O Governo de Cuba dará a anistia para 3.522 prisioneiros por ocasião da visita do Papa Francisco à ilha na próxima semana, uma medida já tomada pelo Conselho de Estado nas outras visitas apostólicas anteriores, de João Paulo II e Bento XVI.
Os prisioneiros agraciados foram escolhidos "considerando a natureza dos crimes, seu comportamento na prisão, o tempo de cumprimento da sanção e razões de saúde”, informou nesta quinta-feira à noite o jornal Granma. "Esta decisão entrará em vigor no prazo de 72 horas", acrescentou.
Entre aqueles que serão libertados destacam pessoas com mais de 60 anos de idade, jovens menores de 20 anos sem antecedentes criminais, doentes crônicos, mulheres, muitos que deveriam beneficiar-se da liberdade condicional no ano 2016, e uma parte daqueles que cumprem a pena e trabalham em condições abertas, bem como estrangeiros cujo país de origem garanta a sua repatriação, explicou o órgão do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC).
"Com algumas exceções por razões humanitárias, não foram incluídos sancionados por delitos de assassinato, homicídio, estupro, pederastia com violência, corrupção de menores, roubo e abate ilegal de gado maior, tráfico de drogas, roubo com violência e intimidação contra pessoas em suas formas agravadas, nem aqueles por crimes contra a segurança do Estado", destacou o jornal cubano.
No caso dos estrangeiros, o jornal oficial do PCC destacou que "o Ministério das Relações Exteriores coordenará com as missões diplomáticas acreditadas em Cuba daqueles países cujos cidadãos foram beneficiados pelo perdão, as medidas a serem tomadas para a partida definitiva destes".
Também assegurou que "o Ministério do Interior vai coordenar com os ministérios do Trabalho e da Segurança Social e Saúde Pública, e com os respectivos conselhos de administração provinciais do Poder Popular e do Município Especial Isla de la Juventud as ações necessárias para a reinserção e a atenção médica dos perdoados que pedirem”.
A nota publicada no jornal Granma não esclarece se os nomes dos anistiados coincidem com as litas que promoveu a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), as petições da Igreja Católica em Cuba ou outras entidades da sociedade civil. Muito menos faz menção àqueles que estão presos sem terem sido julgados.
O Santo Padre vai viajar para Cuba entre o 19 e o 22 de setembro, em uma viagem que o levará depois aos Estados Unidos. O Pontífice visitará as cidades da Havana, Holguín e Santiago de Cuba, no oeste do país, uma viagem considerada histórica, já que o Papa Francisco interveio no processo de degelo entre Havana e Washington.
Fonte: Zenit.
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