Começou na noite desta quinta-feira (17), a XIX Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira que discute em Brasília (DF), temáticas relacionadas à fome e a pobreza no Brasil e no mundo. A mesa de abertura contou com a participação de Alan Bojanic Helbingen, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, e dom Mauro Morelli, bispo emérito da Diocese de Duque de Caxias (RJ) e presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional e Sustentável de Minas Gerais (CONSEA/MG).
Helbingen salientou ainda que a segurança alimentar da população, segundo a FAO, é definida em quatro aspectos: disponibilidade de alimentos, acesso econômico, utilização e estabilidade do tempo, sendo que a questão do acesso foi destacado como fundamental para a erradicação da pobreza no mundo. "A FAO está trabalhando com ênfase no acesso aos alimentos, pois quem tem boa renda, tem mais chances de uma boa alimentação. É fundamental que a Igreja ajude a conscientizar a sociedade sobre o problema e contribua na promoção de políticas públicas e tecnologias sociais para aumentar a capacidade dos pobres em ter acesso aos alimentos."
Dom Mauro Morelli afirmou que a falta de alimentação está diretamente relacionada com o modelo de desenvolvimento e ressaltou que é preciso acabar com a riqueza. "A pobreza, segundo o Evangelho, é uma sociedade onde não existe acúmulo, que haja efetiva distribuição." Conforme o material de subsídio da assembleia, a produção agropecuária garante alimentação para 12 bilhões de pessoas e hoje existem pouco menos de 7 bilhões de seres humanos no planeta. O texto destaca que "há evidente desperdício e impedimento que muitos não tenham acesso aos alimentos."
Já padre Nelito Dornelas, que representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que a grande questão para a Igreja é combater a miséria, pois ela é desumaniza. "Fome se combate com comida. Miséria se combate com políticas públicas. A Igreja incentiva as pastorais, organismo, as comunidades eclesiais de base e as entidades que se associem aos movimentos da sociedade civil e aos conselhos de cidadania. Precisamos transformar a alimentação que é um direito constituído em um direito efetivo." Dornelas lembrou que a Cáritas não existe para administrar burocracias, ela é o testemunho da Igreja na sociedade. "Estamos juntos para abraçar todos os desafios que serão lançados."
Também participaram da mesa, coordenada por Anadete Gonçalves Reis, vice-presidenta da Cáritas Brasileira, dom Flávio Giovenale, presidente da Cáritas Brasileira, Monseñor Pierre Dumas, presidente da Cáritas do Haiti, Francisco Hernández Rojas, coordenador regional Secretariado Latinoamericano e Caribe de Cáritas (Selacc).
A XIX Assembleia Nacional da Rede Cáritas, que ocorre até domingo (20), reúne cerca de 250 agentes e voluntários de todo o país.
Fonte: Zenit.
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