"Eu gostaria que você fosse o meu pai para sempre, porque o meu pai e minha mãe estão na prisão, te amo...”. Este é o pedido ao Papa Francisco de Kiara, uma menina de 9 anos que mora no Banhado Sul, região situada às margens do rio Paraguai, e que está muito perto do aterro de lixo Cateura de Assunção.
Em uma carta comovente, escrita à mão, a menor reconhece que gostaria de sentir-se amada, ter uma mãe, um pai, um lar. A iniciativa de escrever para o Santo Padre surgiu do coordenador logístico da visita papal no Banhado Norte, Luis Fretes, que teve a ideia de que todas as crianças do Banhado Sul escrevessem as suas próprias cartas, que ele próprio se encarregaria de entregar ao Pontífice, já que Francisco não visitará esta região da ribeira.
No total, 2.300 crianças escreveram as suas cartas, e, entre todas, destacou a de Kiara. “Somente escrevi o que me falava o coração, já que não tenho nem mãe, moro com os meus avós e se chego a ver e falar, com o Papa, pedirei também que tire a minha mãe da prisão”, explicou a menina que está na escola San Blas de Fe e Alegria.
Sua mãe está na prisão há dois anos por causa do microtráfico, assim como seu padrasto, que a criou desde que ela tinha três anos. Do seu pai biológico se sabe pouco, já que emigrou há muito tempo, disse à imprensa local a família da menor.
Centenas de crianças dos Banhados não só moram no meio da miséria e das inundações, mas também são vítimas da venda e consumo de droga, especialmente o crack.
As pessoas moram em barracos de compensado e chapas de zinco, e cada vez que as chuvas torrenciais provocam o transbordamento do rio Paraguai, as ruas de terra tornam-se atoleiros intransitáveis.
O Banhado Norte é uma das áreas de extrema pobreza que o papa visitará durante sua passagem pelo Paraguai. Naquele dia Kiara será apresentada a Francisco acompanhada por seu diretor, Germán Acevedo.
Enquanto isso, Magdalena Ramos espera chamar a atenção do Papa quando visite a pequena capela de paredes nuas no Banhado Norte, para que ajude o seu filho, cujos problemas neurológicos congênitos o colocaram na cama. “Gostaria que o Papa o visse e pedisse uma doação de cadeira de rodas e tratamento médico”, disse a mulher de 51 anos, que está desempregada.
Fonte: Zenit.
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