terça-feira, 22 de maio de 2012

ENCONTRO VOCACIONAL: 200 JOVENS DISPOSTOS A SE CONSAGRAR

Cerca de 7.100 jovens salvadorenhos e guatemaltecos do Caminho Neocatecumenal participaram do Encontro Vocacional Esquipulas 2012, no domingo retrasado (13 de maio), data do 95º aniversário da aparição de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. Esquipulas é um importante centro de peregrinação para os católicos da América Central, principalmente para os devotos do Cristo Negro ou Senhor de Esquipulas, uma imagem de Cristo crucificado venerada ali desde março de 1595. Na madrugada de domingo, os quase 5 mil salvadorenhos que participaram do encontro renunciaram ao sono e embarcaram nos ônibus que partiam das dioceses de Sonsonate, Santa Ana, San Miguel, Santiago de María, Zacatecoluca e San Salvador, para encarar os 200 quilômetros até a Guatemala. Por sua vez, os guatemaltecos vinham de Verapaces, Zacapa e Santo Cristo de Esquipulas, Cidade da Guatemala, Santiago de Guatemala e Santa Rosa de Lima. Depois da leitura da Segunda Carta aos Coríntios, o bispo de Zacapa, dom Rossolino Biancheti, convidou os presentes a olharem para o Cristo crucificado e entenderem que ele diz a cada um: "Eu te escolhi". Invocado o Espírito Santo, o bispo convidou os jovens que se sentissem chamados ao sacerdócio a evangelizarem um país distante. 90 rapazes receberam a imposição de mãos do bispo e 110 meninas se levantaram, sinalizando que se sentiam chamadas à vida contemplativa ou a viver em virginidade nas suas próprias comunidades ou como catequistas itinerantes. - Fonte: Zenit.

Movimento pela Vida está em festa na Europa

Diante de um volumoso e festivo grupo pró-vida, o papa Bento XVI saudou após o ângelus deste domingo (20) "os milhares de membros do Movimento Italiano pela Vida", reunidos na Sala Paulo VI. “Queridos amigos, o seu movimento sempre se manteve comprometido em defender a vida humana de acordo com os ensinamentos da Igreja. É neste contexto que vocês anunciaram a sua nova iniciativa, chamada Um de nós, que apoia a dignidade e os direitos de cada ser humano desde a concepção. Eu os incentivo e peço que sejam sempre testemunhas e construtores de uma cultura da vida”, afirmou Bento XVI. Em meio aos cantos dos "Notas Verdes" do Antoniano de Bolonha e das danças dos jovens da Comunidade Nomadelfia, estavam presentes cerca de 18.000 pessoas, 80% delas jovens com menos de 20 anos. Faziam parte do grupo o prefeito de Roma e os representantes do Fórum das Associações Familiares, da Ação Católica, do Movimento dos Focolares, da Renovação Carismática, do Centro Internacional da Comunhão e Libertação, da Associação Papa João XXIII, do Caminho Neocatecumenal e dos Franciscanos da Imaculada. Também estavam presentes a presidente do Fiuggy Family Festival, a escritora Constanza Miriano, políticos e o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família. Todos lotaram, com grande animação, a Sala Paulo VI, no Vaticano. O presidente do Movimento pela Vida, Carlo Casini, explicou que a interrupção voluntária da gravidez "é uma grande tragédia" que deve ser respondida com “uma montanha de bem”. Casini observou que, só em 2011, 60% dos Centros de Apoio à Vida (CAV) salvaram do aborto 10.078 crianças, "que fizeram ouvir a sua voz, que tiveram um nome, que fizeram suas mães e seus familiares exultarem". São cerca de 140 mil as crianças que os CAV ajudaram a nascer. Meninos e meninas que nunca teriam vindo ao mundo, porque estavam destinados a ser abortados. O presidente lembrou que, em 17 de maio de 1986, em outra manifestação do Movimento pela Vida (MPV), a Madre Teresa de Calcutá e Chiara Lubich assinaram um "Apelo à Europa", a fim de que, "em nome de um renovado humanismo, a criança fosse reconhecida desde a concepção". Desde aquele ano, o MPV organiza um concurso escolar em que já participaram mais de um milhão de estudantes do ensino médio, com 7.000 vencedores. Neste contexto, Casini anunciou a iniciativa Um de Nós, que visa conseguir ao menos um milhão de assinaturas em sete países da União Europeia para que a pessoa humana seja reconhecida como tal desde a concepção. Representantes de 20 movimentos pró-vida de países da União Europeia apresentaram o pedido em abril. Em 10 de maio, a Comissão Europeia declarou oficialmente a admissibilidade da proposta, que tem até 10 de maio de 2013 para apresentar as assinaturas necessárias. O presidente do MPV pediu a mobilização de todas as pessoas que defendem a vida, certo de que o coro se levantará em todos os vinte e sete países da UE. Casini precisou que "o ser humano concebido é a maravilha das maravilhas, o verdadeiro big bang da criação, o fim da evolução do universo, a esperança para o futuro, a palavra de amor infinito", e proclamou que o ser humano concebido é "um de nós" porque "cada um de nós já foi exatamente como ele". Logo após o prefeito de Roma, todos os representantes dos movimentos anunciaram seu apoio ao LifeDay e à iniciativa Um de nós. O evento terminou com o discurso do cardeal Ennio Antonelli, que ressaltou que "o compromisso do Movimento pela Vida é mais urgente do que nunca. Ele também encontra incentivo em diversos sinais positivos provenientes da política, tais como as iniciativas para a prevenção do aborto, que começam a ser tomadas pelas instituições, além do veto à patenteabilidade de embriões e derivados decidido pelo Tribunal Europeu de Justiça". “Para os cristãos”, acrescentou o presidente do Conselho Pontifício para a Família, “o incentivo decisivo vem do Senhor Jesus, que, justo neste dia, com o mistério da sua ascensão ao céu, nos aponta a meta final e o valor absoluto da vida humana”. “É Ele”, concluiu o cardeal Antonelli, “quem nos chama e nos envia para defender a vida humana quando ela é mais frágil. ‘Em verdade vos digo: tudo que fizerdes a um só dentre os menores destes meus irmãos, o fareis a mim’” (Mt 25,40). Fonte: Zenit.

Cultura, voluntariado e trabalho: três meios de promoção da dignidade humana

Três movimentos de inspiração cristã foram recebidos em audiência pelo papa Bento XVI na Sala Paulo VI neste sábado (19), por ocasião do aniversário de suas fundações. Trata-se do Movimento Eclesial de Compromisso Cultural (MEIC, na sigla italiana), que comemora seus 80 anos; da Federação dos Organismos Cristãos de Serviço Internacional Voluntário (FOCSIV) e do Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MCL, em italiano), estes dois fundados há 40 anos. Como explicado pelo Santo Padre após as saudações iniciais, estas três realidades "são devedoras da sábia obra do Servo de Deus Paulo VI, que, como Assistente Nacional, apoiou os primeiros passos dos formandos da Ação Católica em 1932, e, como papa, o reconhecimento da Federação dos Organismos Cristãos de Voluntariado e o nascimento do Movimento dos Trabalhadores Cristãos, em 1972". Ao papa Montini, Bento XVI tributou "a nossa grata memória pelo impulso a estas importantes associações eclesiais". Cultura, voluntariado e trabalho, explicou o papa, representam a "trindade indissolúvel" do compromisso diário do laicado católico, tanto no particular como na sociedade. As três áreas têm um denominador comum que é o "dom de si", e o seu objetivo final é a promoção da "dignidade humana". No que diz respeito ao compromisso cultural, Bento XVI recordou que ele não pode ser limitado "à transmissão de conhecimentos técnicos e teóricos, mas envolve o dom de si mesmo com a palavra e com o compromisso". Da mesma forma, o voluntariado é "um recurso insubstituível para a sociedade" e não envolve apenas a "doação de coisas", mas também o ato de "dar-se em ajuda concreta aos necessitados". O trabalho, finalmente, como terceiro aspecto do compromisso dos leigos católicos, "não é apenas instrumento de lucro privado, mas oportunidade de expressar as próprias habilidades, com espírito de serviço, na atividade profissional, seja de tipo operário, agrícola, científico ou de qualquer outro gênero". Cada ação, em cada uma dessas três áreas, deve ser animada pelo "amor", ou seja, pela capacidade de ver a realidade "através dos olhos de Cristo", doando ao próximo não só coisas materiais, mas, em primeiro lugar, "o olhar, o gesto de amor de que eles precisam". Esta lógica do doar, disse o Santo Padre, "é muitas vezes mal entendida", mas, ainda assim, ao ser posta em prática através da própria cultura, das próprias habilidades, nos revela uma felicidade profunda, de acordo com a lógica de Cristo, que deu tudo de si mesmo". O primeiro lugar onde experimentamos o amor gratuito, continuou o papa, é a família, e, "quando isso não acontece, ela se degenera, entra em crise". O modelo familiar, como já observado por Bento XVI na Caritas in Veritate, é extensível "a uma dimensão universal". A justiça, em si mesma, não é suficiente: "é necessário aquele algo mais, que somente a gratuidade e a solidariedade podem dar". A gratuidade, em particular, é algo que "não se compra no mercado, nem pode ser prescrita por lei". No entanto, "tanto a economia quanto a política precisam da gratuidade, de pessoas capazes do dom recíproco". Esta audiência com o papa apontou, de parte dos movimentos, a "necessidade de continuar a trilhar o caminho do Evangelho, em fidelidade à doutrina social da Igreja e na lealdade aos seus pastores"; e de parte do papa, "o incentivo a continuar firmes no compromisso com os irmãos". Falando dos movimentos individualmente, o Santo Padre disse que o MEIC é "chamado a um renovado serviço no mundo da cultura, marcado por desafios complexos e urgentes, para a difusão do humanismo cristão". A FOCSIV, por sua vez, pode continuar a "confiar principalmente na força da caridade que vem de Deus, levando em frente o seu compromisso contra todas as formas de pobreza e de exclusão, em favor das populações mais desfavorecidas", disse o papa. A vocação do MCL é "trazer a luz e a esperança cristã para o mundo do trabalho, a fim de conseguir mais justiça social", sabendo olhar sempre "para a juventude, que agora, mais do que nunca, procura formas de engajamento que combinem o idealismo com a objetividade", concluiu o pontífice. Em carta de agradecimento ao papa, o presidente nacional do MEIC, Ciro Cirotto, escreveu: "O MEIC, Santidade, está empenhado em identificar essas sementes de esperança e em fazê-las germinar. Tem a consciência de ser chamado a responder aos desafios do presente com um engajamento criativo, que não olhe para o que é novo com desconfiança e, ao mesmo tempo, mantenha a fidelidade às tradições humanistas e cristãs do nosso país". Em entrevista à Rádio Vaticano, o presidente da FOCSIV, Gianfranco Cattai, chamou de "verdadeiro prazer" e "grande satisfação" a audiência com o Santo Padre nos 40 anos da Federação, cujos "fundadores começaram essa experiência a partir do Concílio Vaticano II". Para Carlo Costalli, presidente do MCL, também entrevistado pela Rádio Vaticano, a audiência com o papa é "um motivo de esperança e de reflexão sobre o que já fizemos". O encontro com Bento XVI, diz o site do MCL, "evidencia visivelmente a proximidade particular do MCL aos papas destas quatro décadas de vida do Movimento. Mas também a fidelidade ao Magistério da Igreja, que caracteriza o estatuto e a nossa vida associativa". Na audiência, os membros do MCL entregaram simbolicamente a Bento XVI as chaves das casas para jovens casais construídas em Jerusalém com a contribuição do Movimento. - Fonte: Zenit.

Que a juventude Latino Americana seja portadora do Amor de Deus

Publicamos a nota que o Pe. Antonio Ramos Prado, sdb, Coordenador Nacional da Peregrinação dos Ícones da JMJ no Brasil (cf. entrevista com Zenit: http://www.zenit.org/article-30289?l=portuguese) enviou ontem para ZENIT: “Estou aqui no Chile com a Delegação Brasileira da Pastoral Juvenil da CNBB no VIII Encontro da Pastoral Juvenil do Cone Sul - cujo tema é "Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a todos os povos"(Mc 15, 16), que começou no dia 20 de maio e terminará no dia 24 de maio, quinta-feira. A equipe da Delegação Brasileira consta de 10 jovens da Coordenação da Pastoral Juvenil da Cnbb - Adriano, Alex, Felix, Laércio, Lisiane, Daniella, Diogo, Renato, Sarah, Thesco, Dom Vilson Bassos, eu e mais 2 assessores dos regionais da Cnbb. O primeiro dia foi voltado para a vivência da Léctio Divina e em seguida trataremos da evangelização da Juventude no Cone Sul. Esse evento tem como objetivo reafirmar o aprofundamento do Documento “Civilização do Amor” e contribuir para a programação do Encontro de responsáveis da juventude Latino Americana a ser realizado no Paraguay em outubro de 2012. O Arcebisbo do Chile, Mons. Ricardo Ezzati, presidiu a missa de abertura e focalizou na importância de que a juventude Latino Americana seja portadora do Amor de Deus a outros jovens e que sejam discípulos apaixonados por Cristo.” - Fonte: Zenit.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ascensão e Comunicação

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado neste dia 20 de maio, com o tema “Silêncio e Palavra: Caminho de Evangelização” coincide com a Festa da Ascensão do Senhor. Na Ascensão acontece a plenitude da comunicação do Criador com sua criatura, selando definitiva e evidentemente o cumprimento da Aliança de Deus com o seu povo. A comunicação supõe anúncio de palavras, portanto de vibração de sons, de barulho, mas também exige momentos de silêncio. Às vezes a capacidade de ouvir fala mais alto do que as palavras. A cultura dos ruídos impede uma boa comunicação e dificulta muito o diálogo. Com isto dizemos que o silêncio faz parte integrante da comunicação entre as pessoas. Ao voltar à Casa do Pai, Jesus comunica aos Apóstolos a missão de anunciadores da Palavra de Deus. Para isto deveriam ser testemunhas de sua ressurreição. Assim dizemos que a Ascensão é a Festa da Comunicação, do encontro e do diálogo entre o humano e o divino, o cumprimento da Aliança de relacionamento entre Deus e àqueles que o reconhecem como Deus. Na Ascensão Jesus promete enviar, aos Apóstolos e à Igreja toda, o Espírito Santo comunicador, confirmando sua presença definitiva na vida das comunidades cristãs. A grande comunicação confiada a todos nós é que anunciemos o fato de que Jesus ressuscitou e não morreu. Ele continua vivo entre nós. O poder da comunicação está apoiado, de forma bem determinada, na autenticidade de quem comunica. Jesus foi modelo, com uma comunicação simples, mas com palavras munidas de vida, de coerência e sadia intenção. Ele transfere esse poder para os discípulos, devendo agir nos princípios determinados pelo Mestre. Devemos saber a linguagem da comunicação de Deus. Ela vem acompanhada de certeza e não de uma nova língua, de um novo idioma, mas um novo modo de comunicar o caminho de libertação, de ascensão e da vida nova do Reino de Deus. É uma linguagem propriamente de evangelização e de ação transformadora do mundo, que tem como base atitudes concretas e de fidelidade à fé. Autor: + Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba.

Dia Mundial de Comunicações Sociais

No próximo dia 20 de maio de 2012, celebraremos o 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais, com o tema proposto e comentado pelo Papa Bento XVI: "Silêncio e palavra: caminho de evangelização". Este é o único dia que o Concílio Vaticano II criou quando aprovou o seu primeiro decreto: Inter mirifica. Esse evento, que teve início há cinquenta anos, teve a visão profética de tratar sobre o tema da comunicação. Agora, nós que continuamos a aprofundar os temas anuais, dando continuidade à nossa missão de encontrar caminhos neste mundo comunicacional que se renova a cada dia. Interessante o tema deste ano, que parece até contraditório com aquilo que a comunicação deseja, que é comunicar-se. Porém, o Papa aprofunda o tema e nos leva a refletir sobre a importância de sua mensagem. Silêncio que favorece o discernimento e o aprofundamento da escuta da Palavra, proporcionando-lhe um acolhimento. O Silêncio “é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo”, segundo as Palavras da reflexão pontifícia. Ensina ainda que “Silêncio” e “Palavra” não são contraditórios, mas complementares, e esse equilíbrio pode aumentar o valor da comunicação e torná-la mais fecunda no serviço da nova evangelização. A reflexão passa pelo silêncio, que aprofunda as ideias e faz fecunda a Palavra: são momentos complementares e inseparáveis. "Portanto, fazer da comunicação um ato pleno de contato com Deus, com o próximo e com a sociedade exige que antecipadamente instituamos o silêncio como um modo de estabelecer comunhão”. “Silêncio e palavra” são recursos que possuem uma base sólida, capaz de nos conduzir à comunicação plena. Todas as áreas do saber precisam interligar o Silêncio e a Palavra. Pensemos no médico, que silencia seu conhecimento para ouvir o seu paciente e a narrativa que o ajudará a descobrir possíveis caminhos para sua cura; ou no psicólogo, que escuta o seu cliente para só então poder ajudar-lhe em seu processo psicoterápico ou, ainda, no professor, que antes de partilhar o conteúdo precisa de uma escuta atenta das capacidades de seus estudantes para compreensão e aquisição de novos saberes, para que seu ensino seja bem-sucedido. Todo diálogo supõe silêncio que comunica e palavra que silencia, que acalma, que devolve o centro de si. Comunicar é uma arte que deve gerar em seus interlocutores uma profunda e verdadeira transmissão de conhecimentos, valores, sentimentos, virtudes e ações que favoreçam a dignidade da pessoa humana em todos os níveis e dimensões. Em sua mensagem, o Papa ressalta que Silêncio e Palavra são "dois momentos da comunicação que devem se equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém, se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado". O silêncio nos permite um conhecimento maior e mais profundo de nós mesmos, favorece uma escuta do próximo a partir dele mesmo e não de nós. É um espaço aberto de escuta recíproca que possibilita relações mais plenas e significativas. O Silêncio permite discernir o que da Palavra é realmente útil e essencial, em detrimento do que é efêmero e passageiro. O Santo Padre, o Papa, em sua mensagem propõe uma espécie de "ecossistema" capaz de equilibrar silêncio, palavra, sons e imagens. Um ecossistema que ajude a dar respostas às perguntas anteriormente feitas. Perguntas da comunicação, referentes às inquietações humanas sempre em busca de verdades, pequenas ou grandes, que deem sentido e significado à existência. A verdadeira comunicação deve levar a uma profunda mensagem que vá de encontro à nossa interioridade, a mais profunda verdade de cada um até chegarmos à verdade criadora, que, após o silêncio fundador, deu à existência todo o ser. Vale ressaltar que em todos os tempos, o silêncio e a solidão sempre foram caros à experiência do transcendente, constituindo, sobretudo, em espaços privilegiados de encontro consigo mesmo e com aquela Verdade que dá sentido a todas as coisas. Como não recordar o silêncio de Deus na cruz, por exemplo?: um silêncio que busca recordar, fazer memória e afirmar tudo o que antes se sucedeu. Ou ainda, o silêncio do Rei que dorme no sábado santo, e que, em seguida, desperta os que dormiam há séculos. No silêncio Deus fala ao homem e o homem pode descobrir a possibilidade de falar com Deus e de Deus. Palavra e Silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante para os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. Vale ainda ressaltar a necessidade de abarcar em nossa comunicação todos os meios de comunicação contemporâneos, especialmente a internet e as redes sociais, lugares de presença massiva de nossa juventude e de grande parte do povo de Deus. Comunicar o Evangelho e os valores do Reino de Deus nestes espaços proporcionarão aos batizados um primeiro contato com os valores da fé, e podem ajudá-los a usar de melhor maneira e de modo mais adequado todas as novas tecnologias que estão aí à nossa disposição. Encontrar o equilíbrio entre silêncio e palavra não é tão simples. Supõe um caminho, um desinstalar-se e uma constante busca no sentido daquilo que lhe é caro. Que este Dia Mundial das Comunicações Sociais nos ajude a fazer a experiência da Palavra e saboreá-la no Silêncio, proporcionando a cada pessoa um encontro pessoal com Jesus Cristo, formando comunidades capazes de transmitir um verdadeiro fascínio pela pessoa de Jesus, afinal, vivendo em um continente digital, somos lutadores numa arena digital. Nesta arena encontraremos desafios: exclusão digital, violência, perda da privacidade, alienação cultural e violação dos direitos das pessoas, particularmente com a perversidade digital que destrói e que calunia, mas também encontraremos oportunidades, como acesso à boa informação, trabalhos em rede, colaboração científica entre grupos, a partilha de valores culturais, rapidez e promoção de informações e difusão da arte, bem como e, principalmente, a nova evangelização. Tornar Jesus Cristo amado, conhecido, seguido. Com Maria, no silêncio que contempla, sejamos geradores do Cristo, Palavra de Deus, que em toda a história humana se comunicou, comunica e comunicará: Para que todos tenham vida e vida em abundância. Autor: + Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Queridos irmãos e irmãs! Quarenta dias depois da Ressurreição - o Livro dos Atos dos Apóstolos- Jesus subiu ao céu, isto é voltou para o Pai, pelo qual foi enviado ao mundo. Em muitos países, esse mistério não é comemorado na quinta-feira, mas hoje, no domingo seguinte. A Ascensão marca o cumprimento da salvação iniciada com a Encarnação. Depois de ter ensinado pela última vez aos seus discípulos, Jesus subiu ao céu (cf. Mc 16,19). Ele, no entanto, "não abandonou a nossa condição" (cf. Prefácio); de fato, na sua humanidade, levou os homens consigo na intimidade do Pai, e assim revelou o destino final da nossa peregrinação terrena. Como desceu do céu por nós e por nós sofreu e morreu na cruz, assim por nós ressucitou e retornou a Deus, de modo que não é mais distante. São Leão Magno diz que com este mistério "não só proclamou a imortalidade da alma, mas também a da carne. Hoje, na verdade, não apenas fomos confirmados detentores do paraíso, mas também estamos em Cristo nas alturas do céu (De Ascenzione Domini, Tractatus 73, 2,4: CCL138 A, 451453). “Por isso os discípulos, quando viram o Mestre levantar-se da terra e elevar-se para o alto, não foram tomados pelo desconforto, mas sentiram uma grande alegria e sentiram-se encorajados a proclamar a vitória de Cristo sobre a morte" (cfr Mc 16,20). E o Senhor Ressuscitado operava com eles, distribuindo a cada um, um carisma próprio. São Paulo escreve: "Ele deu dons aos homens ... deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres ... para edificar o Corpo de Cristo ... para alcançar a medida da plenitude de Cristo "(Ef 4,8.11-13). Queridos amigos, a Ascensão nos diz que em Cristo, a noosa humanidade é levada às alturas de Deus, assim, cada vez que rezamos, a terra une-se ao Céu. E como o incenso, queimando, faz subir às alturas a sua fumaça de suave perfume, de forma que, quando elevamos ao Senhor a nossa fervorosa e confiante oração, em Cristo, ela atravessa os céus e alcança o Reino de Deus, é por ele ouvida e atendida. Na célebre obra de São João da Cruz, A Subida ao Monte Carmelo, lemos que para ver realizados os desejos do nosso coração, não há modo melhor que colocar a força da nossa oração naquilo que agrada a Deus. Ele nos dará não somente o que pedimos, ou seja, a salvação, mas também o que Ele considerar que seja conveniente e bom para nós, mesmo se não o pedimos” (Livro III, cap. 44, 2, Roma 1991, 335). Supliquemos enfim à Virgem Maria para nos ajudar a contemplar os bens celestiais, que o Senhor nos promete, e a tornar-nos testemunhas mais credíveis de Sua Ressurreição, da vida verdadeira. (Após o Regina Caeli) - Fonte: Zenit. Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular o grupo brasileiro da paróquia Nossa Senhora Aparecida de Piabetá, a quem agradeço o apoio espiritual e material que dão ao meu serviço de Sucessor de Pedro. Sobre todos invoco os dons do Espírito Santo, para serem verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, fazendo jorrar a sua Vida no meio das respectivas famílias e comunidades, que de coração abençôo.

domingo, 20 de maio de 2012

É no ouvir e no silêncio que se compreende as razões do outro

Todo Domingo da Ascensão do Senhor, a Igreja celebra a Jornada Mundial das Comunicações Sociais. Este ano o tema escolhido por Bento XVI foi: Silêncio e Palavra: caminho de evangelização. Para falar sobre a importância do magistério de Bento XVI neste campo, assim como dos desafios da Igreja no mundo da comunicação moderna, ZENIT entrevistou Dom Claudio Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Qual é a idéia do silêncio na mensagem do Papa? Dom Celli: No tema escolhido pelo Santo Padre para este Dia Mundial das Comunicações Sociais, a ênfase é sobre os fenômenos de comunicação atuais em dia que nos convida a refletir sobre este ponto fundamental: o silêncio é parte integrante da comunicação. É por isso que quando queremos que a comunicação seja autenticamente humana -porque parte de um homem e se dirige a outros homens - essa palavra que é comunicada deve ser alimentada no silêncio para ser mais significativa, mais verdadeira. Por que é no silêncio que eu escuto, é no silêncio que eu compreendo melhor quais são as necessidades, os sofrimentos, a busca do bem e da verdade que está no coração dos outros homens. A mensagem diz que devemos saber escutar. Onde devemos colocar-nos para sermos ouvidos? Dom Celli:Eu acredito que seja uma dimensão muito típica de Bento XVI. Quando propusemos abrir o canal do Vaticano no Youtube, o Papa aceitou prontamente. O papa sempre quis estar onde os homens de hoje se encontram. Todos somos conscientes deste rápido e imenso desenvolvimento das redes sociais. Hoje, segundo dados internacionais que possuímos, mais de um bilhão de pessoas estão no Facebook. Parece-nos importante estar presente nas redes sociais porque o homem busca a verdade, busca dar respostas às grandes interrogações da própria vida:Quem sou? Qual o sentido da minha vida? Para onde vou? Diria que temos necessidade de estarmos presentes nestas redes para sermos anunciadores, testemunhas. O queo Papa quer dizer com a palavra"ecossistema"? Dom Celli: O problema é que há uma proliferação de mensagens, informações, notícias e palavras, mas nem todas são palavras autenticas, nem todas são palavras verdadeiras para o caminho do homem. Falar sobre ecologia no sistema de comunicação para o Papa, eu acho que significa exatamente isso: fazer com que,na medida do possível, as palavras que formam a nossa comunicação sejam sempre palavras verdadeiras, palavras autenticas, palavras que respeitem a dignidade do homem que a pronúncia e respeitosa para com os que as recebem. Comovão os meios de comunicaçãodo Vaticanonos novos espaços digitais? Dom Celli: Eu diria que tivemos uma experiência maravilhosa com a mensagem do Papa para a Quaresma, que foi reduzida em 40 tweets, de acordo com o Pontifício Conselho Cor Unum, e lançamos um tweet por dia que a juventude, em seguida,'re-tweetou' todos os dias. Acho que nunca uma mensagem do Papa para a Quaresma, foi tão conhecida e difundida entre os jovens. Então estamos falando de evangelização através dos meios digitais? Dom Celli: As palavras de Jesus devem repercutir o mais amplamente possível. Acreditamos que, nas maiores vias do mundo cibernético, o homem ainda pode encontrar o amor de um Deus que os procura, incansavelmente, pois Deus ama o homem e Deus pode comunicar esse amor e encontrar o homem de hoje também ao longo destes grandes vias do mundo cibernético. Quais são os projetosque estão sendo desenvolvidos naPCCS? Dom Celli: Os projetos são baseados principalmente na formação. O PCCS ajuda jovens sacerdotes de vários países a entrar no mundo da comunicação e a obter o doutorado em universidades pontifícias. Estamos fazendo treinamento para os bispos e padres. Fizemos um no Brasil no ano passado. Não muito tempo atrás, eu estava no Líbano para se encontrar com os bispos do Oriente Médio, onde tivemos um maravilhoso seminário com cinqüenta bispos e muitos padres, freiras e leigos, todos que trabalham no mundo das comunicações. No domingo, 20 de junho, vou para a Ucrânia, onde, também alí, teremos reuniões com bispos, sacerdotes e leigos juntos para descobrir, como a Igreja deve enfrentar o desafio da cultura digital e como, neste contexto,pode soar a Palavra do Senhor. Qualé a sua mensagem paranossosleitores, que irão celebrar o Dia da Comunicação,no próximo domingo? Dom Celli: Eu acho que a mensagem é esta: vivamos com alegria e responsabilidade a missão que o Senhor nos confiou.Nós não somos enviados a proclamar a nós mesmos, somos chamados a proclamar Jesus Cristo, somos chamados a proclamar a única palavra que salva o homem. Então precisamos viver com muita dedicação, elevado profissionalismo, mas também felizes de ser capaz de ser instrumentos deste anúncio de verdade. Para maiores informações: www.pccs.va

Comunicação que transforma vidas

Começou o Seminário Nacional de Jovens Comunicadores nesta sexta-feira (18/05),em Brasília. Como tema “Jovens Católicos: Comunicação que transforma vidas”, o evento é promovido pelas comissões para a Comunicação e para a Juventude, da CNBB. Na abertura do seminário, o Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, disse que Deus deu a cada um de nós uma estupenda vocação, ao fazer de todos nós comunicadores de sua mensagem. “ Nós não comunicamos apenas dados, nós comunicamos vida, aquilo que nós somos, a verdade da nossa vida”, informou a assessoria de imprensa da CNBB. O presidente da Comissão para a Comunicação, Dom Dimas Lara Barbosa, disse que os jovens são protagonistas do processo comunicativo no mundo atual e recordou que a preocupação com a comunicação é antiga na Igreja. Ele destacou especialmente a mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações, celebrado neste domingo (20), com o tema Silêncio e Palavra: caminho de evangelização. “É no silêncio que a criatividade desabrocha”, observou. A expectativa do presidente da Comissão para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro, é de que o seminário ajude a Igreja e a sociedade a compreender mais o que se passa na cultura juvenil, que é permeada pela cultura midiática. Segundo ele, a Igreja quer entender os projetos do jovem, seus pensamentos, as novas maneiras de se relacionarem, e conclamou os presentes a ajudarem todos a conhecer, compreender e viver o projeto de Deus, de vida plena para todos.

sábado, 19 de maio de 2012

Discípulos e Servidores da palavra de Deus na Missão da Igreja- DOC CNBB 97

Os bispos do Brasil, animados e fortificados pelo documento do papa Bento XVI “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja” (Verbum Domini), nos oferecem o presente texto: “Discípulos e Servidores da palavra de Deus na Missão da Igreja”. Este texto é fruto de um longo percurso iniciado na 48ª Assembleia Geral, em Brasília, no ano de 2010, e concluído na 50ª Assembléia Geral, de 18 a 26 de abril de 2012, em Aparecida. "Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja" é resultado do estudo, reflexão e de diálogo fraterno. Firma a convicção de que “alimentar-se da Palavra é o primeiro e fundamental dever da Igreja e está centrado no desejo de que a Palavra de Deus alimente as nossas Comunidades. O documento também aborda a temática da animação bíblica da vida e da pastoral que é reconhecida como uma das urgências da ação evangelizadora nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (2011-2015) para que toda a vida cristã seja alimentada e dirigida pela Sagrada Escritura (DV, 21).“Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38), disse a Virgem Maria ao anúncio feito a ela por Deus. Assim, o DOC CNBB 97 quer colaborar para que a caminhada bíblica – cujos frutos são já bem presentes em nossas Comunidades – se consolide e se expanda sempre mais como nova evangelização e possibilite uma permanente renovação eclesial. Estará à venda a partir da próxima sexta-feira pelo site das ediçoes CNBB: http://www.edicoescnbb.com.br/loja/loja-302647 - Fonte: Zenit.

"Que a Igreja Americana abrace a riqueza espiritual dos imigrantes"

Concluiu-se o ciclo de cinco anos de audiências do Papa Bento XVI aos bispos dos Estados Unidos. Esta manhã, o Santo Padre recebeu em visita ad Limina Apostolorum os bispos das Regiões XIV e XV, incluindo os bispos dos diversos ritos orientais. Saudando os presentes, Bento XVI recordou os "urgentes desafios culturais e espirituais" que existem nos Estados Unidos e a conseqüente necessidade de uma "nova evangelização". A Igreja americana, observou o Papa, sempre “lutou para reconhecer e incorporar a diversidade e conseguiu, não sem dificuldade, forjar uma comunhão em Cristo e na fé apostólica, que reflete a catolicidade, marca infalível da Igreja." Entre as dificuldades e os desafios da Igreja americana Bento XVI identificou aquela da "imigração", elogiando os "esforços incansáveis" dos pastores do além oceano pela resposta dada até agora a este desafio, especialmente com relação à "reunificação familiar". Para a Igreja, então, causa "profunda preocupação", a defesa da "dignidade humana dos imigrantes", que deve ser reservado o "tratamento adequado". Ainda hoje a Igreja norte-americana "é chamada a abraçar, incorporar e cultivar o rico patrimônio de fé e cultura, presente em muitos importantes grupos de imigrantes”, entre os quais aqueles ligados aos ritos orientais mas também “os católicos asiáticos, africanos e hispânicos", disse o Papa A integração entre os vários grupos etno-linguísticos deve ser, portanto, considerada “de importância especial no exercício do vosso ministério", disse o Pontífice dirigido aos bispos presentes. Na obra catequética e pastoral que é responsabilidade da Igreja norte-americana, não deve-se descuidar, de acordo com o Papa, "a promessa imensa e as energias vibrantes de uma nova geração de Católicos" que esperam ser envolvidos na “renovação da vida da Igreja e na reconstrução do tecido da sociedade americana”, indispensável não somente pela recristianização da sociedade mesma mas também para freiar “a dissolução na Igreja, que é cada vez mais um obstáculo para a sua missão nos Estados Unidos. " Depois Bento XVI recordou as suas palavras durante a sua visita pastoral nos EUA em 2008: "Nós só podemos avançar se voltarmos nosso olhar para Cristo", na esperança de que a renovação espiritual desejada pelo Concílio fortaleça concretamente a unidade e a santidade da Igreja. O Santo Padre exortou os pastores americanos a “estarem especialmente perto dos homens e mulheres das vossas igrejas locais que estão empenhados em seguir a Cristo de um modo sempre mais perfeito, abraçando os preceitos evangélicos." Expressou também depois palavras de gratidão pela mulheres consagradas americanas, pedindo que “este momento de discernimento produza abundantes frutos espirituais para a revitalização e o fortalecimento das suas comunidades na fidelidade a Cristo e à Igreja, bem como para os seus carismas fundadores". O desejo do Papa para as comunidades católicas americanas para o Ano da Fé, que começará no próximo 12 de outubro - 50 º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – foi o de "reapropriar-se com alegria e gratidão do tesouro inestimável da sua fé”. No climax de um processo de enfraquecimento dos valores tradicionais e da fidelidade ao Evangelho, “a verdade de Cristo não somente tem necessidade de ser compreendida, articulada e defendida, mas deve ser proposta alegremente e confiadamente como chave de uma autêntica realização humana para o bem de toda a sociedade” - Fonte: Zenit.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O longo caminho dos refugiados do Sudão do Sul

Os tambores e fogos de artifício com que a cidade de Juba celebrou a cobiçada independência, há dez meses, são agora uma memória distante. Uma delegação da associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) visitou recentemente o Vicariato Apostólico de Gambella, a capital da região homônima da Etiópia ocidental, que abriga grande número de refugiados sul-sudaneses. "Se alguém duvida da existência do mal, tem que vir até aqui para ver o que está acontecendo", comenta o padre Andrzej Halemba, responsável internacional pelas seções África e Ásia da AIS. No vicariato apostólico etíope, que faz fronteira com o Sudão do Sul, já se refugiaram quase 30 mil pessoas. E todo dia chegam mais, a maioria mulheres e crianças. “Nós tentamos ajudar”, diz o vigário apostólico, monsenhor Angelo Moreschi, “e, quando o governo permite, enviamos um caminhão-tanque para aquela pobre gente sedenta”. Para os refugiados, a água tem valor imensurável, assim como a assistência espiritual oferecida pelos sacerdotes. Muitos sul-sudaneses são cristãos que, depois de anos, podem finalmente encontrar o conforto da Palavra de Deus e assistir à missa nas três capelas do vicariato construídas para eles. As expectativas, no entanto, não são animadoras. O presidente sudanês, Omar al-Bashir, parece decidido a entrar em guerra contra o Sudão do Sul. Especialistas dizem que um conflito militar entre os dois países levaria a consequências muito mais graves do que as da guerra civil de 1985 a 2005, que deixou mais de dois milhões de mortos. “Sem a paz”, diz Eva Maria Kolmann, do Departamento de Informações da AIS, “a próxima geração também só conhecerá o medo, a morte, a violência e a miséria dos campos de refugiados”. De Gambella, Kolmann descreve cenas de trágica cotidianidade. Uma criança brinca com o pneu velho de uma bicicleta, enquanto outros pequenos se escondem no meio dos arbustos. As mães observam os filhos, sentadas em pedaços de pano ou na terra nua. Uma mulher que lavou seus poucos trapos os põe para secar num galho seco. Não é fácil documentar a realidade: as câmeras não são bem-vindas. Patrulhas do exército vigiam para que ninguém se aproxime por razão alguma dos refugiados que dormem na beira das estradas. "Conseguimos fazer algumas fotos de dentro do jipe, mas não fomos autorizados a sair do carro". Uma das poucas imagens clandestinas mostra uma mãe exausta e desnutrida, que se abriga debaixo de uma árvore com seus oito filhos. O termômetro marca 40 graus. Nas semanas anteriores, os dias foram ainda mais quentes. Muitos refugiados têm que andar mais de 200 quilômetros sob o sol escaldante até chegarem a algum lugar tranquilo. “Como foi que aquela mulher fez uma viagem dessas?”, indaga Kolmann. “E com oito crianças?”. - Fonte: Zenit.

A catequese deve chegar ao coracao das pessoas

Aconteceu em Roma neste fim de semana o XII Congresso Europeu de Catequese, com o tema “Iniciação cristã e nova evangelização”, organizado pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE). ZENIT conversou com dom Amadeo Rodríguez Magro, bispo de Plasencia, Espanha, e membro da comissão de Ensino e Catequese da Conferência Episcopal Espanhola. Dom Amadeo, qual é o desafio principal da catequese na Europa? Dom Rodríguez - A secularização. Nós vemos, hoje, que muita gente na Europa vive como se Deus não existisse. E alguns jovens pensam que ele não é importante para a vida. O desafio é falar de Cristo com eles, dizer que Cristo é importante e necessário para a vida deles. A nova evangelização vai ajudar para isto? Dom Rodríguez – Eu acredito que a nova evangelização é um processo histórico que vem dos papas anteriores. A convocação de João XIII para o Concílio Vaticano II já era uma nova evangelização… O importante é que ela responda às necessidades e às urgências de um mundo que está mudando muito. Deus está presente na vida da sociedade, sejam quais forem as condições desta sociedade e as relações dela com Deus. Como levar esta mensagem para os jovens? Dom Rodríguez - Os jovens, muitas vezes, vivem em certas circunstâncias em que praticamente nem ouviram falar de Deus ou de Cristo. Existem jovens que nasceram em famílias que não os educaram na fé. Eles se encontram em certos contextos ou diante de meios de comunicação em que Deus não está presente como nós gostaríamos. Nós temos que falar dele e colocar esses jovens em contato com Jesus. Quais são os pontos principais desta mensagem? Dom Rodríguez – Nós temos que dizer para eles que Deus é importante para a vida. Que você tem muitas coisas, e muitas coisas já estão resolvidas mesmo no meio da crise, mas existe algo na sua vida que é mais importante do que tudo que você possui. Algo que vai dar a solução para a sua vida, para os seus problemas, a solução que no fundo do seu coração você procura, e que não vem com as muitas coisas materiais que você possui. E isso, modestamente, nós temos e oferecemos para você, e é Jesus Cristo. O que precisa melhorar do ponto de vista metodológico na catequese? Dom Rodríguez – Eu acho que nos últimos anos foi falado muito de método e houve avanços. Mas isto é no sentido formal. Sim, agora nós sabemos como fazer as coisas, mas o que nós temos que fazer, fundamentalmente, é tentar chegar até a vida e até o coração das pessoas, e lá se chega com o testemunho. Há quem diga que a catequese é um ato de amor, porque ela é um encontro da pessoa com Jesus, da sua própria liberdade com Jesus. Temos que oferecer uma proposta pessoal transformada em vida, com testemunho, para que aconteça essa paixão por Cristo. Qual é o papel da família neste processo? Dom Rodríguez - É fundamental! Nada pode ser feito sem a família. Nós temos que envolver a família também nos processos da catequese. Hoje falamos da “catequese inter-gerações”. É a família que fecunda a fé da criança, mas as crianças também fecundam a fé dos seus pais. Eu vejo na minha diocese, são tantos pais que recuperam o sentido da fé e da vida cristã no contato com a paróquia e com a comunidade cristã por causa dos sacramentos dos filhos. Basta fazermos bem o trabalho, convidar os pais e explicar: sem vocês, não podemos educar os seus filhos na fé. Eles precisam da credibilidade da vida de vocês, da credibilidade da mensagem vivida, acolhida e valorizada pelos pais. Fale-nos um pouco da sua diocese de Plasencia. Dom Rodríguez - É uma diocese belíssima. Nós temos duzentas e duas paróquias, e nas visitas pastorais eu encontro comunidades cristãs que acolhem o bispo como pastor e esperam que a palavra dele os encoraje e anime na fé. Tenho uma diocese onde há muito para trabalhar e servir, onde ainda se acolhe a mensagem, e, apesar de termos dificuldades, podemos fazer catequese de iniciação cristã. O senhor gostaria de mandar uma mensagem para os leitores da ZENIT? Dom Rodríguez - Com muito prazer! Quero saudar os leitores, que são muitos, e são muitos porque através da ZENIT nós recebemos a vida da Igreja, o pensamento, as opiniões, os fatos e acontecimentos, e entramos em contato com a universalidade da Igreja. Às vezes eu vejo que os folhetos diocesanos utilizam matérias da ZENIT. Tenho que parabenizá-los, porque vocês estão nos nutrindo de atualidade e do pensamento cristão. - Fonte: Zenit.

"Não rezemos o terço mecanicamente, mas com o coração"

"Vocês conhecem as fontes da Praça de São Pedro? Aquelas de dois andares, onde da fonte principal jorra a água que molha o primeiro nível e depois cai para o segundo? Pois, esta é a graça de Maria: uma graça que superabunda, que a preenche primeiro e depois chega a todos nós". Este é um dos muitos exemplos significativos utilizados pelo Cardeal maltese Prosper Grech, na Missa vespertina de ontem, junto à igreja de Santa Maria das Graças à noite, na Igreja de Santa Maria delle Grazie alle Fornaci, em Roma, onde a imagem da Virgem de Fátima estará até o dia 20 de maio, juntamente com as relíquias dos Beatos Francisco e Jacinta. Ontem foi a jornada dedicada aos doentes e aos que sofrem. No final da sua homilia, toda voltada para a oração da Ave Maria, o cardeal distribuiu o óleo sagrado para unção dos enfermos para muitos fiéis enfermos que foram à igreja para cumprimentar a Virgem peregrina. "Maria é saúde dos enfermos", lembrou em sua meditação, "Ela dá a força para suportar o sofrimento e os males”. Lembrando a importância da oração e convidando os fiéis a "não abandoná-la neste mês mariano", o cardeal Grech destacou que Nossa Senhora "é caminho seguro que conduz a Cristo, refúgio certo para a salvação". Em uma entrevista concedida à Zenit, o cardeal explicou que "depende da nossa fé" acreditar no poder de intercessão de Maria e, portanto, na eficácia da oração. "Também é possível rezar para Maria sem fé – afirmou – e Ela, na sua misericórdia, também pode escutar." Mas só através de "uma relação pessoal com Cristo e, em seguida, com Sua Mãe", é possível chegar a "uma oração que sai do coração e que responde com o coração de Maria". "Quantas Ave-Marias nós rezamos na nossa vida? Milhares e milhares, eu acredito ", continuou o cardeal," e o que é que nós rezamos? Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. " "Maria naquele último momento – explicou – nos segurarará a mão, não só para confortar-nos, mas para dar-nos a fé para dar aquele pulo nos braços de Cristo, para que ele nos apresente a Jesus e Jesus ao Pai". "A penitência, o jejum e a oração, são formas concretas de salvação ensinadas por Maria", disse na sua homilia, o Cardeal. Mesmo durante a entrevista, combateu esse conceito, dizendo: "Jesus pregou em todo o seu Evangelho a penitência pelos nossos pecados para entrar no Reino de Deus. E a Sua Mãe o repete em toda aparição: a confissão, ato de verdadeira e sincera contrição, e a oração”. A oração, em particular, é um ato fundamental para a vida cristã, especialmente aquela dirigida à Nossa Senhora: "Aquilo que não nos atrevemos a pedir ao Pai ou por medo ou por falta de fé – disse – o colocamos nas mãos da Mãe". E Ela, acrescentou o cardeal, muitas vezes “indicou o Terço como un instrumento forte nas mãos do Cristão, ao qual devemos retornar. Um caminho não só de oração, mas de meditação”. Uma forma de oração que parece passada ou que, como observou o cardeal, é recitada mecanicamente. "No terceiro mistério glorioso, por exemplo, dizemos: o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos ... Pai nosso que estais no céu ... Ave Maria, e assim por diante. Mas o que isso significa para nós? Realmente estamos refletindo sobre o fato de que o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos, sobre a Igreja e, portanto, sobre mim? Temos de entrar plenamente no significado dessas palavras ", afirmou. Quando perguntado sobre o significado deste mês mariano, tempo de graça onde florecem tantas iniciativas que fazem voltar o coração à Maria, o cardeal Grech disse que esse é "um momento cheio de oportunidades para nós, porque redescobrimos a devoção pela Mãe de Deus que na Igreja Católica começou desde o início e vai continuar sempre enquanto unida intimamente ao Senhor. " Um último pensamento o Cardeal dirigiu aos doentes e aos que sofrem, na jornada de ontem, dedicada a eles: “No meu brasão está escrito ‘In te Domine speravi’ e naturalmente ‘non confundar in aeternum’, ou seja, Em Ti, Senhor, esperei, em Ti confio para que não esteja perdido para sempre. Esta deveria ser a nossa oração constante. A entreguemos à Maria, a Mãe, para que ela a ofereça a Jesus" - Fonte: Zenit.

Redescobrir o museu

No âmbito da celebração do Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, o Museu Pio XII em Braga, Portugal, irá proporcionar aos seus visitantes a oportunidade de redescobrir o museu, as suas coleções e as suas dinâmicas. Com este intuito, estarão disponíveis guias nos vários espaços a visitar e será apresentada uma mostra de peças, usualmente em reserva. As peças expostas pertencem às colecções de devocionária, ourivesaria, pintura e escultura, compreendidas entre os séculos XV e XVIII, e são alusivas ao Culto Mariano, assinalando o mês de Maria (maio), e estará patente ao público até ao final do mês. A entrada no Museu Pio XII é gratuita, nos normais horários de funcionamento do museu, a saber: 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 18h00. Museu Pio XII - Largo de Santiago 47 4700 Braga, Portugal - Fonte: Zenit.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A defesa da vida em um filme

Ives Gandra é Professor Emérito da Universidade Mackenzie e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e do Centro de Extensão Universitária - CEU Para o Senhor a Defesa a Vida, desde a concepção, é realmente um tema que nós católicos devemos buscar entender? Neste contexto o Filme Bella, do ator e Produtor Eduardo Verastequi, pode ajudar? Como o Senhor tomou conhecimento do filme? Ives Gandra: A vida é assegurada desde a concepção. Assim determina o Código Civil Brasileiro no artigo 2º, cuja dicção é a seguinte: “Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. E o inciso I do artigo 4º do Pacto de São José, cujo texto transcrevo: "Artigo 4º - Direito à vida - 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente." A própria Constituição Brasileira ("caput" do art. 5º) faz menção à inviolabilidade do direito à vida, estando assim redigido: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ...” (grifos nossos). Como, desde a concepção, o zigoto é um ser humano, compreende-se a proteção da vida, desde este momento, não se justificando interpretações cerebrinas que buscam, contra a clareza da lei e do direito natural, exaltar o homicídio uterino. Neste sentido, o filme Bella é uma útil contribuição para que se compreenda os dramas que decorrem das decisões das mães que autorizam a morte de seu filho por técnicas - todas elas são dolosas no aborto- conforme demonstrei no artigo "Como se faz um aborto", que está disponível no endereço: http://www.gandramartins.adv.br/art_detalhes.asp?id=367. Tomei conhecimento do filme numa convivência de formação espiritual, onde foi exibido. No Filme quais temas o Senhor considera que foram bem tratados? A família? A amizade? A vida? E por quê? Ives Gandra: No filme, todos estes temas foram tratados. Família, amizade, vida. À evidência, a vida de cada ser humano, que começa na concepção, depende da forma como sua mãe irá dela cuidar, pressupondo a necessidade de ter, desde que gerado, o carinho daquela pessoa que o gerou. Ele é um inocente. Sua mãe, seja qual for o motivo para não desejar a gravidez, naquele momento é mãe e responsável por alguém que existe e é formado em sua própria carne e de sua própria carne. No filme Bella, tais valores são realçados, pois apesar de indesejada a gravidez, percebe a mãe que seu futuro filho, que pretende abortar, necessitaria de sua amizade, de seu amor, de seu carinho e daqueles que conformam o seu ambiente (familiares e amigos). E é, graças a esta solidariedade e compreensão do papel de ser mãe que não pode ser assassina de seu próprio filho, que, no filme, ela desiste da gravidez e o resultado realçado no final é a felicidade que sente, já na criança nascida e ativa, por ser mãe de alguém que ama e que a ama. Todos os valores acima são muito bem tratados em "Bella". O Senhor acha que a Linguagem utilizada no Filme para tratar da temática do Aborto pode representar para os jovens uma excelente oportunidade de Rediscutir valores tão esquecidos, como o Amor Responsável? Ives Gandra: Sem dúvida alguma. É um filme para a juventude assistir, meditar e rediscutir a tese de que não há dignidade humana formada à custa de homicídios uterinos de inocentes. É impossível acatar a tese de que uma das grandes conquistas da humanidade do século XXI é o direito de as mães assassinarem seus filhos no próprio ventre, por uma questão de conforto pessoal. Poderá gerar, realmente, positivo impacto na mocidade. Aos leitores o Senhor recomendaria o Filme Bella? Ives Gandra: Recomendaria, pois se trata de um filme com conteúdo moral e humano, em que a vida e os valores maiores são evidenciados e bem tratados. É um filme que prende a atenção do início ao fim. Vale a pena assistí-lo. Para maiores informações sobre o filme: quero.reservar@filmebella.com

Dia internacional de oração pelas famílias

Foi celebrada ontem a vigésima edição do Dia Internacional das Famílias, criado pela ONU. Nesta data, coração da Segunda Semana do Direito da Família, a Federação Projeto Família lançou o primeiro Dia Internacional de Oração pela Família. Uma oração silenciosa reúne em coro as residências, capelas, paróquias e mais de cem mosteiros de toda a Itália, como pequenas lareiras acesas em rede. Uma rede de pessoas que dedicaram a Deus uma oração especial pela família. A súplica é única: famílias que saibam criar uma cultura de abertura, de comunhão e de esperança. Como sugere o manifesto da II Semana do Direito da Família, a família é um pequeno broto que deve ser cuidado, defendido, regado e levado a dar frutos. Em parceria especial com a Fraternidade de Emaús, o Projeto Família viveu 24 horas de adoração eucarística na capela dedicada aos beatos esposos Luis e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus. "A Igreja nos chama a proteger a família, apoiá-la espiritualmente e materialmente e lhe dar as garantias legislativas", disse dom Giuseppe Giudice, bispo de Nocera-Sarno, em mensagem pela II Semana do Direito da Família. "Não podemos, simultaneamente, elogiá-la e destruí-la. Seria como soltar pombas e pegar os estilingues; clamar pela paz e preparar a guerra". - Fonte: Zenit.

Novo Site da Pontifícia comissão para América Latina

A fim de reforçar as relações com toda a América, criando pontes de comunicação cada vez mais efetivas, a Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) inaugurou um página de Internet para levar os ensinamentos do Santo Padre para “o Continente da Esperança”, e ao mesmo tempo recolher o palpitar da Igreja que peregrina na terra de santos como Juan Diego, Frei Galvão ou Rosa de Lima, entre outros. Com uma apresentação moderna e colorida, o site oferece seções que serão úteis aos usuários, tais como aquelas dedicadas ao magistério dos papas e dos bispos latinoamericanos, assim como da própria CAL. Destacam também as seções de experiências e testemunhos, a de resenhas bibliográficas, assim como a de atualidade e notícias. Merece uma menção especial o link com a história documentada dos 50 anos da CAL (1958-2008), obra do presbítero Carlos Alberto Pérez Méndez padre, sacerdote da Arquidiocese de Villavicencio e doutor em História da Igreja, que trabalhou em Roma com informação dos arquivos de CAL e de outras instituições eclesiásticas. ZENIT entra na alegria de júbilo deste novo meio de comunicação do ‘dicastério vaticano no qual mais se fala espanho’, ecoando as palavras do presidente da CAL, o cardeal Marc Ouellet, em carta de boas-vindas aos usuários: " (O site) gostaria de abraçar e incluir o que o Espírito de Deus suscita através do magistério apostólico, e como novidade de vida no seio dos povos latino-americanos. " Para saber mais: www.americalatina.va - Fonte: Zenit.

Fim do litígio entre a Santa Sé e grupo Benetton

"Unhate": sem ódio. Assim terminou o lamentável caso entre a Santa Sé e a empresa Benetton, culpada de manipular no ano passado a imagem de Bento XVI numa campanha de marketing intitulada, precisamente, "Unhate". Nesta sexta-feira, o Grupo Benetton divulgou nota em que expressa “pesar por ter ofendido a sensibilidade de Sua Santidade Bento XVI e dos crentes católicos” ao publicar em formato gigante uma fotomontagem do papa beijando o imã do Cairo. O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, revelou um "acordo provisório" entre os advogados da Santa Sé e do Grupo Benetton. De acordo com o documento, o Grupo Benetton afirma ter garantido "que todas as imagens fotográficas da pessoa do Santo Padre foram retiradas do circuito comercial e que não irá fazer qualquer uso futuro da imagem do Santo Padre sem autorização prévia da Santa Sé". A empresa declara ainda que "usará os devidos meios para impedir o uso da imagem por terceiros, em sites ou em outros locais". A imagem foi lançada em 16 de novembro em vários lugares de Roma, incluindo a ponte do Castelo Sant'Angelo, a poucos metros do Vaticano. A campanha incluiu fotomontagens de beijos entre outras conhecidas figuras políticas e líderes religiosos, como o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente chinês, Hu Jintao, ou Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, de Alemanha e França, entre outros. Imagens claramente provocativas, que são frequentemente usadas em anúncios da Benetton, causam controvérsia imediata. Desta vez, a empresa bateu de frente com a especial sensibilidade dos fiéis. O Vaticano emitiu no mesmo dia uma dura declaração, anunciando que a Santa Sé "tomaria as medidas necessárias para proteger adequadamente a imagem do Santo Padre de tal abuso". Após os protestos, a Benetton retirou rapidamente as imagens de circulação. A Santa Sé não quis pedir uma indenização de natureza econômica, mas obteve do Grupo Benetton uma pequena doação para uma atividade caritativa da Igreja. É um sinal de ressarcimento moral e de reconhecimento do abuso praticado, além de reafirmar o compromisso vaticano de defender inclusive por meios legais a imagem do papa. O pe. Lombardi conclui o assunto observando que o caso "não deveria ter acontecido, mas esperamos que se tire dele uma lição de respeito à imagem do papa e de qualquer outra pessoa e à sensibilidades dos fiéis". Fonte: Zenit.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Para frente e para o alto

Oferecemos aos nossos leitores o artigo de espiritualidade semanal enviado pelo nosso colaborador habitual, Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo metropolitano de Belém do Pará. *** “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que, do meio de vós, foi elevado ao céu, virá assim, do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,11). Os discípulos formados por Jesus foram acalentados com sua presença e agora se veem lançados à missão, encarregados por ele, quando de sua partida para o Céu, de levar a Boa Nova do Evangelho a todos os recantos da terra: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado” (Mc 16,15-16). Em todas as etapas de sua caminhada por esta terra os cristãos são desafiados buscarem o ponto certo para pousarem seu olhar e suas esperanças. Trata-se de encontrar o ponto de referência que lhes possibilite navegar pelas águas agitadas da vida, sem perder o rumo. Caminhar a esmo, sem clareza de objetivos, não dá consistência a qualquer trabalho humano. Como da parte de Deus há sempre a clareza de que deseja a salvação de todos e quer formar uma única família, que quer o mundo unido e lança, pela ação do Espírito, as sementes do Verbo em todas as partes, é preciso sempre aprender e seguir os passos do Salvador. O Evangelho de São Marcos já constatava que “os discípulos foram anunciar a Boa Nova por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra pelos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,20). O cristão busca as coisas do alto, onde Cristo está à direita do Pai (Cf. Cl 3,1). Sua tarefa não é apenas olhar para a realidade que o envolve, mas semear a esperança, propondo novos caminhos. O olhar do pesquisador, que aponta as tendências e constata a opinião pública é insuficiente para ele. Antes, cabe-lhe propor um jeito diferente de viver, cuja origem é “do alto”. Quando tudo aponta para a ganância e o acúmulo de bens, trata-se de semear a partilha e a comunhão. Quando o olhar do analista do dia a dia enxerga apenas os crimes e a corrupção, vamos ao encontro de novas práticas de partilha, existentes bem perto da gente, apostamos na esperança, ajudamos as pessoas a se levantarem e a recomeçarem. Alguns fatos me chamaram a atenção recentemente. Em visita ao “MUPAT”, uma organização na “Cidade Nova”, região de Ananindeua, na Arquidiocese de Belém, encontrei uma casa, posta à disposição de um grupo de pessoas, onde trabalhos muito simples, com materiais muito simples, são destinados a ajudar os membros da organização não governamental e a servir aos mais pobres. Dois adolescentes, filhos e um catador de lixo, tornam-se “mestres”, que ensinam sua arte de aproveitarem garrafas “pet”. À costura feita pelas mulheres que ali se reúnem se ajunta a conversa, na partilha das dificuldades e na descoberta de soluções para educar os filhos. Uma delas contava a respeito do filho, hoje consagrado a Deus, saído de situações de risco. Um mundo novo, bem simples, ao alcance de nosso olhar e de nossa mão! Outro fato foi a observação de um profissional de comunicação, em meio à grandiosa procissão das velas, na Festa de Nossa Senhora de Fátima. Partilhava comigo a alegria de sua escala de serviço, quando, acostumado a pautas que incluem diariamente crimes e escândalos, era escalado naquele dia para uma festa de fé! Parece pouco, mas seu coração e o mundo ficaram diferentes, pois a câmera com que trabalhava colhia imagens diferentes, era purificada pelo bem que gravava. Não menos significativo foi o fato de, nesta semana, ter assinado a Escritura com a qual a “Obra Social Nossa Senhora da Glória” recebeu a área localizada em Mosqueiro e na qual será implantada, na Arquidiocese de Belém, a “Fazenda da Esperança”, para a recuperação de pessoas que se envolveram com drogas. Há tudo para fazer, mas já começamos! A realidade que nos cerca é muito pequena para o tamanho do sonho plantado por Deus. Fomos feitos por ele para o que é melhor! Daí a positiva inquietação do cristão que pretende viver sua fé. Onde quer que se encontre, planta novas ideias, descobre soluções simples, acredita nos pequenos gestos, aposta no bem que pode ser feito. A Solenidade da Ascensão do Senhor, celebrada pela Igreja, tornou-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais. É que, entre a subida do Senhor aos Céus e sua prometida volta no final dos tempos, cabe-nos encontrar os meios adequados para levar a Boa Nova a todos os recantos da terra. A inteligência humana tem encontrado, desde os mais simples sinais, qual sejam os olhares, sorrisos, lágrimas ou abraços, até chegar aos mais recentes e trabalhados meios de comunicação, vias que possibilitam a comunicação entre as pessoas. Estas vias podem servir ao bem ou ao mal, pois dependem dos que as utilizam! Por isso, o Dia das Comunicações Sociais seja o dia em que, como Igreja, desejamos entrar no coração das pessoas que realizam as comunicações, para agradecer-lhes e pedir a Deus por elas. E como os cristãos acabam propondo coisas que parecem simples, mas que são importantes, chegue a todos, especialmente às pessoas que trabalham nas comunicações, a conclusão da mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, sobre “Silêncio e Palavra, caminho de comunicação”: “Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A Maria, cujo silêncio “escuta e faz florescer a Palavra” (Oração pela Ágora dos Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de setembro de 2007), confio toda a obra de evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social”.

Cruz da JMJ e Ícone de Maria renovam vocações em seminários

O atraso de quase uma hora na programação não abalou os jovens seminaristas e seus parentes que encheram a capela do Seminário Maior Arquidiocesano na manhã do passado domingo, dia das mães. Atualmente, 83 homens se preparam para o sacerdócio no seminário Nossa Senhora de Fátima de Brasília, incluído o seminário propedêutico, primeira experiência dos jovens no discernimento da vida de padre. Além da Arquidiocese de Brasília, há estudantes das dioceses de Uruaçu, Luziânia, Conceição do Araguaia, Formosa e Jataí. Jaimo Custódio da Silva Filho é um deles. Está no quarto ano de teologia e faz parte da pastoral vocacional da arquidiocese. Segundo ele, a peregrinação dos símbolos da Jornada é um momento vocacional por excelência. “Nesses momentos centrais, a Igreja fomenta o desejo do jovem de se consagrar.” O jovem seminarista acredita que a presença do Ícone e da Cruz da JMJ ajuda a fortalecer o chamado dos vocacionados e reavivar a fé. “Ter contato com os símbolos da Jornada é ter contato com a fé universal, é um convite à santidade”, disse. Em sua homilia, o reitor do seminário, padre Marco Antônio Forero, refletiu sobre ao convite universal para sermos instrumentos da graça de Deus aos demais. “Os jovens precisam ser Cruz de Cristo e Ícone de Maria para os demais”, afirmou. Padre Forero convidou a todos os seminaristas a, como São Mateus, a seguir Cristo com coração aberto. “O Pai os convida a serem alegres e livres apóstolos do Reino. Na resposta generosa a esse convite, encontrarão a verdadeira felicidade a que seu coração aspira”, reforçou o padre aos jovens seminaristas e as familiares presentes. Um pouco antes, os símbolos da Jornada peregrinaram pelo seminário missionário Redemptoris Mater, com sacerdotes e seminaristas ligados à espiritualidade do Caminho Neocatecumenal. Fonte: Jovens conectados

Cruz e ícone no Centro do Poder Político do Brasil

O Palácio do Planalto recebeu no dia 12 de maio, sábado, uma visita histórica: os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Ícone de Nossa Senhora e a Cruz, estiveram presentes em cerimônia na tarde daquele sábado. O encontro reuniu o arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha e a mando da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Mais de 100 pessoas estiveram presentes. Os símbolos da JMJ entraram pela rampa principal do Palácio carregados por jovens do movimento de Emaús e crianças e jovens da Pastoral Juvenil Marista. Os dragões da independência, que fazem a segurança do Planalto, ficaram como guarda-costas e fizeram um corredor para a passagem. A cerimônia começou com o agradecimento do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Em nome da presidente Dilma Rousseff, ele diz que a fé representa o povo brasileiro. "O Brasil nasceu sobre a égide da cruz e embora sejamos um governo laico, reconhecemos a fé e esses ícones como um momento de reforço à nossa luta, como um convite para continuar nosso ideal de fazer uma nação fraterna e justa”, afirmou. Em seguida, o arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, refletiu sobre a presença da Cruz da JMJ e do Ícone no centro das decisões do País com a passagem evangélica do Dai a César o que é de César. “Compete aos fiéis participarem na vida política de modo coerente com os ensinamentos da Igreja. A política é um âmbito importante da prática da caridade. Ela nos chama a um forte compromisso com a cidadania, pela construção de uma vida reta. Há necessidade de políticos cristãos, mas antes, precisamos de fiéis que deem um verdadeiro testemunho de Cristo na comunidade civil e política”, destacou Dom Sérgio. O arcebispo enfatizou que a maior missão dos fiéis é construir a Palavra na vida social de cada um, sem esquecer que a graça de Deus é necessária para alcançar essa meta. Ao remeter-se ao Evangelho, ele disse: “Dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus. Devemos dar ao Senhor a importância que lhe cabe, para depois exercer bem nossas atividades, nossa missão”. Alessandra Veiga, casada há 21 anos e com dois filhos, pediu a sua família que lhe acompanhasse no Bote Fé de Brasília, mas ao final, esteve sozinha. “Eu escutei sobre o evento há 15 dias, e senti que eu tinha de vir ao encontro de Cristo. Vim sem saber nada e, de repente, a cruz estava ao meu lado. Senti um convite de Cristo, que ao me trazer até o Palácio, renovou minhas forças e minha fé. Ele me consolou”, disse emocionada. Para ela, é difícil falar de política. “Fiquei feliz de terem sido aberto essa casa tão importante para o Brasil. Esperava a presidente, como cidadã, mas o principal era a cruz, Nossa Senhora e o nosso bispo. A partir do momento que eles estiveram aqui nessa casa, espero que eles mudem a política do nosso país”. Esperança O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que a chegada da cruz da JMJ tem a simbologia do povo brasileiro que espera e sofre com a os problemas de desigualdade social. “A presidenta determinou que abríssemos o Planalto a esses símbolos, pois a Igreja estimula nosso sonho, que é o direito e igualdade a todos os brasileiros. É um desafio para não esquecermos da perspectiva fundamental, que é lutar contra a fome e os valores do nosso povo. Que essa benção derrame sobre nosso governo e nosso País a força necessária para que essa meta seja alcançada por nós”, ressaltou. Além disso, Carvalho falou em nome da presidente sobre a expectativa de receber, no ano que vem, a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Bento XVI. “A chegada do Papa e da Jornada, que trará 3 milhões de jovens, recolocará o Brasil no centro da humanidade. E será toda uma semana de reflexão e renovação social, em que todos relembrarão seu ideal, que é superar essa miséria que temos, as drogas e a violência, para que nossa nação seja cada vez mais solidária e alegre”, reiterou. Fonte: Zenit.

Novos consultores para a nova evangelização

O Santo Padre Bento XVI nomeou como consultores do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização os padres Marco Frisina, presidente da comissão diocesana de Arte Sacra da diocese de Roma e professor nas pontifícias universidades Lateranense e Santa Cruz, em Roma; Jeremy Driscoll, OSB, professor no seminário Mount Angel, no Oregon, Estados Unidos, e na Faculdade de Teologia do Pontifício Ateneu Santo Anselmo, de Roma; e o esloveno Marko Ivan Rupnik, SJ, diretor do Centro Aletti, professor no Pontifício Instituto Oriental, na Pontifícia Universidade Gregoriana e no Pontifício Instituto Litúrgico do Ateneu Santo Anselmo de Roma. O papa nomeou também Salvatore Martinez, presidente da Renovação Carismática da Itália, que já é consultor do Pontifício Conselho para os Leigos e do Pontifício Conselho para a Família. Martinez recebeu a notícia em Nazaré, na Terra Santa, onde está trabalhando na criação do Centro Internacional para a Família, a ser apresentado ao Santo Padre em Milão durante o Encontro Mundial das Famílias. O novo consultor declarou: “Acolho este gesto do Santo Padre com profunda gratidão e espírito de obediência. Reforçar a relação de comunhão com Pedro e com a Igreja e colaborar ainda mais ativamente na defesa e na difusão do Evangelho no mundo é um motivo de grande alegria para mim, é um dom que eu espero honrar com humildade”. O consultor de um dicastério tem a função de dar o seu parecer qualificado teológica, canônica ou pastoralmente, e é convocado para assembleias plenárias destinadas a estudar as grandes linhas de orientação e os programas de cada dicastério vaticano. Fonte: Zenit.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro

"Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro - Do exemplo de Chen Guangcheng ao estudo-piloto Y-VarViac" é o título da Conferência Científica realizada em 12 de maio na Faculdade de Bioética do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum (APRA), no décimo aniversário de sua fundação. A conferência foi dedicada ao famoso dissidente chinês pró-vida Chen Guangcheng, que denunciou esterilizações e abortos forçados por parte do Governo de Shadong. Suas recentes aventuras, como a fuga, o refúgio na embaixada dos EUA em Pequim e a hospitalização, foram notícia no planeta inteiro. O encontro teve a participação do Dr. Renzo Puccetti, médico e ensaísta; do pe. Gonzalo Miranda, LC, decano da Faculdade de Bioética do ateneu; do prof. Giuseppe Noia, da Universidade do Sagrado Coração de Milão; do prof. Carlo Bellieni, membro da Academia Pontifícia para a Vida; de Ettore Gotti Tedeschi, presidente do Instituto para as Obras Religiosas (IOR) e destacado economista; e de monsenhor Ignacio Barreiro, da Human Life International. Constance Miriano, autora do livro "Case-se e seja submissa" e coordenadora da associação Silent No More Awareness nos Países Baixos, participou dando seu depoimento. A conferência apresentou dados do estudo-piloto Y-VarViac (Youth-Value Related Vision on Abortion and Contraception, ou Visão sobre aborto e contracepção em relação com o valor Juventude), iniciado por pesquisadores da Faculdade de Bioética do Regina Apostolorum, destinado a explorar os conhecimentos e as escalas de valor sobre as questões do início da vida a partir de uma grande amostra de jovens do ensino médio. Entre os resultados mais relevantes dos dados preliminares, aparece a supervalorização da possibilidade de gravidez numa única relação sexual. De acordo com as informações dos autores do estudo, os jovens acreditam que uma relação sexual apresenta 70% de possibilidade de levar a uma gravidez, número que é 20 vezes maior do que a possibilidade real. Além da confiança exagerada na capacidade da pílula do dia seguinte para evitar a gravidez, este resultado explica em parte a alta demanda por essas pílulas por parte da população mais jovem. De acordo com os professores Leonardo Macróbio e Renzo Puccetti, responsáveis ​​pela pesquisa, é significativo que, entre as meninas que já tomaram a pílula do dia seguinte, dois terços se digam contrárias a produtos que possam interferir mesmo que potencialmente na implantação do embrião. É um dado que, se confirmado, levanta sérias dúvidas sobre a integridade das informações fornecidas na prescrição da pílula, e se torna ainda mais preocupante quando se considera que esta oposição é manifestada por pelo menos metade das meninas. Na era da globalização, é cada vez mais importante, mas também mais difícil, navegar nestas questões sem se perder no mar de possibilidades que surgem. O Departamento de Bioética pretende oferecer um serviço para aqueles que precisam de uma "bússola" para navegar nesta matéria, tanto para entender melhor as questões em debate quanto para dar um encaminhamento àqueles que atuam na área da saúde humana. Fonte: Zenit.

Um missionário católico foi o descobridor da nascente do Rio Nilo

Richard Francis Burton e John Hanning Speke entraram para a história como os descobridores das nascentes do Rio Nilo, em 1858, no Lago Vitória. Mas, na realidade, foi um jesuíta espanhol, o padre Pedro Páez, quem descobriu, dois séculos antes, qual era a nascente principal de um dos maiores rios do mundo, aquele que, na Fonte dos Quatro Rios da Piazza Navona, é representado cobrindo a face. A "reivindicação" é de um escritor espanhol, Fernando Paz, em seu livro "Antes de Todos". Paz dedica um capítulo ao heroísmo do jesuíta de Madri, que antecipou em dois séculos a revelação de um dos grandes mistérios da história. Burton e Speke, na verdade, descobriram a origem do Nilo Branco, no ponto mais distante da foz, no Lago Vitória. Mas o que importa no caso de um rio é o fluxo de água, e é o Nilo Azul que “transporta” 80% das águas do rio, até Omdurman. São estas as águas que Páez encontrou. O jesuíta nasceu em 1654 em Olmeda de la Cebolla, estudou em Coimbra, tornou-se sacerdote em Goa e começou uma viagem para chegar à costa da Somália. A odisseia o levou a enfrentar todos os tipos de aventuras: malária, piratas, captura pelos turcos, tortura, prisão, até ser vendido como escravo para o sultão do Iêmen. Depois de atravessar descalço o deserto, comendo gafanhotos, Páez descreveu áreas como Habramaut e Rub Al-Khali, de cuja descoberta, dois séculos mais tarde, outros europeus levaram o crédito. Em 1603 ele decidiu evangelizar a Etiópia, mudou de nome para Abdullah e partiu para aquele país. Permaneceu vinte anos na Abissínia, e, acompanhando o rei em uma cavalgada, descobriu as fontes do Nilo. Era 21 de abril de 1618. "Confesso que exultei ao ver o que desejaram ver o rei Ciro e seu filho Cambises, ou Alexandre, o Grande, e o famoso Júlio César", escreveu ele em sua "História da Etiópia", em 1620, obra em que aborda a sua descoberta com desapego. Seu interesse, afinal de contas, era apenas batizar. Fonte: Zenit.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Nosso Best-Seller é a Bíblia Sagrada

O atual diretor executivo das Edições CNBB, escolhido para o quadriênio 2011-2015, Monsenhor Jamil Alves de Souza, concedeu a ZENIT entrevista exclusiva, na qual explica a missão das Edições CNBB. Publicamos a entrevista na íntegra: Como surgiram as edições CNBB? Mons. Jamil: As edições CNBB surgiram da necessidade do episcopado brasileiro em ter uma editora para publicar seus estudos, documentos, assim como os do Vaticano, além de outras obras de cunho pastoral elaboradas pelas várias comissões e organismos que compõem a grande rede da Conferência nacional dos Bispos do Brasil. Qual é a obra de maior tiragem? Mons. Jamil: Nosso “Best-Seller” é a Bíblia Sagrada. Conseguimos criar uma edição realmente de qualidade e acessível, em todos os sentidos, inclusive financeiro, cumprindo assim a missão da nossa editora: Evangelizar. Quais são as principais parceiras? Mons. Jamil:Todas as editoras católicas são nossas parceiras. Por exemplo, a nossa Bíblia é comercializada em grande parte pela Canção Nova que, inclusive, abdicou de uma Tradução própria. Como são as vendas? Mons. Jamil: São realizadas com as dioceses, paróquias e contamos com o apoio dos Regionais da CNBB. Muitos leigos também encomendam por telefone, pelo site... Além das editoras parceiras que juntam forças conosco para levar a todos nossas publicações. Como ver o catálogo da editora? Mons. Jamil: Para saber quais são as obras das Edições CNBB entrar no site www.edicoescnbb.com.br e, neste site, o leitor saberá de todas nossas publicações. E também poderá se cadastrar para receber os nossos lançamentos, promoções... Com relação a pessoa do Padre Jamil, como foi que o senhor acabou trabalhando na CNBB? Mons. Jamil: Eu sou do clero diocese de Franca, interior de São Paulo. Por solicitação da Presidência da CNBB, o meu bispo, Dom Pedro Luiz, concedeu que eu viesse colaborar na diretoria das Edições da CNBB. Com qual espírito cumpre a sua missão aqui? Mons. Jamil: Uma das grandes coisas que ajuda muito é a minha vida pastoral antes desse trabalho. Passei por várias experiências: chanceler, pároco, diretor de colégio, diretor de escola de teologia, coordenador diocesano de pastoral, administrador diocesano... 20 anos de vida pastoral. Essa experiência capacitou e dá muito animo ao exercer esta atual função. Por exemplo, sei pelo que passa um padre que atua no interior, nas periferias das grandes cidades... e dessa forma acabamos interagindo com os párocos. Na sede das Edições CNBB recebemos inúmeras ligações, emails de padres comentando sobre nossas publicações, dando-nos sugestões, corrigindo-nos com o intuito de nos mostrar como podemos melhorar, qual o caminho a seguir para que nossos subsídios pastorais atinjam o povo de Deus... Por experiência, sabemos o que significa isso e compreendemos porque Deus nos quis aqui hoje! Então, vir para cá é um chamado de Deus e tento responder na simplicidade. Para mim, quanto mais simples e humanos formos, mais de Deus seremos

Nossa Senhora do Conforto guia a Itália para a renovação

Uma invocação a Deus, com o conforto moral de Maria para reajir à tentação do desencorajamento e, também pela forte tradição humanística, retornar com decisão a vida de renovação espiritual e ética, que somente pode conduzir a uma autêntica melhoria da vida social e civil. Este foi o centro da mensagem de Bento XVI durante a Missa desta manhã no parque “Il Prato” na cidade de Arezzo, durante a primeira etapa de sua visita pastoral nas dioceses de Arezzo,La Vernae Sansepolcro. A visita do Santo Padre começou nesta manhã de domingo. O helicóptero partiu do Vaticano para o estádio da cidade de Arezzo, onde foi acolhido pelo Monsenhor Ricardo Fontana, arcebispo de Arezzo, Cortona-Sansepulcro, pelo premier Mario Monti, e outras autoridades políticas e eclesiais. Chegando de carro no parque, atrás da Duomo da cidade, Bento XVI saudou cerca de trinta mil fiéis que chegaram de ônibus e de trem provenientes de todas as regiões, prontos para dar o ‘Bem-Vindo’ ao Papa, balançado seus bonés brancos e amarelos. Às 10:00 houve a celebração da Eucaristia com os bispos toscanos, concluindo com a oração do Regina Caeli. “Hoje, uma antiga Igreja me acolhe” disse o Papa ao inicio de sua homilia: “bem quista pelo empenho nos séculos de construir a cidade do homem à imagem da Cidade de Deus”. A comunidade aretina, explicou, “é distinta muitas vezes na história, pelo sentido de liberdade e pela capacidade de diálogo entre os diversos componentes sociais”. Prova disto são as “múltiplas expressões de fé cristã” que nos séculos passados enriqueceram e animaram a igreja de Arezzo, “dentre elas, a maior é a dos Santos”. O Papa recordou a igreja de São Donato, padroeiro da cidade, “cujo testemunho de vida, que fascinou a cristandade na Idade Média, é ainda atual”; São Píer Damiani que ,”oferece a sua riqueza espiritual a esta Igreja diocesana e à Igreja Universal”; o beato Gregório X, Papa, sepultado na Catedral de Arezzo, “que mostrou, na diversidade dos tempos e das culturas, a continuidade do serviço que a Igreja de Cristo quer dar ao mundo”. Uma tradição importante que segundo o Papa, deve levar-nos a sermos “autênticas testemunhas do amor de Deus a todos”. Mas como podemos nós, com a nossa fraqueza, levar este amor? A resposta é de São João quandona segunda leitura de hoje, nos disse que “a libertação do pecado e das suas consequencias não é nossa iniciativa, mas de Deus. Não fomos a amá-Lo, acrescentou o Papa, mas é Ele quem nos amou e tomou sobre si o nosso pecado e o lavou com o sanue de Cristo”. Todos nós,destacou o Santo Padre, “nós todos, somos convidados no mundo a levar o Evangelho e a salvação”. Para isso Deus aos múltiplos ministérios: chama aos múltiplos ministérios, para que cada um desenvolva a própria parte para o bem comum. Voltando à historia da cidade de Arezzo, Bento XVI recordou como aquela terra, pátria do Renascimento e de grandes personalidades tais como Petrarca e Vasari, “teve parte ativa na afirmação daquela concepção do homem que incidiu sobre a história da Europa, tomando força em torno dos valores cristãos”. Por isso devemos nos questionar sobre “qual visão do homem poderemos propor às nova gerações”, afirmou Bento XVI. A exortação então é para que esta Igreja diocesana, através do “testemunho luminoso do pobre de Assis, continue a estar atenta e solidária em relação àquele que se encontra em necessidade”. Tudo isso “se conjuga também com a defesa da vida, desde o seu surgir ao término natural” e com a defesa da família, “através de leis justas e capazes de tutelar também os mais fracos”. Isto é, segundo Bento XVI, “um ponto importante para manter um tecido social sólido e oferecer propectivas de esperança para a futuro”. Ao término da Missa, na introdução da oração do Regina Caeli, o Papa confiou os fieis presentes à materna proteção da Mão do Conforto, devoção de todos os arentinos, que “quer sempre confortar seus filhos nos momentos de maior dificuldade e sofrimento”. Após uma visita particular na Duomo, Bento XVI foi para a capela da Mãe do Conforto para adorar o Santissimo Sacramento. Às 13:30 através de uma passagem interna na Catedral, prosseguiu para o palácio episcopal para o almoço com os Bispos da Toscana. À tarde, após cumprimentar os organizadores e as autoridades civis, o Pontífice partiu de helicóptero de volta paraLa Verna. Fonte: Zenit.

Que morra nos braços de uma mãe. Sta. Tereza de Calcutá

Durante os dias 10 a 12 de abril de 2012, no Supremo Tribunal Federal, votou-se a liberalização do aborto de fetos anencéfalos, com base em argumentos que questionam a viabilidade dessas vidas, a possibilidade de desenvolvimento e a brevidade da existência dessas crianças. Sob o pretexto de garantir às mulheres a liberdade para levar adiante uma gestação em tais condições, aprovou-se, por 8 votos a 2 o aborto de crianças anencéfalas. Diante dos acontecimentos daqueles dias, não pudemos deixar de testemunhar o que temos vivido. Nossa filha, Pietra, é portadora de uma encefalopatia severa denominada holoprosencefalia alobar que foi inclusive citada pelo ministro Sr. Ricardo Lewandowski em meio a sua excelente argumentação contrária a liberalização do aborto. Quem é a Pietra? Pietra é uma menina de quase 4 anos de idade, que nasceu com uma grave mal formação cerebral: “Holoprosencefalia Alobar”. Síndrome esta que é caracterizada por um prognóstico de vida reservado: algumas horas quando as deformidades físicas são incompatíveis com a vida; alguns dias ou poucos meses, dependendo da severidade em que acomete a criança. No caso da Pietra, devido a gravidade da displasia cerebral existente, se sobrevivesse às complicações relacionadas à patologia (hipotermia, pneumonia) viveria alguns meses em condições bem adversas e penosas. Hoje, Pietra alimenta-se por sonda, não caminha, não enxerga, mas ouve muito bem. Tenta simpaticamente comunicar-se através de sons, tem um belo sorriso que escancara uma única verdade: está viva com toda a sua capacidade e vontade.O diagnóstico dessa anomalia só foi percebido três dias após seu nascimento, uma vez que a mãe biológica dela não fizera nenhum pré-natal, pois já havia decidido dá-la em adoção. Como conhecemos a Pietra e porque decidimos adotá-la? Nós tivemos a graça de conhecê-la, nos seus primeiros dias de vida, em meio a um turbilhão de informações e palavras tão complicadas quanto a sua debilidade física. Somos casados há 18 anos, temos três filhos biológicos e dois adotivos, mas todos os cincos “nossos filhos”. Plasmados antes no coração e na resposta a vocação própria do sacramento do matrimônio do que gestados fisicamente. Esperávamos nosso quarto filho, na fila da adoção, quando soubemos que uma pequena menina com uma “grave doença cerebral” tinha sido deixada no hospital sem muitas esperanças de sobrevivência. Quando a vimos pela primeira vez, Pietra estava na Unidade de tratamento Intensivo com freqüentes paradas cardio-respiratórias com a expectativa de poucas horas de vida. E, nessa tremenda fragilidade, pudemos testemunhar a potência da vida que quer cumprir sua missão. Na saída da UTI, a caminho da capela do hospital, entendemos que estávamos diante de um grande mistério: o mistério do amor inefável de Deus Pai que tem a cada ser em seu coração e toma para si a causa de seus filhos, especialmente os mais fragilizados e abandonados. Sabíamos que era preciso responder a esse Amor que suavemente propunha algo que, sem dúvida, nos ultrapassava em todos os âmbitos. A adoção foi a resposta que livremente brotou dos nossos corações diante do que vivemos naqueles dias. E, apesar do medo das previsões nada animadoras, mas com a firme esperança de estar correspondendo à vontade de Deus, fomos lançados na maior, mais intensa e mais plena vivência que podíamos ter imaginado para nossa família. O Senhor nos surpreende com seus planos. Naqueles primeiros dias, em que ela extraordinariamente lutou pela vida, nós a acompanhamos sabendo que, pelo tempo que ela vivesse, nós a amaríamos e não seria em vão. Ela sentiria o amparo, o conforto, o consolo, a doçura e a ternura de que precisava. Mas, se viesse a falecer em poucas horas ou dias, ela morreria nos braços de uma mãe. Depois de alguns dias (36 para sermos exatos) eis que abríamos a porta de nossa casa com nossa pequena filha no colo. O que pensamos sobre a decisão do STF? Sentimo-nos de luto. As crianças anencefalas são portadoras de vida - como, aliás, o são todos os fetos - na forma mais fragilizada e, por isso mesmo, devem ser especialmente protegidas e amparadas em todas as suas necessidades sendo completamente vergonhoso e cruel negar-lhes esse amparo e acolhimento. É inaceitável que um tema de reflexão filosófica, tão delicado quanto complexo como o é a vida em sua definição, seja tratado de maneira tão simplista e definido não na verificação da verdade, que é imutável, mas banalizada superficialmente pelo interesse obscuro de alguns. Não é possível que fiquemos nos debatendo no vazio de hipóteses ou argumentações volúveis e subjetivas mas, é necessário antes, que diante de uma gestação tecida com tais sofrimentos as mulheres sintam-se amparadas e possam receber a informação e o apoio devidos, sendo acompanhadas por uma legislação que respalde a vida tanto sua quanto de seu filho. Quais razões justificam particularmente nosso testemunho? Seriam suficientes para rejeitar essa decisão os argumentos científicos, segundo os quais as conseqüências de um aborto provocado são violentamente danosos a saúde psicológica e física da mulher; além das razões éticas intrínsecas a essa questão: um ser humano é digno de cuidado em qualquer fase do seu desenvolvimento, quanto mais se dependente e indefeso. Ou, agredir a quem não pode defender-se não é mais considerado um ato abominável? Mas, acima de qualquer argumentação, para nós, está a moral cristã católica na qual vivemos e da qual aprendemos o valor salvífico da cruz. Ninguém de nós pode evitar durante a sua vida o sofrimento próprio ou o de quem ama. O mistério do sofrimento, inerente à condição humana, sempre nos alcança e procurar negá-lo, quando inevitável, só transtorna e desfigura a capacidade do ser humano de dilatar seu limite de amar, a capacidade de estender os braços e alcançar o outro que sofre. Gerar um filho é acolhê-lo da maneira como ele é, nas suas debilidades e nas suas potencialidades, com sua especial beleza, ainda que revestida de deformidades físicas. Do mesmo modo que, ao contemplarmos a cruz de Cristo contemplamos sua potência redentora que foi tecida no sofrimento e aniquilação, mas que resplandece vitoriosa e dá a razão de nossa fé. e-mail para contato: rrb@cipnet.com.br Fonte: Zenit.

O Estado não calará a Igreja na defesa da vida e da dignidade humana

A recente criação da Comissão da Verdade pelo governo brasileiro foi vista, por minorias de alguns setores mais radicais (de ambos os lados da escala ideológica), como uma continuação da luta travada na época dos anos de exceção e repressão: por alguns, como uma instância de revanche; por outros, como a oportunidade de resgatar ideologias que, sob um manto aparentemente humanista, já se mostraram daninhas em outras partes do mundo. No entanto, a nomeação efetiva da comissão, que se mostrou bastante equilibrada, veio a mostrar que ela pode, de fato, ser aquilo que a grande maioria está esperando – uma instância de resgate da dignidade – e muitas vezes até dos restos mortais - dos que estiveram envolvidos nos conflitos ainda não completamente esclarecidos daquela quadra da história recente do Brasil. Quero destacar, aqui, em especial, a minha admiração pela pessoa do Professor Doutor Cláudio Fonteles, nomeado pela Presidência da República para compor esta Comissão. Ele é membro emérito do Ministério Público Federal, onde foi Procurador-Geral da República, e tem uma história de luta pelos direitos humanos na melhor linha da Doutrina Social da Igreja, que ele aliás ensina, com muito brilhantismo, no Curso Superior de Teologia da Arquidiocese de Brasília. Cláudio Fonteles está na comissão em razão da sua história como homem público, e como digno representante dos cristãos que, movidos pela necessidade de defender a vida e a liberdade em nosso país, expuseram sua segurança pessoal para discordar pacificamente das políticas equivocadas de então, bem como para registrar e documentar o que ocorreu no período: nós, os católicos brasileiros, na excelente companhia dos irmãos judaicos e dos irmãos protestantes. Isto foi feito através de iniciativas preciosíssimas como, por exemplo, o projeto Brasil Nunca Mais, iniciado ainda na clandestinidade, no tempo da ditadura, quando se podia falar de verdade em "justiça de transição". Não estou tratando dos que, naquela época, muitas vezes empolgados ou pressionados pelos tempos duros, acabaram adotando caminhos radicais e incompatíveis com a boa doutrina social da Igreja. Falo dos cristãos que, ontem como hoje, levantaram pacificamente suas vozes em defesa do direito à vida e à liberdade ameaçados pelo Estado brasileiro de então, em que a vontade de alguns foi confundida com a vontade de todos, e a eliminação física de pessoas em razão desta ou daquela posição ideológica era vista como muito natural. Curioso que, naquela época como hoje, a Igreja continue como bastião inabalável da luta em favor da vida dos mais fragilizados – naquela época, os mortos e desaparecidos na luta política; hoje, os nascituros, anencéfalos e doentes terminais, ameaçados agora pelo aborto e pela eutanásia. Uso a expressão “curioso” não por causa da luta da Igreja pela vida, que é sempre coerente e firme. Mas porque os argumentos daqueles que se opõem a esta luta cristã continuam bem parecidos: trata-se, diziam os de então, de questões de Estado, e, como o Estado é laico, nós, católicos, deveríamos manter-nos fora de tais discussões. Este argumento ainda é repetido, hoje, pelos que, ocupando funções estatais, liberam o aborto e a eutanásia. Mas a luta pela vida é sempre nossa, e o Estado não calará a Igreja na defesa da vida e da dignidade humana. Que o Estado é laico sempre o soubemos, e não queremos nem por um momento que seja diferente. Mas lembraremos sempre a todos – aí incluídos os eventuais ocupantes do Poder em qualquer quadra histórica - que a vida humana é sagrada e que sempre a defenderemos frente ao Estado, da concepção à morte natural. Cláudio Fonteles continua como um grande lutador pela vida, e teve que ouvir, muitas vezes, a acusação de que a sua atuação indivisa como homem público cristão “feria a laicidade do Estado”, quando, no exercício dos importantes cargos públicos que ocupou, lutava intransigentemente pelo respeito à vida dos nascituros, embriões e bebês, contra abortos e frias manipulações destrutivas em laboratório. Cláudio, no entanto, é um exemplo de cidadão íntegro e coerente: ele sempre teve os mesmos princípios humanos, quer na missa, quer no seu gabinete de Procurador Geral da República, onde não buscou aplausos fáceis, mas a luta corajosa pela defesa do ser humano. Orgulho-me, ainda, como Procurador da República que também sou, que felizmente o Dr.Cláudio Fonteles, além de grande cristão, também seja um colega de instituição, e que de certa forma me represente duplamente nesta Comissão. * Paulo Vasconcelos Jacobina é Procurador Regional da República e Mestre em Direito Econômico

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Judeus e Católicos: Diálogo, reconciliação, cooperação

O Serviço de Informação do Vaticano informou que nesta manhã, Bento XVI recebeu uma Delegação do Congresso Ebraico na América Latina "o primeiro grupo representante das organizações e comunidades judaicas na América Latina com os quais eu me encontro no Vaticano", disse o Papa. Bento XVI recordou que "em toda a América Latina estão presentes comunidades ebraicas dinâmicas, especialmente na Argentina e no Brasil, que vivem em um continente com grande maioria de católicos. Desde os anos do Concílio Vaticano II, as relações entre judeus e católicos foram fortificadas também em vossas regiões, e há várias iniciativas que continuam a aprofundar a amizade mútua ". O Santo Padre reafirmou que a Declaração "Nostra Aetate" do Concílio Vaticano II "continua a ser a base e a orientação em nossos esforços para promover uma maior compreensão, respeito e cooperação entre as duas comunidades. Esta afirmação não só representa uma posição clara contra todas as formas de anti-semitismo, mas lança as bases para uma reavaliação teológica da relação da Igreja com o Judaísmo, manifestando que a confiança na valorização da herança espiritual compartilhada por judeus e cristãos levaria a uma maior compreensão e apreciação reciproca”. "Ao considerar a evolução nos últimos cinqüenta anos nas relações católico-judaicas em todo o mundo, só podemos agradecer ao Onipotente por este sinal evidente de sua bondade e providência. Com aumento da confiança, respeito e boa vontade,grupos que inicialmente impostavam as relações em uma certa falta de confiança, foram convertidos em relações de amizade e confiança, se tornaram bons amigos, capazes de lidar com a crise e superar os conflitos de uma forma positiva. Certamente, mesmo que ainda tenha muito a ser feito para superar os conflitos do passado, agora podemos contar com a promoção de melhores relações entre as nossas duas comunidades, em uma resposta positiva aos desafios que enfrentam sempre mais os que crêem no mundo de hoje. No entanto, devemos dar graças ao fato de que estamos empenhados em caminhar juntos no caminho do diálogo,da reconciliação e da cooperação ". "Em um mundo cada vez mais ameaçado pela perda dos valores espirituais e morais, que são os únicos que podem garantir o respeito pela dignidade humana e paz duradoura, um diálogo sincero e respeitoso entre religiões e culturas é fundamental para o futuro da nossa família humana . Espero que esta visita de hoje seja uma fonte de coragem e confiança renovada no momento de enfrentar os desafios de construir laços mais fortes de amizade e colaboração, e dar testemunho profético da força da verdade de Deus, da justiça, e do amor reconciliador, para o bem de toda a humanidade ", disse o Santo Padre. Fonte: Zenit.

Promulgados os decretos da Congregação das Causas dos Santos

Na Audiência Sua Santidade extendeu para a Igreja Universal o Culto litúrgico em honra de Santa Hildegarda de Bingen, freira professa da Ordem de São Bento, nascida em Bermershein (Alemanha) em 1089 e morta em Rupertsberg (Alemanha) no 17 de Setembro de 1179, colocando-a no catálogo dos Santos. Durante o mesmo encontro o Sumo Pontífice autorizou a Congregação a promulgar os Decretos que dizem respeito: - as virtudes heróicas do Servo de Deus Francesco Di Paola Victor, Sacerdote diocesano, nascido na Campanha (Brasil) no dia 12 de abril de 1827 e morto em Três Pontas (Brasil) no dia 23 de Setembro de 1905. Fonte: Zenit.

Novo Documentário sobre Bento XVI no Brasil

A Rádio Vaticano lancará em Julho desse ano um documentário narrando a passagem de Bento XVI pelo Brasil: sua visita na Fazenda Esperança, a canonização de Frei Galvão, o encontro com os jovens no Pacaembu, sua passagem pelo Mosteiro de São Bento, e a abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. O documentário conta com a narrativa de Dom Raymundo Damasceno Assis, Dom Odilo Pedro Scherer e Dom Cláudio Hummes e também frei Hans Stapel e “Nelsinho”, fundadores da Fazenda Esperança, que contam os momentos da visita do Papa. O trailer do documentário pode ser visto no youtube: http://youtu.be/dImUv2JL5UA Fonte: Zenit.

Igreja do Brasil em diálogo com a sociedade

A Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação, da CNBB, apresentou os projetos do 21º Plano de Pastoral. Dom Joaquim Giovani Mol, presidente da Comissão, referiu que esta comissão coloca a Igreja no Brasil “em diálogo com a sociedade”. Durante o encontro destacou-se estes projetos: a necessidade de formar agentes da Pastoral da Cultura; a criação do projeto de Responsabilidade Social Empresarial para formar empresários cristãos; a realização do projeto Arte e Artistas; e os projetos Forum Brasileiro de Cultura e Colóquios de Fé e Cultura. Na Educação, haverá um Encontro Nacional nos dias 1º e 2 de setembro em Porto Alegre e na área de ensino superior se realizará o 2º Encontro Brasileiro de Universitários Cristãos (EBRUC), em Curitiba (PR), nos dias 12 a 14 de outubro, e o encontro das Linhas Gerais da Ação Evangelizadora no Meio Universitário, nos dias 22 a 24 de junho, em Belo Horizonte. O presidente da Comissão, Dom Joaquim, lembrou também que dos dias 18 a 21 de Julho de 2013 acontecerá o Congresso Mundial de Universidades Católicas a ser realizado na Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). Dos dias 23 e 24 de Outubro, será realizado em Brasília, uma reunião com todos os bispos referencias dos 17 Regionais da CNBB sob o tema: “O que é a pastoral da educação da cultura e da universidade, questões fundamentais, desafios, e passos a dar nos Regionais e dioceses”. Fonte: Zenit.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quando Deus criou a mãe

Às vésperas do dia das mães, propomos aos leitores de ZENIT um texto anônimo que tem circulado pela internet. Quando Deus criou a mãe, já estava nas horas extras do seu sexto dia de trabalho. Um anjo apareceu e disse-lhe: “Senhor, por que gastas tanto tempo com esta obra?”. DEUS: Viste a minha folha de especificações para ela? Precisa ser completamente lavável, mas não ser de plástico; ser capaz de funcionar com toda a energia, mesmo que esteja em jejum; ter um colo que acomode quatro crianças ao mesmo tempo; ter um beijo que possa curar desde um joelho arranhado até um coração ferido, e fazer isso tudo com apenas duas mãos. ANJO: Com apenas duas mãos? Impossível! E este é o modelo padrão? É muito trabalho para ela! DEUS: Ela também enxerga os filhos através das paredes, vê suas necessidades sem que eles precisem dizer nada, se cura sozinha quando está doente, alimenta uma família com qualquer coisa e consegue trabalhar dezoito horas por dia. ANJO: Mas ela parece tão frágil, Senhor! DEUS: Ela é frágil por fora, mas muito forte por dentro. Não fazes ideia do que ela pode suportar e conseguir. ANJO: Ela é capaz de pensar? DEUS: Não só de pensar, mas também de raciocinar e negociar. ANJO: Senhor, parece que este modelo tem um vazamento… DEUS: Isso não é um vazamento… É uma lágrima. ANJO: E para que serve uma lágrima? DEUS: As lágrimas são a sua maneira de expressar alegria, tristezas, desengano, o seu amor, a sua solidão, o seu sofrimento e o seu orgulho. ANJO: És um gênio, Senhor. Pensaste em tudo. A mãe é verdadeiramente maravilhosa! DEUS: Sim, ela é! A mãe tem forças que maravilham os homens. Elas cantam quando gostariam de gritar. Choram quando estão felizes e riem quando estão nervosas. Lutam pelo que acreditam. Enfrentam a injustiça. Não aceitam um “não” como resposta quando acham que existe uma solução melhor. Privam-se para que a família tenha algo. Acompanham ao médico quem tem medo de ir sozinho. Amam incondicionalmente. Choram quando os filhos triunfam e se alegram quando os amigos vencem. Sabem que um beijo e um abraço podem ajudar a curar um coração ferido. São feitas de todas as cores, medidas e formas. Transmitem luz, alegria, esperança, compaixão e ideais. O coração das mães é maravilhoso! Fonte: Zenit.