O antropólogo Alfredo Teixeira, um dos membros nomeados pela Conferência Episcopal Portuguesa para a Comissão da Liberdade Religiosa (CLR), disse à Agência ECCLESIA que o diálogo entre religiões deve ultrapassar a fixação na “prevenção de conflitos”.
“As religiões, as comunidades religiosas têm mais coisas para oferecer às sociedades: têm uma experiência de vivência do mundo, de interpretação do mundo, de sabedoria, de construção de valores que podem ser partilhados”, defende o especialista, numa entrevista que integra a mais recente edição do Semanário ECCLESIA, publicada hoje.
O docente da Universidade Católica Portuguesa, especialista no estudo das identidades religiosas, espera que a CLR possa “promover o conhecimento das tradições e das comunidades” de fé no espaço público é.
“Infelizmente, nos últimos anos, o debate público sobre as religiões em termos internacionais está muito marcado pela prevenção do conflito”, observa.
Alfredo Teixeira sustenta que o religioso “habita a cultura humana”, pelo que não se pode prescindir desta “história religiosa” para entender a sociedade portuguesa como “identidade plural”.
“O reconhecimento não é, por isso, uma categoria que se possa aplicar apenas ao religioso na sua dimensão minoritária, mas ao religioso como dimensão integrante daquilo que somos”, precisa.
O antropólogo assinala que é “impossível” remeter o religioso apenas à “esfera doméstica, da consciência privada”, dado que é o próprio indivíduo, a partir do valor da sua “liberdade”, que traz a religião para a praça pública.
A tomada de posse da CLR vai estar em destaque na próxima emissão do programa 70x7 (RTP2), este domingo, a partir das 13h30.
HM/OC - Agência Ecclesia.
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