O Santo Padre Francisco pediu que neste Ano Jubilar da Misericórdia, tenhamos em mente que “não pode existir autêntica busca da unidade dos cristãos não sem confiar-se plenamente na misericórdia do Pai”. Ele também convidou a pedir desculpas “pelo pecado das nossas divisões, que são uma ferida aberta no Corpo de Cristo”. Como Bispo de Roma e Pastor da Igreja Católica, Francisco quis “invocar misericórdia e perdão pelos comportamentos não-evangélicos da parte de católicos em relação a cristãos de outras Igrejas”. E convidou todos os irmãos e irmãs católicos a perdoar se, hoje ou no passado, “sofreram ofensas de outros cristãos”.
A este respeito, o Papa disse: “Não podemos eliminar o que houve, mas não queremos permitir que o peso das culpas passadas continue manchando as nossas relações”. A Misericórdia de Deus – destacou Francisco- renovará as nossas relações.
Tudo isso afirmou o Santo Padre Francisco na tradicional celebração das Vésperas na Solenidade da Conversão de São Paulo, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
Na celebração estavam presentes representantes de outras Igrejas e comunidades eclesiais de Roma. Como recordou o Papa em sua homilia, a conversão de Paulo não é apenas uma mudança moral, mas uma “experiência transformadora da graça de Cristo, ao mesmo tempo, um chamado a uma nova missão, a de anunciar a todos esse Jesus”.
A vocação do apóstolo – observou o Papa – “não se funda nos méritos humanos de Paulo”, que se considera “ínfimo” e “indigno”, mas na vontade infinita de Deus, que o escolheu e confiou a ele o ministério.
Ele afirmou que a “superabundante misericórdia de Deus é a razão única sobre a qual se funda o ministério de Paulo, e é, ao mesmo tempo, aquilo que o Apóstolo deve anunciar a todos”. Refletindo sobre o mistério da misericórdia e da eleição de Deus, o Papa ressaltou que “o Pai ama a todos e quer salvar a todos”, por isso chama alguns, “conquistando-os com a sua graça, para que através destes o seu amor possa chegar a todos”.
O Papa indicou que, à luz do tema que norteou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, “chamados a anunciar as obras maravilhosas de Deus”, os fiéis de todas as confissões cristãs podem dizer que receberam esta chamada. “Para além das diferenças que ainda nos separam, reconhecemos com alegria que na origem da vida cristã há sempre um chamado cujo autor é Deus mesmo”, afirmou ele.
O Bispo de Roma disse ainda: “Podemos progredir no caminho da plena comunhão visível entre os cristãos não somente quando nos aproximamos uns dos outros, mas, sobretudo, na medida em que nos convertemos ao Senhor, que por sua graça nos escolhe e nos chama a ser seus discípulos. E converter-se significa deixar que o Senhor viva e opere em nós”.
Portanto, “quando juntos os cristãos de diferentes Igrejas ouvem a Palavra de Deus e buscam colocá-la em prática, dão passos importantes rumo à unidade. E não é somente o chamado que nos une; somos unidos também pela mesma missão: anunciar a todos as obras maravilhosas de Deus”.
Sobre este caminho rumo à plena comunhão, Francisco indicou que já é possível desenvolver múltiplas formas de colaboração para favorecer a difusão do Evangelho: “caminhando e trabalhando juntos, nos damos conta de que já estamos unidos no nome do Senhor”, acrescentou.
Ao concluir, ele indicou que, juntamente com representantes de outras Igrejas passaram pela Porta Santa da Basílica “para recordar que a única porta que conduz à salvação é Jesus Cristo nosso Senhor, o rosto misericordioso do Pai”.
Fonte: Zenit.
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