art. 129).


Fonte: Rádio Vaticano.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Papa leva razões da fé e da esperança à República Tcheca



Prestará homenagem “às heroicas testemunhas do Evangelho”

Bento XVI viajará, de 26 a 28 de setembro, à República Tcheca, país em que, em algumas regiões, a prática religiosa é pouco superior a 1%, para oferecer razões para a fé e para a esperança.
Assim o explicou neste domingo, ao rezar a oração mariana do Ângelus junto aos peregrinos reunidos na residência pontifícia de Castel Gandolfo.
Em sua viagem apostólica, o Papa visitará a capital, Praga, assim como Brno (Morávia) e Stará Boleslav, lugar do martírio de São Venceslau, principal padroeiro da nação, cuja festa celebrará junto ao povo tcheco.
“A República Tcheca se encontra, geográfica e historicamente, no coração da Europa e, após os dramas do século passado, tem necessidade, assim como todo o continente, de voltar a encontrar as razões da fé e da esperança”, afirmou o Papa.
O lema desta visita apostólica é “O amor de Cristo é a nossa força”.
Bento XVI assegurou que pretende seguir os passos de João Paulo II, que visitou a República Tcheca em três ocasiões, para prestar “homenagem às heroicas testemunhas do Evangelho, antigas e recentes, e alentar todos a crescerem na caridade e na verdade”.
Da mesma forma, o pontífice agradeceu por adiantado “todos os que me acompanharão com a oração nesta viagem, para que o Senhor a abençoe e a torne fecunda”.
Os católicos tchecos são 3.290.000, em uma população total de 10.380.000 habitantes (31,69%).

Fonte: Zenit.

Pároco conta alegrias e tristezas de ser sacerdote hoje

Padre Luigi Pellegrini, de Santa Rita em Viareggio

Por Antonio Gaspari

Segundo o Anuário Estatístico da Igreja (edição de 2008), há 407.262 padres no mundo. Deles, uma grande parte desempenha a tarefa de pároco. Guia, aconselha, dá assistência, forma comunidades locais, pessoas e famílias.
Seu papel tem um aspecto religioso, social e civil insubstituível. Todavia, certa cultura secularizada ataca, critica e é incrédula quanto aos párocos e sacerdotes.
Neste contexto e em pleno “Ano Sacerdotal”, ZENIT entrevistou Luigi Pellegrini, pároco desde 2000 da igreja Santa Rita, em Viareggio (12.000 habitantes), Itália.
Nascido em Camaiore, dia 17 de março de 1966, pe. Luigi se licenciou em Teologia Espiritual no Instituto Pontifício “Teresianum” de Roma, em 1997, e está inscrito no mesmo Instituto para o doutorado em Teologia Espiritual. É professor da “Escola Teológica” para leigos, onde ministra cursos sobre a eucaristia para seminaristas no “Estúdio Teológico Interdiocesano de Camaiore”.
Sua paróquia é uma das que mais atraem fiéis em Viareggio, a qual também promove vários encontros de alto nível, tanto espiritual como cultural.
–Em num mundo que parece cada vez mais secularizado, como se explicariam as razões que movem muitas pessoas a seguir a vocação ao sacerdócio?
–Pe. Luigi: Em sua vida, no momento em que a fé não permanece exterior, mas interpele concretamente, cresce em você em entusiasmo de poder fazer dela uma resposta da sua vida. Nossa religião te coloca diante de um encontro pessoal, concreto e capaz de preencher sua existência.
É verdade que hoje o mundo está bem organizado para levar os corações até outras perspectivas, a fim de confundir e enfraquecer. Mas depois de certo tempo, nada disso mais basta. Encontra-se Jesus, conhece-o e no momento em que responde “sim”, a alegria se faz concreta e, portanto, verificável em sua vida diária.
Talvez nós, como Igreja, também percamos muitas oportunidades para levar os homens até a dimensão espiritual da vida. O espírito, entretanto, através de caminhos simples, sabe conduzir à busca de Deus e a experimentar que o amor por Ele não é utopia, mas se faz o verdadeiro sentido à vida.
–Como foi o seu chamado? –Pe. Luigi: Recebi como grande presente uma família cristã, pobre de coisas materiais, mas rica em humanidade. Meus pais foram capazes de me acompanhar no descobrimento das verdades de Deus, com fatos e com uma singela profundidade de fé concreta e por isso ainda mais incisiva. Nasci dia 17 de março de 1966, 12 anos depois do casamento de meus pais. Num ano em que meu pai, tendo que enfrentar um tumor, pensava em tudo, menos em ter um filho.
Justo no período menos esperado, o Senhor me chamou à vida. Eles, sem possibilidades econômicas, preocupados em como manter um filho, não se renderam e, de forma resistente, e com grande dignidade e fé, conseguiram lidar bem com aquele determinado momento.
Meu pai morreu quando eu tinha dez anos e aos 14 entrei no seminário menor de Lucca. Por que a essa idade? Tive de deixar, naquele momento, muito do que era importante para mim: meu pai, minha mãe –que ficava sozinha–, minha paróquia, na qual desempenhava diversas atividades, amigos...
Lembro-me ainda, de modo claro, que sentia que tinha de dizer “sim” a um chamado que a oração me havia me ajudado a discernir: os grupos vocacionais daqueles anos, tal como o entusiasmo de sentir que aquela paróquia me pertencia e que eu fazia parte dela.
Não posso dizer que ninguém me condicionou. Ao contrário. Pensando de novo sobre isso, me propus a prestar muita atenção para seguir as eventuais vocações que o Senhor colocasse em meu caminho.
Sentia crescer a cada ano, a alegria de me aproximar do sacerdócio. Não foi sempre fácil. Cresci conforme a idade e ao mesmo tempo também minha espiritualidade se transformava, adquirindo maior consciência a respeito da entrega de uma vida que devia ser cada vez mais plena e definitiva. Estava muito impaciente.
Acredito cada vez mais que o Senhor me deu esta vocação não por ser melhor ou caracterizada por dons especiais, e sim porque necessitava encontrar um caminho e uma resposta forte, que deve ser reconfirmada a cada dia, para que eu possa me salvar verdadeiramente. A dádiva da vocação se converte na proteção e apoio à própria fraqueza.–Ser padre hoje, especialmente em uma cidade como a sua, onde durante muito tempo dominou a ideologia anticlerical, não é fácil. Quais são as maiores dificuldades para difundir as palavras de Cristo?
–Pe. Luigi: A cidade de Viareggio pode parecer imersa no mar e no carnaval e por muitos aspectos realmente está. Mas agradeço cada dia ao Senhor por minha experiência de padre (18 anos em cinco contextos diferentes) nesta cidade. Conheci homens e mulheres que, através de diferentes formações espirituais, fizeram do Senhor e da vida da Igreja um verdadeiro sentido a própria vida. Com frequência os leigos têm sido para mim promotores de iniciativas e experiências espirituais que se manifestaram importantes à comunidade. Aproximei o mundo do espaço paroquial juvenil, descobrindo nele um estilo que me ajudou a crescer como sacerdote. Uma comunidade aberta, onde alguém te acolhe e está disposto a fazer contigo parte do caminho até o Reino.
Do mais, a realidade dos movimentos e dos leigos pertencentes a caminhos formativos e comunidades eclesiásticas me fez conhecer os homens, mulheres e jovens que fizeram do anúncio Evangélico e do próprio testemunho um significado à vida.
Nestes anos compreendi que nós, sacerdotes, não podemos individualizar nosso modo de ver a Igreja e o mundo. Os homens, assim como nossa vocação, necessitam de uma forte dimensão espiritual e formação.
Para nós, padres, é extremamente perigoso nos convencermos de que temos direito a uma vida privada, a um pequeno grupo nosso de seguidores fiéis, e organizar uma pastoral privada que não nos incomode. O entusiasmo de poder promover como padre uma comunidade que sirva ao homem sempre me ajudou. Especialmente porque estou convencido de que Jesus é a verdadeira resposta à pergunta do sentido verdadeiro da vida do homem.
A dificuldade mais frequente é ter de explicar às pessoas o verdadeiro significado de ser cristão católico: quer dizer, a proximidade com os sacramentos, a Eucaristia dominical, a escuta da palavra de Deus, a oração, a unidade com o Papa, sobretudo quando se compreende que seus diversos pontos de vista derivam da amizade com um sacerdote.
Nesses casos, sempre supondo que entenderam mal, explico a beleza e necessidade do encontro físico e real com Jesus, alimento de Vida, que podemos experimentar e doar unidos à Igreja.
–Poucos, inclusive aqueles que mais a frequentam, conhecem e refletem sobre a importância social da paróquia. Poderia nos explicar como as atividades paroquiais influenciam na educação dos jovens e na vida social das famílias e da comunidade local?
–Pe. Luigi: Acredito que poderíamos ter ainda uma grande incidência na comunidade social como paróquias. Experimento isso hoje em dia, tendo uma paróquia de 12.000 habitantes... Quantos encontros e experiências de vidas difíceis! Certamente devemos enfatizar que hoje, como Igreja, temos menos incidência nas estruturas sociais. Mas como paróquias, podemos mais que nunca introduzir lugares de encontro para famílias a indivíduos para que todos colaborem na construção de um mundo melhor.
Não devemos nos desanimar se muitos nos consideram como “distribuidores” de sacramentos. Todas, inclusive esta, são oportunidades para encontrar e tentar uma mudança na forma de pensar. Não podemos permitir que fiquemos atrás, esperando alguma mudança. O fato é que as pessoas não entendem. Com frequência construímos uma pastoral que evita tradições, encontros, adoração, missas, confissão, devoção a Maria; para substituir tudo isso, propomos o “vazio” ou alguma iniciativa que possa ser manipulada politicamente, talvez não em sintonia com o Santo Padre. Assim certamente o sacerdote tem mais tempo livre para si e para os poucos que o cercam. Porém, perde a beleza de entregar-se totalmente, experimentando a alegria da própria vocação e a identidade verdadeira do próprio sacerdócio.
–Quais momentos são difíceis na vida de um padre e quais são os de maior satisfação?
–Pe. Luigi: Hoje é difícil fazer compreender o valor da perseverança nas decisões da vida e no caminho da fé. Fica difícil aproximar de quem, como os padres, têm responsabilidade educativa. Enquanto ainda resiste o voluntariado, se torna cada vez mais difícil ter disponibilidade para a formação e a catequese por parte dos adultos. É muito difícil aconselhar e educar os filhos e jovens na dimensão da escuta, da meditação, do sacrifício e do respeito às pessoas e às coisas. É um grande desafio hoje não só nos âmbitos religiosos, se queremos pensar em um mundo melhor.
Certamente não faltam ocasiões de grande satisfação para um sacerdote: começando por cada Eucaristia, que mesmo celebrada todos os domingos, cada vez é um grande milagre de graça que nos permite experimentar especialmente a união ao sacrifício de Cristo e a possibilidade de encontrar a cada domingo, rezando, todos aqueles que o Senhor confiou. A outra grande oportunidade é estar à disposição de todos no sacramento da Reconciliação. Deus não nos elegeu precisamente para manifestar seu amor e misericórdia.
Outro momento especial de graça é quando podemos partilhar com muitos irmãos e irmãs a sua fase de conversão: do distanciamento para compartilhar a alegria do renascimento. Experimentando a proximidade com aqueles que não sofrem apenas de reproduzir profissionais frases pré-fabricadas, mas a capacidade de compartilhar a experiência que leva você à entrega total a Deus.
Outra oportunidade para grande alegria é quando alguém se sente capaz de dizer "sim" ao chamado de Deus para sua própria vocação.–Se tivesse de explicar a um jovem a beleza do sacerdócio, o que diria?
–Pe. Luigi: Primeiro, certifique-se de que tal chamado não é por seus méritos, e sim porque constata um amor especial por Jesus. Quando experimentar isso como um convite, não permanecerá indiferente.
Logo, os anos de estudo e de formação são uma ocasião para conhecer Aquele que por ele dá a vida e que te faz mais seguro para se converter em anunciador não suas verdades, mas da única Verdade que pode salvar toda a humanidade.
Quando sente que é verdade para ti, nada pode te deter e, portanto, a característica espontânea de um jovem se volta para os outros. O que logo te reforça e confirma sua decisão é descobrir a presença de Maria e a intercessão especial de toda a Igreja do céu que, através dos escritos de santos e seu testemunho de vida, te ajuda a crescer na dimensão espiritual e na oração.
Por último e não menos importante, recomendaria sentir intensamente a unidade com o Papa, que orienta e dá sentido ao nosso sacerdócio, tornando-se um símbolo de unidade com Cristo.
Quero tratar de modo especial também outro aspecto da vida sacerdotal: o celibato. Pode parecer que impõe limite ao amor ou quem sabe reduza as vocações. Não é assim. Posso compreender que diga isso quem não vive a experiência da Igreja, mas me parece difícil compreender que tais afirmações possam derivar de nossos contextos.
Sinto-me capaz de testemunhar o contrário, que é um grande dom da Igreja Católica para os próprios sacerdotes. É a consequência natural de uma consagração. Enriquece a própria eleição na totalidade da entrega e se converte cada vez mais em testemunho para todos aqueles que acreditam na realidade do céu.
O fato é que a exclusividade da própria vida pelo Senhor não tira nada. Pelo contrário, te enriquece. Afirmar o contrário empobrece o valor sacrifical de nosso “ser sacerdote”.
–Quais são as iniciativas culturais e religiosas que propõe para reforçar a identidade e a fraternidade sacerdotal? –Pe. Luigi: Dar aos padres ocasiões para se afirmarem na fé através da troca de experiências, não para julgar o outro, mas para que haja um enriquecimento mútuo, de maneira que a amizade cresça e que a estima seja recíproca. Por exemplo, aproveitar a grande ocasião que Bento XVI nos ofereceu neste ano, através do Ano Sacerdotal.
Deveria introduzir a todos, ajudados pelos bispos, no descobrimento da própria identidade dos homens e de chamados. Redescobrir a essência de uma vida entregue totalmente, sem compromissos, sempre orientados a reconhecer a benevolência de Deus e por isso capazes de renovar a Jesus, sem temer, o próprio amor.
Não acredito que para ser sacerdote seja preciso buscar uma vida simples, facilmente aceita pelo mundo todo, entretanto devemos fazer crescer nossa pertença à Igreja, que nos acolheu, nos formou, nos direciona através dos bispos, segue vigiando, dirigindo e corrigindo eventuais visões menos católicas ou individuais que tenhamos.
A Igreja é uma mãe e nela devo sentir que não estamos sozinhos, mas que compartilhamos e enfrentamos eventuais desafios do mundo de hoje.

Fonte: Zenit.

Começa com grande velocidade preparação para Sínodo do Oriente Médio 2010



Anunciado pelo Papa neste sábado

Já começou a ser preparado o Sínodo para o Oriente Médio, que acontecerá de 10 a 24 de outubro de 2010, após o anúncio de Bento XVI neste sábado.
O pontífice lançou esta nova iniciativa durante um encontro com os patriarcas e os arcebispos orientais, que se desenvolveu em Castel Gandolfo.
O tema da assembleia especial dos bispos, segundo revelou o Papa, será “A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho. ‘A multidão dos que haviam acreditado era um só coração e uma só alma’ (atos 4, 32)”.
O próprio Bento XVI, ao explicar os motivos desta decisão, reconheceu que “falando de paz, o pensamento se dirige, em primeiro lugar, às regiões do Oriente Médio”.
Nesta segunda-feira, o conselho pré-sinodal já se reunirá pela primeira vez, na sede da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, na romana Via da Conciliação, para começar sua preparação, segundo revelou o arcebispo Nikola Eterovic.
O secretário-geral do Sínodo dos Bispos revelou ao L’Osservatore Romano, jornal da Santa Sé, que serão dois dias de trabalho para colocar em movimento a “máquina organizativa”, que terá de funcionar muito rápido, pois o anúncio do Papa chegou com menos antecipação do que de costume.
Na reunião, participarão os cardeais da cúria romana Ivan Dias, Walter Kasper, Jean-Louis Tauran e Leonardo Sandri, junto com os patriarcas orientais Nasrallah Pierre Sfeir, Emmanuel III Delly, Antonios Naguib, Gregorios III Laham, Nerses Bedros XIX Tarmouni e Fouad Twal. O patriarca Ignace Youssif III Younan designou um representante.
Segundo Dom Eterovic, também estarão presentes o arcebispo Ramzi Garmou, presidente da Conferência Episcopal Iraniana, e o bispo Luigi Padovese, presidente da Conferência Episcopal da Turquia, e alguns especialistas.
O prelado reconhece que o anúncio deste Sínodo “em si não é uma surpresa”.
“Há alguns anos – esclarece –, os pastores da região refletiram sobre a oportunidade de convocá-lo. Era uma ideia que circulava com insistência. Mas a aceleração decisiva aconteceu com a viagem de Bento XVI à Terra Santa, em maio passado.”
Na agenda da reunião desta segunda-feira, encontram-se “as indicações do Papa sobre as perspectivas de diálogo para uma convivência nesta região atormentada, levando em consideração as realidades de cada um dos países”.
“O tema do Sínodo – revela Eterovic – foi escolhido pessoalmente por Bento XVI, depois de ter escutado as sugestões recolhidas pela secretaria geral, que realizou uma consulta entre os bispos. A indicação do Papa se concentra em refletir, antes de mais nada, na comunhão e no testemunho que a Igreja está chamada a oferecer no contexto particular do Oriente Médio.”
O Sínodo, como é tradição, acontecerá no Vaticano e durará uma semana menos que de costume, isto é, cerca de 15 dias.
Haverá delegados ecumênicos de outras igrejas e confissões cristãs e se está estudando que tipo de participação pode haver de muçulmanos e judeus.
“Não sabemos ainda como, mas é evidente que é preciso levar em conta toda a complexidade o Oriente Médio. O Sínodo não é ‘contra’ alguém, mas um espaço de diálogo que busca a comunhão e a paz, na justiça e na verdade. Encontraremos, sem dúvida, a maneira de escutar as vozes do mundo judaico e do muçulmano.”
Agora, os esforços se concentram na redação das “Orientações” (Lineamenta, em Latim), um primeiro documento que enunciará os temas do Sínodo, esclarecendo que será breve, por causa do tempo que temos à disposição. Deveriam ser publicadas antes do final deste ano e servirão para apresentar os temas a todas as igrejas locais.
As igrejas locais, por sua vez, oferecerão suas respostas e comentários e, com estes, será redigido o “Instrumento de Trabalho” (Instrumentum laboris), que apresenta os temas precisos do Sínodo e que deveria ser publicado na Páscoa.
Antes do Sínodo do Oriente Médio, só foram realizados outros dois sínodos regionais desde que esta instituição voltou a se recuperar após o Concílio Vaticano II: o do Líbano e o dos Países Baixos.

Fonte : Zenit.

Patriarcado de Moscou: Católicos e Ortodoxos aliados no testemunho dos valores cristãos



A Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa devem ser aliadas no reafirmar os valores cristãos no mundo de hoje. Foi o que declarou o arcebispo ortodoxo Hilarion de Volokolamsk, numa coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem, sexta-feira, em Roma, na igreja ortodoxa de Santa Catarina, após o encontro com o papa - pela manhã - em Castel Gandolfo.
O presidente do Departamento das Relações Eclesiásticas Exteriores do Patriarcado de Moscou fez votos de que Bento XVI e o Patriarca Cirillo I possam encontrar-se dentro em breve. Falando aos jornalistas, o arcebispo ortodoxo ressaltou que a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa “não devem mais ser concorrentes como no passado, mas aliadas” no testemunhar os valores cristãos diante dos desafios do nosso tempo. O prelado ortodoxo destacou a estima do Patriarcado de Moscou por Bento XVI:
“Nós apoiamos o papa em seu compromisso com a defesa dos valores cristãos, o apoiamos também quando as suas corajosas declarações suscitam reações negativas por parte de alguns homens políticos ou personalidades públicas ou quando são repelidas e por vezes desvirtuadas por parte de alguns meios de comunicação. Cremos que ele tem o dever do testemunho da verdade e, portanto, estamos com ele quando a sua palavra encontra oposição.”
Justamente por isso, o arcebispo ortodoxo fez votos de que se realize, o quanto antes, o encontro de há muito esperado entre o papa e o patriarca de Moscou:
“Pessoalmente, espero que, mais cedo ou mais tarde, se realize o encontro de há muito esperado entre o Papa e o Patriarca de Moscou. Posso dizer conscientemente que de ambas as partes há o desejo de preparar com grande atenção tal encontro.”
Um encontro que representaria um grande salto avante nas relações entre católicos e ortodoxos - ressaltou. Em seguida, Hilarion reiterou que existe atualmente uma vastíssima possibilidade de cooperação entre as duas Igrejas.
Diante de nós - afirmou - se abre o vastíssimo campo do “mundo descristianizado de hoje”. Hedonismo, relativismo e secularismo militante são a conseqüência do abandono dos valores cristãos, mas esses fenômenos são também desafios urgentes que a sociedade atual lança a todos os fiéis - foi a sua reflexão: “Todos nós cristãos e, particularmente, nós ortodoxos e católicos, podemos e devemos responder juntos a esses desafios. Juntos podemos propor ao mundo os valores espirituais e morais da fé cristã. Juntos podemos oferecer a nossa visão cristã da família, afirmar o nosso conceito de justiça social, de um compromisso com a salvaguarda do ambiente, de defesa da vida humana e da sua dignidade.”
O enviado do Patriarcado de Moscou reiterou que o homem do nosso tempo precisa de valores cristãos, fazendo votos de que a relação entre católicos e ortodoxos se desenvolva mais intensamente e que sejam em breve superados os problemas que subsistem entre as duas tradições.
Por outro lado, respondendo às perguntas dos jornalistas, o arcebispo Hilarion evidenciou que o Patriarca de Moscou quer abrir também uma nova página nas relações com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, no signo de um diálogo aberto e sincero. (RL)


Fonte: Rádio Vaticano.

BENTO XVI VISITA OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO VATICANO



Bento XVI visitou anteontem a nova sede do Observatório Vaticano nas Vilas Pontifícias, em Castel Gandolfo. O Observatório é um instituto de pesquisa científica criado em 1578, durante o Pontificado de Gregório XIII. Sobre a visita do papa, o diretor do Observatório, o padre jesuita José Gabriel Funes, concedeu uma entrevista à Rádio Vaticano:Pe. Funes:- "Foi uma visita, diria, familiar, porque estavam presentes somente a comunidade dos jesuítas, os engenheiros que fizeram o projeto de reestruturação do mosteiro e alguns funcionários. Foi uma grande alegria para nós receber o Santo Padre."Padre Funes explicou que a visita dos pontífices ao Observatório constitui uma tradição. De fato, Bento XVI assinou um pergaminho por ocasião da visita, assinado, pela primeira vez, por Pio XI, justamente no mesmo dia, 16 de setembro de 75 anos atrás. Para o jesuíta, isso demonstra a tradição do Observatório Vaticano e o interesse que os papas tiveram por esta instituição. Durante a visita, o papa pôde conhecer a coleção de meteoritos e analisar no microscópio um fragmento que caiu perto da cidade alemã Munique, na região da Baviera. Em especial, Bento XVI admirou um meteorito que, de acordo com Padre Funes, pode ser proveniente de Marte. "Trata-se de um objeto muito precioso, nem mesmo o papa pôde tocá-lo diretamente!" – afirmou o jesuíta.Por fim, Bento XVI visitou a biblioteca, onde folheou antigos livros de Copérnico, Kepler e Newton, e visitou também a residência dos jesuítas. (BF)


Fonte: Rádio Vaticano.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Extremistas muçulmanos incendeiam igreja católica no Paquistão



Na sexta-feira 11 de setembro um grupo de extremistas muçulmanos incendiaram uma igreja católica na localidade do Jethki, localizada na província de Punjab, no Paquistão, na mesma região onde no mês passado foram queimados vivos um grupo de cristãos.

Conforme informa a organização internacional Ajuda à Igreja Necessitada (AIN), os fundamentalistas islâmicos molharam a igreja com querosene e jogaram fogo, logo depois se dirigiram às casas vizinhas e ameaçaram de morte a seus residentes cristãos.

Alguns líderes cristãos afirmam que a violência se originou na reação de uma mulher muçulmana que se opunha à relação que tinha sua jovem filha com um cristão. Para provocar a brutal agressão, a mulher rasgou algumas folhas do Corão e as jogou na porta da casa do jovem para acusá-lo de não respeitar a lei de blasfêmias. Aparentemente, as autoridades orquestraram o ataque como vingança, diz a nota da AIN.

Enquanto isso, o jovem cristão de 19 anos foi detido e não se deu a conhecer seu nome por razões de segurança. Em diálogo com a AIN, o Pe. Andrew Nisari, Vigário General da Arquidiocese de Lahore, à cuja jurisdição pertence a igreja de Jethki, assinalou que “as pessoas estão muito assustadas pelo que aconteceu. Em realidade nos alivia o fato de que o moço de 19 anos esteja na prisão neste momento, ao menos ali estará a salvo, quer dizer, não vai ser morto por fanáticos muçulmanos”.

Ao referir-se logo ao estado da igreja, o sacerdote explicou que esta “ainda está de pé mas está completamente queimada por dentro: o altar, as imagens, a sede, as Bíblias e os livros religiosos foram consumidos. O templo ficou totalmente inutilizável”.

Logo depois de exortar o governo paquistanês a reverter a lei de blasfêmias, o Pe. Nisari assinalou que “esta norma faz que a gente –muçulmanos especialmente– carreguem uma espada escondida para usá-la em vingança contra qualquer um quando assim desejarem”. “Este caso mostra como a religião é mal usada em nosso país e que é muito necessário que se rejeite esta lei”, acrescentou.

Depois de relatar que muitos cristãos tiveram que fugir da zona para não ser assassinados, o sacerdote pediu “a todos os cristãos no mundo que rezem por nós que somos perseguidos no Paquistão. Realmente necessitamos das suas orações agora”.

ACI Digital

Foto de Sinagoga


Papa saúda festas judaicas planeja visita a sinagoga de Roma

O papa Bento XVI enviou saudações de Grandes Festas para a comunidade judaica de Roma e disse que pretende visitar a principal sinagoga da cidade em breve.

Papa remove cardeal responsabilizado por crise com judeus
Beatificação de Pio XII não foi aprovada por conflito com judeus
Vaticano nega legitimidade a ordenações de grupo conservador

Bento diz, em mensagem divulgada pelo gabinete do rabino-chefe, que a visita à sinagoga é motivada por seu desejo de demonstrar "minha proximidade pessoal e a de toda a Igreja Católica" à comunidade judaica.

O Vaticano confirma que a visita deve ocorrer antes do fim do ano.

O papa João Paulo II fez uma visita histórica à sinagoga de Roma em 1986. Bento visitou templos do judaísmo na Alemanha e nos Estados Unidos.

As Grandes Festas judaicas, ou Yamim Noraim, compreendem um período que começa nesta sexta-feira, com o ano-novo judaico, o Rosh Hashaná, e termina dez dias depois no Yom Kippur, o dia do perdão.

Fonte: Estadão.

IGREJA EM CUBA SATIFEITA COM POSSIBILIDADE DE CELEBRAR NAS PRISÕES



A Igreja Católica recebeu com "alegria" a autorização do governo cubano de celebrar missas nas prisões de modo permanente: trata-se de uma medida inédita desde a vitória da Revolução, há 50 anos.A notícia da concessão foi dada pelos líderes evangélicos na terça-feira, depois de um encontro, no dia 10, com autoridades do Departamento de Assuntos Religiosos do Partido Comunista e do Ministério do Interior.Além de celebrar missas e cultos um vez por mês, sacerdotes e pastores poderão visitar os centros penitenciários em grupos. De acordo com o responsável pela Pastoral Carcerária da Conferência Episcopal Cubana, Dom Jorge Enrique Serpa Pérez, cada bispo decidirá como concretizar a medida, segundo as possibilidades e as necessidades dos presos.A Igreja Católica, através da Pastoral Carcerária, oferecia assistência religiosa de maneira individual aos detentos que solicitavam apoio moral. No Natal de 2008, o arcebispo de Havana, Card. Jaime Ortega y Alamino, e outros quatro bispos puderam celebrar missas em várias prisões da ilha, pela primeira vez desde a revolução. Depois, na Semana Santa deste ano e de maneira "esporádica", as autoridades da ilha permitiram a atividade pastoral em algumas prisões.De acordo com a nova norma, que entrará em vigor a partir deste mês, o sacerdote poderá visitar as prisões acompanhado de um grupo de leigos, celebrar missas uma vez por mês, além das visitas pessoais que individualmente os párocos poderão realizar.Facilitar uma maior assistência da Igreja Católica aos presos e suas famílias foi um dos pedidos do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) às autoridades da Ilha durante a reunião realizada em Havana em 2007.


Fonte: Rádio Vaticano.