Infelizmente, uma ideologia anticristã ameaça constantemente os filhos da Igreja católica. Refiro-me à mentalidade que tem ojeriza pela cruz, pelo sofrimento. Isto não tem nada a ver com o evangelho, onde Jesus nos alerta: “Quem quiser me seguir, carregue a sua cruz de cada dia”. Não existe religião cristã sem sofrimento ou sem compaixão pelas agruras que atormentam nossos irmãos, principalmente os mais necessitados.
Aprouve a Deus salvar-nos socialmente, enquanto povo, enfatiza a constituição pastoral Gaudium et Spes. Assim, o cume da prática religiosa ocorre na paróquia, nas celebrações litúrgicas e, eminentemente, na eucaristia santíssima. Não dá para privatizarmos o catolicismo que, por definição, é universal. Qualquer tentativa de fazer da religião pregada por Jesus um problema pessoal, a minha religião, implica o total aniquilamento do catolicismo. Já não estaremos mais diante de uma religião, mas do alienamento supersticioso. Explicitou o papa Francisco no discurso supramencionado: “O discípulo de Cristo não é uma pessoa isolada em uma espiritualidade intimista, mas uma pessoa em comunidade para se dar aos outros.”
A bíblia, as orações, os sacramentos e os sacramentais não são recursos de autoajuda. São meios de santificação do povo de Deus. A religião cristã é, pois, um problema social para cada fiel. Da adesão individual e indelegável parte-se para o compromisso com todos os seres humanos. Destarte, o batismo desencadeia uma onda de amor, de sociabilidade, que não se compara à beneficência das o.n.g.’s ou a pseudo-caridade de certas seitas, porque a solidariedade cristã está embasada no amor a Deus e não no dó que o padecimento do próximo nos causa.
A religião genuína não se circunscreve apenas a determinado setor da vida, como equivocadamente revelaram os entrevistados da reportagem acima citada: o tempo em que se ora, a ida à missa, a participação em numa procissão ou em um retiro etc. A religião católica tem de estar presente em todos os momentos da existência humana ou não está presente nunca. Lembra-nos são Paulo: “Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer coisa, fazei-o para a glória de Deus”.
Fonte: Zenit.
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