sexta-feira, 18 de maio de 2012
A catequese deve chegar ao coracao das pessoas
Aconteceu em Roma neste fim de semana o XII Congresso Europeu de Catequese, com o tema “Iniciação cristã e nova evangelização”, organizado pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE). ZENIT conversou com dom Amadeo Rodríguez Magro, bispo de Plasencia, Espanha, e membro da comissão de Ensino e Catequese da Conferência Episcopal Espanhola.
Dom Amadeo, qual é o desafio principal da catequese na Europa?
Dom Rodríguez - A secularização. Nós vemos, hoje, que muita gente na Europa vive como se Deus não existisse. E alguns jovens pensam que ele não é importante para a vida. O desafio é falar de Cristo com eles, dizer que Cristo é importante e necessário para a vida deles.
A nova evangelização vai ajudar para isto?
Dom Rodríguez – Eu acredito que a nova evangelização é um processo histórico que vem dos papas anteriores. A convocação de João XIII para o Concílio Vaticano II já era uma nova evangelização… O importante é que ela responda às necessidades e às urgências de um mundo que está mudando muito. Deus está presente na vida da sociedade, sejam quais forem as condições desta sociedade e as relações dela com Deus.
Como levar esta mensagem para os jovens?
Dom Rodríguez - Os jovens, muitas vezes, vivem em certas circunstâncias em que praticamente nem ouviram falar de Deus ou de Cristo. Existem jovens que nasceram em famílias que não os educaram na fé. Eles se encontram em certos contextos ou diante de meios de comunicação em que Deus não está presente como nós gostaríamos. Nós temos que falar dele e colocar esses jovens em contato com Jesus.
Quais são os pontos principais desta mensagem?
Dom Rodríguez – Nós temos que dizer para eles que Deus é importante para a vida. Que você tem muitas coisas, e muitas coisas já estão resolvidas mesmo no meio da crise, mas existe algo na sua vida que é mais importante do que tudo que você possui. Algo que vai dar a solução para a sua vida, para os seus problemas, a solução que no fundo do seu coração você procura, e que não vem com as muitas coisas materiais que você possui. E isso, modestamente, nós temos e oferecemos para você, e é Jesus Cristo.
O que precisa melhorar do ponto de vista metodológico na catequese?
Dom Rodríguez – Eu acho que nos últimos anos foi falado muito de método e houve avanços. Mas isto é no sentido formal. Sim, agora nós sabemos como fazer as coisas, mas o que nós temos que fazer, fundamentalmente, é tentar chegar até a vida e até o coração das pessoas, e lá se chega com o testemunho. Há quem diga que a catequese é um ato de amor, porque ela é um encontro da pessoa com Jesus, da sua própria liberdade com Jesus. Temos que oferecer uma proposta pessoal transformada em vida, com testemunho, para que aconteça essa paixão por Cristo.
Qual é o papel da família neste processo?
Dom Rodríguez - É fundamental! Nada pode ser feito sem a família. Nós temos que envolver a família também nos processos da catequese. Hoje falamos da “catequese inter-gerações”. É a família que fecunda a fé da criança, mas as crianças também fecundam a fé dos seus pais. Eu vejo na minha diocese, são tantos pais que recuperam o sentido da fé e da vida cristã no contato com a paróquia e com a comunidade cristã por causa dos sacramentos dos filhos. Basta fazermos bem o trabalho, convidar os pais e explicar: sem vocês, não podemos educar os seus filhos na fé. Eles precisam da credibilidade da vida de vocês, da credibilidade da mensagem vivida, acolhida e valorizada pelos pais.
Fale-nos um pouco da sua diocese de Plasencia.
Dom Rodríguez - É uma diocese belíssima. Nós temos duzentas e duas paróquias, e nas visitas pastorais eu encontro comunidades cristãs que acolhem o bispo como pastor e esperam que a palavra dele os encoraje e anime na fé. Tenho uma diocese onde há muito para trabalhar e servir, onde ainda se acolhe a mensagem, e, apesar de termos dificuldades, podemos fazer catequese de iniciação cristã.
O senhor gostaria de mandar uma mensagem para os leitores da ZENIT?
Dom Rodríguez - Com muito prazer! Quero saudar os leitores, que são muitos, e são muitos porque através da ZENIT nós recebemos a vida da Igreja, o pensamento, as opiniões, os fatos e acontecimentos, e entramos em contato com a universalidade da Igreja. Às vezes eu vejo que os folhetos diocesanos utilizam matérias da ZENIT. Tenho que parabenizá-los, porque vocês estão nos nutrindo de atualidade e do pensamento cristão.
- Fonte: Zenit.
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