Inspirando-se na passagem de Isaías, da primeira leitura, Francisco explicou que Deus sempre “promete antes de pedir”. E acrescentou que a promessa de Deus é a de uma vida nova, de uma vida de alegria. Este é “o fundamento principal da virtude da esperança: confiar nas promessas de Deus”, sabendo que Ele jamais “decepciona”, já que a essência da vida cristã é “caminhar rumo às promessas”.
Há também os cristãos que sofrem “a tentação de parar”: “Há tantos cristãos parados! Tantos que têm uma esperança frágil! Eles acreditam, sim, que existe o céu e que tudo vai dar certo. É bom que eles acreditem, mas eles não vão atrás! Cumprem os mandamentos, os preceitos: tudo, tudo… Mas ficam parados. Nosso Senhor não pode transformá-los em fermento no povo, porque eles não caminham. E isto é um problema: os cristãos parados. Depois, há outros que erram de caminho: todos nós, de vez em quanto, erramos de caminho, já sabemos disso. O problema não é errar de caminho; o problema é não voltar atrás quando nos damos conta”.
O modelo de quem crê e segue o que a fé indica é o funcionário do rei descrito no Evangelho, que pede a Jesus a cura de um filho doente e não duvida nem mesmo por um instante em ir para casa quando o Mestre lhe assegura que o pedido já está atendido. Oposto a esse homem, afirmou o Santo Padre, temos o grupo “talvez mais perigoso”, o daqueles que “enganam a si mesmos: os que caminham, mas não seguem o caminho”.
“São os cristãos errantes: eles dão voltas e mais voltas, como se a vida fosse um turismo existencial, sem meta, sem levar as promessas a sério. Aqueles que dão voltas e se enganam, porque dizem: ‘Eu estou caminhando!’. Não, você não está caminhando: você está só dando voltas. Os errantes… Nosso Senhor nos pede para não parar, para não errar de caminho e não ficar dando voltas pela vida. Dar voltas pela vida... Ele nos pede para olhar para as promessas, para irmos em frente como aquele homem: aquele homem acreditou na palavra de Jesus! A fé nos coloca no caminho das promessas. A fé nas promessas de Deus”.
“Nossa condição de pecadores nos faz errar de caminho”, reconheceu o pontífice, que, porém, assegurou que “nosso Senhor sempre nos dá a graça de voltar”.
“A quaresma é um tempo bonito para pensar se eu estou no caminho ou se eu estou quieto demais. Converta-se! Ou se errei de caminho. Mas vá se confessar e retome o caminho. Ou se eu sou um turista teologal, que passeia pela vida, mas nunca dá um passo para frente. E peço ao Senhor a graça de retomar o caminho, de me colocar a caminho, rumo às promessas”.
Fonte: Zenit.
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