Carta pastoral por ocasião da Missão Continental
Por Nieves San Martín
Os bispos argentinos divulgaram uma carta pastoral por ocasião da Missão Continental, na qual sublinham a necessidade de “renovar nosso estilo evangelizador”. Nela, recordam que “o acontecimento de Aparecida foi para a Igreja um convite a renovar nosso ardor apostólico e nosso fervor. Cada um de nós sabe o que é ‘evangelizar’ e o que implica esta vocação na Igreja”.
“Mas é verdade – acrescentam – que sempre há uma novidade na Igreja. E a novidade está dada pelos desafios que o tempo presente nos marca, a época em que estamos vivendo.”
“O que o Espírito nos diz? – perguntam-se os bispos. A necessidade de renovar (tornar novo) nosso estilo evangelizador. Alcançar um renovado estilo missionário.”
“A Igreja na América Latina, renovada no santuário de Aparecida em maio de 2007, vem nos dizer que a novidade está em definir a identidade cristã a partir da única vocação de discípulos e missionários de Jesus Cristo”, afirmam.
“Aparecida deseja que os cristãos descubram que, pelo batismo, temos uma única vocação, discipular e missionária ao mesmo tempo; que o discipulado nos leva à missão e a missão nos modela como discípulos”, acrescentam.
“Este é o grande desafio neste tempo – sublinham: como renovar nossas opções pastorais a partir da perspectiva missionária, transmitindo que existe uma só vocação de discípulos missionários. E este desafio é para as comunidades diocesanas, paroquiais e para todas as áreas e âmbitos pastorais.”
“A Missão proposta por Aparecida não está limitada no tempo, mas pensada de tal forma que tenha continuidade, que seja uma missão permanente. Não se trata de programar uma série de ações, ainda que não descarta isso, mas o começo de algo com projeção indeterminada.”
“Por tal motivo, foi amadurecendo uma acentuação na necessidade de uma ‘conversão pastoral’ e de um estilo missionário em toda atividade pastoral cotidiana. Isto não significa que não sejam feitos gestos missionários concretos, mas fica claro que a Missão Continental não deve se reduzir a eles.”
Portanto, falar de Missão Continental, dizem os bispos, “quer dizer ao mesmo tempo duas coisas: trabalhar em uma ‘conversão pastoral’ que leve a um estado de missão permanente, a partir da pastoral cotidiana, e realizar missões organizadas que encarnem e tornem visível este renovado estilo missionário”.
Os bispos destacam que o começo deste caminho missionário renovado coincide com a proclamação do Ano Sacerdotal, convocado por Bento XVI: “Esta iniciativa já está dando seus frutos de alegre fervor nos sacerdotes, compartilhado plenamente com os fiéis leigos”, afirmam.
“Anunciar integralmente Jesus Cristo em nossos dias exige coragem e espírito profético, conscientes de que a fé deverá gerar modelos culturais alternativos para a sociedade atual”, sublinham.
“Para saber qual deve ser o estilo missionário que devemos implementar – afirmam os bispos –, é preciso partir de uma visão da realidade com espírito de fé e descobrir alguns elementos essenciais. Por exemplo, a questão social, que ‘abrange tanto as situações de exclusão econômica como as vidas humanas que não encontram sentido e já não podem reconhecer a beleza da existência’ (documento “Rumo a um bicentenário de justiça e solidariedade”, 25); ou o ‘crescimento do individualismo e o enfraquecimento dos vínculos pessoais e comunitários’ (HB, 25).”
Em continuidade com o caminho metodológico do seu documento “Rema mar adentro”, os bispos apresentam algumas ações destacadas para este tempo de renovação missionária.
Em primeiro lugar, “alentar um estilo missionário na pastoral orgânica e diocesana, em especial a partir da paróquia”. Além disso, “priorizar uma pastoral missionária a partir da catequese de iniciação”, assim como “promover o compromisso missionário rumo a uma sociedade justa e responsável: pastoral familiar e doutrina social da Igreja”. E por último, “expandir processos missionários permanentes”.
Em conclusão, os bispos argentinos afirmam que “Aparecida provoca uma revisão do estilo evangelizador. Redescobre que a missão (relação com o outro para compartilhar a fé em Cristo) é fundamental na identidade cristã, dando prioridade às atitudes e ao estilo evangelizador”.
Por isso, é necessário um caminho de “conversão pastoral”, procurando transformar a maneira de transmitir o Evangelho, reconhecendo que o Espírito está na origem de todo o caminho da fé.
“Hoje, mais que nunca – afirmam –, espera-se de todo agente evangelizador a consciência desta vocação de discípulos missionários. O vínculo com Jesus na dimensão discipular se torna vínculo missionário com os irmãos para apresentar-lhes o amor e a bondade de Deus.”
Levando em consideração a presença da Igreja e seus ensinamentos na construção da pátria e no horizonte da celebração do seu bicentenário, os bispos se confiam a Nossa Senhora de Luján, para renovar seu compromisso missionário e transmitir o Evangelho de Cristo para que “todos tenham vida nele”.
Fonte: Zenit.
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