terça-feira, 4 de setembro de 2012
Morte do cardeal Martini comove mundo católico
Inúmeras reações e comentários percorreram o mundo católico após a partida do cardeal Carlo Maria Martini.
O padre Matteo Fabbri, vigário regional do Opus Dei na Itália, afirmou: "Participamos com toda a Igreja ambrosiana no luto pela morte de sua eminência, o cardeal Carlo Maria Martini, e nos unimos, com afeto, à oração pelo seu eterno descanso, recordando em particular a sua fidelidade constante e luminosa à Palavra de Deus, que sempre considerou para si e para todos como "a lâmpada para os meus passos".
O Movimento Cristão dos Trabalhadores de Milão (MCL, na sigla italiana) expressou suas condolências pela morte do cardeal que conduziu a diocese durante 23 anos, declarando-o "um dos líderes do século XX. Grande exegeta e estudioso mundialmente renomado dos textos bíblicos, teólogo e pastor, Martini foi a voz de um catolicismo aberto à renovação conciliar. Representou uma Igreja em diálogo, que fascinou os irmãos mais distantes. Não por acaso, num dos momentos mais difíceis da história da República [italiana], foi justo a ele que os terroristas entregaram as próprias armas".
O MCL pretende recordar "o estilo com que ele esteve presente nas coisas do mundo, mesmo permanecendo-lhe estranho em certo sentido: a sua verdadeira força foi a oração, constante, apaixonada, sincera". Diz o comunicado do movimento: "Rezando, ele enfrentou as dificuldades da sua vida de pastor. Rezando, ele subiu o calvário da doença. Rezando, ele enfrentou a morte como um verdadeiro cristão, à espera do abraço divino. Martini nos ensinou que podemos viver como irmãos em uma sociedade descristianizada, mantendo os olhos firmes em Jerusalém".
Em entrevista ao periódico Avvenire, o cardeal Camillo Ruini contou que "Martini costumava usar a expressão ‘o não-crente que há em mim’. A expressão mostra bem a tensão de muitos cristãos de hoje: divididos entre a fé herdada e uma cultura dominante que tende a negá-la. Estas palavras indicam algo que nos acompanha até o último dia, porque a tentação contra a fé é sempre possível. Santa Teresa de Lisieux, perto da morte, foi tentada por um materialismo radical. Esta expressão diz algo muito forte e verdadeiro: nunca estamos consolidados definitivamente na fé. O que não significa negar a diferença entre crer e não crer. A diferença é profunda: com Deus ou sem Deus, de fato, tudo muda".
Quanto às polêmicas levantadas no dia da sua morte, especialmente por causa da recusa de tratamentos terapêuticos agressivos, o ex-presidente da conferência episcopal italiana declara: "O tratamento agressivo é rejeitado também pela Igreja. Martini foi um grande filho da Igreja; tentar jogar o seu legado contra ela seria profundamente pobre".
Fonte: Zenit.
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