O secretário geral das Nações Unidas, o coreano Ban Ki Moon, comentou com o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, que "chegou a hora de que o papa fale diante dos chefes de Estado e de governo da ONU".
A declaração aconteceu durante o recente encontro com o purpurado na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Ban Ki-Moon aproveitou para convidar o pontífice às Nações Unidas, talvez por ocasião dos 70 anos da fundação da Organização Mundial pela Paz.
É uma possibilidade que vem sendo considerada desde maio, quando, no Vaticano, o Santo Padre recebeu Ban Ki-Moon em audiência junto com os chefes das agências da ONU. Na ocasião, o secretário geral da ONU tinha pedido que Francisco se dirigisse "na primeira ocasião possível a Nova Iorque".
Agora as condições parecem favoráveis, já que a visita poderia coincidir com o Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia, a ser realizado de 22 a 25 de setembro de 2015.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Não há futuro para um povo sem este encontro entre as gerações
Durante a Santa Missa com os idosos e os avós celebrada ontem domingo, 28 de setembro, na Praça de São Pedro, o Santo Padre Francisco pronunciou a seguinte homilia:
O Evangelho que acabamos de ouvir é acolhido hoje por nós como o Evangelho do encontro entre os jovens e os idosos: um encontro cheio de alegria, cheio de fé e cheio de esperança. Maria é jovem, muito jovem. Isabel é idosa, mas manifestou-se nela a misericórdia de Deus e há seis meses que ela e o marido Zacarias estão à espera de um filho. Maria, também nesta circunstância, nos indica o caminho: ir encontrar a parente Isabel, estar com ela naturalmente para a ajudar mas também e sobretudo para aprender dela, que é idosa, a sabedoria da vida. A primeira Leitura faz ecoar, através de várias expressões, o quarto mandamento: «Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dá» (Ex 20, 12). Não há futuro para um povo sem este encontro entre as gerações, sem os filhos receberem, com gratidão, das mãos dos pais o testemunho da vida. E, dentro desta gratidão a quem te transmitiu a vida, entra também a gratidão ao Pai que está nos céus.
Às vezes há gerações de jovens que, por complexas razões históricas e culturais, vivem de forma mais intensa a necessidade de se tornar autónomos dos pais, a necessidade quase de «libertar-se» do legado da geração anterior. Parece um momento de adolescência rebelde. Mas, se depois não se recupera o encontro, se não se volta a encontrar um equilíbrio novo, fecundo entre as gerações, o resultado é um grave empobrecimento para o povo, e a liberdade que prevalece na sociedade é uma liberdade falsa, que se transforma quase sempre em autoritarismo. Chega-nos esta mesma mensagem da exortação que o apóstolo Paulo dirige a Timóteo e, através dele, à comunidade cristã. Jesus não aboliu a lei da família e da passagem entre gerações, mas levou-a à perfeição. O Senhor formou uma nova família, na qual prevalece, sobre os laços de sangue, a relação com Ele e o cumprimento da vontade de Deus Pai. Mas o amor por Jesus e pelo Pai leva à perfeição o amor pelos pais, pelos irmãos, pelos avós, renova as relações familiares com a seiva do Evangelho e do Espírito Santo. E, assim, São Paulo recomenda a Timóteo – que é Pastor e, consequentemente, pai da comunidade – que tenha respeito pelos idosos e os familiares e exorta a fazê-lo com atitude filial: o idoso «como se fosse teu pai», «as mulheres idosas como se fossem mães» (cf. 1 Tim 5, 1). O chefe da comunidade não está dispensado desta vontade de Deus; antes, a caridade de Cristo impele a fazê-lo com um amor maior. Como fez a Virgem Maria, que, apesar de Se ter tornado a Mãe do Messias, sente-Se impelida pelo amor de Deus, que n’Ela Se está fazendo carne, a ir sem demora ter com a sua parente idosa.
E, deste modo, voltamos a este «ícone» cheio de alegria e de esperança, cheio de fé, cheio de caridade. Podemos pensar que a Virgem Maria, quando Se encontrava em casa de Isabel, terá ouvido esta e o marido Zacarias rezarem com as palavras do Salmo Responsorial de hoje: «Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus, e a minha confiança desde a juventude. (…) Não me rejeites no tempo da velhice, não me abandones, quando já não tiver forças. (…) Agora, na velhice e de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para que anuncie a esta geração o teu poder, e às gerações futuras, a tua força» (Sal 71/70, 5.9.18). A jovem Maria ouvia e guardava tudo no seu coração. A sabedoria de Isabel e Zacarias enriqueceu o seu espírito jovem; não eram especialistas de maternidade e paternidade, porque para eles também era a primeira gravidez, mas eram especialistas da fé, especialistas de Deus, especialistas da esperança que vem d’Ele: é disto que o mundo tem necessidade, em todo o tempo. Maria soube ouvir aqueles pais idosos e cheios de enlevo, aprendeu com a sabedoria deles, e esta revelou-se preciosa para Ela, no seu caminho de mulher, de esposa, de mãe. Assim, a Virgem Maria indica-nos o caminho: o caminho do encontro entre os jovens e os idosos. O futuro de um povo supõe necessariamente este encontro: os jovens dão a força para fazer caminhar o povo e os idosos revigoram esta força com a memória e a sabedoria popular.
Fonte: Zenit.
domingo, 28 de setembro de 2014
Para o mês missionário esta reflexão: o mundo terrível do tráfico de pessoas
O mês de outubro já se aproxima e toda a Igreja se prepara para impulsar as obras missionárias. No penúltimo domingo, 18 e 19, dia Mundial das Missões, organiza-se especialmente uma coleta para sustentar atividades de promoção humana e evangelização em todo o mundo.
Como em todos os anos as Pontifícias Obras Missionárias do Brasil (POM), com a colaboração de algumas comissões da CNBB, criou dessa vez uma campanha missionária com a mesma temática da Campanha da Fraternidade: a realidade do tráfico humano.
Por meio de uma série de materiais – cartazes, DVD, livro de novenas... –, que podem ser baixados gratuitamente pelo site da mesma instituição, busca-se conscientizar todos os fieis desse perigo tão real e que é “uma chaga da humanidade contemporânea”, conforme definição do Papa Francisco.
De todos os matérias, destacam-se os vídeos preparados para cada dia da novena. Neles há testemunhos de missionários e de vítimas, e o exemplo de como a Igreja no Brasil enfrenta na prática a questão, diariamente, nos diversos rincões do país.
Pe. Camilo Pauletti, diretor das pontifícias obras missionárias – POM, abre o primeiro vídeo da novena dizendo: “Outubro é conhecido com o mês missionário, tempo para rezar, refletir e tomarmos consciência de que a nossa igreja existe para evangelizar”.
Segundo a Organização Internacional do trabalho as vítimas do tráfico humano somam 21 milhões e o crime se expressa no trabalho escravo, na exploração sexual, no tráfico de órgãos, e adoção ilegal. É também a terceira atividade criminosa mais rentável do mundo, atrás apenas do tráfico de armas e do tráfico de drogas e movimenta mais de 32 bilhões de dólares por ano.
Em um dos testemunhos de missionários que aparece nos vídeos está o da religiosa que em 2013 recebeu do parlamento europeu o prêmio cidadão europeu, destinado às pessoas que desenvolvem trabalho pelas causas humanitárias, a Ir. Eugênia Bonetti, missionária da Consolata.
“Em Turin, no norte da Itália, - relata Ir. Eugenia - eu conheci o mundo das noites e o mundo das ruas porque eu conheci alguém especial, a primeira mulher africana que veio até o meu escritório pedir ajuda. Ela chorava muito e suplicava. ‘Irmã, me ajude, me ajude’. O nome dessa mulher era Maria. E o encontro com Maria mudou minha vida. Ela se tornou minha professa, minha catequista. Ela me fez entender o mundo terrível do tráfico de pessoas. E daí em diante eu fui procurando enxergar o que estava acontecendo, não só na África, mas no mundo. Nós realmente podemos fazer um mundo sem escravidão, um mundo onde todos são reconhecidos como seres humanos, criados como imagem de Deus e não para serem escravos”.
Para baixar os materiais e ter acesso aos vídeos, clique aqui
Fonte: Zenit.
Como em todos os anos as Pontifícias Obras Missionárias do Brasil (POM), com a colaboração de algumas comissões da CNBB, criou dessa vez uma campanha missionária com a mesma temática da Campanha da Fraternidade: a realidade do tráfico humano.
Por meio de uma série de materiais – cartazes, DVD, livro de novenas... –, que podem ser baixados gratuitamente pelo site da mesma instituição, busca-se conscientizar todos os fieis desse perigo tão real e que é “uma chaga da humanidade contemporânea”, conforme definição do Papa Francisco.
De todos os matérias, destacam-se os vídeos preparados para cada dia da novena. Neles há testemunhos de missionários e de vítimas, e o exemplo de como a Igreja no Brasil enfrenta na prática a questão, diariamente, nos diversos rincões do país.
Pe. Camilo Pauletti, diretor das pontifícias obras missionárias – POM, abre o primeiro vídeo da novena dizendo: “Outubro é conhecido com o mês missionário, tempo para rezar, refletir e tomarmos consciência de que a nossa igreja existe para evangelizar”.
Segundo a Organização Internacional do trabalho as vítimas do tráfico humano somam 21 milhões e o crime se expressa no trabalho escravo, na exploração sexual, no tráfico de órgãos, e adoção ilegal. É também a terceira atividade criminosa mais rentável do mundo, atrás apenas do tráfico de armas e do tráfico de drogas e movimenta mais de 32 bilhões de dólares por ano.
Em um dos testemunhos de missionários que aparece nos vídeos está o da religiosa que em 2013 recebeu do parlamento europeu o prêmio cidadão europeu, destinado às pessoas que desenvolvem trabalho pelas causas humanitárias, a Ir. Eugênia Bonetti, missionária da Consolata.
“Em Turin, no norte da Itália, - relata Ir. Eugenia - eu conheci o mundo das noites e o mundo das ruas porque eu conheci alguém especial, a primeira mulher africana que veio até o meu escritório pedir ajuda. Ela chorava muito e suplicava. ‘Irmã, me ajude, me ajude’. O nome dessa mulher era Maria. E o encontro com Maria mudou minha vida. Ela se tornou minha professa, minha catequista. Ela me fez entender o mundo terrível do tráfico de pessoas. E daí em diante eu fui procurando enxergar o que estava acontecendo, não só na África, mas no mundo. Nós realmente podemos fazer um mundo sem escravidão, um mundo onde todos são reconhecidos como seres humanos, criados como imagem de Deus e não para serem escravos”.
Para baixar os materiais e ter acesso aos vídeos, clique aqui
Fonte: Zenit.
sábado, 27 de setembro de 2014
Deus não impõe, mas convoca e convida
Em todas as celebrações eucarísticas ouvimos a proclamação da Igreja, que ressoa a Escritura: "Felizes os convidados para a Ceia do Senhor" (Cf. Ap19, 9). E é grande a alegria por saber que o chamado de Deus quer incluir a todos. Na oração do Rosário, o terceiro mistério luminoso nos faz contemplar justamente o chamado à conversão, que ocorre com o anúncio do Reino de Deus. É que da parte do Senhor existe a clara vontade de salvar a todos, envolvendo as diversas gerações e situações humanas. Ao se tratar de uma grande consolação, resulta igualmente provocante a responsabilidade entregue à liberdade humana, pois Deus não impõe, mas convoca e convida. Conversando com um jovem em recuperação na "Fazenda da Esperança", Comunidade Terapêutica presente em tantas partes de nosso país e do mundo, ouvi uma afirmação surpreendente. Dizia ele que seu drama maior era uma porteira aberta, por saber que, se quisesse, poderia ir embora. Sabia que o maior presente dado por Deus era entrar pelos umbrais da liberdade que o conduziam, pela estrada do Evangelho, a uma vida nova!
Jesus estabeleceu contato com todas as classes de pessoas, pelo que escandalizava a muitos. Era uma multidão de estropiados, rejeitados da sociedade, doentes de toda ordem, gente solitária, publicanos, pecadores de qualquer classificação. O Evangelho apenas permite entrever os dramas humanos que se apresentavam ao Senhor. Não muito diferente das imagens oferecidas ao vivo e a cores em nossos dias, com pessoas sofrendo toda espécie de miséria. As guerras localizadas ou espalhadas por nossas cidades pela violência e a miséria mostram um mundo machucado e desorientado, carente de encontrar aberta a porta do Reino de Deus! Que seja uma imensa procissão em busca de Deus! Que a meta seja o regaço misericordioso daquele que veio para os pecadores!
Também nossa história pessoal é repleta de idas e vindas, marcadas pelo mistério do pecado, malgrado o desejo de acertar esteja presente, pela própria vontade de Deus que nos criou. Muitas vezes damos nossa resposta positiva aos apelos de Deus e depois seguimos por outra estrada, cedendo ao egoísmo, turrões, cabeças duras que pretendem ser donas da verdade. Podemos ser também como o filho pirracento do primeiro momento que depois se converte e obedece ao Pai. "Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu:‘ Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi" (Mt 21, 28-30). Cada pessoa sabe de sua aventura humana de liberdade, quedas, arrependimento, coragem para recomeçar, pedidos de perdão aos milhares, encontros com a misericórdia de Deus. Escute a palavra de Deus: "Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e faz o que é direito e justo, conservará a própria vida. Arrependendo-se de todos os crimes que cometeu, ele certamente viverá, não morrerá" (Ez 18, 27-28)
O contato de Jesus com as pessoas é marcado pelo chamado constante à conversão. O início de sua pregação resume a proposta que faz à humanidade: "Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galiléia, proclamando a Boa Nova de Deus: Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova" (Mc 1, 14-15). Os cobradores de impostos convertidos e as prostitutas que acreditaram em Jesus, mudando radicalmente sua vida, são referências da possibilidade de transformação inscrita por Deus no coração humano (Cf. Mt 21, 28-32).
Os publicanos, cobradores de impostos, traidores do povo por trabalharem para os romanos, manipulavam a fonte permanente de tentação para o ser humano, o dinheiro! A malversação das verbas públicas e as torneiras abertas, pelas quais passam milhões e bilhões, ainda estão expostas diante de nossos olhos, nos dias que vivemos. Multiplicam-se os escândalos, revelam-se operações fraudulentas, mas o "deus dinheiro" continua atraindo as pessoas, traindo-as mesmo quando, confrontadas com acusações e provas dizem não saber de nada. A conversão passa pelo bolso, pois exige um uso dos bens segundo o plano de Deus, fundamentado na partilha e na comunhão. Chamem-se Mateus ou Zaqueu, ou quem sabe estejam no templo orando ao lado de um fariseu, é possível e desejável que os homens e mulheres, todos nós, mudemos o modo de usar os bens da terra!
Outro campo delicado é o da afetividade e da sexualidade e a degradação do uso de tais realidades, sob o título de prostituição. O corpo continua a ser vendido, não só nas zonas de prostituição de nossas cidades. Há outras formas de negociá-lo! Até se enfeita mais este comércio, justificando-o com a falsa liberdade de expor a intimidade das pessoas. Entretanto, o Evangelho de todos os tempos dará nome de Mulher adúltera, ou Samaritana, Prostituta ou outros qualificativos e profissões, a muitas pessoas que creem em Jesus Salvador e a Ele se convertem, mesmo depois de uma vida de miséria e sofrimento.
Com os publicanos e as prostitutas, amplie-se o horizonte para se sentirem envolvidos no chamado à conversão todos os homens e mulheres de nosso tempo, cada um de nós em primeiro lugar, seja qual for o nosso currículo! Encontram-se abertas as portas e as inscrições! Para entrar no Reino de Deus, as condições são o reconhecimento sincero da condição de pecadores, a coragem do arrependimento, a força para recomeçar quantas vezes for necessário, a sinceridade do olhar que se encontra com a misericórdia de Deus. Vale ainda olhar ao nosso redor e fazer festa com aqueles muitos que, também pecadores, são nossos companheiros, irmãos e irmãs que peregrinam na estrada da conversão, sem julgá-los ou pretender excluí-los.
É tempo de pedir com sinceridade: "Ó Deus, que mostrais vosso poder, sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais".
Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
Jesus estabeleceu contato com todas as classes de pessoas, pelo que escandalizava a muitos. Era uma multidão de estropiados, rejeitados da sociedade, doentes de toda ordem, gente solitária, publicanos, pecadores de qualquer classificação. O Evangelho apenas permite entrever os dramas humanos que se apresentavam ao Senhor. Não muito diferente das imagens oferecidas ao vivo e a cores em nossos dias, com pessoas sofrendo toda espécie de miséria. As guerras localizadas ou espalhadas por nossas cidades pela violência e a miséria mostram um mundo machucado e desorientado, carente de encontrar aberta a porta do Reino de Deus! Que seja uma imensa procissão em busca de Deus! Que a meta seja o regaço misericordioso daquele que veio para os pecadores!
Também nossa história pessoal é repleta de idas e vindas, marcadas pelo mistério do pecado, malgrado o desejo de acertar esteja presente, pela própria vontade de Deus que nos criou. Muitas vezes damos nossa resposta positiva aos apelos de Deus e depois seguimos por outra estrada, cedendo ao egoísmo, turrões, cabeças duras que pretendem ser donas da verdade. Podemos ser também como o filho pirracento do primeiro momento que depois se converte e obedece ao Pai. "Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu:‘ Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi" (Mt 21, 28-30). Cada pessoa sabe de sua aventura humana de liberdade, quedas, arrependimento, coragem para recomeçar, pedidos de perdão aos milhares, encontros com a misericórdia de Deus. Escute a palavra de Deus: "Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e faz o que é direito e justo, conservará a própria vida. Arrependendo-se de todos os crimes que cometeu, ele certamente viverá, não morrerá" (Ez 18, 27-28)
O contato de Jesus com as pessoas é marcado pelo chamado constante à conversão. O início de sua pregação resume a proposta que faz à humanidade: "Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galiléia, proclamando a Boa Nova de Deus: Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova" (Mc 1, 14-15). Os cobradores de impostos convertidos e as prostitutas que acreditaram em Jesus, mudando radicalmente sua vida, são referências da possibilidade de transformação inscrita por Deus no coração humano (Cf. Mt 21, 28-32).
Os publicanos, cobradores de impostos, traidores do povo por trabalharem para os romanos, manipulavam a fonte permanente de tentação para o ser humano, o dinheiro! A malversação das verbas públicas e as torneiras abertas, pelas quais passam milhões e bilhões, ainda estão expostas diante de nossos olhos, nos dias que vivemos. Multiplicam-se os escândalos, revelam-se operações fraudulentas, mas o "deus dinheiro" continua atraindo as pessoas, traindo-as mesmo quando, confrontadas com acusações e provas dizem não saber de nada. A conversão passa pelo bolso, pois exige um uso dos bens segundo o plano de Deus, fundamentado na partilha e na comunhão. Chamem-se Mateus ou Zaqueu, ou quem sabe estejam no templo orando ao lado de um fariseu, é possível e desejável que os homens e mulheres, todos nós, mudemos o modo de usar os bens da terra!
Outro campo delicado é o da afetividade e da sexualidade e a degradação do uso de tais realidades, sob o título de prostituição. O corpo continua a ser vendido, não só nas zonas de prostituição de nossas cidades. Há outras formas de negociá-lo! Até se enfeita mais este comércio, justificando-o com a falsa liberdade de expor a intimidade das pessoas. Entretanto, o Evangelho de todos os tempos dará nome de Mulher adúltera, ou Samaritana, Prostituta ou outros qualificativos e profissões, a muitas pessoas que creem em Jesus Salvador e a Ele se convertem, mesmo depois de uma vida de miséria e sofrimento.
Com os publicanos e as prostitutas, amplie-se o horizonte para se sentirem envolvidos no chamado à conversão todos os homens e mulheres de nosso tempo, cada um de nós em primeiro lugar, seja qual for o nosso currículo! Encontram-se abertas as portas e as inscrições! Para entrar no Reino de Deus, as condições são o reconhecimento sincero da condição de pecadores, a coragem do arrependimento, a força para recomeçar quantas vezes for necessário, a sinceridade do olhar que se encontra com a misericórdia de Deus. Vale ainda olhar ao nosso redor e fazer festa com aqueles muitos que, também pecadores, são nossos companheiros, irmãos e irmãs que peregrinam na estrada da conversão, sem julgá-los ou pretender excluí-los.
É tempo de pedir com sinceridade: "Ó Deus, que mostrais vosso poder, sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais".
Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
São Cosme e São Damião
Conhecidos como “os sem dinheiro” e com a graça de serem citados no Cânon da Missa e na Ladainha de Todos os Santos, os mártires Cosme e Damião nasceram em Egeia na Ásia Menor e seus nomes de batismo eram Acta e Passio. Tinham outros irmãos de nome Antimo, Leôncio e Euprépio que cresceram sob o regime de perseguição do imperador Diocleciano que findou por vitimar seu pai.
A hagiografia não traz muitos dados sobre a infância dos irmãos, mas revela que tinham um grande talento para a prática da medicina. A Tradição nos coloca que curavam “todas as enfermidades, não só das pessoas, mas também dos animais, fazendo tudo gratuitamente”. Eles se aperfeiçoaram e se diplomaram na região da Síria e passaram então a exercer a profissão com maior zelo e profissionalismo, sem contudo perder a fé e levando sempre seus pacientes à cura do corpo e da alma. A esta metodologia eram atribuídos vários milagres, convertendo até mesmo os mais abastados pagãos, pois Cosme e Damião não cobravam por seus serviços. A Tradição também narra que certa vez Damião aceitou o pagamento de uma mulher que havia sido tratada e foi severamente repreendido por Cosme.
O testemunho convicto de fé e caridade de Cosme e Damião chamaram a atenção e inflamaram a ira do Imperador Diocleciano. O prefeito da cidade chamado Lísias ordenou a prisão dos irmãos no intuito deles renunciarem a sua fé. Diante de sua postura firme e convicta de fé, foram torturados, mas não sofriam nenhum ferimento. O fato transcorreu até o dia em que foram condenados à lapidação mas as pedras jogadas neles voltavam para seus algozes. Foram então alvejados por flechas mas as mesmas retornavam sem feri-los. Por fim foram martirizados por decapitação no dia 27 de setembro por volta do ano 303 e seus corpos enterrados na cidade de Ciro na Síria.
Imperadores e Papas recorreram à intercessão de Cosme e Damião honrando-os com a construção de Igrejas dedicadas a eles em Jerusalém, Egito, Mesopotâmia e em Constantinopla. Santos Cosme e são Damião, entretanto, são padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e das faculdades de medicina.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
O que é a Gendarmaria Vaticana?
No Estado-Cidade do Vaticano existem dois corpos armados, um é a Guarda Suíça, famosa pelos seus uniformes coloridos, o outro é a Gendarmaria Vaticana que usa o clássico quepe azul.
Não muito tempo atrás, quando perguntaram ao comandante, Domenico Giani, se os policiais são anjos da guarda do Papa, respondeu: "Não, porque os anjos são uma realidade celeste, nós, os policiais, operamos aqui na terra, com a juda do nosso protetor, São Miguel Arcanjo".
No dia 26 de setembro é a festa da Gendarmaria. O Papa Francisco se programou para celebrar a missa com eles nesta festividade. Para saber mais sobre o que é a Gendarmaria Vaticana, Zenit entrevistou um oficial do Corpo que nos narrou alguns detalhes e que agora compartilhamos com os nossos leitores.
Com se entra na Gendarmaria do Vaticano?
- Em primeiro lugar é preciso ter amor pela Igreja e pelo Papa. Depois, como em todos os corpos policiais, é necessário realizar uma seleção e um concurso. Pode ser um trabalho duro que, entretanto, pode dar também grande satisfação.
Vocês têm alguma espiritualidade particular?
- Temos um capelão que nos acompanha espiritualmente, e está sempre disponível para todos. Celebra a Missa, se encarrega dos exercícios espirituais que fazemos todos os anos, e é uma figura de referência para todos nós.
Que relações têm ou como trabalham com a polícia italiana?
- Na Praça de São Pedro, que é sobre todos os aspectos território do Vaticano, quando o Papa não está presente, está sob a jurisdição da polícia italiana. Portanto, se nesse momento há um batedor de carteiras que rouba, intervém a polícia italiana. Mas, se o Papa está presente, a polícia italiana se retira para as extremidades e intervém a Gendarmaria e os Guardas Suíços, como previsto no Tratado de Latrão.
E nas viagens na Itália e no exterior?
- Nas viagens à Itália, nós cooperamos com a Inspecção da Segurança Pública do Vaticano, uma divisão da Polícia italiana, que tem base a poucos passos do Vaticano. E no exterior, cooperaramos com a polícia do país que nos hospeda. Em viagens fora da Itália, estão presentes também dois representantes da Guarda Suíça.
Qual é a diferença entre a Gendarmaria e a Guarda Suíça?
- Ambos trabalham juntos para proteger o Pontífice. Eles têm o serviço de segurança do Palácio Apostólico, onde nós não temos competência. A menos que ocorra um delito, digamos, um roubo, então sim, em quanto polícia judicial. Eles também fazem um primeiro filtro nas entradas da Cidade do Vaticano, além da parte representativa. Nós, pelo contrário, somo a polícia de segurança, judicial, de controle, de fronteira.
Entende-se que no Vaticano não acontecem graves crimes.
- Na verdade pode acontecer, como foi no caso do mordomo de Bento XVI, que foi preso e as investigações foram realizadas por nós. Ou em casos da vida diária, como um roubo no supermercado. Com os turistas raramente existem problemas, mais com os ladrões de carteiras que entram na Basílica de São Pedro, ou nos Museus do Vaticano. Não se esqueça que, diariamente, na Basílica, entram cerca de 11 mil pessoas e no Museu cerca de 18 mil, um terreno fértil para os ladrões. Em contraste, na Cidade do Vaticano tudo é muito tranquilo.
A celas foram inauguradas pelo mordomo?
- Foram usadas há algum tempo atrás, mas, certamente, quem esteve mais tempo lá foi ele.
Como é a relação com o Papa Francisco?
- O comandante Giani tem uma bela relação com o Papa. Trocam pontos de vista. Está muito próximo. O que o Papa quer chega diretamente a ele, em uma relação muito imediata. Fomos à missa em Santa Marta divididos por turnos. Depois, neste ano, o Papa celebrará para nós na sede do Governatorado, a missa, na festa de São Miguel Arcanjo.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Os medos e preconceitos diante do acolhimento ao estrangeiro necessitado
O papa Francisco acredita que "à globalização do fenômeno migratório é preciso responder com a globalização da caridade e da cooperação" e "intensificar os esforços para criar as condições adequadas a fim de garantir uma progressiva diminuição das razões que levam povos inteiros a deixar a sua pátria por causa de guerras e carestias, frequentemente concatenadas".
A solicitude especial de Jesus para com os mais vulneráveis e excluídos "convida todos nós a cuidar das pessoas mais frágeis e a reconhecer o seu rosto sofredor em especial nas vítimas das novas formas de pobreza e de escravidão". Deste modo, o Santo Padre começa a sua Mensagem para a Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja celebra em 18 de janeiro de 2015. O lema será "Uma Igreja sem fronteiras, mãe de todos".
O papa recorda que "a Igreja abre os braços para acolher todos os povos, sem discriminações e sem limites, e para anunciar a todos que Deus é amor". Ele também lembra que a Igreja, desde o começo, "é mãe com o coração aberto ao mundo inteiro, sem fronteiras". De fato, "desde os primeiros séculos, o anúncio missionário tornou visível a maternidade universal da Igreja".
Francisco diz que, numa época de tão vastas migrações, "um grande número de pessoas deixa a sua terra de origem e empreende a arriscada viagem da esperança, com a bagagem cheia de desejos e de temores, em busca de condições de vida mais humanas". Não é raro, porém, "que esses movimentos migratórios suscitem desconfiança e rejeição, mesmo nas comunidades eclesiais, antes até de se conhecerem as circunstâncias de perseguição ou de miséria das pessoas afetadas".
Mas o Santo Padre adverte que "esses receios e preconceitos se opõem ao mandamento bíblico de acolher com respeito e solidariedade o estrangeiro necessitado".
A propósito, ele destaca que "a força da fé, da esperança e da caridade permite reduzir as distâncias que nos separam dos dramas humanos", porque "Jesus Cristo espera sempre que o reconheçamos nos migrantes e nos desabrigados, nos refugiados e nos exilados, e nos chama a compartilhar os nossos recursos e, às vezes, a renunciar ao nosso bem-estar".
O pontífice recorda ainda que "o caráter multicultural das sociedades atuais convida a Igreja a assumir novos compromissos de solidariedade, comunhão e evangelização". Para conseguir uma convivência harmônica entre as pessoas e as culturas, "não basta a simples tolerância, que torna possível o respeito pela diversidade e abre caminho para diversas formas de solidariedade entre as pessoas de procedências e culturas diferentes".
Evocando as palavras do papa emérito na Caritas in veritate, Francisco enfatiza que as migrações interpelam a todos, não só pelas dimensões do fenômeno, mas também "pelos problemas sociais, econômicos, políticos, culturais e religiosos que suscita e pelos dramáticos desafios que coloca para as comunidades nacionais e para a comunidade internacional".
Francisco indica que "é necessária uma ação mais eficaz e incisiva, que se sirva de uma rede universal de colaboração, baseada na proteção da dignidade e da centralidade da pessoa humana". Deste modo, reconhece o papa, "será mais efetiva a luta contra o tráfico vergonhoso e criminoso de seres humanos, contra a vulneração dos direitos fundamentais, contra qualquer forma de violência, abuso e escravidão".
O Santo Padre ressalta, ainda, que "é preciso acrescentar à solidariedade para com os emigrantes e refugiados a vontade e a criatividade para se desenvolver mundialmente uma ordem econômica e financeira mais justa e equitativa, bom como um compromisso maior com a paz, condição indispensável para um autêntico progresso".
A eles, aos protagonistas, emigrantes e refugiados, Francisco dedica as palavras finais da mensagem: "Vocês ocupam um lugar especial no coração da Igreja e a ajudam a ter um coração maior para manifestar a sua maternidade para com toda a família humana. Não percam a confiança nem a esperança".
Fonte: Zenit.
A solicitude especial de Jesus para com os mais vulneráveis e excluídos "convida todos nós a cuidar das pessoas mais frágeis e a reconhecer o seu rosto sofredor em especial nas vítimas das novas formas de pobreza e de escravidão". Deste modo, o Santo Padre começa a sua Mensagem para a Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja celebra em 18 de janeiro de 2015. O lema será "Uma Igreja sem fronteiras, mãe de todos".
O papa recorda que "a Igreja abre os braços para acolher todos os povos, sem discriminações e sem limites, e para anunciar a todos que Deus é amor". Ele também lembra que a Igreja, desde o começo, "é mãe com o coração aberto ao mundo inteiro, sem fronteiras". De fato, "desde os primeiros séculos, o anúncio missionário tornou visível a maternidade universal da Igreja".
Francisco diz que, numa época de tão vastas migrações, "um grande número de pessoas deixa a sua terra de origem e empreende a arriscada viagem da esperança, com a bagagem cheia de desejos e de temores, em busca de condições de vida mais humanas". Não é raro, porém, "que esses movimentos migratórios suscitem desconfiança e rejeição, mesmo nas comunidades eclesiais, antes até de se conhecerem as circunstâncias de perseguição ou de miséria das pessoas afetadas".
Mas o Santo Padre adverte que "esses receios e preconceitos se opõem ao mandamento bíblico de acolher com respeito e solidariedade o estrangeiro necessitado".
A propósito, ele destaca que "a força da fé, da esperança e da caridade permite reduzir as distâncias que nos separam dos dramas humanos", porque "Jesus Cristo espera sempre que o reconheçamos nos migrantes e nos desabrigados, nos refugiados e nos exilados, e nos chama a compartilhar os nossos recursos e, às vezes, a renunciar ao nosso bem-estar".
O pontífice recorda ainda que "o caráter multicultural das sociedades atuais convida a Igreja a assumir novos compromissos de solidariedade, comunhão e evangelização". Para conseguir uma convivência harmônica entre as pessoas e as culturas, "não basta a simples tolerância, que torna possível o respeito pela diversidade e abre caminho para diversas formas de solidariedade entre as pessoas de procedências e culturas diferentes".
Evocando as palavras do papa emérito na Caritas in veritate, Francisco enfatiza que as migrações interpelam a todos, não só pelas dimensões do fenômeno, mas também "pelos problemas sociais, econômicos, políticos, culturais e religiosos que suscita e pelos dramáticos desafios que coloca para as comunidades nacionais e para a comunidade internacional".
Francisco indica que "é necessária uma ação mais eficaz e incisiva, que se sirva de uma rede universal de colaboração, baseada na proteção da dignidade e da centralidade da pessoa humana". Deste modo, reconhece o papa, "será mais efetiva a luta contra o tráfico vergonhoso e criminoso de seres humanos, contra a vulneração dos direitos fundamentais, contra qualquer forma de violência, abuso e escravidão".
O Santo Padre ressalta, ainda, que "é preciso acrescentar à solidariedade para com os emigrantes e refugiados a vontade e a criatividade para se desenvolver mundialmente uma ordem econômica e financeira mais justa e equitativa, bom como um compromisso maior com a paz, condição indispensável para um autêntico progresso".
A eles, aos protagonistas, emigrantes e refugiados, Francisco dedica as palavras finais da mensagem: "Vocês ocupam um lugar especial no coração da Igreja e a ajudam a ter um coração maior para manifestar a sua maternidade para com toda a família humana. Não percam a confiança nem a esperança".
Fonte: Zenit.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Bispo de Yola: sem ajuda concreta, os cristãos nigerianos serão exterminados
Há um genocídio silencioso na Nigéria desde 2009, relacionado diretamente com o grupo terrorista islâmico Boko Haram. O nome do grupo, literalmente, significa "A educação ocidental é proibida" ou "é pecado"). O nome oficial, porém, é Jama‘at ahl as-sunna lidda‘awati wal-jihad (“Pessoas comprometidas com os ensinamentos do profeta para o proselitismo e para a jihad”). A brutal facção extremista foi fundada em 2002 em Maiduguri, norte da Nigéria, pelo clérigo islamista Mohammed Yusuf.
As estatísticas estimam que as vítimas fatais dos atentados terroristas do Boko Haram ultrapassem 20 mil. Muitos dos atentados foram cometidos durante reuniões cristãs de oração. Só no primeiro semestre deste ano, 2.053 civis morreram em cerca de 95 ataques, de acordo com a análise detalhada de notícias veiculadas pela mídia, bem como com estudos de campo apresentados pela Allafrica.com.
O medo das atrocidades dos terroristas levou as pessoas a fugirem das suas próprias aldeias. O padre Michael Walsh, missionário da Ordem de Santo Agostinho (OSA) que trabalha na Nigéria há 18 anos, explica que é impensável que as pessoas comuns consigam enfrentar o Boko Haram. O grupo terrorista tem anos de treinamento e usa armamento sofisticado. Até o exército nigeriano pode ser considerado insuficientemente armado para combater os terroristas.
ZENIT conversou com dom Stephen Dami Mamza, bispo da diocese de Yola, e pediu que ele nos explicasse a gravidade da ameaça contra as comunidades cristãs. A resposta do bispo foi inequívoca: os cristãos estão hoje diante do perigo de ser completamente exterminados.
Há um silêncio ensurdecedor quanto ao que está acontecendo na Nigéria, devido, provavelmente, a guerras mais "rentáveis" em todo o mundo. O senhor pode nos explicar o que está acontecendo?
Dom Stephen: A situação no nordeste de Nigéria é muito crítica, sobretudo ao sul de Borno e ao norte de Adamawa. Essas regiões, na maioria, são povoadas por cristãos, mas foram invadidas pelos membros do Boko Haram, incluindo o meu povoado natal, Bazza, que foi conquistado por eles faz umas duas semanas. Quem teve a sorte de escapar correu para as montanhas. Quem não conseguiu foi assassinado pelos islamistas. Outros foram obrigados a se converter. As pessoas que ficaram presas nas montanhas estão sem alimentos, sem água potável, e muitos estão morrendo de fome. A maioria dos que escaparam chegou a Yola. São refugiados internos. Todas as paróquias de Yola estão cheias de pessoas desabrigadas. Na minha catedral, contamos com mais de cinco mil desabrigados registrados. Eles precisam de ajuda para as necessidades básicas da vida.
Que perigos ameaçam as comunidades cristãs da Nigéria?
Dom Stephen: As comunidades cristãs do noroeste correm o perigo de ser exterminadas.
Como é que não existe uma resistência real nacional e oficial contra o Boko Haram?
Dom Stephen: Não parece existir nenhuma assistência da comunidade internacional. Parece que as nossas forças armadas não estão levando a sério o controle da insurgência, já que estão fugindo de medo do Boko Haram.
O Boko Haram tem relação ou recebe financiamento do grupo Estado Islâmico? Em outras palavras, como é que eles estão se tornando tão fortes?
Dom Stephen: Eu, pessoalmente, não sei quem financia o Boko Haram, mas parece que ele se baseia em grupos locais e internacionais, além de [contar com o apoio de] indivíduos.
Qual é o seu apelo ao mundo nesta situação? Como as pessoas e as nações podem ajudar?
Dom Stephen: O meu apelo nesta situação é para o mundo inteiro, para que nos ajudem antes que sejamos completamente exterminados. O nosso exército precisa de apoio para controlar a situação. Precisamos de materiais de ajuda para os refugiados internos. As pessoas estão morrendo de fome, de doenças, e não têm nenhum abrigo.
Fonte: Zenit.
As estatísticas estimam que as vítimas fatais dos atentados terroristas do Boko Haram ultrapassem 20 mil. Muitos dos atentados foram cometidos durante reuniões cristãs de oração. Só no primeiro semestre deste ano, 2.053 civis morreram em cerca de 95 ataques, de acordo com a análise detalhada de notícias veiculadas pela mídia, bem como com estudos de campo apresentados pela Allafrica.com.
O medo das atrocidades dos terroristas levou as pessoas a fugirem das suas próprias aldeias. O padre Michael Walsh, missionário da Ordem de Santo Agostinho (OSA) que trabalha na Nigéria há 18 anos, explica que é impensável que as pessoas comuns consigam enfrentar o Boko Haram. O grupo terrorista tem anos de treinamento e usa armamento sofisticado. Até o exército nigeriano pode ser considerado insuficientemente armado para combater os terroristas.
ZENIT conversou com dom Stephen Dami Mamza, bispo da diocese de Yola, e pediu que ele nos explicasse a gravidade da ameaça contra as comunidades cristãs. A resposta do bispo foi inequívoca: os cristãos estão hoje diante do perigo de ser completamente exterminados.
Há um silêncio ensurdecedor quanto ao que está acontecendo na Nigéria, devido, provavelmente, a guerras mais "rentáveis" em todo o mundo. O senhor pode nos explicar o que está acontecendo?
Dom Stephen: A situação no nordeste de Nigéria é muito crítica, sobretudo ao sul de Borno e ao norte de Adamawa. Essas regiões, na maioria, são povoadas por cristãos, mas foram invadidas pelos membros do Boko Haram, incluindo o meu povoado natal, Bazza, que foi conquistado por eles faz umas duas semanas. Quem teve a sorte de escapar correu para as montanhas. Quem não conseguiu foi assassinado pelos islamistas. Outros foram obrigados a se converter. As pessoas que ficaram presas nas montanhas estão sem alimentos, sem água potável, e muitos estão morrendo de fome. A maioria dos que escaparam chegou a Yola. São refugiados internos. Todas as paróquias de Yola estão cheias de pessoas desabrigadas. Na minha catedral, contamos com mais de cinco mil desabrigados registrados. Eles precisam de ajuda para as necessidades básicas da vida.
Que perigos ameaçam as comunidades cristãs da Nigéria?
Dom Stephen: As comunidades cristãs do noroeste correm o perigo de ser exterminadas.
Como é que não existe uma resistência real nacional e oficial contra o Boko Haram?
Dom Stephen: Não parece existir nenhuma assistência da comunidade internacional. Parece que as nossas forças armadas não estão levando a sério o controle da insurgência, já que estão fugindo de medo do Boko Haram.
O Boko Haram tem relação ou recebe financiamento do grupo Estado Islâmico? Em outras palavras, como é que eles estão se tornando tão fortes?
Dom Stephen: Eu, pessoalmente, não sei quem financia o Boko Haram, mas parece que ele se baseia em grupos locais e internacionais, além de [contar com o apoio de] indivíduos.
Qual é o seu apelo ao mundo nesta situação? Como as pessoas e as nações podem ajudar?
Dom Stephen: O meu apelo nesta situação é para o mundo inteiro, para que nos ajudem antes que sejamos completamente exterminados. O nosso exército precisa de apoio para controlar a situação. Precisamos de materiais de ajuda para os refugiados internos. As pessoas estão morrendo de fome, de doenças, e não têm nenhum abrigo.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
São Maurício e companheiros mártires
“Estamos com as armas nas mãos, mas delas não faremos uso para defender-nos. Antes queremos morrer inocentes, do que viver culpados”, bradou Maurício e seus companheiros diante do imperador que iria massacrá-los. Maurício nasceu por volta do ano 250 em Tebas no Egito. Cristão convicto, Maurício foi criado naquela região e tornou-se soldado romano, sendo promovido ao posto de líder e recebeu uma legião de 6.600 soldados para liderar. A legião era conhecida como Legião de Tebas e todos os seus componentes eram cristãos.
Era uma época de grandes desafios à fé por conta das perseguições impostas pelos imperadores. No ano 284, Diocleciano tornou-se imperador e tendo a frente de seu exército o governador Maximiano Hercúleo, empreendeu forte ofensiva contra as revoltas antiescravistas chamadas Bagaudes que ocorreram por volta do ano 286 em Borgonha. Maximiano convocou a Legião de Tebas para ir ao Egito travar este combate. No comando estava Maurício, Cândido e Exupério e antes de partirem receberam a ordem de oferecer sacrifício aos deuses. A legião inteira se negou a esta prática e o imperador então os infligiu o “decimatio” que era a mais severa punição aplicada e consistia em matar um em cada dez soldados até a dizimação total. A cada morte, a legião era indagada se iria cumprir as ordens do imperador, mas permaneciam fiéis à sua fé. Ao imperador diziam: “Somos teus soldados e não menos servidores de Deus. Sabemos perfeitamente a nossa obrigação como militares, mas não nos é lícito atraiçoar o nosso Deus e Senhor. Estamos prontos a obedecer a tudo que não contrarie a lei de Jesus Cristo”.
Um cruel martírio então aconteceu na região de Agauno na Suíça onde foi construído a Abadia de Saint Maurice-en-Valais. São Maurício tornou-se então um dos santos mais populares da Europa Ocidental tendo a ele muitos milagres atribuídos.
Fonte: Zenit.
domingo, 21 de setembro de 2014
Papa visita Santa Maria Maior e reza pela viagem à Albania
Como de costume antes de cada viagem, o Papa Francisco esteve na noite da última quinta-feira, 18, na Basílica de Santa Maria Maior, onde confiou a Nossa Senhora a visita pastoral deste domingo, 21 de setembro, à Albânia.
O Pontífice foi acolhido pelo Arcipreste Santos Abryl y Castillo e rezou durante meia hora diante do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani. A oração terminou com o canto da Salve Rainha.
Esta foi a décima primeira visita de Francisco à Basílica desde o primeiro dia de seu pontificado.
Fonte: Zenit.
O Pontífice foi acolhido pelo Arcipreste Santos Abryl y Castillo e rezou durante meia hora diante do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani. A oração terminou com o canto da Salve Rainha.
Esta foi a décima primeira visita de Francisco à Basílica desde o primeiro dia de seu pontificado.
Fonte: Zenit.
sábado, 20 de setembro de 2014
Não se brinca com o espiritismo!
Entre os jogos clássicos que muitos rapazes experimentam, pelo menos uma vez na vida, está aquele da sessão espírita. Em muitos casos, é praticado quase como uma brincadeira, para tentar experimentar uma sutil transgressão ou para assustar algum amigo medroso.
Brincar com certas coisas, porém, significa brincar com fogo. O espiritismo, de fato, não pode ser considerado uma brincadeira. Algumas pessoas pensam que também o podem praticar de uma forma séria, em busca de um contato real com o mundo dos mortos.
É uma tendência que se conecta a um outro fenômeno, que é maior: o do ocultismo e do esoterismo. Com estas palavras, nós queremos dizer as coisas que deveriam ser conhecidas por um grupo seleto de pessoas: um tipo especial de magia, um ritual para a alegada evocação dos espíritos, os segredos para ler as cartas ou a mão.
Estamos, portanto, diante de algo misterioso, oculto, não acessível a todos. É por isso que, às vezes, algumas tendências podem ser usadas para exercer um poder em relação àqueles que vivem um momento de dor, fraqueza ou dificuldade.
Vamos dar alguns exemplos: para conquistar um amor, a traição de um amigo, a perda de um emprego, um estado de depressão ou simplesmente a solidão daqueles que se mudaram para outra cidade e tem que começar uma nova vida.
Por trás da necessidade de praticar o espiritismo há muitas vezes uma enorme dor pela perda de um ente querido. Para preencher esta lacuna utiliza-se de vários caminhos: as clássicas sessões espíritas, as supostas gravações de "vozes" dos mortos ou fotografias de "entidades" misteriosas, e a "escrita", através da qual os mortos "ditariam" as palavras ou frases.
O risco mais grave é a instrumentalização da dor para tentar ganhar dinheiro explorando o momento de fraqueza de quem sofre a perda de um ente querido.
Na verdade, a maneira de superar esse sofrimento é a oração, o diálogo com Deus. Um Deus que nos ama e está presente onde quer que haja pessoas reunidas em seu nome.
Na simplicidade do Evangelho, podemos encontrar a resposta para todas as perguntas. E assim os nossos olhar poderá se dirigir com serenidade ao infinito.
Fonte: Zenit.
Brincar com certas coisas, porém, significa brincar com fogo. O espiritismo, de fato, não pode ser considerado uma brincadeira. Algumas pessoas pensam que também o podem praticar de uma forma séria, em busca de um contato real com o mundo dos mortos.
É uma tendência que se conecta a um outro fenômeno, que é maior: o do ocultismo e do esoterismo. Com estas palavras, nós queremos dizer as coisas que deveriam ser conhecidas por um grupo seleto de pessoas: um tipo especial de magia, um ritual para a alegada evocação dos espíritos, os segredos para ler as cartas ou a mão.
Estamos, portanto, diante de algo misterioso, oculto, não acessível a todos. É por isso que, às vezes, algumas tendências podem ser usadas para exercer um poder em relação àqueles que vivem um momento de dor, fraqueza ou dificuldade.
Vamos dar alguns exemplos: para conquistar um amor, a traição de um amigo, a perda de um emprego, um estado de depressão ou simplesmente a solidão daqueles que se mudaram para outra cidade e tem que começar uma nova vida.
Por trás da necessidade de praticar o espiritismo há muitas vezes uma enorme dor pela perda de um ente querido. Para preencher esta lacuna utiliza-se de vários caminhos: as clássicas sessões espíritas, as supostas gravações de "vozes" dos mortos ou fotografias de "entidades" misteriosas, e a "escrita", através da qual os mortos "ditariam" as palavras ou frases.
O risco mais grave é a instrumentalização da dor para tentar ganhar dinheiro explorando o momento de fraqueza de quem sofre a perda de um ente querido.
Na verdade, a maneira de superar esse sofrimento é a oração, o diálogo com Deus. Um Deus que nos ama e está presente onde quer que haja pessoas reunidas em seu nome.
Na simplicidade do Evangelho, podemos encontrar a resposta para todas as perguntas. E assim os nossos olhar poderá se dirigir com serenidade ao infinito.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Quer ser salvo? Reconheça seus pecados
“Reconhecer os próprios pecados, reconhecer a nossa miséria, reconhecer o que somos e do que somos capazes de fazer ou ter feito é precisamente a porta que se abre à carícia de Jesus, ao perdão de Jesus, à Palavra de Jesus”.
É um convite à esperança a homilia do Papa Francisco ontem em Santa Marta, mas também um convite a não ceder aos movimentos do orgulho e ter a coragem de admitir que somos pecadores necessitados da graça de Cristo.
É isso que nos leva a salvação: estar ciente da própria miséria, dos próprios limites e admiti-los com sinceridade de coração. É um excelente exemplo o Evangelho da liturgia de hoje, que fala da mulher pecadora que lava os pés de Jesus com suas lágrimas, os unge com perfume e os seca com seus cabelos.
Um gesto humilde que a mulher realiza na casa de um fariseu, "uma pessoa de certo nível e cultura" - disse o Papa - que tinha convidado Jesus porque ele queria ouvir "sua doutrina", para "saber mais". Diante da cena, o fariseu julga a pecadora por sua arrogância e julga também Jesus porque “se fosse profeta, saberia que tipo de mulher era aquela que o tocava”.
Não por maldade, mas porque "não conseguia entender o gesto daquela mulher", disse Francisco, "não conseguia entender os gestos elementares do povo”. Talvez, continuou o Papa, “este homem tivesse esquecido como se acaricia uma criança, como se consola uma idosa. Em suas teorias, em sua vida de governante, não se lembrava dos primeiros gestos da vida, aquele nós todos, quando nascemos, recebemos de nossos pais”.
A 'repreensão' que Jesus dirige ao fariseu é, na verdade, repleta de "humildade e ternura": "Sua paciência, seu amor, o desejo de salvar a todos" - disse o Santo Padre - levaram a lhe “explicar o que fez a mulher e os gestos de cortesia que ele mesmo não fez”.
Mas não foi apenas o dono da casa que se escandalizou com a atitude da pecadora e de Jesus, no local crescia mais e mais o murmúrio que culmina quando Cristo, na frente de todos, diz para a mulher: "Teus pecados estão perdoados! Tua fé te salvou; vá em paz!”
A palavra "salvação" Cristo "só fala à mulher, que é uma pecadora", observou o Papa Francisco. E fá-lo "porque ela foi capaz de chorar por seus pecados, confessar seus pecados, e dizer: "Eu sou uma pecadora, e disse a si mesma”. Não disse àquelas pessoas que não eram ruim, mas eles "achavam que não eram pecadores", porque "pecadores eram os outros: os cobradores de impostos, prostitutas ...".
Em vez disso, "Jesus - comenta o Santo Padre – diz: “Você está salvo, você está salva, você se salvou'- somente para aquele que sabe abrir seu coração e se reconhecer pecador. A salvação somente entra no coração quando nós abrimos o coração na verdade dos nossos pecados”.
Porque esse - reafirma Bergoglio - "é o lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo". Parece um paradoxo ou até mesmo uma "heresia", mas não é só o Papa Francisco que diz, São Paulo também dizia que se vangloriava de duas coisas apenas: "dos seus pecados e de Cristo ressuscitado que o salvou."
Assim, concluiu o Bispo de Roma, é bom que todos aqueles que se sentem pecadores "abram seus corações na confissão dos pecados, ao encontrar Jesus, que deu seu sangue por todos nós." De modo que o Filho de Deus possa dizer a todos como à pecadora: "Vai em paz, a tua fé te salvou!". Porque "você foi corajoso, você foi corajosa a abrir o seu coração a Ele, o único que pode salvar você".
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
"Nós, torturados por Cristo na Albânia"
O Papa Francisco, ao anunciar que no dia 21 de setembro estará em Tirana, disse: "Com esta curta viagem eu gostaria de confirmar na fé a Igreja na Albânia e testemunhar o meu encorajamento para um país que tem sofrido por muito tempo como resultado das ideologias do passado".
Em Shkoder, norte da Albânia e centro católico de um país predominantemente muçulmano, há um memorial da perseguição contra os católicos, juntamente com os ortodoxos e muçulmanos, durante o regime comunista de Enver Hoxha, que chegou - o único caso na Europa – a proclamar o ateísmo de Estado em 1967. É o edifício da Sigurimi, a cruel polícia secreta que, depois da queda do regime voltou aos antigos proprietários, os Franciscanos. Desde o 2005, foi confiado às Irmãs Pobres de Santa Clara (Clarissas), que fundaram um mosteiro e agora são tanto albanesas quanto italianas.
Narra a irmã Sônia, recém chegada do mosteiro da fundação de Otranto: "No começo, era um lugar abandonado, coberto por dois metros de escombros, sem portas e com as paredes derrubadas. Tentamos fazer reflorescer o deserto para conservar um dos poucos lugares de testemunho e de martírio visitáveis na Albânia. Tentamos ser um mosteiro na cidade dos homens, combinando a vida contemplativa e de oração com o encontro contínuo”. Recentemente, financiado pelo Estado, foi realizada a restauração da antiga prisão. Há ainda os instrumentos de tortura e, nas paredes das celas, os sinais esculpidos por prisioneiros de diferentes credos: cruzes ao lado de suras do Alcorão. "Este piso", explica a irmã Sonia", foi banhado pelo sangue dos mártires; ali era a cela de Maria Tuci, uma das 40 mártires albaneses das quais já se começou o processo de beatificação. Não havia nem luz, nem água; quando chovia, a água atingia os colchões". Aspirante das estigmatinas presa em 1949, quando se opôs ao estupro, um carrasco lhe disse: “Te reduzirei a um estado tal que nem sequer os teus familiares vão te reconhecer”. Continua a irmã: “Um homem, que conhecia a jovem e foi preso no mesmo período, nos disse que cruzou-se com ela sem tê-la reconhecido. Ao ver esta jovem de 18 anos – totalmente desfigurada pelas torturas – pensou: “Também atacam os velhos”.
Até Gjovalin Zezaj, oitenta e seis anos, que hoje mora com a sua esposa Cesarina a poucos metros das Clarissas, conhece bem aquele lugar: foi preso duas vezes – “a segunda, em 1959, bem no dia da visita de Khrushchev na Albânia" - e passou 11 anos entre a prisão e os campos de concentração. Com ele deve-se falar com a voz bem alta. E narra: “Enfiavam fios nos ouvidos e a corrente balançava todo o meu corpo. Pegaram o meu ouvido, não o meu coração”. Quando não escuta, Cesarina dá um jeito – também ela teve parentes demitidos e presos porque eram cristãos – para repetir a pergunta. “A primeira vez foi preso aos 17 anos porque fazia parte da União Albanese, um grupo anticomunista guiado pelo seminarista Mark Cuni, fuzilado em 1946”. Recorda “noites que nunca terminavam” e o conforto da fé: “Estava só no quarto, rezava todo o dia, especialmente para que não acontecesse nada com os meus parentes. Tinha feito um Terço de papel e o recitava cinco vezes por dia”. Gjovalin me mostra um dicionário de francês e uma gramática italiana escritos durante a prisão e me explica o truque da tampa: “Tinha encontrado uma navalha com a qual cortava a tampa da garrafa de leite que me enviava a minha família; pela fresta eu colocava a correspondência, escrita com caracteres muito pequenos no papel dos cigarros”. Para a páscoa, no entanto, padre Leon Kabashi conseguiu enviar pela irmã um corporal com 50 hóstias, escondido nos chinelos.
Entre os corredores das celas, Gjovalin viu muitos cristãos, como o seu professor e reitor do seminário, o padre jesuíta Danjel Dajani, “que passava com a batina coberta de sangue”, ou Ana Daja, de 18 anos, condenada a 4 anos porque tinha se recusado a retirar do peito o distintivo da Ação Católica. “Entre os carcereiros”, narra, “conhecemos Fadil, um bom soldado, que deixava que agente conversasse com os companheiros ou que descansássemos quando nos mandavam ficar 48 horas de pé. Um dia me dei conta de que, indo ao banheiro, poderia encontrar-me com um sacerdote italiano. No fétido banheiro encontrei o padre jesuíta Giovanni Fausti, muito conhecido na época". Gjovalin se comoveu ao lembrar que lhe ofereceu duas laranjas, mas as rejeitou dizendo: “Fique com elas porque você é muito jovem”. Acrescentando: “Também Jesus sofreu por nós, temos que seguir o seu caminho”.
Enquanto isso, todos os lugares de culto foram fechadas e transformados em um cinema ou academias, o santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho foi destruído totalmente e o leito do rio Kir se tornou um lugar de fuzilamento e uma fossa comum. "No entanto", continua Gjovalin. “mesmo sob a liderança da ditadura, estes religiosos não apostatavam e perdoavam os seus assassinos”. Padre Dajani, antes de ser fusilado, disse, "Eu perdôo aqueles que me fizeram o mal". Fausti, morto junto com ele disse: "Estou muito contente de que a morte chegue, enquanto estou cumprindo o meu dever".
Fonte: Zenit.
Narra a irmã Sônia, recém chegada do mosteiro da fundação de Otranto: "No começo, era um lugar abandonado, coberto por dois metros de escombros, sem portas e com as paredes derrubadas. Tentamos fazer reflorescer o deserto para conservar um dos poucos lugares de testemunho e de martírio visitáveis na Albânia. Tentamos ser um mosteiro na cidade dos homens, combinando a vida contemplativa e de oração com o encontro contínuo”. Recentemente, financiado pelo Estado, foi realizada a restauração da antiga prisão. Há ainda os instrumentos de tortura e, nas paredes das celas, os sinais esculpidos por prisioneiros de diferentes credos: cruzes ao lado de suras do Alcorão. "Este piso", explica a irmã Sonia", foi banhado pelo sangue dos mártires; ali era a cela de Maria Tuci, uma das 40 mártires albaneses das quais já se começou o processo de beatificação. Não havia nem luz, nem água; quando chovia, a água atingia os colchões". Aspirante das estigmatinas presa em 1949, quando se opôs ao estupro, um carrasco lhe disse: “Te reduzirei a um estado tal que nem sequer os teus familiares vão te reconhecer”. Continua a irmã: “Um homem, que conhecia a jovem e foi preso no mesmo período, nos disse que cruzou-se com ela sem tê-la reconhecido. Ao ver esta jovem de 18 anos – totalmente desfigurada pelas torturas – pensou: “Também atacam os velhos”.
Até Gjovalin Zezaj, oitenta e seis anos, que hoje mora com a sua esposa Cesarina a poucos metros das Clarissas, conhece bem aquele lugar: foi preso duas vezes – “a segunda, em 1959, bem no dia da visita de Khrushchev na Albânia" - e passou 11 anos entre a prisão e os campos de concentração. Com ele deve-se falar com a voz bem alta. E narra: “Enfiavam fios nos ouvidos e a corrente balançava todo o meu corpo. Pegaram o meu ouvido, não o meu coração”. Quando não escuta, Cesarina dá um jeito – também ela teve parentes demitidos e presos porque eram cristãos – para repetir a pergunta. “A primeira vez foi preso aos 17 anos porque fazia parte da União Albanese, um grupo anticomunista guiado pelo seminarista Mark Cuni, fuzilado em 1946”. Recorda “noites que nunca terminavam” e o conforto da fé: “Estava só no quarto, rezava todo o dia, especialmente para que não acontecesse nada com os meus parentes. Tinha feito um Terço de papel e o recitava cinco vezes por dia”. Gjovalin me mostra um dicionário de francês e uma gramática italiana escritos durante a prisão e me explica o truque da tampa: “Tinha encontrado uma navalha com a qual cortava a tampa da garrafa de leite que me enviava a minha família; pela fresta eu colocava a correspondência, escrita com caracteres muito pequenos no papel dos cigarros”. Para a páscoa, no entanto, padre Leon Kabashi conseguiu enviar pela irmã um corporal com 50 hóstias, escondido nos chinelos.
Entre os corredores das celas, Gjovalin viu muitos cristãos, como o seu professor e reitor do seminário, o padre jesuíta Danjel Dajani, “que passava com a batina coberta de sangue”, ou Ana Daja, de 18 anos, condenada a 4 anos porque tinha se recusado a retirar do peito o distintivo da Ação Católica. “Entre os carcereiros”, narra, “conhecemos Fadil, um bom soldado, que deixava que agente conversasse com os companheiros ou que descansássemos quando nos mandavam ficar 48 horas de pé. Um dia me dei conta de que, indo ao banheiro, poderia encontrar-me com um sacerdote italiano. No fétido banheiro encontrei o padre jesuíta Giovanni Fausti, muito conhecido na época". Gjovalin se comoveu ao lembrar que lhe ofereceu duas laranjas, mas as rejeitou dizendo: “Fique com elas porque você é muito jovem”. Acrescentando: “Também Jesus sofreu por nós, temos que seguir o seu caminho”.
Enquanto isso, todos os lugares de culto foram fechadas e transformados em um cinema ou academias, o santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho foi destruído totalmente e o leito do rio Kir se tornou um lugar de fuzilamento e uma fossa comum. "No entanto", continua Gjovalin. “mesmo sob a liderança da ditadura, estes religiosos não apostatavam e perdoavam os seus assassinos”. Padre Dajani, antes de ser fusilado, disse, "Eu perdôo aqueles que me fizeram o mal". Fausti, morto junto com ele disse: "Estou muito contente de que a morte chegue, enquanto estou cumprindo o meu dever".
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
A Igreja precisa mudar? Em quê?
Dom Vasconcelos, recentemente o Papa Francisco pediu aos fieis, durante homilia, que não tivesse medo “de mudar as coisas segundo a lei do Evangelho”. Que mudanças são essas que a Igreja pede e pelas quais ela tem de passar?
O Concílio Vaticano II foi um novo pentecostes na Igreja. O mundo inteiro ansiava por mudanças, porque a Igreja estava fechada em seu mundo, e o Concílio veio abrir as portas da Igreja para o mundo. Então, havia uma sede de mudanças. Porém, não eram mudanças por mudanças. A Igreja não precisa mudar, porque é reflexo de Deus, e Deus é imutável. Por que a Igreja mudar? Mudar em que? Não é mudar para ser outra coisa além daquilo que ela é: corpo místico de Cristo, povo de Deus.
A mudança significa uma renovação no sentido de retornar às suas fontes, à fidelidade à sua origem, de se despojar de adereços, de capas, de carapaças que se foram adquirindo ao longo dos séculos. Então, a grande mudança que o Papa propõe e tem realizado através do seu testemunho de vida, é aquela mudança que ocorreu com Francisco de Assis, de fato, a de voltar à simplicidade da Igreja, à diaconia, que significa serviço. Jesus disse “eu não vim para ser servido, eu vim para servir e dar a vida em resgate de muitos”. Essa é a grande mudança que precisa ocorrer. A Igreja precisa ser menos instituição e ser mais comunhão, comunidade, expressão viva do Amor de Deus. Essa é a grande revolução que precisamos fazer acontecer sob a graça e a inspiração do Espírito Santo. É irmos ao essencial. O que é o essencial? Quantas vezes nós brigamos por picuinhas, por coisinhas pequenas, e esquecemos o principal: o Amor, a fraternidades, é sermos expressão vivas da misericórdia de Deus para com o próximo. Essa é a grande mudança que precisa ocorrer.
Na Evangelii Gaudium, o Papa tem falado para todos, para os sacerdotes, que precisamos ser pastores, sentir o cheiro das ovelhas, ir ao encontro das pessoas. Pela ocasião do Dia Mundial das Comunicações, ele fala que precisamos promover a cultura do encontro. Então, são essas as mudanças que precisamos fazer acontecer.
- E do Sínodo para a Família, o que se pode esperar?
Hoje, particularmente, foi convocado um Sínodo para a Família. Então, há uma expectativa muito grande, em especial, por parte de casais de segunda união, que esperam ser melhor acolhidos na Igreja. Na realidade, nunca deixaram de ser. Porém, precisamos ter uma consciência maior. Como podemos dar maior espaço e tratarmos com mais caridade essas pessoas que contraíram matrimônio que, por alguma razão, não deu certo, mas que vivem a fidelidade conjugal, e que tem o desejo de serem fieis testemunhas de Jesus Cristo. Essas pessoas estão privadas da graça de Deus. E o Sínodo da Família vai, então, falar sobre isso.
A Igreja espera, sobretudo, que tomemos consciência do valor da família, da importância da família. Hoje em dia, a família já quase não existe, está dispersa. Os meios de comunicação, como nos diz o Papa, ao invés de nos unir e nos tornar mais próximos, muitas vezes nos desune. Há também a dimensão do que é a família cristã, que ultrapassa os vínculos do sangue, é uma família maior.
Bispo auxiliar de Fortaleza, dom José Vasconcelos - Zenit.
A mudança significa uma renovação no sentido de retornar às suas fontes, à fidelidade à sua origem, de se despojar de adereços, de capas, de carapaças que se foram adquirindo ao longo dos séculos. Então, a grande mudança que o Papa propõe e tem realizado através do seu testemunho de vida, é aquela mudança que ocorreu com Francisco de Assis, de fato, a de voltar à simplicidade da Igreja, à diaconia, que significa serviço. Jesus disse “eu não vim para ser servido, eu vim para servir e dar a vida em resgate de muitos”. Essa é a grande mudança que precisa ocorrer. A Igreja precisa ser menos instituição e ser mais comunhão, comunidade, expressão viva do Amor de Deus. Essa é a grande revolução que precisamos fazer acontecer sob a graça e a inspiração do Espírito Santo. É irmos ao essencial. O que é o essencial? Quantas vezes nós brigamos por picuinhas, por coisinhas pequenas, e esquecemos o principal: o Amor, a fraternidades, é sermos expressão vivas da misericórdia de Deus para com o próximo. Essa é a grande mudança que precisa ocorrer.
Na Evangelii Gaudium, o Papa tem falado para todos, para os sacerdotes, que precisamos ser pastores, sentir o cheiro das ovelhas, ir ao encontro das pessoas. Pela ocasião do Dia Mundial das Comunicações, ele fala que precisamos promover a cultura do encontro. Então, são essas as mudanças que precisamos fazer acontecer.
- E do Sínodo para a Família, o que se pode esperar?
Hoje, particularmente, foi convocado um Sínodo para a Família. Então, há uma expectativa muito grande, em especial, por parte de casais de segunda união, que esperam ser melhor acolhidos na Igreja. Na realidade, nunca deixaram de ser. Porém, precisamos ter uma consciência maior. Como podemos dar maior espaço e tratarmos com mais caridade essas pessoas que contraíram matrimônio que, por alguma razão, não deu certo, mas que vivem a fidelidade conjugal, e que tem o desejo de serem fieis testemunhas de Jesus Cristo. Essas pessoas estão privadas da graça de Deus. E o Sínodo da Família vai, então, falar sobre isso.
A Igreja espera, sobretudo, que tomemos consciência do valor da família, da importância da família. Hoje em dia, a família já quase não existe, está dispersa. Os meios de comunicação, como nos diz o Papa, ao invés de nos unir e nos tornar mais próximos, muitas vezes nos desune. Há também a dimensão do que é a família cristã, que ultrapassa os vínculos do sangue, é uma família maior.
Bispo auxiliar de Fortaleza, dom José Vasconcelos - Zenit.
terça-feira, 16 de setembro de 2014
São Cornélio - Defendeu a Igreja e a fé indo ao martírio por amor a Cristo.
Cornélio, o “Pai dos Pobres” nasceu em Roma por volta do ano 200. A hagiografia não nos oferece dados do início de sua vida e já podemos contemplar no ano 251 a sua eleição à Papa, depois de um tempo vacante da Cátedra de Pedro, sucedendo ao Papa Fabiano que havia sido martirizado pelo Imperador Décio.
Este momento histórico era de grandes perseguições e martírios impostos aos cristãos. Logo no início do pontificado de Cornélio, uma séria tensão originou-se com Novaciano, que aspirando também a função papal, iniciou uma subversão interna que findou com a sua autoproclamação ao papado, tornando-se um antipapa e causando um cisma na Igreja. Nesta situação, Novaciano defendia que aqueles que abandonaram o catolicismo durante as perseguições não poderiam voltar a Igreja senão sob a condição de um rebatismo. Cornélio já defendia a misericórdia de Deus sobre aqueles nesta situação, valendo-se do arrependimento e contrição de coração como pressuposto para seu retorno à Igreja. Novaciano teve o apoio de alguns sacerdotes e Cornélio contou com o apoio de São Cipriano, São Dionísio e outros bispos. Convocou então o sínodo de Cartago e foi reconhecido como legítimo papa e excomungou Novaciano.
Após a definição, escreveu diversas cartas divulgando a decisão e orientando os fiéis. Um documento de Cornélio mostra o tamanho da Igreja em Roma em seu papado: 46 sacerdotes, 07 diáconos, 07 subdiáconos e cerca de 50.000 cristãos. No entanto, a perseguição voltaria com força, pois com a morte do imperador Décio em 251, Galo tomou posse e empreendeu novamente as perseguições em junho de 252, vindo a prender e exilar o Papa Cornélio para a cidade de Cività-Vecchia, nos arredores de Roma. No exílio, sofreu tormentos e suplícios, vindo a ser julgado e sentenciado à morte por decapitação no dia 14 de setembro de 253. Foi sepultado no Cemitério de São Calixto.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Se sentimos prazer em corrigir, isso não vem de Deus!
Caridade, verdade e humildade. Sem essas três virtudes é melhor nem tentar corrigir um irmão, porque correria o risco de cair em um sermão moralista que só faria mal. O problema, na verdade, é sempre o mesmo: identificar o cisco no olho do outro, esquecendo da ferpa na própria pupila.
Jesus afirmou e o Papa Francisco reafirmou na Missa em Santa Marta na última sexta-feira, dia da festa do Santo Nome de Maria: precisamos de humildade para corrigir um ao outro, porque se for feito de um pedestal de crítica e julgamento nunca poderá dizer que a correção é fraterna. Ainda mais se gostamos de ver "algo errado" que temos de corrigir, que, certamente, não é de Deus, adverte o Papa.
Porque a correção cristã é amor, é caridade. “Não se pode corrigir uma pessoa sem amor e sem caridade – afirma Bergolgio-. Não se pode fazer uma intervenção cirúrgica sem anestesia: não se pode porque o doente morrerá de dor. E a caridade é como uma anestesia que ajuda a receber a cura e a aceitar a correção. Tomá-lo à parte, com mansidão, com amor e falar-lhe.”
Mas falar em verdade, "não diga algo que não é verdade", disse o Santo Padre. Muitas vezes, “nas nossas comunidades são ditas coisas de outra pessoa que não são verdadeiras: são calúnias”- disse Bergolgio-. “Ou, se são verdadeiras, se acaba com a fama daquela pessoa”.
Trata-se do dilema de sempre: “As intrigas ferem”. As intrigas “são tapas à fama de uma pessoa, ao seu coração”. Certamente – reiterou –, “quando nos dizem a verdade, não é belo ouvi-la, mas se dita com caridade e amor, é mais fácil aceitá-la”. Portanto, se “é preciso falar dos defeitos do outros", isso deve ser feito com caridade.
Com caridade, mas também com humildade: “Se é preciso corrigir um defeito pequenino ali, pense que você tem outros muito maiores!”- lembra Francisco- . A correção fraterna, de fato, “é um ato para curar o corpo da Igreja. Há um buraco, ali, no tecido da Igreja que temos de consertar. E, como as mães e avós, quando remendam, o fazem com tanta delicadeza, assim se deve fazer a correção fraterna”.
Se você não é capaz de fazê-la com amor, com caridade, na verdade e com humildade, arrisca cometer uma “ofensa, uma destruição no coração daquela pessoa”. E continua o Papa: “será uma conversa a mais, que fere; e você se tornará um hipócrita cego”.
E dá o exemplo de Jesus: “No Senhor, sempre há a cruz, a dificuldade de fazer uma coisa boa; o Senhor é sempre amor que nos leva à mansidão. Não julgue”- insistiu o Papa-. “Nós, cristãos, temos a tentação de nos fazermos como doutores: sair do jogo do pecado e da graça, como se fôssemos anjos”. É o que Paulo diz: ‘Não aconteça que, depois de pregar a outros, eu mesmo seja desqualificado’.
Portanto, “um cristão que, na comunidade, não faz as coisas, também a correção fraterna, na caridade, na verdade e com humildade, é um desqualificado!”. É sinal de que ele “não conseguiu se tornar um cristão maduro”- afirma-. “Que o Senhor nos ajude neste serviço fraterno, tão bonito e tão doloroso, para ajudar os nossos irmãos e irmãs a serem melhores e nos ajude a sempre fazê-lo com caridade, na verdade e com humildade”.
Fonte: Zenit.
Porque a correção cristã é amor, é caridade. “Não se pode corrigir uma pessoa sem amor e sem caridade – afirma Bergolgio-. Não se pode fazer uma intervenção cirúrgica sem anestesia: não se pode porque o doente morrerá de dor. E a caridade é como uma anestesia que ajuda a receber a cura e a aceitar a correção. Tomá-lo à parte, com mansidão, com amor e falar-lhe.”
Mas falar em verdade, "não diga algo que não é verdade", disse o Santo Padre. Muitas vezes, “nas nossas comunidades são ditas coisas de outra pessoa que não são verdadeiras: são calúnias”- disse Bergolgio-. “Ou, se são verdadeiras, se acaba com a fama daquela pessoa”.
Trata-se do dilema de sempre: “As intrigas ferem”. As intrigas “são tapas à fama de uma pessoa, ao seu coração”. Certamente – reiterou –, “quando nos dizem a verdade, não é belo ouvi-la, mas se dita com caridade e amor, é mais fácil aceitá-la”. Portanto, se “é preciso falar dos defeitos do outros", isso deve ser feito com caridade.
Com caridade, mas também com humildade: “Se é preciso corrigir um defeito pequenino ali, pense que você tem outros muito maiores!”- lembra Francisco- . A correção fraterna, de fato, “é um ato para curar o corpo da Igreja. Há um buraco, ali, no tecido da Igreja que temos de consertar. E, como as mães e avós, quando remendam, o fazem com tanta delicadeza, assim se deve fazer a correção fraterna”.
Se você não é capaz de fazê-la com amor, com caridade, na verdade e com humildade, arrisca cometer uma “ofensa, uma destruição no coração daquela pessoa”. E continua o Papa: “será uma conversa a mais, que fere; e você se tornará um hipócrita cego”.
E dá o exemplo de Jesus: “No Senhor, sempre há a cruz, a dificuldade de fazer uma coisa boa; o Senhor é sempre amor que nos leva à mansidão. Não julgue”- insistiu o Papa-. “Nós, cristãos, temos a tentação de nos fazermos como doutores: sair do jogo do pecado e da graça, como se fôssemos anjos”. É o que Paulo diz: ‘Não aconteça que, depois de pregar a outros, eu mesmo seja desqualificado’.
Portanto, “um cristão que, na comunidade, não faz as coisas, também a correção fraterna, na caridade, na verdade e com humildade, é um desqualificado!”. É sinal de que ele “não conseguiu se tornar um cristão maduro”- afirma-. “Que o Senhor nos ajude neste serviço fraterno, tão bonito e tão doloroso, para ajudar os nossos irmãos e irmãs a serem melhores e nos ajude a sempre fazê-lo com caridade, na verdade e com humildade”.
Fonte: Zenit.
domingo, 14 de setembro de 2014
Exaltação da Santa Cruz
Para compreender esta festa devemos voltar a Constantino. Ele havia mandado construir em Jerusalém uma basílica no Gólgota e no Sepulcro de Cristo Ressuscitado. A dedicação desta basílica se realizou a 13 de setembro de 335. No dia seguinte foi mostrado ao povo o lenho da Cruz. Assim, o dia 14 de setembro foi dedicado à exaltação da santa cruz, isto é: o triunfo da cruz.
O símbolo da cruz sacralizou, por séculos, todos os cantos da terra e todas as manifestações sociais e privadas. Atualmente corre o risco de ser varrido ou, pior, instrumentalizado por uma moda de consumo. Hoje com o pretexto de ser um Estado laico, se quer eliminar o símbolo da cruz nos lugares públicos, para não fazer propaganda cristã. Se confunde a sã laicidade do Estado com uma luta anti religiosa que se esforça de impedir ao homem uma relação com a transcendência.
Mas o principio da laicidade consiste na recíproca autônoma entre a ordem temporal e espiritual. Autonomia não significa indiferença, mas a proibição do Estado de entrar nas questões religiosas e pela autoridade religiosa na preclusão de exercer dentre o Estado um poder temporal. Por isso, o Estado não pode proibir a um crente de mostrar externamente a sua fé com um símbolo de extrema importância e significado.
Mas, além disso, a cruz não é só monopólio dos cristãos, desde sempre é o símbolo do sofrimento humano. O crucifixo é o símbolo universal da injustiça humana, ensina a paciência, a compreensão, a solidariedade para com todos que sofrem perseguições e violência. É o sinal mais laico que pode existir. Naquela simples cruz se resume a história do gênero humano, são denunciadas todas as barbáries que o homem perpetrou iniciando do assassinato de Abel até os massacres e genocídios de hoje.
Natália Ginzburg, agnóstica, escreveu em 1988 que o crucifixo é o sinal do sofrimento humano, faz parte da história da humanidade. Eliminar o crucifixo significa destruir o elemento fundamental da nossa história. Ele não provoca nenhuma discriminação. Está calado, não fala. Tudo suporta por amor. É o sinal da completa doação. Representa todos, também os laicos, os agnósticos e os ateus, porque todos sofrem injustiças.
Seria bom que este símbolo nos fizesse voltar aos verdadeiros ‘crucifixos’: os pobres, doentes, anciãos, explorados, etc. Mas para compreender tudo isso precisa sabedoria. São Paulo escreveu: “A pregação da cruz é loucura para os que se perdem [...] Nós proclamamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos [...] Cristo é sabedoria de Deus” (I Cor 1, 18, 23-24).
Cristo crucificado e ressuscitado é a nossa única e verdadeira esperança. Fortificados pela sua ajuda, também os seus discípulos se tornam homens e mulheres de esperança. Não de esperanças transitórias e fugazes, que depois deixam cansado e desiludido o coração humano, mas da verdadeira esperança, dom de Deus que, sustentada do alto, tende a conseguir o sumo Bem e está certa de o alcançar. Desta esperança, tem necessidade também o mundo de hoje.
Fonte: Zenit.
sábado, 13 de setembro de 2014
O exegeta precisa de fé, não só da competência acadêmica
Competência e docilidade ao Espírito Santo, estes são os dois requisitos para um verdadeiro exegeta católico de acordo com o Papa Francisco. O Papa recordou esta manhã durante uma audiência na Sala Clementina, no Vaticano, com os membros da Associação Bíblica Italiana, no final da 43 Semana Bíblica Nacional.
Um evento que inaugura as celebrações do 50 º aniversário da Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Revelação Divina "Dei Verbum", que, promulgada no 18 novembro de 1965, concedeu aos fiéis aberturas notáveis com relação “à abundância e a facilidade de acesso à Sagrada Escritura”.
Aberturas pelas quais - diz Francesco - "temos que agradecer", porque "o cristão precisa hoje mais que nunca, provocado como é por tantos contrastes culturais”. A fé, de fato, - disse o Papa - "para brilhar, para não ser sufocada, deve ser constantemente alimentada pela Palavra de Deus".
Neste sentido, é louvável o trabalho feito pela Associação Bíblica Italiana, observa o Papa, que também aproveita a oportunidade para reiterar a importância da exegese bíblica para o Povo de Deus. O pensamento é do que foi afirmado pela Pontifícia Comissão Bíblica sobre a interpretação da Bíblia na Igreja, em 1993: "a exegese bíblica cumpre, na Igreja e no mundo, uma tarefa indispensável. Querer desprezá-la para compreender a Bíblica seria uma ilusão e mostraria uma falta de respeito pela Escritura inspirada [...] para falar aos homens e às mulheres, desde o tempo do Antigo Testamento, Deus tem explorado todas as possibilidades da linguagem humana, mas ao mesmo tempo teve que submeter a sua Palavra a todas as limitações dessa linguagem".
"O verdadeiro respeito pela Escritura inspirada - cita ainda Bergoglio - exige que façam todos os esforços para que possamos compreender bem o seu significado. Certamente, não é possível que cada cristão faça pessoalmente as pesquisas necessárias para se compreender melhor os textos bíblicos. Esta tarefa é dos exegetas, responsáveis, nesta área, pelo bem de todos".
Na memória do Papa argentino ressurge também o discurso que João Paulo II dirigiu aos membros da Pontifícia Comissão Bíblica, na audiência para a apresentação do documento que acabamos de mencionar. Na ocasião, o Papa polonês destacou que "para respeitar a coerência da fé da Igreja e da inspiração da Escritura, a exegese católica deve ter cuidado para não ficar com os aspectos humanos dos textos bíblicos."
Portanto, é necessário que ela - disse Wojtyla - "ajude o povo cristão a perceber mais claramente a palavra de Deus nestes textos, a fim de melhor aceitá-la, para viver em plena comunhão com Deus". Para este efeito, é necessário, de acordo com Francisco, que "o mesmo exegeta saiba perceber nos texos a Palavra Divina”. Isso é possível "apenas se a sua vida espiritual é animada, cheia de diálogo com o Senhor; caso contrário, a investigação exegética permanece incompleta, perde de vista o seu objetivo principal".
O Papa então faz próprias as linhas conclusivas do Documento, em particular “uma expressão muito eficaz": "A exegese católica não tem o direito de se assemelhar a uma corrente de água que se perde na areia de uma análise hipercrítica”. Em outras palavras, além da competência acadêmica, o exegeta precisa principalmente da fé, recebida e compartilhada com todas as pessoas de fé, que em sua totalidade não podem errar”.
Porque, como recordava sempre São João Paulo II, “para chegar a uma interpretação completamente válida das palavras inspiradas pelo Espírito Santo, nós mesmos devemos ser guiados pelo Espírito Santo". Por isso “é preciso rezar, rezar muito, pedir na oração a luz interior do Espírito e acolher docilmente esta luz, pedir o amor, que só os torna capazes de compreender a linguagem de Deus, que é amor”.
À luz de tudo isto, o modelo que o exegeta tem é um só: a Virgem Maria, da qual São Lucas relata que meditava no seu coração as palavras e os acontecimentos do seu Filho, Jesus. "Que Nossa Senhora – conclui o Papa - nos ensine a acolher plenamente a Palavra de Deus, não só através da busca intelectual, mas em toda a nossa vida”.
Fonte: Zenit.
Um evento que inaugura as celebrações do 50 º aniversário da Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Revelação Divina "Dei Verbum", que, promulgada no 18 novembro de 1965, concedeu aos fiéis aberturas notáveis com relação “à abundância e a facilidade de acesso à Sagrada Escritura”.
Aberturas pelas quais - diz Francesco - "temos que agradecer", porque "o cristão precisa hoje mais que nunca, provocado como é por tantos contrastes culturais”. A fé, de fato, - disse o Papa - "para brilhar, para não ser sufocada, deve ser constantemente alimentada pela Palavra de Deus".
Neste sentido, é louvável o trabalho feito pela Associação Bíblica Italiana, observa o Papa, que também aproveita a oportunidade para reiterar a importância da exegese bíblica para o Povo de Deus. O pensamento é do que foi afirmado pela Pontifícia Comissão Bíblica sobre a interpretação da Bíblia na Igreja, em 1993: "a exegese bíblica cumpre, na Igreja e no mundo, uma tarefa indispensável. Querer desprezá-la para compreender a Bíblica seria uma ilusão e mostraria uma falta de respeito pela Escritura inspirada [...] para falar aos homens e às mulheres, desde o tempo do Antigo Testamento, Deus tem explorado todas as possibilidades da linguagem humana, mas ao mesmo tempo teve que submeter a sua Palavra a todas as limitações dessa linguagem".
"O verdadeiro respeito pela Escritura inspirada - cita ainda Bergoglio - exige que façam todos os esforços para que possamos compreender bem o seu significado. Certamente, não é possível que cada cristão faça pessoalmente as pesquisas necessárias para se compreender melhor os textos bíblicos. Esta tarefa é dos exegetas, responsáveis, nesta área, pelo bem de todos".
Na memória do Papa argentino ressurge também o discurso que João Paulo II dirigiu aos membros da Pontifícia Comissão Bíblica, na audiência para a apresentação do documento que acabamos de mencionar. Na ocasião, o Papa polonês destacou que "para respeitar a coerência da fé da Igreja e da inspiração da Escritura, a exegese católica deve ter cuidado para não ficar com os aspectos humanos dos textos bíblicos."
Portanto, é necessário que ela - disse Wojtyla - "ajude o povo cristão a perceber mais claramente a palavra de Deus nestes textos, a fim de melhor aceitá-la, para viver em plena comunhão com Deus". Para este efeito, é necessário, de acordo com Francisco, que "o mesmo exegeta saiba perceber nos texos a Palavra Divina”. Isso é possível "apenas se a sua vida espiritual é animada, cheia de diálogo com o Senhor; caso contrário, a investigação exegética permanece incompleta, perde de vista o seu objetivo principal".
O Papa então faz próprias as linhas conclusivas do Documento, em particular “uma expressão muito eficaz": "A exegese católica não tem o direito de se assemelhar a uma corrente de água que se perde na areia de uma análise hipercrítica”. Em outras palavras, além da competência acadêmica, o exegeta precisa principalmente da fé, recebida e compartilhada com todas as pessoas de fé, que em sua totalidade não podem errar”.
Porque, como recordava sempre São João Paulo II, “para chegar a uma interpretação completamente válida das palavras inspiradas pelo Espírito Santo, nós mesmos devemos ser guiados pelo Espírito Santo". Por isso “é preciso rezar, rezar muito, pedir na oração a luz interior do Espírito e acolher docilmente esta luz, pedir o amor, que só os torna capazes de compreender a linguagem de Deus, que é amor”.
À luz de tudo isto, o modelo que o exegeta tem é um só: a Virgem Maria, da qual São Lucas relata que meditava no seu coração as palavras e os acontecimentos do seu Filho, Jesus. "Que Nossa Senhora – conclui o Papa - nos ensine a acolher plenamente a Palavra de Deus, não só através da busca intelectual, mas em toda a nossa vida”.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Reforma política no Brasil: pode ser uma armadilha para os cristãos
Atualmente no Brasil fala-se muitos em temas, como, por exemplo, reforma política, nova Constituição ou constituinte exclusiva e plebiscito sobre uma nova Constituição. O tema da reforma política está sendo debatido pelos intelectuais, pelos artistas, líderes políticos e pelos pastores da Igreja. Até mesmo os candidatos a cargos públicos (presidente da república, governador, deputado federal, etc), nas eleições que acontecerão no próximo mês de outubro, estão debatendo sobre esse tema. No entanto, pouco se fala sobre o real teor de uma reforma política e de uma nova Constituição ou algo parecido.
Antes de se fazer um breve comentário sobre a atual proposta de reforma política é necessário fazer dois sérios esclarecimentos. Primeiro, de fato o Brasil necessita passar por uma reforma política. Atualmente no Brasil os partidos políticos não tem ideário político. Na prática são apenas empresas em busca de ganhos políticos e de benéficos do Estado. Além disso, a legislação torna a vida dos partidos e dos políticos muito difícil. Por exemplo, atualmente no Brasil não é possível haver partidos regionais e municipalistas, a tramitação de uma lei no Congresso nacional é lenta, o processo de cassação de um político é lento e, quase sempre, termina com sua absolvição e o cidadão tem muita dificuldade de expor suas ideias e reclamações aos políticos e aos congressistas. Segundo, é pura ingenuidade pensar que uma reforma política vai resolver os problemas do país. O Brasil vive, desde os tempos coloniais, uma sucessão de reformas políticas. No Brasil, de forma ingênua, tenta-se resolver as crises políticas e econômicas mudando a lei. Pensasse que se mudar a lei, de forma milagrosa, mudaria a realidade. O problema é que isso não acontece, mudar a lei pode dar ao cidadão mais oportunidade de participação e de contestação popular, mas não muda a essência da realidade. Além disso, mudar a lei não mudará a grave crise estrutural que o Brasil vive atualmente, basta ver que, pelos indicativos sociais que recentemente foram divulgados, o país tem péssimos índices da educação, o analfabetismo cresceu, o número de pessoas que depende do Bolsa Família e outros benefícios do Estado não para de crescer, o Brasil não está participando diretamente da nova revolução científica, tecnológica e na área da medicina que está ocorrendo no mundo, o país tem altos índices de violência, chegando ao nível da barbárie. Todos esses problemas sociais e estruturais não serão encaminhados apenas com uma reforma e mudança na atual legislação política do país.
Realizados esses esclarecimentos, passa-se a apontar uma série de três questões que envolvem a proposta de reforma política.
Primeira, de fato necessita-se de uma reforma política no Brasil. Uma reforma que desburocratize as relações entre o Congresso nacional e o cidadão. Uma reforma que, dentre outras coisas, possibilite que os projetos de lei sejam analisados e aprovados de forma mais ágil, que seja possível punir políticos e partidos políticos de forma mais eficaz, que seja possível a criação de novos e dinâmicos partidos políticos, incluindo os partidos regionais.
Segunda, o grande tema que atualmente se fala nos debates em torno da reforma política é o financiamento público, estatal das campanhas eleitorais. É preciso ter em mente que o Estado, como um organismo social, pode participar do pleito eleitoral. No entanto, reivindicar apenas o financiamento público de campanhas eleitorais é uma espécie de golpe financeiro sofisticado. É colocar nas mãos do Estado e, por conseguinte, do contribuinte, o financiamento de partidos e de políticos. Essa proposta é a velha fórmula brasileira de colocar os custos financeiros nas mãos do Estado. Na prática, isso só faz aumentar a corrupção, retirar o poder do cidadão e dos partidos políticos e dar mais poder ao Estado. Numa época em que se fala em ampliação da democracia, pensar em financiamento estatal da política é fazer o caminho inverso, ou seja, o caminho do autoritarismo.
Terceira, é preciso pensar em quem são os grupos sociais e os líderes políticos que estão a frente da luta pela reforma política no Brasil. O problema é que quem anda a frente dessa luta, dando palestras nas universidades, entrevistas na grande mídia e coisas semelhantes; são minoritárias sociais e líderes políticos que historicamente se colocam contra os cristãos, que veem os cristãos como uma estrutura social atrasada, medieval, e até mesmo repulsiva. Atualmente quem propõe a reforma política são estruturas políticas que historicamente defendem, por exemplo, a legalização do aborto, da eutanásia e das drogas. São estruturas políticas que abertamente defendem que os cristãos não devem e não podem dar opiniões dentro da vida política do país, que os cristãos devem se contentar em ficar em casa, com suas orações noturnas, e irem aos templos religiosos aos finais de semana. Esses líderes políticos defendem, entre outras coisas, uma espécie de ditadura secular, onde os símbolos religiosos serão retirados e banidos da vida pública, onde o ensino religioso será proibido e onde a prática da experiência religiosa será apenas uma vaga lembrança da história.
Numa verdadeira democracia tem que haver espaço para grupos que defendem posições políticas extremistas, como é o caso da legalização do aborto, mas não se pode negar o acesso da maioria da população ao debate política, inclusive se essa maioria for cristã ou de outra religião.
Da forma como a atual proposta de reforma política está sendo colocada, parece até que se trata de uma espécie de golpe de Estado com apoio popular, pois o que se deseja, dentro dos discursos oficiais, é fazer, por meio da simples mudança na legislação, tudo aquilo que uma minoria deseja impor ao resto da população e, essa mesma população, de forma democrática, rejeita.
Por fim, afirma-se que realmente o Brasil precisa passar por uma reforma política, uma reforma que desburocratize as relações entre o cidadão e o Congresso nacional, que coloque o cidadão mais próximo do Congresso e da formulação das leis. No entanto, da forma como vem sendo conduzido o debate em torno da reforma política, essa reforma pode se transformar em uma grande armadilha para os cristãos, uma armadilha que pode trazer, para dentro da sociedade brasileira, que é majoritariamente cristã, o autoritarismo e algum nível de perseguição antirreligiosa.
Fonte: Zenit.
Antes de se fazer um breve comentário sobre a atual proposta de reforma política é necessário fazer dois sérios esclarecimentos. Primeiro, de fato o Brasil necessita passar por uma reforma política. Atualmente no Brasil os partidos políticos não tem ideário político. Na prática são apenas empresas em busca de ganhos políticos e de benéficos do Estado. Além disso, a legislação torna a vida dos partidos e dos políticos muito difícil. Por exemplo, atualmente no Brasil não é possível haver partidos regionais e municipalistas, a tramitação de uma lei no Congresso nacional é lenta, o processo de cassação de um político é lento e, quase sempre, termina com sua absolvição e o cidadão tem muita dificuldade de expor suas ideias e reclamações aos políticos e aos congressistas. Segundo, é pura ingenuidade pensar que uma reforma política vai resolver os problemas do país. O Brasil vive, desde os tempos coloniais, uma sucessão de reformas políticas. No Brasil, de forma ingênua, tenta-se resolver as crises políticas e econômicas mudando a lei. Pensasse que se mudar a lei, de forma milagrosa, mudaria a realidade. O problema é que isso não acontece, mudar a lei pode dar ao cidadão mais oportunidade de participação e de contestação popular, mas não muda a essência da realidade. Além disso, mudar a lei não mudará a grave crise estrutural que o Brasil vive atualmente, basta ver que, pelos indicativos sociais que recentemente foram divulgados, o país tem péssimos índices da educação, o analfabetismo cresceu, o número de pessoas que depende do Bolsa Família e outros benefícios do Estado não para de crescer, o Brasil não está participando diretamente da nova revolução científica, tecnológica e na área da medicina que está ocorrendo no mundo, o país tem altos índices de violência, chegando ao nível da barbárie. Todos esses problemas sociais e estruturais não serão encaminhados apenas com uma reforma e mudança na atual legislação política do país.
Realizados esses esclarecimentos, passa-se a apontar uma série de três questões que envolvem a proposta de reforma política.
Primeira, de fato necessita-se de uma reforma política no Brasil. Uma reforma que desburocratize as relações entre o Congresso nacional e o cidadão. Uma reforma que, dentre outras coisas, possibilite que os projetos de lei sejam analisados e aprovados de forma mais ágil, que seja possível punir políticos e partidos políticos de forma mais eficaz, que seja possível a criação de novos e dinâmicos partidos políticos, incluindo os partidos regionais.
Segunda, o grande tema que atualmente se fala nos debates em torno da reforma política é o financiamento público, estatal das campanhas eleitorais. É preciso ter em mente que o Estado, como um organismo social, pode participar do pleito eleitoral. No entanto, reivindicar apenas o financiamento público de campanhas eleitorais é uma espécie de golpe financeiro sofisticado. É colocar nas mãos do Estado e, por conseguinte, do contribuinte, o financiamento de partidos e de políticos. Essa proposta é a velha fórmula brasileira de colocar os custos financeiros nas mãos do Estado. Na prática, isso só faz aumentar a corrupção, retirar o poder do cidadão e dos partidos políticos e dar mais poder ao Estado. Numa época em que se fala em ampliação da democracia, pensar em financiamento estatal da política é fazer o caminho inverso, ou seja, o caminho do autoritarismo.
Terceira, é preciso pensar em quem são os grupos sociais e os líderes políticos que estão a frente da luta pela reforma política no Brasil. O problema é que quem anda a frente dessa luta, dando palestras nas universidades, entrevistas na grande mídia e coisas semelhantes; são minoritárias sociais e líderes políticos que historicamente se colocam contra os cristãos, que veem os cristãos como uma estrutura social atrasada, medieval, e até mesmo repulsiva. Atualmente quem propõe a reforma política são estruturas políticas que historicamente defendem, por exemplo, a legalização do aborto, da eutanásia e das drogas. São estruturas políticas que abertamente defendem que os cristãos não devem e não podem dar opiniões dentro da vida política do país, que os cristãos devem se contentar em ficar em casa, com suas orações noturnas, e irem aos templos religiosos aos finais de semana. Esses líderes políticos defendem, entre outras coisas, uma espécie de ditadura secular, onde os símbolos religiosos serão retirados e banidos da vida pública, onde o ensino religioso será proibido e onde a prática da experiência religiosa será apenas uma vaga lembrança da história.
Numa verdadeira democracia tem que haver espaço para grupos que defendem posições políticas extremistas, como é o caso da legalização do aborto, mas não se pode negar o acesso da maioria da população ao debate política, inclusive se essa maioria for cristã ou de outra religião.
Da forma como a atual proposta de reforma política está sendo colocada, parece até que se trata de uma espécie de golpe de Estado com apoio popular, pois o que se deseja, dentro dos discursos oficiais, é fazer, por meio da simples mudança na legislação, tudo aquilo que uma minoria deseja impor ao resto da população e, essa mesma população, de forma democrática, rejeita.
Por fim, afirma-se que realmente o Brasil precisa passar por uma reforma política, uma reforma que desburocratize as relações entre o cidadão e o Congresso nacional, que coloque o cidadão mais próximo do Congresso e da formulação das leis. No entanto, da forma como vem sendo conduzido o debate em torno da reforma política, essa reforma pode se transformar em uma grande armadilha para os cristãos, uma armadilha que pode trazer, para dentro da sociedade brasileira, que é majoritariamente cristã, o autoritarismo e algum nível de perseguição antirreligiosa.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
As três religiosas assassinadas em Burundi serão enterradas naquele mesmo país
A ex-superiora religiosa regional da congregação das missionárias xaverianas na República Democrática do Congo e em Burundi, irmã Delia Guardagnini, em declarações feitas hoje à agência Fides, disse que as três religiosas assassinadas em Burundi no último domingo, 7 de setembro, tinham pedido para ficar no país apesar de sofrerem problemas de saúde. Seu motivo? Elas “queriam entregar a vida até o fim”.
As irmãs xaverianas Lucia Pulici, Olga Raschietti e Bernadetta Boggian foram assassinadas nas instalações da paróquia dedicada a São Guido Maria Conforti.
“Os corpos não serão repatriados”, disse a ex-superiora, “por vontade expressa das nossas irmãs missionárias e porque as pessoas a quem elas amaram e serviram desejam ficar com elas. É um sinal de amor até o fim”.
A irmã Delia recorda que as três freiras, já idosas, tinham ficado em Burundi “aceitando realizar pequenos serviços, porque as suas forças não permitiam mais que elas fizessem trabalhos pesados. Eram serviços simples, como acompanhar as pessoas, fazer visitas domiciliares, ajudar os pobres. Elas eram muito queridas pela população. Em Burundi, nunca tivemos problemas com ninguém. Não conseguimos entender quem é que pôde nos causar essa violência, de uma forma tão malvada”.
Irmã Delia informou que “os funerais se realizarão nesta quarta-feira em Bujumbura [a capital do país]. Depois, começaremos a longa viagem para levar os corpos das irmãs até o cemitério xaveriano de Bukavu, onde será celebrada a missa na catedral, na quinta-feira de manhã”.
Segundo a mídia italiana, o assassino que apunhalou duas freiras e atingiu a terceira com uma pedra seria um empregado da paróquia, com quem foi achado um celular das religiosas. Ele possuía as chaves da casa paroquial, mas ainda há muitas dúvidas em torno do homicídio.
A ministra de Assuntos Exteriores da Itália, Federica Mogherini, recordou no Senado italiano o caso das três religiosas assassinadas dizendo: "Não podemos ficar de braços cruzados diante de um assunto gravíssimo, o dos ataques contra os cristãos, que está se tornando um fenômeno dramático em muitas partes do mundo".
Fonte:
As irmãs xaverianas Lucia Pulici, Olga Raschietti e Bernadetta Boggian foram assassinadas nas instalações da paróquia dedicada a São Guido Maria Conforti.
“Os corpos não serão repatriados”, disse a ex-superiora, “por vontade expressa das nossas irmãs missionárias e porque as pessoas a quem elas amaram e serviram desejam ficar com elas. É um sinal de amor até o fim”.
A irmã Delia recorda que as três freiras, já idosas, tinham ficado em Burundi “aceitando realizar pequenos serviços, porque as suas forças não permitiam mais que elas fizessem trabalhos pesados. Eram serviços simples, como acompanhar as pessoas, fazer visitas domiciliares, ajudar os pobres. Elas eram muito queridas pela população. Em Burundi, nunca tivemos problemas com ninguém. Não conseguimos entender quem é que pôde nos causar essa violência, de uma forma tão malvada”.
Irmã Delia informou que “os funerais se realizarão nesta quarta-feira em Bujumbura [a capital do país]. Depois, começaremos a longa viagem para levar os corpos das irmãs até o cemitério xaveriano de Bukavu, onde será celebrada a missa na catedral, na quinta-feira de manhã”.
Segundo a mídia italiana, o assassino que apunhalou duas freiras e atingiu a terceira com uma pedra seria um empregado da paróquia, com quem foi achado um celular das religiosas. Ele possuía as chaves da casa paroquial, mas ainda há muitas dúvidas em torno do homicídio.
A ministra de Assuntos Exteriores da Itália, Federica Mogherini, recordou no Senado italiano o caso das três religiosas assassinadas dizendo: "Não podemos ficar de braços cruzados diante de um assunto gravíssimo, o dos ataques contra os cristãos, que está se tornando um fenômeno dramático em muitas partes do mundo".
Fonte:
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
ONU denuncia que as milícias do Estado Islâmico usam crianças-soldados
Os jihadistas do Estado Islâmico "utilizam crianças em idades que mal chegam a 13 anos para levar armas, guardar lugares estratégicos e prender civis", declarou nesta segunda-feira Leila Zerrougui, representante da Organização das Nações Unidas nos casos de relação entre infância e conflitos armados. A declaração foi apresentada ao Conselho de Segurança da ONU.
Centenas de menores foram assassinados ou mutilados pelos jihadistas desde o começo do ano. Muitos deles foram forçados a participar de atos terroristas, portar armas ou participar de ataques suicidas organizados pelas milícias do Estado Islâmico.
Multiplicam-se, além disso, as denúncias de abusos sexuais cometidos pelas milícias do EI. Uma jovem yazidi, ex-prisioneira do grupo, relatou ao jornal italiano La Repubblica que foi obrigada a viver como escrava sexual da organização jihadista.
A jovem, que tem 17 anos e não quis revelar seu nome, tinha sido capturada pelo EI no dia 3 de agosto, quando o grupo extremista atacou o povoado de Sinjar, no norte do Iraque. Desde então, ela e outras quarenta mulheres, incluindo desde meninas de 12 anos até mães com filhos pequenos, eram violentadas várias vezes por dia, todos os dias, disse a jovem.
Também tem causado repúdio nas redes sociais a publicação da militante jihadista Aqsa Mahmud, de origem britânica, que publicou a foto do seu bebê segurando um fuzil Kalashnikov.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou nesta segunda-feira que formará uma coalizão internacional permanente para combater o Estado Islâmico. John Kerry afirmou que cada país tem responsabilidade na missão de acabar com os jihadistas que aterrorizam o Iraque e a Síria.
Fonte: Zenit.
Centenas de menores foram assassinados ou mutilados pelos jihadistas desde o começo do ano. Muitos deles foram forçados a participar de atos terroristas, portar armas ou participar de ataques suicidas organizados pelas milícias do Estado Islâmico.
Multiplicam-se, além disso, as denúncias de abusos sexuais cometidos pelas milícias do EI. Uma jovem yazidi, ex-prisioneira do grupo, relatou ao jornal italiano La Repubblica que foi obrigada a viver como escrava sexual da organização jihadista.
A jovem, que tem 17 anos e não quis revelar seu nome, tinha sido capturada pelo EI no dia 3 de agosto, quando o grupo extremista atacou o povoado de Sinjar, no norte do Iraque. Desde então, ela e outras quarenta mulheres, incluindo desde meninas de 12 anos até mães com filhos pequenos, eram violentadas várias vezes por dia, todos os dias, disse a jovem.
Também tem causado repúdio nas redes sociais a publicação da militante jihadista Aqsa Mahmud, de origem britânica, que publicou a foto do seu bebê segurando um fuzil Kalashnikov.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou nesta segunda-feira que formará uma coalizão internacional permanente para combater o Estado Islâmico. John Kerry afirmou que cada país tem responsabilidade na missão de acabar com os jihadistas que aterrorizam o Iraque e a Síria.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
As lojas fora do Vaticano não poderão mais vender as bênçãos papais
As dezenas e dezenas de lojas em todo do Vaticano não poderão mais vender os pergaminhos com as bênçãos papais. A decisão, tomada pessoalmente pelo Papa Francisco, foi anunciada em uma carta com a data do 12 de abril de 2014, assinada pelo Esmoler de Sua Santidade, Mons. Konrad Krajewski.
No texto, o prelado explicou que no próximo dia 31 de dezembro cessará peremptoriamente a Convenção entre o Departamento da Santa Sé utilizado para a concessão das bênçãos apostólicas com papel de pergaminho, e as lojas e livrarias contempladas no acordo.
Desde janeiro de 2015, portanto, não será mais possível solicitar fora do Vaticano o pergaminho para presentear por ocasiões de aniversários e casamentos. Um negócio que rendia muito dinheiro às lojas ao redor dos muros leoninos. Pago por 10 a 50 euros - diz o site do Vaticano Insider - eles deixavam para a Esmoleria apostólica (Instituição que se dedica à caridade do Papa) apenas 3 € por pergaminho com a assinatura e o carimbo. Com as novas disposições do Papa Francisco - de acordo com um processo já iniciado em 2010 pelo Papa Bento XVI - o dinheiro arrecadado pelo "negócio" dos pergaminhos irá, agora, diretamente para os pobres.
Mons. Krajewski lembra na carta que esta é precisamente a tarefa da Esmoleria apostólica: "praticar da caridade com os pobres em nome do Sumo Pontífice", de acordo com a vontade do Papa Leão XIII, que, ao há mais de um século atrás, havia dado ao Esmoler “a faculdade de conceder a Bênção Apostólica por meio de diplomas, de modo que o órgão encarregado da caridade tivesse os recursos necessários para praticá-la".
Assim, as próprias bênçãos voltarão a desempenhar a sua função original: fornecer os recursos necessários para esta caridade, ajudando principalmente as pessoas necessitadas que escrevem pedindo apoio financeiro. Tarefa que o mesmo Krajewski realiza indo muitas vezes pessoalmente para levar pequenas contribuições em dinheiro, de acordo com indicações do Papa.
Nos últimos anos, o Instituto tinha se ajudado das lojas, livrarias e instituições "para tornar acessível a um número crescente de peregrinos que vinham a Roma" a chance de obter a bênção. Com a difusão sempre mais ampla da Internet, nos últimos anos, no entanto, foi desenvolvido o site www.elemosineria.va, graças ao qual era possível acessar todas as informações necessárias para a obtenção dos diplomas também através do envio a todas as partes do mundo.
A carta do Esmoler diz também que no mês de Setembro passado, o Papa Francisco tinha estendido “a faculdade de conceder a benção papal em pergaminho” também aos vários núncios apostólicos espalhados nos países ao redor do mundo.
À luz destas informações, decidiu-se, portanto, não renovar a convenção de forma que “tal serviço – explica a carta – possa retornar, como originalmente, à responsabilidade deste departamento e ficar com a única finalidade caritativa pela qual nasceu".
Mons. Krajewski afirma também que tal decisão não vai afetar os empregos dos calígrafos que têm a tarefa de escrever concretamente as bênçãos. A Esmoleria, com 12 funcionários, conta com a colaboração externa de 17 especialistas que diariamente vão ao departamento para pegar ou devolver as bênçãos.
Entre os "outsiders" que continuarão a trabalhar para a Esmoleria – informa o Vatican Insider – estão os mosteiros de clausura, onde se preparam os manuscritos mais valiosos escritos inteiramente à mão.
Fonte: Zenit.
Desde janeiro de 2015, portanto, não será mais possível solicitar fora do Vaticano o pergaminho para presentear por ocasiões de aniversários e casamentos. Um negócio que rendia muito dinheiro às lojas ao redor dos muros leoninos. Pago por 10 a 50 euros - diz o site do Vaticano Insider - eles deixavam para a Esmoleria apostólica (Instituição que se dedica à caridade do Papa) apenas 3 € por pergaminho com a assinatura e o carimbo. Com as novas disposições do Papa Francisco - de acordo com um processo já iniciado em 2010 pelo Papa Bento XVI - o dinheiro arrecadado pelo "negócio" dos pergaminhos irá, agora, diretamente para os pobres.
Mons. Krajewski lembra na carta que esta é precisamente a tarefa da Esmoleria apostólica: "praticar da caridade com os pobres em nome do Sumo Pontífice", de acordo com a vontade do Papa Leão XIII, que, ao há mais de um século atrás, havia dado ao Esmoler “a faculdade de conceder a Bênção Apostólica por meio de diplomas, de modo que o órgão encarregado da caridade tivesse os recursos necessários para praticá-la".
Assim, as próprias bênçãos voltarão a desempenhar a sua função original: fornecer os recursos necessários para esta caridade, ajudando principalmente as pessoas necessitadas que escrevem pedindo apoio financeiro. Tarefa que o mesmo Krajewski realiza indo muitas vezes pessoalmente para levar pequenas contribuições em dinheiro, de acordo com indicações do Papa.
Nos últimos anos, o Instituto tinha se ajudado das lojas, livrarias e instituições "para tornar acessível a um número crescente de peregrinos que vinham a Roma" a chance de obter a bênção. Com a difusão sempre mais ampla da Internet, nos últimos anos, no entanto, foi desenvolvido o site www.elemosineria.va, graças ao qual era possível acessar todas as informações necessárias para a obtenção dos diplomas também através do envio a todas as partes do mundo.
A carta do Esmoler diz também que no mês de Setembro passado, o Papa Francisco tinha estendido “a faculdade de conceder a benção papal em pergaminho” também aos vários núncios apostólicos espalhados nos países ao redor do mundo.
À luz destas informações, decidiu-se, portanto, não renovar a convenção de forma que “tal serviço – explica a carta – possa retornar, como originalmente, à responsabilidade deste departamento e ficar com a única finalidade caritativa pela qual nasceu".
Mons. Krajewski afirma também que tal decisão não vai afetar os empregos dos calígrafos que têm a tarefa de escrever concretamente as bênçãos. A Esmoleria, com 12 funcionários, conta com a colaboração externa de 17 especialistas que diariamente vão ao departamento para pegar ou devolver as bênçãos.
Entre os "outsiders" que continuarão a trabalhar para a Esmoleria – informa o Vatican Insider – estão os mosteiros de clausura, onde se preparam os manuscritos mais valiosos escritos inteiramente à mão.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
"Insultar não é cristão"
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de ontem, domingo, extraído do capítulo 18 de Mateus, apresenta o tema da correção fraterna na comunidade dos fiéis, isto é, como eu tenho que corrigir outro cristão quando ele não faz uma coisa boa. Jesus nos ensina que, se o meu irmão cristão comete um pecado contra mim, me ofende, eu devo ter caridade para com ele e, em primeiro lugar, falar com ele pessoalmente, explicando-lhe que o que ele disse ou fez não é bom. E se o seu irmão não me ouvir? Jesus sugere uma intervenção progressiva: primeiro, voltar a falar-lhe com duas ou três outras pessoas, para ter mais consciência do erro que ele cometeu; se, apesar disso, não aceita a exortação, deve-se apresentar à comunidade; e se não ouvir sequer a comunidade, é preciso fazê-lo sentir a fratura e o distanciamento que ele mesmo provocou, destruindo a comunhão com os irmãos na fé.
As etapas deste percurso mostram o esforço que o Senhor pede à sua comunidade para acompanhar aqueles que erram, a fim de que não se perca. É necessário, antes de qualquer coisa, evitar o clamor da crônica e a murmuração da comunidade - essa é a primeira coisa, evite isso -. “Vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo!” (V.15). A atitude é de delicadeza, prudência, humildade, atenção para com quem pecou, de maneira a evitar que as palavras possam ferir e matar seu irmão. Porque, vocês sabem, até mesmo as palavras matam! Quando falo mal, faço uma crítica injusta, quando eu "descarno" um irmão com a minha língua, isso é matar a reputação do outro! Mesmo as palavras matam. Prestemos atenção nisso. Ao mesmo tempo, esta discrição de falar com ele sozinho tem a finalidade de não mortificar inutilmente o pecador. Se há uma conversa entre os dois, ninguém percebe isso e está tudo acabado. É à luz desta necessidade, compreende-se a serie sucessiva de intervenções, que inclui a participação de algumas testemunhas e até mesmo da comunidade. O objetivo é ajudar a pessoa a perceber o que ela fez, e que com a sua culpa ofendeu não apenas um, mas todos. Mas também para nos ajudar a nos libertar da ira e do ressentimento que só fazem mal: a amargura do coração que traz ira e ressentimento, e que nos leva a insultar e agredir. É muito feio ver sair da boca de um cristão um insulto ou uma agressão. É feio. Sabe? Nada de insultos! Insultar não é cristão. Entenderam? Insultar não é cristão.
Na verdade, diante de Deus todos nós somos pecadores e necessitados de perdão. Todos. Jesus, de fato, nos disse para não julgar. A correção fraterna é um aspecto do amor e da comunhão que deve reinar na comunidade cristã, é um serviço recíproco que podemos e devemos fazer uns aos outros. Corrigir o irmão é um serviço, e é possível e eficaz se cada um se reconhece pecador e necessitado do perdão do Senhor. A mesma consciência que me faz reconhecer o erro do outro, antes, me lembra que eu mesmo errei tantas vezes.
Por esta razão, no início da Missa, sempre somos convidados a reconhecer diante do Senhor que somos pecadores, expressando com palavras e gestos o arrependimento sincero do coração. E dizemos: “Senhor, tende piedade de mim, Senhor. Eu sou um pecador! Confesso, Deus Onipotente, meus pecados”. E nós não dizemos: “Senhor, tende piedade dessa pessoa que está ao meu lado, ou daqueles, que são pecadores”. Não! Tende misericórdia de mim. Todos somos pecadores e necessitados do perdão do Senhor. É o Espírito Santo que fala ao nosso espírito e nos faz reconhecer nossas culpas à luz da Palavra de Jesus. E é o mesmo Jesus que convida a todos, santos e pecadores, à sua mesa, nos tirando das encruzilhadas das estradas, das diversas situações vida (cf. Mt 22,9-10). E entre as condições que são comuns dos que participam da celebração eucarística, duas são fundamentais: todos somos pecadores e a todos Deus doa a sua misericórdia. São duas condições que abrem as portas para ir bem à Missa. Devemos nos lembrar sempre disso antes de corrigirmos fraternalmente o nosso irmão.
Peçamos por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, que amanhã celebraremos a festa litúrgica da sua Natividade.
Fonte: Zenit.
O Evangelho de ontem, domingo, extraído do capítulo 18 de Mateus, apresenta o tema da correção fraterna na comunidade dos fiéis, isto é, como eu tenho que corrigir outro cristão quando ele não faz uma coisa boa. Jesus nos ensina que, se o meu irmão cristão comete um pecado contra mim, me ofende, eu devo ter caridade para com ele e, em primeiro lugar, falar com ele pessoalmente, explicando-lhe que o que ele disse ou fez não é bom. E se o seu irmão não me ouvir? Jesus sugere uma intervenção progressiva: primeiro, voltar a falar-lhe com duas ou três outras pessoas, para ter mais consciência do erro que ele cometeu; se, apesar disso, não aceita a exortação, deve-se apresentar à comunidade; e se não ouvir sequer a comunidade, é preciso fazê-lo sentir a fratura e o distanciamento que ele mesmo provocou, destruindo a comunhão com os irmãos na fé.
As etapas deste percurso mostram o esforço que o Senhor pede à sua comunidade para acompanhar aqueles que erram, a fim de que não se perca. É necessário, antes de qualquer coisa, evitar o clamor da crônica e a murmuração da comunidade - essa é a primeira coisa, evite isso -. “Vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo!” (V.15). A atitude é de delicadeza, prudência, humildade, atenção para com quem pecou, de maneira a evitar que as palavras possam ferir e matar seu irmão. Porque, vocês sabem, até mesmo as palavras matam! Quando falo mal, faço uma crítica injusta, quando eu "descarno" um irmão com a minha língua, isso é matar a reputação do outro! Mesmo as palavras matam. Prestemos atenção nisso. Ao mesmo tempo, esta discrição de falar com ele sozinho tem a finalidade de não mortificar inutilmente o pecador. Se há uma conversa entre os dois, ninguém percebe isso e está tudo acabado. É à luz desta necessidade, compreende-se a serie sucessiva de intervenções, que inclui a participação de algumas testemunhas e até mesmo da comunidade. O objetivo é ajudar a pessoa a perceber o que ela fez, e que com a sua culpa ofendeu não apenas um, mas todos. Mas também para nos ajudar a nos libertar da ira e do ressentimento que só fazem mal: a amargura do coração que traz ira e ressentimento, e que nos leva a insultar e agredir. É muito feio ver sair da boca de um cristão um insulto ou uma agressão. É feio. Sabe? Nada de insultos! Insultar não é cristão. Entenderam? Insultar não é cristão.
Na verdade, diante de Deus todos nós somos pecadores e necessitados de perdão. Todos. Jesus, de fato, nos disse para não julgar. A correção fraterna é um aspecto do amor e da comunhão que deve reinar na comunidade cristã, é um serviço recíproco que podemos e devemos fazer uns aos outros. Corrigir o irmão é um serviço, e é possível e eficaz se cada um se reconhece pecador e necessitado do perdão do Senhor. A mesma consciência que me faz reconhecer o erro do outro, antes, me lembra que eu mesmo errei tantas vezes.
Por esta razão, no início da Missa, sempre somos convidados a reconhecer diante do Senhor que somos pecadores, expressando com palavras e gestos o arrependimento sincero do coração. E dizemos: “Senhor, tende piedade de mim, Senhor. Eu sou um pecador! Confesso, Deus Onipotente, meus pecados”. E nós não dizemos: “Senhor, tende piedade dessa pessoa que está ao meu lado, ou daqueles, que são pecadores”. Não! Tende misericórdia de mim. Todos somos pecadores e necessitados do perdão do Senhor. É o Espírito Santo que fala ao nosso espírito e nos faz reconhecer nossas culpas à luz da Palavra de Jesus. E é o mesmo Jesus que convida a todos, santos e pecadores, à sua mesa, nos tirando das encruzilhadas das estradas, das diversas situações vida (cf. Mt 22,9-10). E entre as condições que são comuns dos que participam da celebração eucarística, duas são fundamentais: todos somos pecadores e a todos Deus doa a sua misericórdia. São duas condições que abrem as portas para ir bem à Missa. Devemos nos lembrar sempre disso antes de corrigirmos fraternalmente o nosso irmão.
Peçamos por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, que amanhã celebraremos a festa litúrgica da sua Natividade.
Fonte: Zenit.
domingo, 7 de setembro de 2014
“Com efeito, ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo!”
Essa frase pertence a São Jerônimo, um sacerdote do século IV, muito conhecido por ter traduzido a Bíblia para o Latim, tradução que chamamos Vulgata. Esse nome vem de “vulgata versio” que significa “versão de divulgação para o povo.” São Jerônimo, então, traduziu a Bíblia para um Latim de fácil compreensão para as pessoas comuns daquela época. Isso é muito interessante porque mostra que desde então existe uma preocupação da Igreja por fazer que a Palavra de Deus seja compreensível para todos.
Nesse mês de Setembro, em que celebramos o mês da Bíblia, temos mais uma oportunidade para buscar compreender melhor a Palavra de Deus. Essa Palavra não foi dita só para os mais estudiosos, para os sacerdotes, para grandes teólogos. Na verdade ela foi dita de maneira especial para os mais simples, para os que se reconhecem necessitados de Deus. Por isso é preciso, antes que tudo, um espírito simples e humilde para que a Palavra entre em nosso coração e possa dar os frutos que veio para dar. Somos todos chamados a conhecer a Palavra de Deus.
Mas porque é importante ler a Bíblia? Porque é importante conhecer essa história?
A resposta é muito simples. Porque a história que se conta na Bíblia é a história de Deus comigo. Não é somente a história de Deus com o seu povo eleito ou a história dos inícios da Igreja. A Palavra de Deus é viva e me interpela hoje. Ela fala comigo cada dia. Por meio dessa Palavra Deus pode me guiar por onde Ele quiser e fazer da minha vida uma vida feliz para mim e para os que me rodeiam.
Gosto de pensar em uma figura quando leio a Bíblia. Somos todos peregrinos nessa terra e caminhamos rumo ao Céu. Os diversos livros que compõem o cânon da Bíblia seriam como cartas da nossa Pátria celeste que nos ensinam como viver para chegar um dia ao nosso destino. Por outro lado, por meio delas podemos já experimentar um pouco do que vamos viver eternamente junto a Deus, o que nos dá esperanças para continuar lutando no nosso dia a dia por viver de acordo com essa Palavra de Verdade que encontramos.
Nós como católicos precisamos conhecer mais a Jesus e ler as Escrituras é um meio privilegiado para que nos encontremos com Ele. Por isso é tão importante que tenhamos familiaridade com os textos Sagrados.
E como ler a Bíblia? Às vezes é difícil entender o que está escrito!
A Bíblia é um livro fascinante, mas realmente pode ser difícil de entender em alguns momentos. Por isso precisamos de muita humildade para reconhecer nossos limites e de confiança na Igreja que, guiada pelo Espírito Santo, recebeu a responsabilidade de guardar e interpretar corretamente a Sagrada Escritura. E é isso que ela vem fazendo a mais de dois mil anos.
Isso não quer dizer que nós, simples fiéis, não possamos ler a Bíblia. Muito pelo contrário, o catecismo diz que “É preciso que o acesso à Sagrada Escritura seja amplamente aberto aos fiéis”. Simplesmente temos que ler a Bíblia junto com a Igreja, por exemplo, escutando aos nossos Bispos e de maneira especial ao Papa.
Na Missa possuímos um lugar muito especial para enriquecer-nos com a Palavra de Deus, já que nela a Igreja, sempre iluminada pelo Espírito Santo, preparou e organizou uma série de leituras que podem produzir muitos frutos se encontram terreno fértil no coração dos fiéis. Uma sugestão para viver nesse mês da Bíblia pode ser que façamos um esforço especial por escutar as leituras que são proclamadas na Igreja. Sabemos que muitas vezes nos perdemos e que não estamos atentos, talvez porque não percebemos a importância desse momento. No entanto o catecismo diz: "'A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor': ambos alimentam e dirigem toda a vida cristã"
Conselho do Papa
O Papa Francisco vem insistindo muito na necessidade dos católicos alimentarem-se diariamente da Palavra de Deus. Um conselho prático que ele já deu algumas vezes foi o de levarmos sempre conosco um evangelho de bolso. Assim podemos sempre que tenhamos um tempinho, na fila do banco, no engarrafamento ou em qualquer situação, alimentar o nosso Espírito com a Palavra de Deus.
Que nesse mês da Bíblia cresçamos ainda mais no nosso amor a Deus por meio das Sagradas Escrituras. E que Jesus, a Palavra única de Deus, possa ir fazendo, cada vez mais, morada nos nossos corações, que o conheçamos mais e assim possamos mostrar melhor para todo o mundo que Ele continua sendo uma Palavra viva, que transforma os corações dos homens tornando-os verdadeiramente felizes.
Fonte: A12.COM.
sábado, 6 de setembro de 2014
Dia da Pátria: a contribuição da Igreja na construção de um mundo mais justo e fraterno
Os dons do Espírito Santo são concedidos para que as pessoas se deixem conduzir, no seu dia a dia, não pelos impulsos oferecidos apenas pelos sentidos, mas aprendam a discernir o que é melhor para a própria sociedade, as relações interpessoais e o crescimento de cada um dos filhos e filhas de Deus, feitos todos para a felicidade e a plena realização. Um dos dons se chama piedade e através de sua atuação somos conduzidos à bondade, com sentimentos e atitudes adequadas em relação aos outros, a família, a sociedade e a pátria.
Alguns dos frutos esperados da ação do Espírito Santo nos cristãos que cultivam a bondade atende pelos nomes de civilidade, cidadania e patriotismo. Sim, ao celebrarmos neste final de semana o dia da Independência, Dia da Pátria, desejamos oferecer à sociedade reflexões que signifiquem a contribuição da Igreja na construção de um mundo mais justo e fraterno, sabendo que vivemos num ambiente de pluralismo, com diversidade de pontos de vista e opções, a serem por todos respeitados e valorizados. Há um sonho de liberdade e uma justa pretensão de um tratamento igualitário, capaz de ir ao encontro especialmente dos grupos mais frágeis da própria sociedade. Acrescente-se a isso o quadro em que nos encontramos na sociedade brasileira, pelo processo eleitoral que envolve as diversas forças e bancadas políticas, no amplo leque de propostas oferecidas, exigindo discernimento maduro e equilibrado.
Os cristãos são chamados a viver nesta terra, obedecer as leis e superá-las com a lei maior da caridade, derramada nos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Tudo o que se disser a respeito do patriotismo e do exercício da cidadania pode sempre passar por um processo de aperfeiçoamento contínuo, pois não temos aqui estadia permanente, mas estamos em busca daquela que há de vir (Cf. Hb 13, 14-21). Daí que a impostação de sua presença no mundo comporta uma sadia inquietação, que podemos chamar de espírito crítico, a ser exercitado sem azedume nem revolta. É que o sonho do cristão tem nome de "Reino de Deus"!
Muitas atitudes até justificáveis pela gravidade dos problemas sociais podem gerar um acirramento no trato dos mesmos, a ponto de transformar em ódio os eventuais conflitos de contrários, ou mais ainda, situações de ângulos diferentes, possíveis de se ajustarem em vista do bem comum. Esta é uma contribuição que os cristãos desejam oferecer ao exercício da cidadania. Enxergar os problemas a partir dos interesses comuns, superando uma sempre tentadora luta de classes, que alguns já viram como única via para a superação das mazelas da humanidade nos decênios passados, com resultados sempre desastrosos. A busca do que constrói a vida das pessoas e da coletividade, o diálogo sereno, com a capacidade de verificar a validade das contribuições alheias e o necessário acolhimento das mesmas, pode ser a estrada para a edificação do desejado mundo novo.
O sadio patriotismo leva à bonita emoção que envolve a todos os brasileiros. Basta lembrar o quanto toca em nosso brio pessoal o canto do Hino Nacional, a bandeira hasteada nas solenidades, ou soldados garbosos em seus desfiles que deixam pais e mães orgulhosos. Os benefícios sociais alcançados pelas comunidades, as conquistas dos mais excluídos, a casa própria adquirida com tanto esforço, a vitória dos jovens que acedem às Universidades, o primeiro trabalho ou o primeiro salário, tudo isso é construção de um mundo digno e respeitoso para todos.
Entretanto, o patriotismo tem seu contraponto no exercício de gestos de cidadania. A reflexão que agora proponho veio da indignação de um jovem diante do desleixo com que se joga lixo na rua. Fez-me pensar no respeito às leis de trânsito, o cuidado com nossas praças e áreas de lazer, assim como a resposta que pode se dada às situações críticas de nossa região e do mundo. Patriotismo significa amar a terra em que vivemos, valorizar a natureza que é dom de Deus e, mais ainda, o respeito à vida das pessoas, a serem amadas com amor de caridade e com quais podemos merecer a presença do Senhor, “pois onde dois ou mais estão reunidos em seu nome, ele está presente” (Mt 18, 20).
Cidadania é ainda a participação nas atividades comunitárias e a valorização de iniciativas nas ruas e bairros. As campanhas organizadas em vários períodos do ano pela Cáritas ou as diversas Obras Sociais existentes, pedem resposta e participação. Edifica muito o envolvimento das pessoas especialmente quando se trata de promover e apoiar as crianças. Se tantas vezes lamentamos e nos indignamos com a violência, há que reconhecer a solidariedade que se estabelece diante do sofrimento de pessoas e grupos.
Cidadania é presença, e pode se transformar em exercício da caridade. Tenho proposto a pessoas e grupos que a criatividade se exercite na sensibilidade correspondente aos dons recebidos. Uma pessoa pode visitar semanalmente os hospitais, outra vai ao presídio, uma terceira se coloca à disposição para levar os doentes aos hospitais. Cada um olhe ao seu redor e descubra seu jeito de ser presença.
Um dos âmbitos decisivos do exercício da cidadania é o engajamento dos cristãos leigos na política partidária. Sabemos que a Igreja Católica é muitas vezes incompreendida e julgada por não cerrar fileiras com os diversos partidos e grupos existentes. Acontece que ela é discípula e mestra na história. Noutras ocasiões, a escolha de lados na política só trouxe prejuízos, não só para a própria Igreja, quanto para a própria sociedade. Houve também clérigos que se aventuraram em pleitos eleitorais, contribuindo infelizmente apenas para a divisão entre os fiéis. Cabe à Igreja estimular os homens e mulheres vocacionados à política, oferecer-lhes a formação adequada e ajudá-los a se comprometerem, não em jogos de vis interesses, mas no compromisso com os valores do Evangelho.
Na proximidade das eleições, a Arquidiocese de Belém abriu espaço em seus meios de Comunicação, através da Fundação Nazaré de Comunicação, para os vários candidatos ao governo do Estado do Pará apresentarem suas propostas e planos de trabalho. De nossa parte oferecemos elementos para as decisões dos eleitores. Entretanto, estão em jogo os cargos de Presidente da República, Senadores, Deputados Federais e Estaduais. Ato de inteligência e de cidadania consciente é a busca do conhecimento as possíveis pessoas a receberem nossos votos. Há bandeiras fundamentais que correspondem às convicções dos cristãos, como o respeito à vida, desde a concepção até seu ocaso natural, o valor do matrimônio entre homem e mulher, a liberdade religiosa, ou a citada luta pelo bem comum, com a consequente batalha contra a corrupção. A análise da vida dos candidatos ou candidatas, na verificação de sua experiência e dedicação ao bem da sociedade, ou ainda, o discernimento que leva a identificar a existência de interesses menores e até escusos em possíveis candidaturas, são ângulos que se abrem para a necessária preparação às eleições. Será ainda exercício de cidadania acompanhar o desenrolar dos mandatos dos eleitos, para construir, pouco a pouco, um país melhor e mais digno para seus filhos.
Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
Os cristãos são chamados a viver nesta terra, obedecer as leis e superá-las com a lei maior da caridade, derramada nos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Tudo o que se disser a respeito do patriotismo e do exercício da cidadania pode sempre passar por um processo de aperfeiçoamento contínuo, pois não temos aqui estadia permanente, mas estamos em busca daquela que há de vir (Cf. Hb 13, 14-21). Daí que a impostação de sua presença no mundo comporta uma sadia inquietação, que podemos chamar de espírito crítico, a ser exercitado sem azedume nem revolta. É que o sonho do cristão tem nome de "Reino de Deus"!
Muitas atitudes até justificáveis pela gravidade dos problemas sociais podem gerar um acirramento no trato dos mesmos, a ponto de transformar em ódio os eventuais conflitos de contrários, ou mais ainda, situações de ângulos diferentes, possíveis de se ajustarem em vista do bem comum. Esta é uma contribuição que os cristãos desejam oferecer ao exercício da cidadania. Enxergar os problemas a partir dos interesses comuns, superando uma sempre tentadora luta de classes, que alguns já viram como única via para a superação das mazelas da humanidade nos decênios passados, com resultados sempre desastrosos. A busca do que constrói a vida das pessoas e da coletividade, o diálogo sereno, com a capacidade de verificar a validade das contribuições alheias e o necessário acolhimento das mesmas, pode ser a estrada para a edificação do desejado mundo novo.
O sadio patriotismo leva à bonita emoção que envolve a todos os brasileiros. Basta lembrar o quanto toca em nosso brio pessoal o canto do Hino Nacional, a bandeira hasteada nas solenidades, ou soldados garbosos em seus desfiles que deixam pais e mães orgulhosos. Os benefícios sociais alcançados pelas comunidades, as conquistas dos mais excluídos, a casa própria adquirida com tanto esforço, a vitória dos jovens que acedem às Universidades, o primeiro trabalho ou o primeiro salário, tudo isso é construção de um mundo digno e respeitoso para todos.
Entretanto, o patriotismo tem seu contraponto no exercício de gestos de cidadania. A reflexão que agora proponho veio da indignação de um jovem diante do desleixo com que se joga lixo na rua. Fez-me pensar no respeito às leis de trânsito, o cuidado com nossas praças e áreas de lazer, assim como a resposta que pode se dada às situações críticas de nossa região e do mundo. Patriotismo significa amar a terra em que vivemos, valorizar a natureza que é dom de Deus e, mais ainda, o respeito à vida das pessoas, a serem amadas com amor de caridade e com quais podemos merecer a presença do Senhor, “pois onde dois ou mais estão reunidos em seu nome, ele está presente” (Mt 18, 20).
Cidadania é ainda a participação nas atividades comunitárias e a valorização de iniciativas nas ruas e bairros. As campanhas organizadas em vários períodos do ano pela Cáritas ou as diversas Obras Sociais existentes, pedem resposta e participação. Edifica muito o envolvimento das pessoas especialmente quando se trata de promover e apoiar as crianças. Se tantas vezes lamentamos e nos indignamos com a violência, há que reconhecer a solidariedade que se estabelece diante do sofrimento de pessoas e grupos.
Cidadania é presença, e pode se transformar em exercício da caridade. Tenho proposto a pessoas e grupos que a criatividade se exercite na sensibilidade correspondente aos dons recebidos. Uma pessoa pode visitar semanalmente os hospitais, outra vai ao presídio, uma terceira se coloca à disposição para levar os doentes aos hospitais. Cada um olhe ao seu redor e descubra seu jeito de ser presença.
Um dos âmbitos decisivos do exercício da cidadania é o engajamento dos cristãos leigos na política partidária. Sabemos que a Igreja Católica é muitas vezes incompreendida e julgada por não cerrar fileiras com os diversos partidos e grupos existentes. Acontece que ela é discípula e mestra na história. Noutras ocasiões, a escolha de lados na política só trouxe prejuízos, não só para a própria Igreja, quanto para a própria sociedade. Houve também clérigos que se aventuraram em pleitos eleitorais, contribuindo infelizmente apenas para a divisão entre os fiéis. Cabe à Igreja estimular os homens e mulheres vocacionados à política, oferecer-lhes a formação adequada e ajudá-los a se comprometerem, não em jogos de vis interesses, mas no compromisso com os valores do Evangelho.
Na proximidade das eleições, a Arquidiocese de Belém abriu espaço em seus meios de Comunicação, através da Fundação Nazaré de Comunicação, para os vários candidatos ao governo do Estado do Pará apresentarem suas propostas e planos de trabalho. De nossa parte oferecemos elementos para as decisões dos eleitores. Entretanto, estão em jogo os cargos de Presidente da República, Senadores, Deputados Federais e Estaduais. Ato de inteligência e de cidadania consciente é a busca do conhecimento as possíveis pessoas a receberem nossos votos. Há bandeiras fundamentais que correspondem às convicções dos cristãos, como o respeito à vida, desde a concepção até seu ocaso natural, o valor do matrimônio entre homem e mulher, a liberdade religiosa, ou a citada luta pelo bem comum, com a consequente batalha contra a corrupção. A análise da vida dos candidatos ou candidatas, na verificação de sua experiência e dedicação ao bem da sociedade, ou ainda, o discernimento que leva a identificar a existência de interesses menores e até escusos em possíveis candidaturas, são ângulos que se abrem para a necessária preparação às eleições. Será ainda exercício de cidadania acompanhar o desenrolar dos mandatos dos eleitos, para construir, pouco a pouco, um país melhor e mais digno para seus filhos.
Dom Alberto Taveira, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
O Estado Islâmico não faz diferença entre Oriente e Ocidente. Todos somos incrédulos!
As notícias dos telejornais, da imprensa e da internet em todo o mundo, ultimamente, são todas dedicadas às ações desumanas, imorais e brutais do Estado Islâmico da Grande Síria e do Iraque (EIIL).
Por mais de três meses, o massacre, a perseguição, a deportação e os sequestros dos cristãos sírios e iraquianos são as prioridades dos extremistas islâmicos sunitas jihadistas, que estão dominando algumas regiões do Levante, anunciando o nascimento de um novo califado islâmico.
Diante de tanto sangue que flui no Iraque, no panorama das cidades mais antigas do cristianismo já esvaziadas, diante de milhares de refugiados que fogem diariamente das suas terras, diante das fotos de crianças e idosos abandonados, diante dos bombardeios das igrejas e das mesquitas mais antigas e diante do número ilimitado de mártires cristãos durante estes últimos meses, a maior parte das nações do mundo permaneceu em silêncio total olhando para o que acontece no Oriente Médio deixando só alguns breves comentários. Algo muito triste...
O novo califado do estado islâmico Abu Bakr al-Baghdadi é seguido por mais de vinte mil muçulmanos sunitas na Síria e no Iraque públicamente; enquanto no Líbano ainda é secretamente seguido. Os membros do EIIL aumentam e continuam nas suas ações sem nenhuma misericórdia convertendo todos à força ao Islã, com o grito: Allahu Akbar (Deus é grande), e considerando os não-muçulmanos Cuffar (incrédulos).
No entanto, o cenário de perseguição aos cristãos, de acordo com EIIL, não é só o Levante. Eles consideram todo o Ocidente um mundo cristão; portanto, não fazem distinção entre o Oriente e Ocidente; já alguns deles começavam a anunciar a conversão ao Islã em alguns países ocidentais.
Em 20 de agosto deste ano, então, ocorreu a decapitação do jornalista americano James Foley, 40, no Iraque, que foi sequestrado no final de 2012, na Síria. Enquanto isso, a posição dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha para o EIIL mudou, e ambos anunciaram o estado de alerta máximo por temor de um atentado nos seus territórios. O presidente Obama ordenou bombardear os postos dos salafistas jihadistas no Iraque, sem enviar soldados ao território.
Durante o mês de agosto, a presença dos membros pertencentes a este Estado ou os seus "simpatizantes" em vários países, começaram a aparecer publicamente na Europa e em outros lugares, demonstrando e carregando a bandeira do novo Estado auto-proclamado independente. Na Haia, Holanda, mais de 500 pessoas manifestaram livremente para apoiar o Estado islâmico no Levante, sem nenhuma reação por parte do Estado que queria "respeitar a liberdade de expressão".
Em Colônia, Alemanha, por outro lado, cerca de setenta muçulmanos também manifestaram com esse objetivo, mas depois de um confronto com a polícia quase todos foram presos. Duas semanas depois, em Londres, centenas de muçulmanos bloqueiavam e percorriam as ruas da cidade com a bandeira do EIIL e a foto do califa.
Tais manifestações públicas que apoiam o estado islâmico, junto com a descoberta de tantos europeus que lutam com os terroristas na Síria e no Iraque, causaram uma forte movida da consciência coletiva e, especialmente, na de alguns líderes civis na Europa, que perceberam o perigo em andamento. Precisamente por esta razão, o primeiro-ministro dos Países Baixos decidiu, em 25 de agosto, retirar a nacionalidade holandesa de todos aqueles que estão lutando no Iraque e na Síria, bem como daqueles que pertencem a esses movimentos terroristas. A mesma decisão foi tomada pelo presidente da Argentina.
O EIIL, por sua vez, já está tentando desenvolver a sua presença em outras nações árabes, penetrando no Líbano. Os soldados libaneses, porém, defendem bem as suas fronteiras, especialmente depois do confronto com mais de 6.000 terroristas que tentaram entrar pelas montanhas sírias para dominar o país Erssal no norte da Bekaa. Mais de vinte heróis militares morreram no conflito, centenas de soldados e civis feridos, a maior parte dos habitantes emigraram.
O que está acontecendo no Oriente Médio é pior do que o que temos assistido durante as guerras mundiais. Por isso, tem razão o Papa Francisco quando diz que já começou uma "terceira guerra mundial". A visita conjunta dos quatro Patriarcas das Igrejas Orientais, em Arbil no norte do Iraque, também foi um sinal de confirmação da unidade das Igrejas ao redor dos cristãos perseguidos, cujo rosto reflete o de Jesus sofredor no Calvário.
A crise é enorme, as forças são fracas e as grandes nações não se interessam pelo povo que sofre. A Igreja ajuda a abrir as portas das casas de Deus como lugar de acolhimento para os refugiados. O mundo, no entanto, está lá para assistir de braços cruzados.
Fonte: Zenit.
Por mais de três meses, o massacre, a perseguição, a deportação e os sequestros dos cristãos sírios e iraquianos são as prioridades dos extremistas islâmicos sunitas jihadistas, que estão dominando algumas regiões do Levante, anunciando o nascimento de um novo califado islâmico.
Diante de tanto sangue que flui no Iraque, no panorama das cidades mais antigas do cristianismo já esvaziadas, diante de milhares de refugiados que fogem diariamente das suas terras, diante das fotos de crianças e idosos abandonados, diante dos bombardeios das igrejas e das mesquitas mais antigas e diante do número ilimitado de mártires cristãos durante estes últimos meses, a maior parte das nações do mundo permaneceu em silêncio total olhando para o que acontece no Oriente Médio deixando só alguns breves comentários. Algo muito triste...
O novo califado do estado islâmico Abu Bakr al-Baghdadi é seguido por mais de vinte mil muçulmanos sunitas na Síria e no Iraque públicamente; enquanto no Líbano ainda é secretamente seguido. Os membros do EIIL aumentam e continuam nas suas ações sem nenhuma misericórdia convertendo todos à força ao Islã, com o grito: Allahu Akbar (Deus é grande), e considerando os não-muçulmanos Cuffar (incrédulos).
No entanto, o cenário de perseguição aos cristãos, de acordo com EIIL, não é só o Levante. Eles consideram todo o Ocidente um mundo cristão; portanto, não fazem distinção entre o Oriente e Ocidente; já alguns deles começavam a anunciar a conversão ao Islã em alguns países ocidentais.
Em 20 de agosto deste ano, então, ocorreu a decapitação do jornalista americano James Foley, 40, no Iraque, que foi sequestrado no final de 2012, na Síria. Enquanto isso, a posição dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha para o EIIL mudou, e ambos anunciaram o estado de alerta máximo por temor de um atentado nos seus territórios. O presidente Obama ordenou bombardear os postos dos salafistas jihadistas no Iraque, sem enviar soldados ao território.
Durante o mês de agosto, a presença dos membros pertencentes a este Estado ou os seus "simpatizantes" em vários países, começaram a aparecer publicamente na Europa e em outros lugares, demonstrando e carregando a bandeira do novo Estado auto-proclamado independente. Na Haia, Holanda, mais de 500 pessoas manifestaram livremente para apoiar o Estado islâmico no Levante, sem nenhuma reação por parte do Estado que queria "respeitar a liberdade de expressão".
Em Colônia, Alemanha, por outro lado, cerca de setenta muçulmanos também manifestaram com esse objetivo, mas depois de um confronto com a polícia quase todos foram presos. Duas semanas depois, em Londres, centenas de muçulmanos bloqueiavam e percorriam as ruas da cidade com a bandeira do EIIL e a foto do califa.
Tais manifestações públicas que apoiam o estado islâmico, junto com a descoberta de tantos europeus que lutam com os terroristas na Síria e no Iraque, causaram uma forte movida da consciência coletiva e, especialmente, na de alguns líderes civis na Europa, que perceberam o perigo em andamento. Precisamente por esta razão, o primeiro-ministro dos Países Baixos decidiu, em 25 de agosto, retirar a nacionalidade holandesa de todos aqueles que estão lutando no Iraque e na Síria, bem como daqueles que pertencem a esses movimentos terroristas. A mesma decisão foi tomada pelo presidente da Argentina.
O EIIL, por sua vez, já está tentando desenvolver a sua presença em outras nações árabes, penetrando no Líbano. Os soldados libaneses, porém, defendem bem as suas fronteiras, especialmente depois do confronto com mais de 6.000 terroristas que tentaram entrar pelas montanhas sírias para dominar o país Erssal no norte da Bekaa. Mais de vinte heróis militares morreram no conflito, centenas de soldados e civis feridos, a maior parte dos habitantes emigraram.
O que está acontecendo no Oriente Médio é pior do que o que temos assistido durante as guerras mundiais. Por isso, tem razão o Papa Francisco quando diz que já começou uma "terceira guerra mundial". A visita conjunta dos quatro Patriarcas das Igrejas Orientais, em Arbil no norte do Iraque, também foi um sinal de confirmação da unidade das Igrejas ao redor dos cristãos perseguidos, cujo rosto reflete o de Jesus sofredor no Calvário.
A crise é enorme, as forças são fracas e as grandes nações não se interessam pelo povo que sofre. A Igreja ajuda a abrir as portas das casas de Deus como lugar de acolhimento para os refugiados. O mundo, no entanto, está lá para assistir de braços cruzados.
Fonte: Zenit.
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