quinta-feira, 17 de maio de 2012
Fim do litígio entre a Santa Sé e grupo Benetton
"Unhate": sem ódio. Assim terminou o lamentável caso entre a Santa Sé e a empresa Benetton, culpada de manipular no ano passado a imagem de Bento XVI numa campanha de marketing intitulada, precisamente, "Unhate".
Nesta sexta-feira, o Grupo Benetton divulgou nota em que expressa “pesar por ter ofendido a sensibilidade de Sua Santidade Bento XVI e dos crentes católicos” ao publicar em formato gigante uma fotomontagem do papa beijando o imã do Cairo.
O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, revelou um "acordo provisório" entre os advogados da Santa Sé e do Grupo Benetton.
De acordo com o documento, o Grupo Benetton afirma ter garantido "que todas as imagens fotográficas da pessoa do Santo Padre foram retiradas do circuito comercial e que não irá fazer qualquer uso futuro da imagem do Santo Padre sem autorização prévia da Santa Sé".
A empresa declara ainda que "usará os devidos meios para impedir o uso da imagem por terceiros, em sites ou em outros locais".
A imagem foi lançada em 16 de novembro em vários lugares de Roma, incluindo a ponte do Castelo Sant'Angelo, a poucos metros do Vaticano. A campanha incluiu fotomontagens de beijos entre outras conhecidas figuras políticas e líderes religiosos, como o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente chinês, Hu Jintao, ou Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, de Alemanha e França, entre outros.
Imagens claramente provocativas, que são frequentemente usadas em anúncios da Benetton, causam controvérsia imediata. Desta vez, a empresa bateu de frente com a especial sensibilidade dos fiéis.
O Vaticano emitiu no mesmo dia uma dura declaração, anunciando que a Santa Sé "tomaria as medidas necessárias para proteger adequadamente a imagem do Santo Padre de tal abuso". Após os protestos, a Benetton retirou rapidamente as imagens de circulação.
A Santa Sé não quis pedir uma indenização de natureza econômica, mas obteve do Grupo Benetton uma pequena doação para uma atividade caritativa da Igreja. É um sinal de ressarcimento moral e de reconhecimento do abuso praticado, além de reafirmar o compromisso vaticano de defender inclusive por meios legais a imagem do papa.
O pe. Lombardi conclui o assunto observando que o caso "não deveria ter acontecido, mas esperamos que se tire dele uma lição de respeito à imagem do papa e de qualquer outra pessoa e à sensibilidades dos fiéis".
Fonte: Zenit.
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