Entre outros projetos, eu tinha em mente a ideia de escrever sobre um tema que parecia interessante: a relação entre as pessoas homossexuais e a fé. Eu não sabia por onde começar. E assim, pedi o conselho de um sacerdote que se ocupava dessa pastoral. Ele foi muito gentil e me deu a oportunidade de entrevistar fiéis homossexuisl, que ele mesmo acompanhava.
Eu não escrevi o livro, porque precisava me dedicar a outros projetos. Mas tenho boas recordações daquele tempo em que encontrei fiéis homossexuais, tempo em que conversávamos e rezávamos juntos.
Papa Francisco, respondendo aos jornalistas no caminho de volta da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, disse: "Se uma pessoa é gay e busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?".
São belas palavras, que posso confirmar pela experiência de diálogo que eu fiz nos anos noventa. Lembro-me de ter conhecido pessoas gays, ‘muito humanas’ e com grande sensibilidade, que buscavam a Deus de verdade.
Por isso, o Santo Padre convidou-nos a não julgar. Quem somos nós para subir em um pedestal e se sentir melhor do que essas pessoas? Quem somos nós para condenar e atirar pedras? Quem somos nós para sentir desprezo? Quem somos nós para excluir e rejeitar?
Mas, vamos virar a página. Os anos noventa ficaram para trás. O advento da internet mudou literalmente o mundo e também mudou a maneira de abordar a questão da homossexualidade.
Os meios de comunicação parecem escravos de uma fixação sobre este tema, que produz uma enxurrada de notícias, muitas vezes, enganosas.
Estamos a assistir a uma espécie de lavagem cerebral para convencer o público a aceitar a possibilidade de que casais do mesmo sexo adotem crianças ou possam ter filhos por meio de inseminação artificial e barriga de aluguel.
A armadilha que se esconde por trás desses mecanismos é simples. Foi criado, em teoria, o "complexo de homofobia". Qualquer um que se atreva a defender a família fundada sobre o amor entre um homem e uma mulher é imediatamente acusado de ser "homofóbico", que significa, inimigo das pessoas homossexuais.
Mas é evidente que isso é uma contradição. É possível, de fato, respeitar plenamente os gays, como qualquer outra pessoa no mundo, sem, no entanto, compartilhar algumas de suas reivindicações.
Eu desejo unir-me na oração, com todo o meu coração, aos nossos irmãos e irmãs homossexuais no Dia Internacional Contra a Homofobia. Eu gostaria de apertá-los em um grande abraço e dizer-lhes que somos todos filhos de Deus. Busquemos as coisas que nos unem e rezemos juntos ao Senhor, em nome desses valores que estão escritos no coração de cada ser humano.
Ao mesmo tempo, eu gostaria que fosse esclarecida a palavra "homofobia", esta não deveria afetar aqueles que acreditam na família baseada no amor entre um homem e uma mulher. Eu gostaria que as pessoas gays, com sua sensibilidade, manifestassem bom senso e refletissem um pouco.
Na vida de cada dia, duas pessoas de sexos diferentes podem dar à luz a uma criança? Sim. Isso nos diz que duas pessoas de sexos diferentes também podem adotá-lo e criá-lo como se fossem seus pais naturais.
Na vida de cada dia, duas pessoas do mesmo sexo pode dar à luz a uma criança? Não. A natureza não permite. Então, por que criar a todo custo uma situação que, de fato, não existe?
Então, é correto "alugar" o corpo de uma mulher? E certo "comprar" a criança que esta mãe manteve dentro dela por nove meses? É certo que a maternidade se torne um "trabalho", uma “comércio", um "mercado" de seres humanos?
Casais do mesmo sexo que têm filhos não devem ser insultados, humilhados e marginalizados. Seus filhos são criaturas de Deus. E não existem seres humanos na série B. Isso é claro.
É justo amar, respeitar e aceitar todas as pessoas, mesmo que não compartilhemos as escolhas que fizeram. No entanto, podemos manifestar nossa pacifica dissidência com relação ao que consideramos inaceitável e injusto.
Carlo Climati - Itália.
Fonte: Zenit.
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