A canonização de Madre Teresa de Calcutá é o reconhecimento oficial, por parte da Igreja, de uma certeza que desde cedo se implantou no coração de milhões de pessoas que viam nela uma santa. A religiosa foi uma das figuras mais conhecidas e respeitadas do século XX - foi vencedora do Prémio Nobel da Paz, por exemplo -, pelo que o processo que agora chega ao fim será uma referência futura para todos os que queiram olhar com detalhe para o percurso de vida e de fé da “santa dos pobres”, como poderia ser chamada.
A decisão do Papa Francisco chega em pleno Jubileu da Misericórdia e, de certa forma, coroa este ano santo extraordinário, apresentando ao mundo um modelo concreto dessa misericórdia que deve marcar o agir dos cristãos para dar autenticidade à sua fé. Mais gestos, menos palavras. Mais ação, menos teoria. Mais amor, menos considerações abstratas. O caminho para a evangelização parece muito mais claro e mais simples olhando para o exemplo da futura santa.
Surpreendeu muita gente que este caminho de santidade, como é reconhecido pela Igreja Católica, não tenha ficado isento de sofrimento espiritual. Também nesta experiência de “noite escura”, tão comum a tantas grandes figuras da história do Cristianismo, Madre Teresa soube associar-se aos outros pobres, aos que duvidam, aos que não acreditam.
A todos eles, a todos nós, Madre Teresa apresenta respostas fundamentais para as perguntas mais persistentes da humanidade: onde está Deus quando o mundo sofre? Onde está Deus quando Eu sofro? Está ali, a sofrer com todos, a sofrer ao meu lado. Ali onde as palavras não chegam e só amor fala.
Quase 20 anos depois da sua morte, Teresa de Calcutá já não é um ‘ícone pop’ da cultura contemporânea - felizmente. Deu-nos tempo para respirar fundo e olhar para ela no que de mais importante tinha: a santidade. Que a sua canonização ajude, de novo, a despertar consciências.
Octávio Carmo
Fonte: Agência Ecclesia.
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