Em comunicado de 19 de agosto, os eurodeputados Enzo Rivellini e Potito Salatto, do Partido Popular Europeu (PPE), anunciaram para a próxima segunda-feira, 26 de agosto, o início da coleta de assinaturas de parlamentares europeus de todos os posicionamentos políticos e de todos os países da União Europeia para atribuir o Prêmio Sakharov ao papa Francisco.
O nome da premiação homenageia o cientista e dissidente Andrei Dmitrievich Sakharov. Apesar de ter contribuído para o desenvolvimento da bomba termonuclear de hidrogênio (bomba H), como membro da Academia de Ciências da União Soviética, Sakharov contestou, nos anos de 1957 e 1958, os testes nucleares para fins bélicos e criticou o regime soviético, a ponto de fundar em 1970 o Comitê dos Direitos Civis e assumir a defesa dos dissidentes e perseguidos.
Suas atividades em favor dos direitos civis lhe valeram o Prêmio Nobel da Paz em 1975, mas ele não pôde recebê-lo por expressa proibição do regime soviético. Sakharov se manifestou também contra a entrada das tropas soviéticas no Afeganistão, foi preso e, em 1980, confinado na atual cidade de Ninij Novgorod, onde sua esposa, Elena Bonner, era o seu único meio de contato com o mundo exterior. Reabilitado em 1986, retornou a Moscou e foi eleito deputado em 1989. Morreu na capital russa em dezembro do mesmo ano.
O Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é concedido anualmente após uma pré-seleção dos candidatos e uma votação final da câmara. Entre os vencedores, estão Nelson Mandela, as Mães da Praça de Maio, o dissidente cubano Guillermo Farinas e o cineasta iraniano Jafar Panahi.
Os dois eurodeputados afirmam que “nos poucos meses do seu pontificado, o papa Francisco despertou os melhores sentimentos de todos, com simplicidade, humanidade e grande autoridade. Ele conseguiu dar início a um percurso de paz e de fraternidade que entusiasma tanto os crentes quanto os não crentes”.
Por estas razões, “acreditamos que ninguém pode duvidar da magnitude deste percurso e estamos confiantes de que o Prêmio Sakharov será reconhecido, por unanimidade, ao Santo Padre. A premiação também será uma oportunidade para recebê-lo e para ouvir os seus ensinamentos dentro do Parlamento Europeu em Estrasburgo”.
O reconhecimento é entregue sempre em data próxima a 10 de dezembro, para comemorar o dia em que foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Fonte: Zenit.
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