terça-feira, 14 de julho de 2009

Dor do Papa pelos atentados letais contra igrejas no Iraque



Quatro mortos e dezenas de feridos

Por Patricia Navas

Bento XVI manifestou sua dor pela nova rede de atentados que têm como objetivo as igrejas do Iraque.
Segundo afirma em um telegrama, o Papa “reza por uma conversão do coração dos autores da violência e alenta as autoridades a fazerem todo o possível para promover uma convivência justa e pacífica de todos os setores da população iraquiana”.
A mensagem foi enviada ao patriarca da Babilônia dos caldeus, assinada pelo secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, após os ataques contra igrejas em Bagdá e Mosul, que causaram, neste final de semana, quatro mortos e dezenas de feridos.
O telegrama indica também que Bento XVI, que viajou hoje ao norte da Itália para começar suas férias, “assegura sua oração e sua proximidade espiritual às comunidades católica e ortodoxa da capital iraquiana”, segundo informa o L’Osservatore Romano em sua edição diária em língua italiana dos dias 13 e 14 de julho.
Os atentados foram cometidos entre o sábado e o domingo, contra 8 igrejas cristãs de Bagdá, segundo fontes eclesiais. Quase todas as bombas explodiram ao final das celebrações religiosas. Tinham como objetivo atemorizar as comunidades religiosas.
O atentado mais grave aconteceu no domingo à tarde, perto da igreja caldeia de Nossa Senhora, na Rua Palestina, no leste de Bagdá.
A explosão de um carro-bomba causou 4 mortos e 21 feridos, 15 deles fiéis.
No começo do dia de hoje, no centro de Mosul, outra bomba, colocada entre uma igreja e uma mesquita, explodiu e feriu 3 crianças.
Esta série de ataques acontece menos de duas semanas depois da retirada das forças americanas das cidades do país.
“A violência diminuiu consideravelmente nos últimos meses, mas os atentados continuam sendo um drama cotidiano, sobretudo em Bagdá, Mosul e Kirkuk, onde estão concentrados muitos cristãos”, informa o jornal vaticano.
Desde a queda do regime de Saddam Hussein, as comunidades cristãs do Iraque receberam numerosos ataques, Os mais graves ocorreram em agosto de 2004, com 4 atentados em Bagdá e 2 em Mosul.
Dez pessoas morreram e 50 ficaram feridas. Entre as igrejas atacadas, encontrava-se a de São José, que dessa vez foi atacada novamente.
“Antes da invasão americana de abril de 2003 – indica o artigo –, estimava-se que havia cerca de 800 mil cristãos no Iraque. Hoje, calcula-se que há 500 mil.”
Muitos deles se viram obrigados a abandonar o país para fugir das perseguições e se refugiaram em países vizinhos ou em outros continentes.
Mosul se converteu em cidade-símbolo dessa perseguição, onde, uma vez acabada a guerra, começaram os ataques indiscriminados.
Uma conhecida vítima do ódio foi o arcebispo de Mosul dos Caldeus, Dom Paulos Faraj Rahho, encontrado morto no dia 12 de março de 2008, depois de ser raptado dias antes por um comando de homens armados quando saía da igreja do Espírito Santo.
No ano passado, milhares de famílias cristãs foram obrigadas a abandonar Mosul, uma fuga pela qual Bento XVI expressou várias vezes “alarme e grande sofrimento”.
Também durante sua recente peregrinação à Terra Santa, Bento XVI voltou a apoiar o reconhecimento dos “direitos fundamentais a uma convivência pacífica” dos cristãos no Iraque.
As autoridades iraquianas e os representantes religiosos, que haviam destacado nos últimos dias com alegria o retorno a um clima aparentemente sereno, temem que os ataques das últimas horas possam desencadear uma nova onda de violência sectária no país.
“Estamos tristes pelo que está acontecendo no Iraque – afirmou o cardeal Delly em uma declaração difundida pela televisão iraquiana – porque hoje são objetivo de atentado lugares que no passado, e durante a guerra, serviam de refúgio a cristãos e muçulmanos.”
O purpurado condenou os ataques contra as igrejas cristãs e as mesquitas e fez um convite a manter o “espírito de tolerância”.

Fonte: Zenit.

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