Em dezembro do ano passado o Uruguai também legalizou a venda e o uso da maconha. De acordo com um artigo publicado pelo Daily Mail sobre a experiência no Colorado, mais de 200 pontos de venda de maconha foram abertos desde janeiro em Denver (capital do estado), e há mais de 100 espalhados em outras cidades. Enquanto no estado de Washington as primeiras licenças para lojas foram emitidas em 7 de julho.
O artigo do Daily Mail destaca que os primeiros meses de regularização no Colorado provocou uma série de problemas. A proliferação de biscoitos, doces e refrigerantes junto com a maconha tem sido responsável por um número considerável de mortes, com vítimas que não estão cientes das consequências prejudiciais do que estavam consumindo.
As autoridades, no entanto, parecem estar mais interessadas nas receitas (como mostrado no caso dos jogos de azar), já que no Colorado os locais autorizados pagam 36,2% da renda em impostos. A liberalização das leis sobre a maconha leva a um aumento no consumo e nos problemas resultantes: é o caso da Inglaterra, onde o governo trabalhista reclassificou a maconha a um nível inferior de sanções penais de 2004 a 2009.
Mais uso e mais criminalidade
De acordo com um relatório de 5 de Abril do jornal Daily Telegraph, houve um aumento de 25% no uso da maconha, bem como um grande aumento na criminalidade. Um estudo realizado por acadêmicos da Universidade de Newcastle revela que atualmente o fumo ocasional de cannabis aumentou em 25%, e o consumo regular em 8%.
Outra questão diz respeito aos efeitos sobre as crianças, que muitas vezes consomem sem saber produtos que contém marijuana. "De acordo com o National Poison Data – escreve David Sack em um artigo para o Los Angeles Times, de 26 de junho - a ingestão acidental de maconha por crianças com idade inferior a 10 anos triplicou nos estados que descriminalizaram a maconha antes de 2005.”
David Sack, especialista em psiquiatria e toxicodependência, observou que nos estados que aprovaram a legalização no período entre 2005 e 2011, as denuncias aumentaram quase 11,5% ao ano. No mesmo período em estados sem leis de descriminalização, o número de chamadas continua o mesmo.
Em 26 de junho, o UNODC (Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime) publicou o " 'World Drug Report" de 2014. "Em nível global – lê-se no documento - o consumo de cannabis parece ter diminuído, mas a percepção de menor risco para a saúde levou a um aumento no consumo na América do Norte.”
O relatório acrescenta que legalização provavelmente conduzirá a uma redução do custo da produção de cannabis. Por sua vez, este "provavelmente vai resultar em elevação no consumo". O relatório também aponta que “mais pessoas estão buscando tratamento para distúrbios relacionados com a maconha na maioria das regiões do mundo, incluindo a América do Norte."
Os riscos para a saúde
Os perigos para a saúde devido ao uso de maconha são bem conhecidos. No site americano de Controle Nacional de Drogas é possível obter a seguinte informação: "Sabemos que o uso da maconha, especialmente o uso a longo prazo, o uso crônico ou uso desde jovem pode levar ao vício. O uso da maconha a longo prazo é um prenúncio de uma busca compulsiva por drogas e isso pode levar ao abuso ".
A maconha "coloca um peso significativo sobre nosso sistema de saúde e representa um perigo para a saúde e a segurança das vítimas, de suas famílias e da comunidade." Em relação ao uso da maconha para fins médicos, o escritório afirma que as plantas brutas utilizadas para fins medicinais podem conter cerca de 500 compostos químicos e isso não foi aprovado pela Food and Drug Administration. O site informa que "este rigoroso processo de aprovação do FDA, e não o voto popular, deve determinar o que é e o que não é medicina.”
"Eu gostaria de dizer isso da maneira mais clara possível: o problema do uso de drogas não pode ser resolvido com as drogas". Estas foram as palavras que o papa Francisco pronunciou em seu discurso de 20 de Junho. "A toxicodependência é um mal e com o mal, não pode haver qualquer concessão ou compromisso" - continuou o Papa -. E pensar que o dano poderia ser reduzido, permitindo que os toxicodependentes usem drogas não resolve o problema. "
Uma declaração que não se refere apenas à legalização das drogas, mas também a utilização do SIS, que sempre foi criticado pela Igreja. Estes são os "safe injection sites", ou seja, locais onde a lei permite injeções de drogas, sob a supervisão de médicos.
"Não a qualquer tipo de consumo de droga", disse o Papa. Uma mensagem que pode não ser popular, mas que é coerente com as evidências médicas e as experiências práticas sobre a questão das drogas.
Fonte: Zenit.
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