segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Celebração em memória de Irmã Benigna, brasileira rumo aos altares - 26 de outubro



A Arquidiocese de Belo Horizonte e a Associação dos Amigos de Irmã Benigna (Amaiben) celebraram no último dia 26 uma Missa em memória da Serva de Deus Irmã Benigna.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, dia 26 de outubro às 11h, na Paróquia Santa Teresa e Santa Teresinha (Praça Duque de Caxias, nº 200, bairro Santa Tereza).
Irmã Benigna Victima de Jesus nasceu em 1907, na cidade de Diamantina (MG). Tornou-se religiosa da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade e sua vida foi marcada pela caridade e generosa acolhida aos mais pobres. Morreu no dia 16 de outubro de 1981, completando neste ano 32 anos de falecimento.
No dia 15 de janeiro de 2001, o processo de beatificação de Irmã Benigna foi aberto e a fase diocesana encerrada em janeiro deste ano. Uma Missa marcou o encerramento da fase local e o início da etapa romana.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A enculturação na Igreja



Um grupo de assessores do CELAM está reunido em Bogotá para tratar de um tema delicado da pastoral, que é a teologia indígena. Estamos preparando o nosso V Simpósio, a realizar-se na Bolívia em maio próximo, com o objetivo de prosseguir no caminho do aprofundamento a propósito dos conteúdos doutrinais dessa teologia, para avançar no seu esclarecimento à luz da Palavra de Deus e do Magistério da Igreja.

Preocupa-nos que alguns menosprezem e satanizem as culturas originárias sem conhecê-las a fundo; gostariam, esses, que tudo o que é indígena desaparecesse da história social e eclesial. Nestes simpósios tenta-se discernir, em costumes, ritos e mitos indígenas, o que o amor do Pai semeou neles por meio do seu Espírito, para oferecer a eles a plenitude que Jesus nos trouxe.
Em paralelo, ainda existem resistências ao uso do termo “Igreja autóctone”, como se implicasse um apartar-se da eclesiologia do concílio Vaticano II, quando em realidade é um esforço, certamente fronteiriço, de se viver o que o Espírito disse e diz a este respeito às Igrejas. É o que entendemos quando falamos de Igreja enculturada nas culturas indígenas, mestiças, urbanas e modernas.
O decreto Ad gentes, do Vaticano II, ordena: “Devem crescer da semente da Palavra de Deus em todo o mundo Igrejas particulares autóctones suficientemente fundamentadas e dotadas de energias próprias e maduras, que, providas suficientemente de hierarquia própria, unida ao povo fiel, e de meios adequados para viver uma vida plenamente cristã, contribuam, conforme lhes corresponde, para o bem de toda a Igreja. O meio principal para esta plantação é a pregação do evangelho de Cristo. Para anunciá-lo, o Senhor enviou os seus discípulos ao mundo todo, a fim de que os homens, renascidos pela Palavra de Deus, ingressem pelo batismo na Igreja, a qual, como corpo do Verbo Encarnado que é, se alimenta e vive da Palavra de Deus e do pão eucarístico” (6). Isto, que o Espírito pede, é o que procuramos viver.
Segundo João Paulo II, a enculturação é “a encarnação do evangelho nas culturas autóctones e, ao mesmo tempo, a introdução dessas culturas na vida da Igreja” (Slavorum Apostoli, 21). “Ao entrar em contato com as culturas, a Igreja deve acolher tudo o que, nas tradições dos povos, é compatível com o evangelho, a fim de lhes comunicar as riquezas de Cristo e enriquecer a si mesma da sabedoria multiforme das nações da terra” (Ao Pontifício Conselho para a Cultura,17 de janeiro de 1987).
Diz o concílio que a penetração do evangelho num determinado meio sócio-cultural, por um lado, “fecunda a partir de dentro as qualidades espirituais e os próprios valores de cada povo..., os consolida, os aperfeiçoa e os restaura em Cristo” (GS 58); por outro, a Igreja assimila esses valores, na medida em que compatíveis com o evangelho, “para aprofundar melhor a mensagem de Cristo e expressá-la mais perfeitamente na celebração litúrgica e na vida da multiforme comunidade de fiéis” (Ibid).

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Aumenta a fé no Nepal, graças à Bíblia e as palavras de Francisco



"Um incentivo forte no combate a desigualdade social e a injustiça". Estes são os sentimentos despertados no povo do Nepal a partir da leitura da Bíblia e da mensagem do papa Francisco para Dia Mundial das Missões, celebrado no último domingo.
Relatos de alguns sacerdotes locais à agência Asia News, ressaltam que a demonstração concreta de suas declarações é o aumento do número de não- católicos que decidiram participar da Missa dominical e os jovens que estão no caminho do catecumenato, atraídos pela mensagem de igualdade e dignidade do ser humano proclamado pela Igreja Católica.
A Agência informa que em 20 de outubro, mais de 500 pessoas foram a Catedral da Assunção, em Kathmandu para participar da Santa Missa. Padre Robin Rai, o pároco, durante a celebração leu a mensagem para o Dia Mundial das Missões do papa Francisco e, em seguida, pediu a todos os presentes - católicos e não católicos - para proclamar a Palavra de Deus aos membros de suas comunidades.
Os leigos presentes na liturgia encontraram as palavras da mensagem do Santo Padre "perfeitamente adequadas" às necessidades das populações do Nepal, feridas todos os dias pela discriminação e opressão. Muitos prometeram imprimir e distribuir as palavras do Papa em seus locais de trabalho.
A Ásia News relata também o testemunho de Rita Adhikari, mãe de três filhos, membro da casta mais baixa da sociedade nepalesa. A mulher disse que se converteu ao catolicismo, há oito anos, depois de descobrir “que não existe discriminação nesta religião". "Todos os seres humanos são iguais e são tratados da mesma forma - acrescenta -independentemente da casta, cor da pele ou classe social”.
Rita explica que, a fim de escapar da discriminação, teve que mudar seu nome. "Meu nome verdadeiro é Biswakarma - diz - que para os hindus do Nepal indica pessoas de casta inferior. Para eles somos “intocáveis". Para escapar da perseguição mudamos para Kathmandu, a capital, acreditando que as coisas teriam sido diferentes. Mas mesmo aqui, tivemos problemas: nós não podíamos usar a água do abastecimento público, ou alugar um quarto. Os colegas hindus da minha filha a evitavam. Ao final, mudamos o nome para Adhikari, para que as pessoas não conseguissem nos identificar com facilidade”.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Mais de 800 milhões ainda passam fome no mundo



Começou na noite desta quinta-feira (17), a XIX Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira que discute em Brasília (DF), temáticas relacionadas à fome e a pobreza no Brasil e no mundo. A mesa de abertura contou com a participação de Alan Bojanic Helbingen, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, e dom Mauro Morelli, bispo emérito da Diocese de Duque de Caxias (RJ) e presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional e Sustentável de Minas Gerais (CONSEA/MG).
De acordo com Helbingen, hoje, 842 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo, ou seja, uma em cada oito. Dentre os "objetivos do milênio" para serem atingidos até 2015 estabelecidos pela FAO, a prioridade número um é a redução pela metade da pobreza e da fome da população com renda inferior a um dólar por dia. "De 1990 para reduzimos a fome proporcionalmente de 19% para 12%. A América Latina reduziu de 15% para 7,9% e até 2015 deve atingir a meta. A África Subsariana continua sendo a região com maior prevalência de subnutrição no mundo", destacou.
Helbingen salientou ainda que a segurança alimentar da população, segundo a FAO, é definida em quatro aspectos: disponibilidade de alimentos, acesso econômico, utilização e estabilidade do tempo, sendo que a questão do acesso foi destacado como fundamental para a erradicação da pobreza no mundo. "A FAO está trabalhando com ênfase no acesso aos alimentos, pois quem tem boa renda, tem mais chances de uma boa alimentação. É fundamental que a Igreja ajude a conscientizar a sociedade sobre o problema e contribua na promoção de políticas públicas e tecnologias sociais para aumentar a capacidade dos pobres em ter acesso aos alimentos."
Dom Mauro Morelli afirmou que a falta de alimentação está diretamente relacionada com o modelo de desenvolvimento e ressaltou que é preciso acabar com a riqueza. "A pobreza, segundo o Evangelho, é uma sociedade onde não existe acúmulo, que haja efetiva distribuição." Conforme o material de subsídio da assembleia, a produção agropecuária garante alimentação para 12 bilhões de pessoas e hoje existem pouco menos de 7 bilhões de seres humanos no planeta. O texto destaca que "há evidente desperdício e impedimento que muitos não tenham acesso aos alimentos."
Já padre Nelito Dornelas, que representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que a grande questão para a Igreja é combater a miséria, pois ela é desumaniza. "Fome se combate com comida. Miséria se combate com políticas públicas. A Igreja incentiva as pastorais, organismo, as comunidades eclesiais de base e as entidades que se associem aos movimentos da sociedade civil e aos conselhos de cidadania. Precisamos transformar a alimentação que é um direito constituído em um direito efetivo." Dornelas lembrou que a Cáritas não existe para administrar burocracias, ela é o testemunho da Igreja na sociedade. "Estamos juntos para abraçar todos os desafios que serão lançados."
Também participaram da mesa, coordenada por Anadete Gonçalves Reis, vice-presidenta da Cáritas Brasileira, dom Flávio Giovenale, presidente da Cáritas Brasileira, Monseñor Pierre Dumas, presidente da Cáritas do Haiti, Francisco Hernández Rojas, coordenador regional Secretariado Latinoamericano e Caribe de Cáritas (Selacc).
A XIX Assembleia Nacional da Rede Cáritas, que ocorre até domingo (20), reúne cerca de 250 agentes e voluntários de todo o país.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Abbas: Espero assinar os acordos de paz com Israel com a caneta do papa



O presidente do Estado Palestino, Mahmoud Abbas, se encontrou nesta manhã com o santo padre no Vaticano. Ao receber a caneta que Francisco lhe deu como presente, Abbas respondeu: "Espero assinar com esta caneta os acordos de paz com Israel". O papa apoiou: "Em breve, em breve!".

A conversa, que durou cerca de 30 minutos, aconteceu na sala da biblioteca do Vaticano, facilitada por um intérprete dos idiomas árabe e italiano.
Após o encontro, o santo padre ofereceu a caneta ao presidente Abbas comentando: "Com certeza, você tem muitas cosas para assinar". Por sua vez, o presidente palestino deu ao santo padre um quadro formado por quatro azulejos com um desenho de Belém, feito na própria cidade natal de Jesus, e a primeira bíblia impressa na Palestina.
Neste primeiro encontro com o papa Francisco, Mahmoud Abbas esteve acompanhado por uma delegação de 13 pessoas, entre as quais duas mulheres, a prefeita de Belém e a embaixadora palestina na Itália.
Depois da reunião com o papa, Abbas se encontrou com dom Dominique Mamberti, secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados. Nas primeiras palavras que intercambiaram, o presidente palestino confirmou que fez um convite ao santo padre para visitar a Terra Santa.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

"Esta é a beleza da Igreja: a presença de Jesus Cristo entre nós", disse Papa Francisco



Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quando recitamos o Credo dizemos: “Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica”. Não sei se vocês já refletiram sobre o significado que tem a expressão “a Igreja é apostólica”. Talvez qualquer vez, vindo a Roma, vocês tenham pensado na importância dos Apóstolos Pedro e Paulo que aqui doaram as suas vidas para levar e testemunhar o Evangelho.
Mas é mais que isso. Professar que a Igreja é apostólica significa destacar a ligação constitutiva que essa possui com os Apóstolos, com aquele pequeno grupo de doze homens que Jesus um dia chamou a si, chamou-os pelo nome, para que permanecessem com Ele e para enviá-los a pregar (cfr Mc 3, 13-19). “Apóstolo”, de fato, é uma palavra grega que quer dizer “mandado”, “enviado”. Um apóstolo é uma pessoa que é mandada, é enviada a fazer alguma coisa e os Apóstolos foram escolhidos, chamados e enviados por Jesus para continuar a sua obra, para orar – é o primeiro trabalho de um apóstolo – e, segundo, anunciar o Evangelho. Isso é importante porque quando pensamos nos Apóstolos poderíamos pensar que foram somente anunciar o Evangelho, fazer tantas obras. Mas nos primeiros tempos da Igreja houve um problema porque os Apóstolos deviam fazer tantas coisas e então formaram os diáconos, para que houvesse para os Apóstolos mais tempo para pregar e anunciar a Palavra de Deus. Quando pensamos nos sucessores dos Apóstolos, os Bispos, incluindo o Papa, porque ele também é um bispo, devemos perguntar-nos se este sucessor dos Apóstolos primeiro reza e depois se anuncia o Evangelho: isto é ser Apóstolo e por isto a Igreja é apostólica. Todos nós, se queremos ser apóstolos como explicarei agora, devemos perguntar-nos: eu rezo pela salvação do mundo? Anuncio o Evangelho? Esta é a Igreja apostólica! É uma ligação constitutiva que temos com os Apóstolos.
Partindo propriamente disto gostaria de destacar brevemente três significados do adjetivo “apostólico” aplicado à Igreja.
1. A Igreja é apostólica porque é fundada na pregação e na oração dos Apóstolos, sobre a autoridade que foi dada a eles pelo próprio Cristo. São Paulo escreve aos cristãos de Éfeso: “Sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus” (2, 19-20); compara, isto é, os cristãos a pedras vivas que formam um edifício que é a Igreja, e este edifício é fundado sobre os Apóstolos, como colunas, e a pedra que apoia tudo é o próprio Jesus. Sem Jesus não pode existir a Igreja! Jesus é justamente a base da Igreja, o fundamento! Os Apóstolos viveram com Jesus, escutaram as suas palavras, partilharam a sua vida, sobretudo foram testemunhas da sua Morte e Ressurreição. A nossa fé, a Igreja que Cristo quis, não se baseia em uma ideia, em uma filosofia: baseia-se no próprio Cristo . E a Igreja é como uma planta que ao longo dos séculos cresceu, desenvolveu-se, deu frutos, mas as suas raízes estão bem plantadas Nele e a experiência fundamental de Cristo que tiveram os Apóstolos, escolhidos e enviados por Jesus, chega até nós. Daquela planta pequenina aos nossos dias: assim a Igreja está em todo o mundo.
2. Mas perguntemo-nos: como é possível para nós nos conectarmos com aquele testemunho, como pode chegar até nós aquilo que viveram os Apóstolos com Jesus, aquilo que escutaram Dele? Eis o segundo significado do termo “apostolicidade”. O Catecismo da Igreja Católica afirma que a Igreja é apostólica porque “protege e transmite, com a ajuda do Espírito Santo que nela habita, o ensinamento, o depósito precioso, as salutares palavras ouvidas da boca dos Apóstolos” (n. 857). A Igreja conserva ao longo dos séculos este precioso tesouro que é a Sagrada Escritura, a doutrina, os Sacramentos, o ministério dos Pastores, de forma que possamos ser fiéis a Cristo e participar da sua própria vida. É como um rio que flui na história, desenvolve-se, irriga, mas a água que escorre é sempre aquela que parte da fonte, e a fonte é o próprio Cristo: Ele é o Ressuscitado, Ele é o Vivo, e as suas palavras não passam, porque Ele não passa, Ele está vivo, Ele está entre nós hoje aqui, Ele nos sente e nós falamos com Ele e Ele nos escuta, está no nosso coração. Jesus está conosco hoje! Esta é a beleza da Igreja: a presença de Jesus Cristo entre nós. Sempre pensamos quanto é importante este dom que Jesus nos deu, o dom da Igreja, onde podemos encontrá-Lo? Sempre pensamos em como é justamente a Igreja no seu caminho ao longo dos séculos – apesar das dificuldades, dos problemas, das fraquezas, dos nossos pecados – que nos transmite a autêntica mensagem de Cristo? Doa-nos a segurança de que aquilo em que acreditamos é realmente aquilo que Cristo nos comunicou?
3. O último pensamento: a Igreja é apostólica porque é enviada a levar o Evangelho a todo o mundo. Continua no caminho da história a mesma missão que Cristo confiou aos Apóstolos: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que eu vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 19-20). Isto é aquilo que Jesus nos deu para fazer! Insisto neste aspecto da missionariedade, porque Cristo convida todos a “ir” ao encontro dos outros, envia-nos, pede-nos para nos movermos e levar a alegria do Evangelho! Mais uma vez perguntemo-nos: somos missionários com a nossa palavra, mas, sobretudo, com a nossa vida cristã, com o nosso testemunho? Ou somos cristão fechados no nosso coração e nas nossas igrejas, cristãos de sacristia? Cristãos só nas palavras, mas que vivem como pagãos? Devemos fazer-nos estas perguntas, que não são uma repreensão. Também eu digo a mim mesmo: como sou cristão, com o testemunho verdadeiro?
A Igreja tem as suas raízes no ensinamento dos Apóstolos, testemunhas autênticas de Cristo, mas olha para o futuro, tem a firme consciência de ser enviada – enviada por Jesus – a ser missionária, levando o nome de Jesus com a oração, o anúncio e o testemunho. Uma Igreja que se fecha em si mesma e no passado ou uma Igreja que olha somente para as pequenas regras de hábitos, de atitudes é uma Igreja que trai a própria identidade; uma Igreja que trai a própria identidade! Então, redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de ser Igreja apostólica! E lembrem-se: Igreja apostólica porque rezamos – primeira tarefa – e porque anunciamos o Evangelho com a nossa vida e com as nossas palavras.

(Tradução Canção Nova/ Jéssica Marçal)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

As consequências do casamento inter-religioso

Na última década, nos Estados Unidos, 45% de todos os casamentos foram celebrados entre pessoas de diferentes credos religiosos.
Um livro recém-publicado pela Oxford Press, Til Faith Do Us Part: How Interfaith Marriage is Transforming America [Até que a fé nos separe: como o casamento inter-religioso está transformando os Estados Unidos], Naomi Schaefae Riley investiga os efeitos deste fenômeno na vida conjugal e na prática religiosa.
A autora escreve sobre o assunto com conhecimento de causa: sua família e sua educação são judaicas, mas ela é casada com um cidadão afro-americano criado numa comunidade de Testemunhas de Jeová (ele abandonou aquela religião ainda na faculdade).
Baseando-se em vários estudos e pesquisas, Riley observou que o lado positivo dos casamentos inter-religiosos é o fato de que muitas religiões diferentes estão se tornando parte integrante da sociedade americana. A desvantagem é a realidade muitas vezes infeliz e instável desse tipo de casamentos.
Um dos principais problemas detectados pela estudiosa é que "casais de religiões diferentes tendem a não pensar nas implicações das suas diferenças de crença". Riley evoca uma pesquisa de 2001, que revelou que 27% dos judeus, 23% dos católicos, 39% dos budistas, 18% dos batistas, 21% dos muçulmanos e 12% dos mórmons se casaram com uma pessoa de identidade religiosa diferente.
Outra tendência interessante identificada pela autora é a maior freqüência de casamentos inter-religiosos entre casais mais maduros. De acordo com um levantamento da própria Riley, o percentual de casamentos inter-religiosos foi de 58% na faixa de 26 a 35 anos de idade, 10% a mais em comparação com os casais mais jovens.
O período entre o momento em que um filho deixa a família e a data do seu próprio casamento é geralmente um "tempo morto em termos de vida religiosa", diz Riley. Muitas vezes, o casamento coincide com o momento em que os adultos voltam para a igreja.
A pesquisadora diz ainda que muitas pessoas sentem que é importante que os casais compartilhem os mesmos valores, independentemente da religião que professam. O conceito de valores compartilhados, porém, é uma ideia muito vaga: Riley se pergunta se esta é uma base sólida para se construir um casamento feliz.
A substância e a especificidade dos valores vêm da religião, mas, acrescenta ela, “muitos membros de casais inter-religiosos simplesmente param de praticar assiduamente os ritos da sua religião para evitar problemas. Quem se casa com uma pessoa de fé diferente tende a viver a própria fé mais superficialmente, quando não a perde completamente", diz Riley.
No entanto, continua ela, "a fé é uma faca de dois gumes" e eventos como o nascimento de uma criança, a morte de um ente querido ou a perda do emprego podem desencadear o desejo de voltar à fé em que se cresceu.
Mesmo sendo a fé um fator importante na vida de uma pessoa, o que se destaca na análise de Riley é a falta de uma discussão séria entre os cônjuges sobre as suas perspectivas a propósito da religião. A autora descobriu que mais da metade dos casais inter-religiosos nunca discute antes do casamento sobre qual religião transmitirão aos filhos.
Por que isso acontece? Por causa da tendência atual a promover a tolerância e a não-discriminação? Porque as pessoas não consideram a religião como um fator determinante nos seus relacionamentos afetivos?
O fenômeno traz consequências também para os filhos. Uma pesquisa de 2006 mostra que 37% das pessoas que crescem com pais de diferentes religiões participa de práticas religiosas semanais, enquanto as crianças cujos pais professam a mesma religião elevam esse percentual a 42%.
Uma influência importante se relaciona com a variável de os pais terem decidido ou não educar os filhos numa religião em particular. Se isso acontece, e se o pai ou mãe que compartilha a fé com o filho a pratica de fato, as crianças são mais propensas a praticar essa fé.
No que diz respeito ao divórcio, Riley conclui que os casamentos religiosamente mistos correm maiores riscos. Uma pesquisa realizada em 2001 mostrou que, dos 35.000 entrevistados, os casais mistos eram três vezes mais propensos à separação ou ao divórcio do que os casais de fé homogênea.
Muitos líderes religiosos consultados por Riley aconselham o casamento com pessoas da mesma fé, seja para a preservação da própria fé, seja para a solidez do casamento.
Em seu capítulo final, o livro de Riley propõe que o casamento inter-religioso "é muitas vezes uma história de concorrência leal". As pessoas podem deixar de lado a sua vida religiosa durante muitos anos, mas a filiação religiosa original costuma ressurgir.
A tendência ao casamento inter-religioso continua a crescer, admite Riley, e não mostra sinais de enfraquecimento. Além do impacto sobre os casais, essa tendência terá um impacto sobre as comunidades religiosas. Muitas delas experimentarão um declínio numérico, prevê Riley, especialmente as que não aceitam facilmente o casamento inter-religioso.
Uma recomendação da pesquisadora é que os futuros esposos, com o apoio das respectivas comunidades religiosas, discutam mais detalhadamente as suas diferenças de crença. Uma dica muito útil, em vista dos problemas concretos que Riley encontrou ao longo da sua pesquisa.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O demônio está sempre à espreita e redobra as suas forças com as nossas fraquezas e debilidades



Na última sexta-feira na Casa de Santa Marta o Papa Francisco na sua homília falou da presença das tentações do demónio nas nossas vidas e para as quais devemos estar vigilantes. No Evangelho de hoje podemos ler que Jesus expulsa os demónios e o Santo Padre apressa-se a contrariar aqueles, mesmo alguns padres, que definem como sendo uma cura de problemas psíquicos aquilo que Jesus faz com este milagre...
“Há alguns padres que quando lêem esta passagem do Evangelho, esta e outras, dizem: ‘Mas Jesus curou uma pessoa de uma doença psíquica.’ Mas que parte é que leram? É verdade que naquele tempo era possível confundir uma epilepsia com a possessão do demónio; mas também é verdade que havia o demónio! E nós não temos o direito de fazer tão simples a coisa, como que dizendo: ‘Todos estes não eram endemoniados, eram doentes psíquicos.’ Não! A presença do demónio está na primeira página da Bíblia e a Bíblia acaba também com a presença do demónio, com a vitória de Deus sobre o demónio.”
O Papa Francisco considerou que não devemos ser ingénuos e estar sempre vigilantes às investidas do maligno. Segundo o Santo Padre, se não guardamos o bem, aparece o mal que é mais forte do que nós. Apontou o nosso caminho cristão para lutar contra as tentações e especificou que existem três critérios para discenir a presença do mal nas nossas vidas: o primeiro critério é não confundir a verdade – Jesus luta contra o diabo. O segundo critério é que quem não é com Jesus é contra Jesus – não pode haver, portanto, atitudes pela metade. E o terceiro critério é a vigilância sobre o nosso coração, porque o demónio é astuto e nunca é expulso para sempre, pois só no último dia isso acontecerá!
O demónio está sempre à espreita e redobra as suas forças com as nossas fraquezas e debilidades, sobretudo, quando não estamos atentos. Por isso, o Papa Francisco afirmou que o demónio tem uma estratégia e reforçou o seu apelo à vigilância:
“A vigilância, porque a estratégia dele é aquela: ‘ Tu fizeste-te cristão, continua com a tua fé, eu deixo-te, deixo-te tranquilo. Mas depois quando tu estás habituado e não fazes tanta vigilância e sentes-te seguro, eu volto.’ O Evangelho de hoje começa com o demónio expulso e acaba com o demónio que volta! S. Pedro dizia : é como um leão feroz, que anda à nossa volta. E é assim, Mas, Padre, o senhor é bocado antiquado, está a assustar-nos com estas coisas... Nao, eu não! É o Evangelho! E isto não são mentiras , é a Palavra do Senhor!
Peçamos ao Senhor a graça de tomar a sério estas coisas. Ele veio lutar pela nossa salvação. Ele venceu o demónio! Por favor, não façamos negócios com o demónio! Ele tenta de voltar para casa e tomar de posse de nós...Não relativizar, vigiar! E sempre com Jesus!”
(Fonte: Radio Vaticano)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Projeto "Um de Nós" reforça o ecumenismo



"Eis como nasce um homem" é o título de uma conferência organizada pelo Ministério Sabaoth, uma igreja protestante pentecostal, que apresentou aos seus fiéis, no dia 29 de setembro, em Brescia, na Itália, a iniciativa popular europeia "Um de Nós", um abaixo-assinado que vem reunindo assinaturas em todo o continente para que o Parlamento Europeu reconheça a dignidade da pessoa humana desde a concepção.

O palestrante foi o prof. Massimo Gandolfini, vice-presidente da organização italiana Scienza&Vita e presidente dos Médicos Católicos de Brescia. Gandolfini foi convidado como conferencista por um dos membros do Ministério Sabaoth, que já o tinha ouvido em uma conferência anterior, também focada no projeto "Um de Nós", em uma paróquia católica na cidade de Brescia.
Participaram do encontro mais de cinquenta fiéis dessa comunidade protestante, muitas famílias e um grupo representativo de jovens.
O prof. Gandolfini explicou o surgimento do projeto “Um de Nós” durante cinquenta minutos, seguindo-se um animado debate sobre a iniciativa e sua importância.
Desta reunião "ecumênica", surgiu a possibilidade de diálogo e de unidade baseada na defesa do embrião humano. Brescia, relata o coordenador italiano da iniciativa popular, Michele Trotta, "é a cidade que tem o maior número de assinaturas já reunidas, graças ao trabalho coordenado de vários grupos católicos locais".

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Vietnã: mais de 60 líderes religiosos em campos de prisioneiros



Entre pastores e outros líderes religiosos cristãos, são 63 os detidos em condições deploráveis ​​em quatro campos de prisioneiros do Vietnã. Suas penas variam de 5 a 18 anos. Eles estão sujeitos a trabalhos forçados de até 14 horas por dia e seu acesso a cuidados médicos é muito limitado. A denúncia foi enviada à agência Fides pela organização International Christian Concern (ICC), com sede em Washington, que monitora a liberdade religiosa e a situação dos cristãos no mundo.
"Quase todos os prisioneiros são membros de minorias étnicas dos altiplanos centrais do Vietnã. Os fiéis cristãos enfrentam um nível de discriminação e de opressão mais intenso em comparação com a maioria dos outros vietnamitas", diz a denúncia.
O pe. Ambrose Nguyen Van Si, OFM, teólogo vietnamita e reitor do Colégio Internacional Santo Antônio, em Roma, entrevistado pela agência Fides, diz acreditar que os números e os conteúdos do relatório do ICC "são perfeitamente verossímeis":
"A situação é esta: ainda existem claras limitações e restrições da liberdade de expressão e de consciência: quem tem opiniões diferentes das do governo é penalizado e às vezes severamente punido. Isso é lamentável, especialmente porque acontecem prisões arbitrárias de jovens que defendem os direitos humanos. Quem paga são os membros das minorias étnicas, conhecidos coletivamente como ‘o povo das montanhas’, que são considerados uma ameaça à estabilidade nacional. Na maioria, eles são cristãos protestantes. Eu espero mais atenção a esses irmãos e irmãs que sofrem e rezam", diz o padre.
De acordo com o relatório do ICC, a vigilância do governo sobre as instituições religiosas é particularmente ferrenha nos altiplanos. Alguns dos 63 prisioneiros provavelmente estão encarcerados desde 2004, quando as autoridades vietnamitas iniciaram uma dura repressão aos protestos motivados pelo confisco ilegal de terras e pela opressão religiosa. Na província de Binh Phuoc, as autoridades locais ainda tentam desmantelar 116 capelas construídas pelos fiéis do grupo étnico Stieng. As estruturas pertencem à Igreja Evangélica do Vietnã do Sul, oficialmente registrada no país. As autoridades vietnamitas temem o surgimento, entre as minorias, de um movimento separatista.
Nos últimos anos, entre as pessoas presas por "ameaças à segurança nacional" ou por "atividades ilegais", centenas são cristãos protestantes, mas também há seguidores do pouco conhecido grupo católico Ha Mon, que venera a Virgem Maria, embora não esteja regularmente incluído na Igreja Católica local.

(Fonte:Fides)

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Nenhuma abertura da Igreja alemã em relação aos sacramentos para os divorciados

Não há nenhuma abertura da Igreja alemã em relação aos sacramentos para os divorciados e recasados. A Santa Sé nega a suposta "mudança" que sofreria a Igreja na Alemanha após a publicação de um documento sobre os sacramentos para os católicos divorciados e recasados na diocese de Friburgo, divulgado ontem pelo site da revista alemã Der Spiegel.
"Nada muda, não há nenhuma novidade para os divorciados e recasados", afirmou o padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.Trata-se de uma decisão "assinada pelo bispado de Freiburg e que em nada conta com o aval da conferência episcopal alemã. É um documento puramente local", afirmou aos jornalistas o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé.A conferência episcopal é dirigida pelo arcebispo de Freiburg, Robert Zollitsch, à frente da Conferência Episcopal alemã até 2014. De acordo com o porta-voz do Vaticano o documento "não é oficialmente expressão das autoridades diocesanas".
No ano passado, 120 sacerdotes haviam assinado um documento em Friburgo tornando público a discordância sobre a comunhão para divorciados e recasados. Tema, este, tratado repetidamente no Conselho dos Cardeais e na Secretaria do Sínodo.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Em diálogo e missão



O Papa Francisco está configurando um horizonte ousado e profético para a Igreja no exercício da missão de anunciar a todos, indiscriminadamente, o Evangelho de Jesus Cristo. Esta grande missão que Jesus delega aos seus seguidores é desafiadora, ao se considerar as diferenças que caracterizam uma realidade multicultural. O caminho apontado pelo Papa Francisco, para o êxito dessa tarefa, é o diálogo. Por isso, o Papa frisa que “cada um de nós é chamado a ser artesão da paz, unindo e não dividindo, eliminando o ódio e não o conservando, abrindo os caminhos do diálogo e não levantando novos muros.” Dialogar, diz o Papa Francisco, é encontrar-nos para instaurar no mundo a cultura do encontro.
Aqui está um desafio enorme no tratamento adequado das verdades intocáveis da fé cristã católica. Uma intocabilidade que não pode render dogmatismos e intolerâncias, a incapacidade para o diálogo, sobretudo, com aqueles que pensam diferentemente. Não se trata de ser porta-voz de um pensamento e de argumentações conceituais na contramão das verdades da fé. Contudo, é preciso evitar o risco de um tratamento conceitual tão rígido destas verdades que impossibilite os intercâmbios de argumentação com quem pensa diferente.
Exemplar é a atitude do Papa Francisco, quando dialogou abertamente com Eugenio Scalfari, fundador do Jornal La Repubblica, sobre fé e laicidade. O pontífice responde a perguntas que lhe tinham sido feitas. Uma atitude sabiamente evangélica, na linha da dinâmica missionária do apóstolo Paulo que vai ao areópago de Atenas para dialogar, também com não crentes. No mesmo horizonte, São Francisco de Assis, firmado e enraizado no Senhor Único, desenha um caminho de diálogo de inigualável universalidade e respeito, das criaturas todas até a grandeza encantadora da dignidade humana.
A necessidade da superação da incomunicabilidade que se instalou entre a Igreja e a cultura de inspiração cristã, de um lado, e do outro a cultura moderna, frisa o Papa Francisco, estabelece como tarefa missionária o diálogo aberto. Este é o caminho para reabrir as portas para um sério e fecundo encontro, não apenas entre aqueles que estão dentro da Igreja, mas também com os que estão distantes. A verdade da fé é conceitual e vivencialmente inegociável, mas a atitude de dialogar, sem medo, é necessária e inteligente.
É preciso superar o medo que vem da rigidez conceitual estéril, pois o cumprimento da missão da Igreja não é uma mera conservação. Na verdade, o diálogo autêntico é aquele no qual se estabelece uma relação viva entre as pessoas. Esse é o autêntico sentido da ordem que o Mestre dá a seus discípulos quando lhes diz “Ide.” Trata-se de um desafio, e também prioridade na missão da Igreja, a tarefa de multiplicar oportunidades de diálogo, tanto internamente, mas também fora, para além dos nossos muros. E neste horizonte, as academias católicas têm um papel fundamental, que inclui a coragem de atrair, por convite ou por competência reconhecida, por cientificidade ou por credibilidade, intelectuais de diferentes matizes para ouvi-los, passo primeiro e insubstituível na cultura do diálogo. Assim se estabelece um produtivo confronto. Vale lembrar a postura exemplar do Papa Emérito Bento XVI que, em diálogo com o matemático ateu Piergiorgio Odifreddi, agradece pela oportunidade do confronto, quando pôde observar ao seu interlocutor que sua religião matemática deixava de fora temas fundamentais como a liberdade, o amor e o mal.
A postura de academias católicas que buscam o diálogo com ateus e pensadores é louvável. Particularmente, quando essas instituições refletem a espinhosa temática da secularização, religião e sociedade. Assim configuram-se caminhos para que a missão da Igreja não corra o risco de se reduzir a repetições estéreis, apropriações conceituais até exatas, mas pouco incidentes para gerar discípulos de Jesus. Que a lucidez de Bento XVI e o pastoreio interpelante do Papa Francisco balizem o caminho missionário de uma Igreja em diálogo, estabelecendo caminho para que o mundo creia.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O papa e o conselho de cardeais: reforma da cúria pode ser maior que o esperado

O diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, pe. Federico Lombardi, expôs ontem aos jornalistas o trabalho que o conselho de cardeais e o papa realizaram  durante a manhã desta quinta-feira.

“O papa esteve ontem na reunião da tarde até as 19 horas. Hoje ele permaneceu até o início da audiência do congresso de três dias pelo cinquentenário da Pacem in Terris. Ontem ele trabalhou na questão da reforma da cúria romana, o que indica que não será somente uma atualização da Pastor Bonus, mas algo mais consistente”.
“Devemos esperar uma nova Pastor Bonus, não apenas retoques das suas partes nem de adequações de pequenas coisas”, avisou Lombardi, acrescentando que “a questão é ressaltar a natureza de serviço [da cúria] à Igreja universal e às Igrejas locais, respeitando a subsidiariedade”.
Particularmente importante, considerou Lombardi, será o papel “da Secretaria de Estado, que tem que ser uma secretaria do papa. O nome ‘de Estado’ não transmite bem a ideia e pode criar confusão. A especificação do papel da secretaria deverá ser feita antes que o novo secretário de Estado assuma”.
“Também foram tratadas as relações do papa com os chefes dos dicastérios, com os dicastérios em si e com os escritórios da cúria, assim como as suas funções. Falou-se de tudo isto, mas não há decisões tomadas ainda. São as hipóteses que o papa levantou com o conselho de cardeais”.
Sobre a tarefa de reordenar as administrações temporais, o porta-voz afirmou “que não é o objetivo desta reunião, mas é um tema que entra no conjunto”.
Outro assunto tratado com notável atenção é o dos leigos. “Os membros do conselho puseram na mesa os anseios de diversas partes do mundo. E, ao se pensar na reforma da cúria, do governo da Igreja e do seu futuro, haverá uma atenção específica aos leigos”.
Sobre o próximo sínodo e o modo de realizá-lo, “esse tema foi abordado e há uma certa urgência do papa e da secretaria do sínodo, em vista do próximo que deve acontecer”.
Quanto à próxima reunião do conselho de oito cardeais, que a mídia tem chamado de C8, Lombardi afirmou que “até ontem não foi marcada a próxima data de encontro de todo o grupo, mas deverá ser nos primeiros meses de 2014, em janeiro ou fevereiro. É uma orientação informal, não é uma indicação do santo padre”.
O porta-voz, porém, observa: “Não se deve pensar que entre uma reunião e outra não aconteça nada, porque o trabalho é levado adiante com vários instrumentos de comunicação, mesmo sem que haja reunião plenária”.

Fonte: Zenit.