Não podemos aceitar que "a porta da fé" permaneça deserta, ou que "o sal se torne insípido" ou "a luz seja mantida oculta", disse o cardeal Angelo Bagnasco, durante a palestra com que abriu ontem (23) o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Italiana (CEI).
Referindo-se à decisão do Santo Padre de convocar o Ano da Fé, o presidente da CEI explicou que o limiar dessa porta da fé "é mistério e ímã de toda existência, dilema e drama, fascínio e esperança".
"Diante desta porta, cada um acaba se encontrando cedo ou tarde: é melhor, por isto, não nos encontrarmos diante dela envoltos na indolência".
De acordo com o arcebispo de Gênova, "o cerne da crise na Igreja europeia é a crise da fé". Ele concorda com as palavras do papa, que afirma que "se a fé não retomar a vitalidade, tornando-se uma convicção profunda e uma força real graças ao encontro com Jesus Cristo, todas as outras reformas serão ineficazes".
Para o cardeal Bagnasco, "parece haver, por aqui e por ali, uma estranha relutância em falar de Jesus, uma espécie de fadiga, um ceticismo às vezes contagioso". "Por outro lado, temos o entusiasmo visto nos jovens e nos continentes jovens, como a África, onde foi cultivada uma vitalidade impressionante e uma grande paixão pelo Evangelho".
O Presidente da CEI explicou o desafio pastoral e colocou a quaestio fidei sobre como reavivar em si mesmos e nos outros o desejo de Deus e a alegria de viver e testemunhar. Sobre o que fazer e como encontrar as raízes do porquê de crer, o cardeal indicou a experiência da Jornada Mundial da Juventude, que "está se mostrando um modo novo e rejuvenescido de sermos cristãos".
Bagnasco convidou toda a Igreja a "valorizar a experiência da peregrinação aos lugares da Terra Santa e aos grandes santuários de todo o mundo"; incentivou o "intercâmbio cultural entre imigrantes e nativos, e entre os estudantes internacionais e os seus coetâneos nas universidades por onde transitam", formando "laboratórios de humanidade" para poderem lidar com "ideologias prepotentes ou mesmo sub-repticiamente fracas"; pediu "reforçar os testemunhos que, desde o início, a comunidade cristã recebeu de pessoas tocadas pela graça que se tornaram campeãs da fé vivida".
"Se tudo isso for tentado visando uma integração orgânica e um suporte inteligente para a pastoral, então vão se abrir novos caminhos para o Evangelho".
Antonio Gaspari
Fonte: Zenit.
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