Aumentam as execuções de cristãos segundo grupos de direitos humanos
Por Nieves San Martín
Diferentes organizações de defesa dos direitos humanos na Coreia do Sul denunciaram o aumento das execuções de cristãos na Coreia do Norte, algumas delas em público.
O informe de várias organizações sul-coreanas destaca o caso de uma mulher que foi executada em público no mês passado, em uma cidade norte-coreana próxima da fronteira com a China.
Segundo indica Andre Vornic, correspondente da BBC na Ásia, a mulher foi acusada de distribuir bíblias, ser espiã para a Coreia do Sul e os Estados Unidos e colaborar com dissidentes.
O governo dos Estados Unidos sustenta que o fato de se possuir uma bíblia no país comunista possa ser motivo de torturas e sequestro, afirma Vornic.
De acordo com as denúncias, os pais desta mulher, seu marido e seus filhos foram enviados para um campo de detenção. O correspondente da BBC acrescenta que ainda que estas informações sejam muito difíceis de se comprovar, a Coreia do Norte é conhecida por sua intolerância para com a religião.
Segundo informa a agência AP, a mulher executada, Ri Hyon-ok, de 33 anos, era mãe de três filhos. Ela foi morta em uma cidade a noroeste de Ryongchon em 16 de junho, segundo um informe da Comissão Investigadora de Crimes contra a Humanidade, publicado na sexta-feira. O informe não pôde ser verificado.
Mas dá sequência aos testemunhos de dissidentes norte-coreanos e informes de grupos de direitos humanos que expõem cada vez com mais frequência a perseguição religiosa e violações dos direitos humanos no país comunista.
No mês passado, a Voz dos Mártires (VOM) advertiu que, através de um fax anônimo aparentemente da embaixada norte-coreana da Finlândia, dizia que “algo muito grave aconteceria” aos trabalhadores de VOM se a organização continuasse seu projeto de compartilhar o Evangelho. A advertência era a resposta ao trabalho de VOM de obter números de fax da Coreia do Norte e seu envio de faxes contendo mensagens cristãs e passagens da Escritura.
A Coreia do Norte foi qualificada como o pior perseguidor de cristãos durante sete anos consecutivos na Lista de 2009 de Open Doors Watch.
Os norte-coreanos são obrigados a praticar um culto à personalidade que inclui Kim Jong-Il e seu falecido pai. Qualquer outra religião, em especial a cristã está proibida.
Se descobrem que alguém é cristão ou possui uma Bíblia, é enviado aos campos de trabalho administrados pelo Governo ou deve enfrentar a execução pública.
Acredita-se que milhares de cristãos estão atualmente sofrendo nos campos de prisões da Coreia do Norte, segundo Open Doors. Suspeita-se que o regime tenha mais prisioneiros políticos e religiosos detidos que qualquer outro país do mundo.
Há algumas igrejas na capital, Pyongyang, mas são principalmente para manter as aparências. Não está claro se as igrejas estão abertas só quando os estrangeiros as visitam ou são apenas usadas por estrangeiros. De qualquer forma, estas igrejas não são para os cidadãos norte-coreanos, segundo os dissidentes.
A Comissão Investigadora de Crimes contra a Humanidade, uma coalizão de 50 grupos ativistas, está pedindo que o líder norte-coreano Kim Jong-Il seja acusado de crimes contra a humanidade.
Apesar da perseguição, estima-se que cerca de trinta mil norte-coreanos praticam o cristianismo em seus lares e em segredo.
Fonte: Zenit.
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