quarta-feira, 29 de junho de 2016

XIV Domingo do Tempo Comum

Textos: Is 66, 10-14c; Gal 6, 14-18; Lc 10, 1-12.17-20
Ideia principal: Retrato do missionário cristão.
Síntese da mensagem: Cristo no evangelho de hoje dá umas pistas concretas a estes 72 discípulos para a sua missão evangelizadora. São pistas que parecem calcadas das bem-aventuranças: humildade, espírito de pobreza, atitude de paz, aceitação das perseguições. Estas mesmas pistas valem para todos os missionários de ontem, de hoje e de sempre.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugaro que deve levar o missionário cristão? O essencial. Cristo não se conforma com os doze apóstolos. Agora elege e envia outros setenta e dois, de dois em dois, para preparar-lhe o caminho. E hoje Cristo continua chamando muitos cristãos, sucessores desses 72- sacerdotes, missionários, religiosos, pais, educadores, cristãos comprometidos, testemunhas de Cristo no meio do mundo, leigos que participam nos vários conselhos e equipes paroquiais ou diocesanos. Quer que colaboremos na obra da evangelização da sociedade, pois a messe é grande e a secularização se estende por todos os lugares, semeando a cultura e a globalização da indiferença e do descarto. Levar o que? O essencial. Os apóstolos não tinham cofres para economizar nem cartão de crédito para pôr e tirar dinheiro. Levar o que então? Uns joelhos para rezar e pedir ao dono da messe que mande mais operários para a sua messe. Uns pés ágeis para percorrer todas as periferias dos povos e das cidades. Uma boca para anunciar a mensagem com decisão, entusiasmo, convicção, respeito e amor, sem medo nem covardias. Um coração pleno de fervor e amor por Jesus e pelo seu Reino. O resto- dinheiro, comida, sandálias… compete à conta da Providência divina. Cristo quer os seus missionários pobres, de vida sóbria, manter-nos livres de interesses e de posses e assim estar mais disponíveis para a tarefa fundamental: anunciar o seu Reino. Este é o sentido dos votos religiosos de pobreza, castidade e obediência dos religiosos. Os missionários de Cristo devem se sentir peregrinos, não instalados comodamente em posições conquistadas. O que levou São Francisco Xavier quando foi às Índias? O que levaram os primeiros missionários que foram à Nova Espanha nas caravelas de Colón? O que levou São Francisco de Assis? O que trouxeram a estas terras de Santa Cruz (Brasil) as freiras e os religiosos que vieram da Espanha, da Itália, da Alemanha, de Portugal?
Em segundo lugaro que deve anunciar o missionário cristão? Primeiro, desejar a paz. E depois anunciar esta mensagem: “está próximo o Reino de Deus”. Os conquistadores quando chegam a um lugar não levam a paz, mas a ânsia de conquista, inclusive com a espada, se for necessário. Os mensageiros do evangelho, pelo contrário, levam a paz. Por isso carecem de meios violentos. A paz significa satisfação das aspirações mais profundas dos homens. Cristo, graças ao seu mistério pascal, fez-nos partícipes da sua paz: paz com Deus, a paz com as consciências e a paz entre as pessoas. Deus quer que todos os seus filhos vivam na paz, na alegria e no amor. Deus está cheio de ternura e nos convida à exultação, ao gozo, pois a palavra Shalom não significa só ausência de conflitos, mas também abundancia, consolo, carícia e prosperidade (1 leitura). Paulo deseja sempre “graça” e “paz” no início das suas cartas. As duas vão juntas. A “graça” é o amor gratuito de Deus, que se nos deu por meio de Jesus Cristo e nos traz a “paz”. Primeiro a paz com Deus e, em seguida, a paz no nosso interior, na nossa consciência, e a paz com todos os homens, que, sendo filhos de Deus, têm direito ao nosso amor. E o Reino que devemos anunciar é o reino de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo: reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz, de proximidade e de ternura.      
Finalmentecomo deve reagir o missionário cristão diante dos contratempos? É verdade que nalgumas partes seremos bem recebidos: pessoas que nos escutarão de bom grado, que abrirão o coração à mensagem, que nos hospedarão nas suas casas, que nos ajudarão, que nos apoiarão e animarão. Muitas vezes também teremos êxitos e triunfaremos dos poderes do mal. Mas também haverá lobos: materialismo sem alma, indiferença, relativismo, hedonismo que cultua o corpo, secularismo sem espírito, agnosticismo, ateísmo sem Deus. Portas que se fecham na nossa cara. Haverá dias que sentiremos o desânimo, o cansaço, a chatice. Gente que nos criticará. Cultura e idioma novos e tão diferentes dos nossos. Fracassos. Cristo nos marcará com os seus estigmas, como fez com Paulo de Tarso (2 leitura). Cristo não nos promete que sempre seremos acolhidos e que será fácil o nosso testemunho de vida cristã. O que fazer? Tanto a uns como a outros temos que anunciar essa mensagem: “de todos modos, sabei que está próximo o Reino de Deus”. E sempre com mansidão e misericórdia, não com violência. Se nos rejeitarem, não teríamos que tentar fazer justiça com as nossas próprias mãos, condenando à direita ou à esquerda, como queriam fazer esses apóstolos pedindo que caísse fogo do céu como castigo sobre os que não os receberam (domingo passado). Semear, semear, semear. Que o Espírito Santo faça o resto.    
Para refletir: Estou preparado para ser missionário de Cristo? O que levo na mochila do meu coração: outro e prata, ou o amor a Cristo e a ânsia de estender o seu Reino por todas partes? Desanimo-me rápido diante das dificuldades da evangelização? Ou pelo contrário, cresço e confio na força do Espírito Santo, como os primeiros apóstolos, que pregavam com ousadia e valentia?
Para rezar: rezemos com a oração dos Claretianos:
Fazei, Senhor, que os Missionários
Filhos do Imaculado Coração de Maria
Sejamos homens que ardamos em caridade
 E que abrasemos por onde passarmos.
Que desejemos eficazmente e procuremos por todos os meios possíveis
Acender no mundo inteiro o fogo do divino amor.
Que nada nem ninguém nos intimide.
Que saibamos estar gozosos nas privações,
Enfrentar os trabalhos, abraçar os sacrifícios,
Comprazer-nos nas calúnias que nos levantem,
Alegrar-nos nos tormentos e dores que sofrermos
E gloriar-nos na cruz de Jesus Cristo.
Que não pensemos senão em como seguir
E imitar mais de perto a Jesus Cristo
Em orar, trabalhar e sofrer
E procurar sempre e unicamente a maior glória de Deus
E a salvação das almas.
Amém. 
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
 Fonte: Zenit.

Nenhum comentário:

Postar um comentário