Um dos líderes católicos da Síria lançou um apelo lancinante aos jovens, classificando a emigração da juventude como um “tsunami” e implorando-lhes que fiquem. A informação veio da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.
Referindo-se a “uma onda quase colectiva de emigração da juventude” o Patriarca greco-católico melquita, Gregorios III, disse que o êxodo era tão grave que colocava sérias questões sobre o futuro da Igreja na Síria.
Numa carta aberta à juventude, cuja cópia foi enviada para a Fundação AIS, o prelado, sediado em Damasco, afirmou que a emigração da juventude cristã era especialmente grave na Síria, mas também consistia uma grande preocupação noutras regiões do Médio Oriente.
Nas suas palavras: “A quase colectiva onda de emigração da juventude, especialmente na Síria mas também no Líbano e no Iraque, é um golpe mortal que me parte o coração, ferindo-me profundamente.
Devido a este tsunami de emigração… que futuro está reservado à Igreja? O que será da nossa pátria? O que acontecerá às nossas paróquias e instituições?”
Reconhecendo os imensos problemas da vida na Síria hoje em dia, o Patriarca disse que queria “implorar” aos jovens que ficassem.
E disse: “… Apesar de todo o vosso sofrimento, fiquem! Tenham paciência! Não emigrem! Fiquem por causa da Igreja, pela vossa pátria, pela Síria e pelo seu futuro! Fiquem! Fiquem, por favor!”
Devido ao êxodo da Síria, não há números precisos disponíveis relativamente à população cristã do país.
Mas, de acordo com estimativas prudentes, da população cristã da Síria até 2011, que rondava o 1.17 milhão, 450 mil pessoas são hoje deslocados internos ou refugiados noutros países.
A população cristã sofreu de forma crítica na medida em que as cidades, com uma elevada concentração de fiéis, incluindo Aleppo e Homs, assistiram aos piores conflitos e revoltas.
Os analistas do Médio Oriente têm alertado para o fato da Síria estar vivendo uma repetição da crise no Iraque, onde o número de cristãos desceu brutalmente de 1 milhão para menos de 300 mil durante os últimos dez a quinze anos.
Para encorajar a juventude cristã da Síria a perseverar na sua pátria, o Patriarca Gregorios assinalou episódios do passado em que a Igreja recuperou rapidamente após surtos de perseguição.
Sublinhou também a revolução na Síria, em 1860, que envolveu a morte de milhares de cristãos e a destruição de muitas igrejas na antiga cidade de Damasco e acrescentou:
“Os nossos antepassados passaram por muitas dificuldades, mas praticaram a virtude da paciência e, assim, a Igreja permaneceu, o Cristianismo permaneceu e o número de cristãos até aumentou depois de 1860.”
Em Fevereiro de 2015, a AIS divulgou vinte e dois novos projetos de ajuda, num total de mais de 2,3 milhões de Euros, a fim de apoiar os Cristãos na Síria a reconstruir as suas vidas, dando prioridade aos lugares mais afetados pela guerra, incluindo Aleppo, Homs e Damasco. Os projetos apoiados pela AIS irão beneficiar os milhares de famílias que permanecem na Síria, através de alimentos, medicamentos, aluguel de casas, bem como aquecimento e electricidade.
Fonte: Zenit.
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