quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Pela primeira vez na história um Papa sobrevoa a China



Partiu ontem, às 16h de Roma, depois de cerca de 11 horas e meio de voo, o Papa Francisco aterrissou às 10h30, hora local (22:30 hora brasileira) na base aérea militar de Seul, na Coréia do Sul. Esperando por ele no aeroporto estava a presidente Park Geun-hye, juntamente com algumas autoridades estaduais, o Presidium da Conferência Episcopal coreana e representantes dos fiéis.
Para chegar no país asiático, o avião que transportava o Papa sobrevoou a Croácia, Eslovénia, Áustria, Eslováquia, Polônia, Bielorrússia, Rússia, Mongólia e China. Para cada um destes países o Papa Francisco quis enviar uma mensagem telegráfica aos respectivos Chefes de Estado.
A Ivo Josipovic, presidente da Croácia, escreveu: "Voando sobre o seu país durante no voo que me levará para a Coreia do Sul, vos envio calorosas saudações e a seus concidadãos. Implorando a bênção divina para a sua nação, peço a Deus Todo-Poderoso que vos abençoe com paz e prosperidade". Para o Presidente da Eslovénia, Borut Pahor, disse: "Dirijo uma cordial saudação a Vossa Excelência e aos seus concidadãos. Ao sobrevoar o seu país, invoco a bênção de Deus Todo-Poderoso, e rezo para que você dê a paz e a prosperidade à sua nação".
Telegramas semelhantes com invocações e orações de paz e bem-estar, O Papa enviou também aos presidentes da Áustria, Heinz Fischer; da Eslováquia, Andrej Kiska; da Polónia, Bronislaw Komorowski; da Bielorrussia, Alexander Lukashenko; da Rússia, Vladimir Putin; da Mongólia, Tsakhiagiin Elbegdorj.
Pela primeira vez, também, o avião papal pôde sobrevoar a República Popular da China, graças à autorização de Pequim. O Papa Francesco, em seguida, enviou uma mensagem de felicitações ao Presidente Xi Jinping, na qual escreve: "À medida que entramos no espaço aéreo da China, estendo meus cumprimentos a Vossa Excelência e a todos os seus concidadãos e invoco a bênção divina de paz e prosperidade sobre a Nação".
Durante a viagem, então, Francisco rezou com os jornalistas presentes por Simone Camilli, o VideoReporter italiano morto ontem em Gaza durante a operação de desarmar um míssil. "Uma oração por Simone Camilli, um dos 'seus' que hoje terminou o seu serviço", pediu o Papa, convidando a orar "em silêncio" e dizendo: "Estas são as consequências da guerra".
"Obrigado por seu serviço - disse o Papa - Obrigado por tudo o que vocês farão, que não será um passeio turístico, mas sim muito cansativo. Que a vossa palavra ajude sempre a unir-nos ao mundo e também vos peço: transmitam essa mensagem de paz”.
Às 15h35, as autoridades coreanas subiram a bordo para saudar o Papa. Ele desceu lentamente pela escada do avião, apertou a mão de Geun-hye e conversou com ela por alguns segundos. Em seguida, duas crianças coreanas vestidas com roupas tradicionais ofereceram-lhe um arranjo de flor, enquanto que para celebrar o início da visita oficiais do Exército deram uma salva de tiros de canhão em sua homenagem. Para o Papa Francisco é a primeira viagem a um país asiático.
As autoridades e o povo coreano têm mostrado grande bondade e cordialidade. Apesar dos católicos serem apenas o 11% da população, o país inteiro tem mostrado grande expectativa pela visita do Papa.
O Bispo de Roma, portanto, cumprimentou uma por uma as autoridades governamentais e representantes de diferentes grupos sociais do país aos quais se dirigiu em espanhol regularmente assistido por um sacerdote coreano que irá atuar como intérprete durante toda a estadia. Não deixou de distribuir, como sempre, sorrisos largos e calorosas saudações aos bispos e aos fiéis presentes no aeroporto. O Santo Padre, em seguida, subiu em um carro preto, um Kia Soul, pouco mais do que um pequeno carro utilitário e seguiu para a Nunciatura, onde celebrou uma Santa Missa em privado. Ele então abriu a janela para cumprimentar todos que encontrava pelo caminho.
A imprensa coreana saudou a chegada do Pontífice com manchetes como: "Este é o Papa Pastor dos fracos". Justamente esse é o aspecto que parece ser que mais tocou a maioria das pessoas do povo asiático: um Papa particularmente perto dos pobres e dos marginalizados.
Certamente as ruas para aguardar o Papa não estão lotadas como aquelas do Rio de Janeiro, mas são muitos os grupos espalhados que o quiseram cumprimentar. Há entusiasmo e as medidas de segurança são muito rigorosas, tanto para os jornalistas quanto para os fiéis. Supõe-se que isso também irá afetar os números de participações nos encontros do Pontífice.

Fonte: Zenit.

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