quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Bispos pedem aos jovens que avaliem a Segunda Guerra Mundial com justiça



Mensagem dos bispos poloneses e alemães nos 70 anos de seu início

Os bispos da Alemanha e Polônia destacaram a necessidade de “que as novas gerações adquiram e conservem uma justa avaliação da Segunda Guerra Mundial”, em um comunicado conjunto publicado nesta terça-feira por ocasião do 70º aniversário do início da guerra.
“Não só temos necessidade de um honesto balanço das atrocidades do passado, mas também de renunciar aos estereótipos que dificultam ainda mais uma correta compreensão deste tempo e podem abalar a confiança, construída apesar das dificuldades”, assinalam.
Em setembro de 1939, as forças armadas da Alemanha invadiam a Polônia dando início à Segunda Guerra Mundial.
Agora, os bispos de ambos países afirmam conjuntamente que “é necessário cuidar verdadeiramente da paz e da formação de homens livres do ódio”.
“Algumas tendências na sociedade ou na política revelam a tentação de um uso propagandístico das feridas infligidas para reavivar os ressentimentos alimentados por uma interpretação facciosa da história”, adverte a mensagem.
“A Igreja tenta por isso pronunciar-se contra essa eliminação da verdade histórica convidando a um diálogo intenso, sempre ligado à capacidade de escutar as razões da outra parte”, continua.
A declaração reconhece que “algumas feridas ainda não foram fechadas” e recorda “as milhões de vítimas perseguidas e sacrificadas por causa da ideologia nazista, de sua procedência ou fé”, entre elas judeus, ciganos, deficientes mentais e a elite dos povos da Europa Central e Oriental.
Os bispos condenam conjuntamente na declaração “os crimes de guerra” e as deportações da guerra e o pós-guerra, e recordam as consequências negativas da guerra para ambos países, como a submissão a regimes comunistas.
“Na Europa do Leste, aquela guerra tinha o objetivo de destruir e escravizar povos inteiros”, recordam.
“A elite governante da Polônia, entre eles intelectuais, acadêmicos e membros do clero, foi afetada por uma política de extermínio que buscava submeter toda uma nação”, reconhecem.
A declaração está assinada pelos dois presidentes das conferências episcopais da Alemanha e da Polônia, os arcebispos Robert Zollitsch e Józef Michalik respectivamente.
O documento pede para se manter a boa fé, perdoar e confessar a própria culpa.
Também orar mais pela paz, uma maior cooperação das instituições religiosas da Alemanha e Polônia, promover juntos a família e proteger a vida e prestar unidos assistência na evangelização do mundo, especialmente de grande parte da África.
Indica que “só no clima do perdão e da reconciliação se pode desenvolver a cultura da paz que serve ao bem comum”.
“A paz é construída dia a dia e só pode florescer se estamos dispostos a reconhecer nossa responsabilidade”, destaca.
Para os bispos, “o dom da paz deve ser vivido no próprio coração para que se possa propagar às famílias e às várias formas de organização social, e possa finalmente chegar a toda a comunidade das nações”.
Por último, a mensagem destaca o “passo histórico constituído pela integração europeia” e pede “não deixar passar a oportunidade de construir a paz oferecida pela unificação dos povos da Europa”.


Fonte: Zenit.

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