Depois do discurso do patriarca ortodoxo e do papa, “será realizado um rito ecumênico e uma oração conjunta, em que eles venerarão o Santo Sepulcro. Será assim registrada a grande novidade ecumênica da viagem, que não aconteceu antes porque as comunidades o fazem nos horários destinados a cada uma”. É, portanto, “um fato histórico e extraordinário”.
O diretor da sala de imprensa da Santa Sé observou ainda que “entre Paulo VI e Atenágoras não houve um momento de oração conjunta. É verdade que eles rezaram um pai-nosso, mas não durante uma celebração pública e transmitida ao vivo”.
“A Rádio Vaticano”, prosseguiu Lombardi, “transmitirá o encontro em seis idiomas, ao vivo, e os comentários serão feitos por um jornalista da rádio e por um comentarista ortodoxo”. O papa falará sempre em italiano.
Não há mudanças quanto à programação do papa que já tinha sido divulgada pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, nesta que será a segunda viagem internacional do papa Francisco, depois da JMJ do Brasil.
Lombardi recordou que o primeiro convite à Terra Santa foi realizado pelo patriarca Bartolomeu para comemorar o encontro histórico entre Paulo VI e Atenágoras, na abertura do pontificado de Francisco. Depois, o convite amadureceu e tomou forma. O porta-voz vaticano lembrou também que o presidente israelense Shimon Pérez tinha desejado que a viagem ocorresse antes do final do seu mandato. Diferentemente da viagem de Paulo VI, a primeira internacional de um papa, que foi feita em janeiro, durante o Concílio Vaticano II, “desta vez preferimos fazê-la em maio devido ao clima mais benévolo”.
Lombardi precisou que os cardeais que acompanharão o Santo Padre são o argentino Leonardo Sandri, das Igrejas Orientais, o francês Jean-Louis Tauran, do Diálogo Inter-Religioso, e Kurt Koch, das comissões de diálogo com o judaísmo.
Juntam-se à comitiva o patriarca latino de Jerusalém e o custódio da Terra Santa, além de mais uma novidade: o rabino Abraham Skorka e o professor muçulmano Omar Abbud, com quem Bergoglio cultivou diálogo e amizade quando ainda estava em Buenos Aires. “Abbud se une à comitiva em Amã, o rabino se une em Belém, e, apesar de que não haverá encontros inter-religiosos específicos, a viagem toda será um encontro inter-religioso”.
No rio Jordão, local do batismo de Jesus e perto do qual estão sendo edificadas várias igrejas, o rei da Jordânia receberá o papa em uma delas e o levará ao lugar considerado como o do batismo de Cristo. O Santo Padre abençoará o rio Jordão, como Paulo VI também o fez em sua viagem. Depois, irá até uma igreja latina, em que se encontrará com refugiados e jovens portadores de deficiências.
Durante a estada na Palestina, o papa irá à Casa Nova, um convento franciscano onde almoçará com algumas famílias de refugiados. A seguir, visitará a Gruta da Natividade e, depois, irá até o centro Phoenix do campo de refugiados de Deheisheh, um dos três da Palestina, já visitado por São João Paulo II. No campo, ele se encontrará com cerca de 300 crianças.
Terminará assim a passagem de Francisco pela Palestina. Dali ele se dirige ao aeroporto de Tel Aviv para, na tarde de domingo, se encontrar com o patriarca, tal como explicado anteriormente.
Na segunda-feira, o papa visitará o grande mufti de Jerusalém no edifício do Grande Conselho, na esplanada das mesquitas. Logo depois, visitará o Muro das Lamentações, acolhido pelo rabino chefe. Lá deixará a sua folha em uma das fissuras do muro, podendo ser em envelope fechado ou em folha avulsa: ficaremos sabendo no próprio momento, como aconteceu com São João Paulo II e Bento XVI.
Depois, o papa irá ao Monte Herzl, túmulo do fundador do movimento sionista, com uma oferenda floral, recordando a história das vítimas de Israel.
Outro momento significativo da jornada será o encontro na igreja do Getsemani, onde Francisco se reunirá com sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas. O Santo Padre plantará uma oliveira no mesmo lugar em que este gesto também foi feito por Paulo VI.
Fonte: Zenit.
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