terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sacerdote assassinado no México e outro na Guatemala

Com um dia de diferença, foram assassinados dois sacerdotes nos países vizinhos do México e Guatemala. Em ambos os casos, a Igreja atribuiu o que aconteceu à atividade de gangues criminosas no primeiro caso e ao clima de crescente violência no segundo.

O padre Genaro Diaz, da paróquia da Imaculada Conceição, localizada em Villas de la Hacienda, Atizapan, México, foi assassinado na manhã do 28 de janeiro dentro da casa paroquial.

Pedro Gonzalez Mendoza, diretor de Segurança Pública e Trânsito de Atizapán, informou que, aparentemente, o assassinato ocorreu entre 6hs e 7hs deste sábado.

Disse que o sacerdote, de 68 anos, estava de pijama e chinelos, e pelo que parece escutou ruídos ou tocaram e abriu a porta da casa paroquial.

Espera que o pessoal do Gabinete de Justiça da entidade realize as perícias técnicas adequadas, porque a olho nú não dá para determinar se foi baleado por uma arma de fogo ou recebeu alguma pancada de algum objeto, como um pedaço de pau.

O bispo da Diocese de Nezahualcoyotl, Hector Luis Morales Sanchez lamentou a morte do sacerdote pelas mãos de gangues criminosas.

Reconheceu que em alguns municípios da diocese ainda estão ocorrendo atos de violência e que a insegurança para as pessoas, entretanto, corresponde a todos os mexicanos, que devem se cuidar e denunciar qualquer fato ilícito.

Afirmou que, dada a insegurança, quando há assistência mínima de católicos, fecham as igrejas para evitar roubos ou possíveis ataques à religiosos.

Diante desta situação, pediu aos católicos da diocese, que inclui os municípios de Nezahualcoyotl, Los Reyes La Paz e Ixtapaluca, que estejam atentos a quaisquer atos de agressão e acionem as medidas de segurança.

O bispo expressou suas condolências à família do sacerdote assassinado e exortou a continuar trabalhando com as famílias para que se formem nos valores "e não tenhamos mais fatos como o que estamos lamentando agora."

Além disso, na manhã do 27 de janeiro a Igreja de Guatemala vestiu-se de luto pelo assassinato do Padre David Donis Barrera, de 60 anos, pertencente à comunidade do Santa Rosa, que estava viajando com o sacristão da Paróquia da Sagrada Família, Vicente Donis Barrera, que saiu ileso.

O padre David brutalmente assassinado no km 52 da estrada entre a fronteira com El Salvador tinha acabado de celebrar a missa, e seguia para a cidade de Guatemala, onde houve um acidente automobilístico.

O motorista do outro veículo alcançou o do sacerdote, e em retaliação pelo acontecido disparou a queima-roupas contra o padre. Guatemala, com 14,3 milhões de habitantes e uma média de 16 assassinatos por dia, é uma das mais violentas da América Latina. Em 2011, umas 6.000 pessoas foram mortas.

Centenas de vizinhos, além de representantes da Igreja Católica participaram neste domingo no funeral do padre, em Nueva Santa Rosa.

Monsenhor Rodolfo Quezada, Arcebispo da Guatemala, foi forte em condenar o fato e exigiu que "este crime seja esclarecido, especialmente agora que o governo tem dado a sua palavra para reduzir a violência."

Monsenhor Quezada disse: "Esta morte junta-se aos milhares de guatemaltecos que perderam suas vidas no país, tanto agora como conflitos armados". Convidou a rezar e agir para a paz.

Durante a missa, celebrada por monsenhor Barnabé Sagastume, Bispo de Santa Rosa, verificou-se uma longa fila de pessoas que se aproximavam do caixão para ver pela última vez o padre David. Ao vê-lo, pediam para ter paz o mais breve possível no país. Sobre o caixão foram colocadas as vestes de seu sacerdócio e uma Bíblia. O bispo rezou pela conversão dos assassinos do religioso.

David Donis Barrera estava destinado, há dois anos, à Paróquia Sagrada Família, de Oratorio, Santa Rosa, e exerceu o seu ministério sacerdotal por mais de 40 anos. Os paroquianos disseram que imitarão o seu exemplo de amor a Deus.

Fonte: Zenit.

Freiras de clausura rezam pela Igreja na China

As notícias sobre a situação da Igreja na China são preocupantes. Os padres Angelo Lazzarotto e Piero Gheddo, missionários do Pontifício Instituto de Missões Exteriores (o Pime, que está presente no "Império do Meio" desde 1858), tiveram a iniciativa de envolver cerca de 530 conventos de clausura da Itália em uma campanha de orações: eles enviaram a cada convento o livro A Life in China (EMI 2011), que reúne as cartas do padre mártir Cesare Mencattini (1910-1941) comentadas pelo padre Lazzarotto, juntamente com duas cartas para as freiras explicando o porquê desta iniciativa.

A Igreja na China "é hoje uma bela esperança para a Igreja universal e, especialmente, para a missão na Ásia, o continente em que vivem de 80 a 82% dos não-cristãos de todo o mundo", mas que "atravessa o momento mais difícil e decisivo da sua história recente, correndo até o perigo de cair num cisma, palavra que lembra outros momentos dramáticos e tristes na história milenar da Igreja de Cristo", escreve o pe. Gheddo, que, há mais de trinta anos, manda para conventos femininos de clausura os seus livros sobre as missões e sobre o trabalho do Pime.

O pe. Angelo Lazzarotto, que já foi missionário em Hong Kong e é um profundo conhecedor da Igreja na China, graças às dezenas de viagens que fez ao país, falou brevemente, em declarações veiculadas pela Asia News, sobre a crise "desencadeada em 20 de novembro de 2010, quando as autoridades comunistas decidiram impor uma ordenação de bispos na cidade de Chengde, província de Hebei, sem o consentimento do Papa". "No verão de 2011, o governo impôs outras duas ordenações episcopais, uma no dia 29 de junho, em Leshan, na província de Sichuan, e a outra em 14 de julho, em Shantou, na província de Cantão, apesar de ter sido informado das razões pelas quais o papa não poderia dar a sua aprovação. Assim, a Santa Sé teve que declarar que os dois padres que concordaram em ser ordenados bispos contra as leis da Igreja tinham incorrido em excomunhão automática. A China protestou".

"Infelizmente, o governo comunista não hesita em usar nem bajulação nem da violência física para atingir os seus objetivos. No ano passado, eles chegaram a mandar a polícia para forçar vários bispos a participarem da assembleia de dezembro de 2010 e também das ordenações episcopais. O governo criou para isto a Associação Patriótica Católica, que acaba marginalizando os bispos. Esse uso absurdo da força para impor determinadas opções religiosas desonra o prestígio da Nova China no mundo".

Vários observadores e estudiosos dizem que há facções de extrema-esquerda que estão tentando assumir o comando na máquina administrativa chinesa. Aliás, um importante congresso do Partido Comunista está sendo preparado para renovar a cúpula do poder.
Quanto às perspectivas para a Igreja na China, "há necessidade, é claro, dos novos bispos", prossegue o padre. "Mas a Igreja no país está em emergência, porque faz 30 anos, com o fechamento de todos os seminários, que nenhum padre é ordenado. Hoje, os possíveis candidatos para o episcopado têm de 35 a 40 anos de idade. Falta experiência. Então, enquanto muitos bispos e outros delegados tentaram de todas as maneiras recusar a participação nos eventos mencionados acima, outros não foram capazes de resistir. É difícil saber até que ponto eles aceitaram de forma voluntária, porque muitas vezes a preocupação deles é garantir o funcionamento das infra-estruturas essenciais para a vida da Igreja, considerando que o controle das finanças diocesanas está nas mãos dos membros da Associação Patriótica. É sabido que muito dinheiro flui através da Associação para um crescente número de dioceses, paróquias e seminários. Por isso, quem não coopera com o governo acaba pagando um enorme custo financeiro. E, como sempre, aceitar o dinheiro significa perder independência".

Neste contexto, "as diversas tentativas do passado para se chegar a um entendimento com as autoridades comunistas na China falharam, por causa da sabotagem das forças interessadas em manter o estado de conflito. Mas Bento XVI, como os seus antecessores, nunca perde uma oportunidade de expressar a sua confiança na Igreja presente na China, bem como a alta estima que ele tem pelo povo chinês e o seu respeito pelo governo que o guia". E "as autoridades de Pequim não ignoram o prestígio considerável da figura do Papa em âmbito internacional, e por isso repetem que elas também estão disponíveis para melhorar as relações com o Vaticano".

"Um diálogo construtivo precisa ser fomentado, na minha opinião, no campo prático. As comunidades católicas querem trabalhar pela paz social e fazer os seus esforços para o bem comum. Mas tem que ser assegurado que a Igreja possa operar de acordo com as suas tradições. Na escolha dos candidatos ao episcopado, é essencial que sejam sacerdotes adequados, em termos de requisitos pessoais e eclesiásticos. Não podemos aceitar que entidades impostas pelo Estado e estranhas à estrutura da Igreja se coloquem acima dos bispos na liderança da comunidade da Igreja. Isto foi dito claramente pelo papa Bento XVI".

Para que se consiga chegar a um acordo válido e duradouro, o pe. Lazzarotto considera que "é preciso acontecer um verdadeiro milagre. Precisamos de uma cruzada de oração, sabendo que nada é impossível para Deus. O papa Bento XVI tem feito apelos reiterados aos católicos de todo o mundo para se juntarem à invocação dos irmãos e das irmãs da República Popular da China. Eles têm uma grande fé na Virgem Maria, que é venerada em muitos santuários, especialmente em Sheshan (perto de Xangai), onde ela é invocada como Auxílio dos Cristãos. O papa convida os católicos a pedirem a intercessão de Maria para "iluminar todos os que estão em dúvida, reconvocar os que se desviaram, consolar os que sofrem e dar força para aqueles que são atraídos pela sedução do oportunismo".

Pe. Piero Gheddo
Fonte: Zenit.

Colaboração entre sacerdotes, religiosos e leigos para construir juntos a Igreja

A diocese de Hong Kong que celebra o Ano dos Leigos e encoraja os fiéis a participar da vida nas comunidades e da formação da fé paroquial, apresenta “As estatísticas da Diocese”.


Segundo a Agência Fides de notícia a diocese de Hong Kong está celebrando o Ano dos Leigos e como resposta às exigências deste evento, a Comissão diocesana para a construção e o desenvolvimento da diocese publicou recentemente "As Estatísticas da Diocese". Este apresenta os números sobre paróquias, sacerdotes, religiosos/as, centros educativos e de serviço social, e todas as informações sobre as estruturas e o empenho eclesial em Hong Kong.

Durante a apresentação do estudo, de acordo com a notícia, Dom Domenico Chang, Vigário diocesano, hoje a Igreja em Hong Kongconta 350 mil fiéis locais, aos quais se acrescentam os colaboradores domésticos filipinos e outros estrangeiros, alcançando assim a cifra de 530 mil. Em 2011, houve 6.200 batismos (2.700 recém-nascidos, 3.500 adultos). Atualmente, a porcentagem de fiéis por cada sacerdote é de 2.300 pessoas. Em 2009, cada sacerdote se ocupava de 1.200 fiéis, no ano seguinte esta cifra aumentou a 1.715.

O texto também recorda o desenvolvimento da Igreja em Hong Kong, que no período de 1954 a 1974 os católicos aumentaram em cerca de 200 mil, com a chegada dos refugiados de todo o continente.

A Comissão destacou que a publicação constitui uma resposta às exigências do Ano dos Leigos que a diocese está celebrando:"Das estatísticas, resulta um aumento dos fiéis e uma diminuição dos sacerdotes. Disso provém uma solicitação a uma maior e mais profunda colaboração entre sacerdotes, religiosos e leigos para construir juntos a Igreja, sobretudo no Ano dos Leigos".

Segundo informado pelo Kong Ko Bao (boletim diocesano em chinês), em setembro de 2011, Dom Domenico Chan, anunciou o programa do Ano dos Leigos 2012 para ajudar os fiéis a viver a iniciativa com continuidade e encoraja os fiéis a participar da vida nas comunidades e da formação da fé paroquial.

Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sacerdote ortodoxo assassinado na Síria

Um sacerdote ortodoxo foi assassinado na cidade síria de Hama, ontem (26), ao mesmo tempo em que se reforçam os apelos no país para que a mediação internacional freie a escalada da violência.

O sacerdote ortodoxo de Kafr Buhum, Basilos Nassar, foi assassinado no subúrbio de Hama enquanto prestava auxílio a um homem ferido no bairro de Jarajmeh, segundo fontes contatadas pela agência Misna.

A agência de imprensa síria Sana informou que o crime teria sido cometido por “grupos armados de terroristas” infiltrados no país, enquanto os comitês revolucionários continuam acusando o regime de Damasco de estar por trás de atentados contra cidadãos desarmados.

“Pelo que eu sei”,declarou a Misna o jesuíta Paolo Dall’Oglio, que dirige há anos o mosteiro de Deir Mar Musa, “este foi o primeiro episódio de violência odiosa contra um religioso. Isso tem que servir de advertência para a comunidade internacional. É urgente que ela encontre uma via para a mediação, para a Síria sair desta crise, e sair o quanto antes”.

A agência Sana comunicou a morte do religioso sem mencionar a sua pertença à Igreja ortodoxa, depois do assassinato também do chefe da Meia-Lua Vermelha no norte da Síria, Abdulrazak Jbero. Conforme os primeiros dados, Jbero teria sido morto por um disparo enquanto viajava perto da cidade de Idlib. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informa que as circunstâncias do assassinato não foram esclarecidas. A Cruz Vermelha condenou o episódio destacando a falta de respeito na Síria pelas atividades dos médicos e dos agentes humanitários.

O acontecimento desencadeou uma confusão de acusações contrapostas entre os comitês revolucionários, que acusam o regime de Damasco pelo atentado, e a imprensa pró-governo, que culpa os “grupos de terroristas armados” presentes na região.


Fonte: Zenit.

Essa dor é também de toda a cidade do Rio de Janeiro

Reproduzimos aos nossos leitores a nota de Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, sobre a tragédia ocorrida no centro da cidade carioca após desabamento de três edifícios na avenida Treze de Maio:



Nota do arcebispo sobre o desabamento no centro do Rio

Juntamente com toda a comunidade arquidiocesana, manifesto a minha solidariedade e o meu pesar a todas as pessoas e familiares vítimas no desabamento dos três prédios no Centro da cidade, ocorrido na noite de quarta-feira e que resultou em mortos e feridos.

Em espírito de unidade e solidariedade, conclamo a todos que rezem pelos falecidos, pelos feridos e pelas famílias atingidas por essa dor que também é de toda a cidade do Rio.

Confiantes na misericórdia de Deus, convido parentes, amigos e autoridades para a Missa de Sétimo Dia na intenção dos falecidos, a ser realizada no próximo dia 2 de fevereiro, quinta-feira, às 10 horas, na Catedral de São Sebastião, na Avenida República do Chile.

Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2012.
Dom Orani João Tempesta Arcebispo do Rio de Janeiro

A Mãe de Deus Odigitria : Aquela que guia e indica o caminho

O Museu Nacional do Castelo S.Angelo, em Roma, hospedará até o dia 12 de fevereiro uma preciosa mostra de quarenta ícones provenientes do Museu do Ícone Russo de Mosca.


A mostra, promovida pela Superintendência Especial para o Patrimônio Histórico, Artístico e Ético antropológico e pelo Polo Museale da Cidade de Roma em colaboração com a editora II Cigno Gg edições, apresenta obras de valor artístico excepcional, expostas pela primeira vez fora dos limites nacionais da Rússia.

O itinerário de visita, realizado no contexto do Ano da Cultura e da Língua Russa na Itália e da Cultura e da Língua Italiana na Rússia, oferece ícones do final do século XV ao início do século XX. As figuras hieráticas dos ícones maravilham os visitantes, com tons quentes de dourado e outras belas cores que desvanecem do marrom, ao vermelho, e ao azul lazulite.

Destaque particular para o Ícone da Mãe de Deus Odigitria (“aquela que indica e guia ao longo do caminho”) do final do século XV produzida pela Escola de Novgorod.

Observamos a Mãe de Deus, com a mão direita e a cabeça inclinada, em direção ao Menino Jesus sentado na sua mão esquerda. As imagens são austeras, o rosto de Cristo e da Virgem Maria não se tocam. Jesus é representado em um ato de benção tendo em sua mão um pergaminho enrolado.

Neste Ícone, a Virgem parece indicar para toda a humanidade, que o verdadeiro caminho é aquele em direção a Cristo. A magnificência da figura de Maria representa que Ela é a porta segura por onde se passa para viver bem a nossa relação com Deus. Através de Maria podemos escutar a voz autentica do único verdadeiro e bom pastor que é Jesus, reconhecendo-o e seguindo-o.

A beleza da arte da Iconografia Russa oferece ao observador uma experiência artística e espiritual única, especialmente para o público apaixonado pelas maiores expressões do esforço humano em direção a beleza transcendente.

Por Vitalba Morelli
Fonte: Zenit.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O futuro sacerdote deverá ser "humanamente íntegro" para ser um verdadeiro "homem de Deus."

Por ocasião do centenário da sua fundação os membros de três importantes seminários italianos foram recebidos em audiência esta manhã pelo Papa Bento XVI.

O Seminário Pontifício Regional Umbro "Pio XI" de Assis, o Seminário Pontifício Regional "São Pio X" de Catanzaro e o Pontifício Seminário Campano Inter regional de Nápoles, representados pelos superiores e pelos seminaristas, encontraram-se com o Santo Padre na Sala Clementina.

Como explicado por Bento XVI, o nascimento destes três seminários regionais, em 1912, "deve estar compreendido no trabalho mais amplo de aumento de qualidade na formação dos candidatos ao sacerdócio levado adiante pelo Papa São Pio X, em continuidade com o Papa Leão XIII."

Colocando em sinergia os Seminários regionais, Pio X estabeleceu agregá-los nas estruturas regionais; e a sua reforma "produziu um aumento significativo no nível de qualidade, graças à aquisição de uma cultura básica comum a todos e a um período suficientemente longo de estudo e bem estruturado", favorecendo também um “notável enriquecimento humano."

Um papel importante nessa inovação foi realizado pela Companhia de Jesus, à qual foi confiada a gestão de cinco desses seminários regionais.

"É particular o caso do Seminário Campano de Posillipo, que de 1935 abriu-se a todas as regiões meridionais, depois de ter reconhecida a possibilidade de conceder os graus acadêmicos”, disse o Papa.

Ainda hoje, acrescentou o Pontífice, os Seminários regionais representam uma experiência “adequada e válida", permitindo "percursos de estudo de alto nível" e proporcionando uma "preparação adequada ao complexo cenário cultural e social no qual vivemos".

"A dimensão regional - acrescentou – coloca-se além do mais, como válida mediação entre as linhas da Igreja universal e as necessidades das realidades locais, evitando o risco do particularismo".

As três regiões de origem dos Seminários recebidos pelo Papa são, cada uma de uma maneira diferente, extraordinariamente "ricas de grandes patrimônios espirituais e culturais". A Umbria, terra natal de São Bento e São Francisco, é "destino contínuo de peregrinações".

Bento XVI reiterou a necessidade de "uma sólida preparação filosófico-teológica dos futuros sacerdotes." Não se trata, de fato, só de aprender os conceitos "obviamente úteis", mas de "conhecer e compreender a estrutura interna da fé como um todo." O estudo da teologia, além disso, "deve ter sempre uma ligação muito intensa com a vida de oração."

"É importante – prosseguiu o Papa - que o seminarista compreenda bem que, enquanto se aplica a este objeto, é na verdade um "Sujeito" que o questiona, o Senhor que o fez sentir a sua voz convidando-o a gastar a vida a serviço de Deus e do próximo. "

Só assim o seminarista poderá realizar aquela "unidade de vida" que encontra sua "expressão tangível" na "caridade pastoral", naquele momento muito solicitada pelo Beato João Paulo II (Pastores dabo vobis, 23). O futuro sacerdote deverá ser "humanamente íntegro" para ser um verdadeiro "homem de Deus."

"O mundo aguarda santos", disse o Papa, citando as palavras de outro antecessor, o Beato João XXIII há 50 anos, que nas vésperas do Concílio Vaticano II tinha por sua vez, recebido em audiência os membros do Seminário Campano sublinhando a necessidade de "sacerdotes santos, e santificadores," antes mesmo de "cultos, eloqüentes e atualizados."

Palavras que, na opinião do Papa atual "ainda são atuais, porque é mais forte do que nunca em toda a Igreja, como nas suas região de origem, a necessidade de operários do Evangelho, testemunhas dígnas de fé e promotores de santidade em suas vidas".

Fonte: Zenit - [Tradução Thácio Siqueira]

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Discernimento vocacional online

Foi lançado recentemente na Espanha um portal vocacional, de orientação à vida religiosa e ao sacerdócio, com um conceito novo: unir o maior número possível de realidades e carismas que possam responder à busca de quem não decidiu a própria vocação ou ainda não conseguiu pensar no assunto com mais profundidade. O portal buscoalgomas.com foi aberto no último dia da Imaculada Conceição, é apoiado por 36 institutos de vida religiosa e já teve 4.200 visitas.

A criadora do buscoalgomas.com, Noemí Saiz, explica a idéia e o nascimento do projeto: “Quando apresentávamos o portal aos institutos de vida consagrada, falávamos dele como um lugar na internet onde o maior número possível de institutos estivesse reunido”, embora não se trate de “apresentar uma lista de congregações”.

“Não queríamos ficar só na listagem, considerando que muitos jovens de hoje não têm a menor ideia do que é a vida consagrada em geral. Partimos deles, daqueles que podem ter certas inquietações vocacionais, mas nunca pensaram muito nisso, porque não sabem da existência desses institutos”, destaca Noemí.

“Nós vamos explicando o precioso leque de opções que é a vida consagrada, com seus muitos matizes, que podem fazer o jovem se interessar por uma opção ou por outra. Partimos dos seus gostos, interesses, sentimentos, para depois ir concretizando, até chegar às congregações, aos institutos, aos carismas. Fazemos isso com palavras simples, com palavras atuais, sem discursos complicados”.

O funcionamento do site se baseia em vídeos de orientação, que vão guiando o jovem através do portal até os vários institutos. O design é da Sweetmedia.

O hino do portal, Busco algo más, foi composto e é interpretado por Nico Montero, que há 21 anos percorre o mundo para cantar a sua fé e a sua esperança. Cooperador salesiano, ele participa de numerosas atividades de pastoral juvenil, é casado e tem quatro filhos.

Na apresentação desta música, Nico afirma: “Em grande medida, eu sou quem eu sou graças aos salesianos, que encontrei no caminho da minha vida já faz muitos anos. Desde a minha infância em Huelva até hoje, o testemunho e o carinho de tantos homens de Deus marcaram a minha vida profundamente. Precisamos de vocações religiosas, de vocações sacerdotais… Eu gostaria que muitos jovens tivessem a minha sorte, e por isso, por gratidão, escrevi essa música ligada ao projeto Busco algo más. Eu quis fazer uma letra focada na atitude de buscar”.

“Tenho certeza de que muitos jovens estão se perguntando seriamente, no coração e na razão, numa fé que foi crescendo entre carismas diversos, sobre como definir um projeto de vida. São muitos jovens, ou nem tão jovens mais, que estão tentando entender os sinais que apontam para uma vida plena. Por isso, esta música expressa uma atitude vital de abertura, de anseio. Ela aprofunda na necessidade de encontrar um sentido e de dar uma razão vital para a existência. É um chamado para procurar algo a mais, para abrir os olhos, os ouvidos, os sentidos e o coração ao chamamento, à proposta de felicidade do Deus da Vida”.

A produtora de música católica Trovador criou gratuitamente um videoclip da música, disponível no YouTube e no portal.

Para mais informação: www.buscoalgomas.com.

Fonte: Zenit.

Santo Egídio socorreu trabalhadores estrangeiros do Costa Concordia

A Comunidade de Santo Egídio divulgou um comunicado de imprensa sobre os 180 cidadãos filipinos e 170 indonésios que ficaram sem nada na Itália, longe de casa e da família, depois do naufrágio do cruzeiro Costa Concordia.

São 350 trabalhadores estrangeiros que, no último dia 13 de janeiro, estavam a bordo quando o navio virou na costa da ilha italiana de Giglio.

O comunicado os menciona como “anjos” que ajudaram e salvaram centenas de pessoas. São trabalhadores de países distantes que conseguiram sair do navio com vida, mas com muito frio e quase todos descalços. Nenhum tinha roupa além da do corpo, nem a quem pedir ajuda.

Todos se dirigiram à Comunidade de Santo Egídio, que, do seu centro de acolhimento e distribuição em Roma, a chamada “Cidade Eco-Solidária”, enviou em poucas horas roupas, sapatos e cobertores para os trabalhadores náufragos.

A Embaixada das Filipinas junto à Santa Sé agradeceu de modo particular à comunidade pela ajuda oferecida, informando que todos os cidadãos filipinos, depois de uma missa de ação de graças, retornaram ao seu país natal, exceto um que permanece na Itália, hospitalizado.

Na Cidade Eco-Solidária de Roma, a Comunidade de Santo Egídio coleta e organiza alimentos, roupa e outros itens de ajuda, fruto da solidariedade de muitos.

Fonte: Zenit.

Maria não é obstáculo mas oportunidade para o diálogo ecumênico

Uma leitura da figura de Maria Santíssima, sem dúvida interessante, pelas ricas e articuladas implicações que inevitavelmente sugere, é aquela “eclesial”. Também atendo-nos estritamente ao dado bíblico, é evidente como a sua experiência, única, de Deus, a sua particularíssima relação com o Altíssimo – cuja Palavra, expressão da Vontade divina, se torna o critério fundamental da sua vida e das suas escolhas – nunca se resolvem somente no mistério do seu Coração, mas se expandem, envolvendo o seu “próximo”: seja o esposo, São José; Isabel e a sua família; os Pastores; os anciãos Simeão e Ana; os esposos de Caná.

O "Evangelho da Infância", como nos foi narrado por Mateus e Lucas, insiste neste caráter “eclesial” da Virgem, que, quase por instinto espiritual, por uma particular moção do Espírito, é levada sempre à unidade, a buscar constantemente novos motivos e canais de diálogo na Fé, estendendo os confins da sua caridade a todos aqueles que Jahweh faz entrar no seu caminho. É Mulher de comunhão, promotora infatigável daqueles laços no Espírito que não remontam nem à carne e nem ao sangue, mas que encontram somente em Deus a sua origem e a sua fonte (cf. Jo 1,13).

A Mãe de Deus, em toda parte, promove a realização daquela dimensão nova, inaugurada pela Encarnação e oficialmente promovida pelo mesmo Cristo, que chama os seus discípulos antes de mais nada a estar com Ele (cf. Mc 3,14), para compartilhar sua vida num seguimento sempre mais exigente e radical. Nesta nova “geração no Espírito” é colocada a Virgem Santa. Cada ícone Evangélico mariano oferece como uma nova perspectiva para compreender o mistério de Cristo e da Igreja, contemplado por ângulos diferentes.

Na anunciação o cenário não se restringe somente ao colóquio com o Anjo, mas rapidamente abre-se a dimensões universais: Aquele que nascerá será portanto santo e chamado Filho do Altíssimo. O que acontece no segredo do Coração e na reserva dos muros domésticos tem imediatamente um reflexo universal, que transcende os limites estreitos da "privacidade", para tornar-se património de todos, referência perene e paradigma para o discípulo do Senhor. Cada gesto, cada moção, cada desejo do Coração Imaculado são por isso “eclesiais”, contribuem para fazer crescer na Fé o povo de Deus, que, de geração em geração, teria atraído luz e Graça dos mistérios vividos pela Virgem. A visitação nos oferece uma imagem vivaz, concreta e "famíliar" de Igreja, que parece realizar plenamente as palavras de Jesus: onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles (cf. Mt 18,20 ). No meio, entre as duas mulheres, está o Filho de Deus, cuja presença é sentida por Isabel – donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? – E de João que exulta de alegria messiânica no seio materno.

Este não é certamente o lugar para rever todos os inumeráveis passos do Evangelho, que testemunham, numa luz sempre nova, a relação inseparável entre o mistério da Virgem e o mistério da Igreja: basta pensar em Caná, na Cruz, na "vida pública" do Senhor. Qualquer referência evangélica – que identifica Maria como a discípula por excelência, a Filha de Sião, a Arca da Aliança – confirma a riqueza surpreendente de temas e de tons, que ajudam a esclarecer e aprofundar o nexo vital e indispensável de Maria com a comunidade cristã.

Com base nestas observações simples, a pessoa de Maria Santíssima, ao invés de ser quase um obstáculo ao diálogo ecuménico, pelo contrário parece abrir novos caminhos de coesão e de comunhão entre os crentes em Cristo.

Outra razão parece confirmar essa "descoberta" elementar: a descoberta, no coração e na vida, de uma sincera "paixão ecuménica", sobretudo naqueles que cultivaram uma especial devoção mariana. Vem imediatamente à mente o exemplo de João Paulo II, apóstolo incansável do diálogo, promotor de encontro e de relação com todas as Igrejas e consagrado a Deus pelas mãos de Maria Santíssima. O amor filial por Ela aumentou a sensibilidade ecumênica do Pontífice, que percorreu caminhos sempre novos de comunhão e reconciliação, oferecendo gestos de amizade, de disponibilidade, de perdão. A expressão "Totus tuus" significa a total adesão aos desejos da Virgem Maria, não menos importante, da unidade de todos os discípulos de Cristo, ou seja de todos os seus filhos.

Os atos dos Apóstolos começam com o famoso ícone da Virgem Maria, assídua na oração com os apóstolos e com os "irmãos" de Jesus (cf. At 1,14). Parafraseando a expressão e estendendo-a para além dos limites do estreito “parentesco” carnal de Cristo, podemos tomá-la como um renovado desejo de plena comunhão entre os crentes: apesar de "separados", permanecem irmãos do Senhor, em virtude da mesma fé no Ressuscitado e daquela original participação na Igreja nascente, cuja Mãe está presente, com a missão particular de favorecer a caridade e de interceder sem cessar o dom do Espírito.

É claro, os passos a serem dados ainda são muitos: por isso mesmo, mais ainda, nós confiamos naquela materna intercessão, que reconduza a Igreja à primitiva unidade e faça realmente dos cristãos "um só coração e uma só alma" (cf. Atos 4, 32), como a comunidade de Jerusalém há 2000 anos atrás.

Pe Mario Piatti, icms

Fonte: Zenit.

EUA: pena de morte em declínio

Em 2011, pela primeira vez desde 1976, ano em que foi reintroduzida a pena de morte nos Estados Unidos, o número de novas sentenças capitais foi inferior a 100. São dados do Centro de Informações sobre a Pena de Morte, que publicou seu relatório de final do ano: Pena de Morte em 2011: Relatório Anual.

No ano passado, esse tipo de sentenças caiu para 78, redução drástica desde o ano recorde de 1996, quando foram emitidas 315. O declínio começou no final dos anos 90, quando havia, em média, 300 sentenças à morte por ano. O número tem diminuído de forma constante desde então, com as execuções caindo para 43 em 2011, três a menos que no ano precedente.

Apenas 13 Estados realizaram execuções em 2011, dos quais 74% no sul do país, diz o relatório. Apenas 8 fizeram mais de uma execução. Como de costume, o Texas é o estado com o maior número de execuções: 13. O relatório observa, no entanto, que mesmo esse número representa uma diminuição de 46% em relação a 2009, quando 24 execuções foram realizadas no Estado, havendo redução também na comparação com 2010, ano em que houve 17 execuções.

Desde 1976, do total de 1277 execuções realizadas nos Estados Unidos, 477 foram no Texas, ou 37% do total do país. Em 2011, porém, as novas sentenças de morte caíram para 8 no Estado.

Em janeiro de 2011, o legislativo de Illinois votou a favor da revogação da pena de morte, substituindo-o pela prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. A decisão fez de Illinois o quarto Estado a abolir a pena capital nos últimos quatro anos. Uma das razões que levaram Illinois a esta decisão foi o custo econômico da pena de morte. A comissão estadual descobriu que, nos últimos sete anos, 100 milhões de dólares foram gastos para ajudar municípios envolvidos em processos ligados a crimes capitais.

"As evidências apresentadas a mim por ex-promotores e juízes com décadas de experiência no sistema de justiça criminal me convenceram de que é impossível conceber um sistema que seja consistente, livre de discriminações com base na geografia, na raça ou nas circunstâncias econômicas e no qual sempre se faça justiça verdadeira", disse o governador, Pat Quinn, que assinou a nova lei.

Atualmente, 34 Estados mantêm a pena de morte no país.

O governador do Oregon, John Kitzhaber, suspendeu uma execução iminente em novembro passado e afirmou que não haveria mais execuções durante o seu mandato.

Em Ohio, a Suprema Corte do Estado convocou um comitê de 21 pessoas para estudar os problemas relacionados com a pena de morte.

O relatório afirma também que um juiz do Supremo Tribunal da Pensilvânia descreveu os trabalhos de apelação realizados em muitos casos de pena capital como "caóticos e inconsistentes", e exigiu "reforma imediata".

Opinião

Continua diminuindo o apoio popular à pena de morte. Uma pesquisa da Gallup sobre a pena de morte, feita no ano passado, revelou que 61% dos entrevistados eram a favor desse tipo de sentença, o nível mais baixo nas últimas décadas.

O relatório 2011 também observou que a aplicação de sentenças de morte continua a ser muito arbitrária. Em 1972, a Suprema Corte impediu a utilização da pena de morte porque considerava que ela era aplicada de modo imprevisível e arbitrário. Após alterações de leis em alguns estados, a Corte Suprema restabeleceu o uso da pena de morte em 1976. No entanto, as sentenças continuam a ser aplicadas de forma inconsistente, de acordo com o Centro de Informações sobre a Pena de Morte.

Para reforçar esta acusação, foi publicada uma pesquisa recente conduzida pelo Profº John Donohue, da Stanford Law School, que analisou as sentenças de morte de 1973 até 2007 no Estado de Connecticut. De acordo com Donohue, "a gestão do Estado nos casos de pena de morte é uma política caótica no campo da justiça criminal". Ele afirma ainda que o sistema de pena capital no estado é determinado " pela arbitrariedade e pela discriminação".

Segundo o estudo de Donohue, não há diferença significativa entre os crimes passíveis de pena de morte em que os promotores de fato propõem a pena de morte e aqueles em que não o fazem. Fatores raciais também afetam seriamente a probabilidade de se receber uma sentença de morte. Réus que pertencem a uma minoria racial e que cometem assassinatos de vítimas brancas em casos passíveis de pena de morte têm seis vezes mais probabilidade de receber tal sentença do que os réus pertencentes a minorias e que cometem assassinatos em que a vítima também é pertencente a minorias, de acordo com Donohue.

Tudo indica que em 2012 continuará a tendência à diminuição da pena de morte nos Estados Unidos. O Senado da Pensilvânia, por exemplo, aprovou recentemente uma resolução para iniciar um estudo sobre a pena de morte. O relatório vai tocar temas como justiça, igualdade e os custos da pena capital. Desde que a Pensilvânia restabeleceu a pena de morte em 1978, apenas três pessoas foram executadas, mas existem mais de 200 detentos no corredor da morte.

Pe. John Flynn, LC
Fonte: Zenit.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

No dia 29 de Janeiro: oração pela paz na Terra Santa

Oferecemos aos nossos leitores o comunica do de imprensa da IV Jornada Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa, agendada para domingo, 29 de janeiro.

2.500 cidades de todo o mundo rezarão pela paz na terra de Jesus no próximo 29 de Janeiro. Se realizará nesta data a IV Jornada internacional de intercessão pela paz na Terra Santa, uma iniciativa de oração nascida pelo desejo de algumas associações católicas juvenís, que há alguns anos também o Santo Padre e toda a Igreja celebram em comunhão com o Patriarcado Latino de Jerusalém e com a custódia da Terra Santa. A Jornada – numa ideal passagem de testemunho - será precedida pela Semana de oração Extraordinária de todas as Igrejas pela Reconciliação, a Unidade e a Paz, que se realizará junto à igreja Copta-Ortodoxa de Jerusalém na tarde do 28 de janeiro.

Desde a sua primeira edição, a Jornada tem envolvido muitos jovens nos momentos de adoração eucarística nas Igrejas dos 5 continentes; a eles, em particular, dirigiu-se o Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz. "Os jovens - escreve o cardeal na sua mensagem para a ocasião - são e podem ser um recurso para a paz se eles vivem a sua liberdade em conexão com a verdade, com o bem e com Deus. Só assim colocam profundas raízes ao seu compromisso pela justiça e pela paz. (...) O período da juventude é aquela estação da vida na qual se olha para os grandes valores que hoje, infelizmente, parecem estar muito fracos: a verdade, a liberdade, a justiça, o amor, a fraternidade". "Agradeço-vos – conclui o cardeal Turkson - porque mostrais ao mundo o rosto jovem, ativo e bonito da Igreja de Cristo".

A Jornada é promovida por diversas realidades juvenis: da Associação Nacional Papaboys (www.papaboys.it), pelo Apostolado “Jovens pela Vida” (www.youthfl.org), pelas Capelas de Adoração Perpétua em toda a Itália e em todo o mundo , por grupos de adorações eucarísticas (www.adorazione.org), pelas Associações para a Promoção da oração Extraordinária de todas as igrejas pela reconciliação, a unidade e a paz, começando por Jerusalém. Uma representação destas realidades associativas estará presente no domingo, às 12hs, na Praça de São Pedro para o Angelus do Santo Padre Bento XVI, para também participar da festa da paz dos jovens da Ação Católica.

Para aderir à iniciativa, é necessário inserir na celebração eucarística do domingo 29 de janeiro, uma oração especial pela Terra Santa, ou um momento de adoração eucarística no final da Santa Missa. O horário da celebração, o nome da Igreja ou o grupo de oração e a cidade devem ser comunicados pelo e-mail para ufficiostampa@papaboys.it

Nesta quarta edição também será possível acompanhar o evento pela Telepace, que cobrirá ao vivo no dia 29 de janeiro das 9hs às 13hs. Depois da santa missa e de um breve momento de adoração, muitos convidados se revezarão no estúdio. Vários serviços e aprofundamentos da Itália e de Jerusalém apresentarão os melhores momentos desta Jornada de oração, antes de colocar no ar o Angelus do Santo Padre. Depois se terão os testemunhos da praça de São Pedro e as reflexões conclusivas sobre a Jornada.

A Jornada, a nível internacional será inaugurada por uma celebração que se terá no dia 29 de janeiro às 5 horas, hora italiana, no Calvário de Jerusalém. Também o Custódio da Terra Santa, padre Pierbattista Pizzaballa, interveio com a sua saudação: "Bem-vindo, então, à IV Jornada Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa. Um evento que enriquece este mês de reflexão comum sobre o Dom apenas recebido, e nos convida a superar toda divisão para dar graças a Deus que nos dá a vitória por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo ( tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos )."

Anexo ao presente comunicado de imprensa:

Promoção da IV Jornada Internacional de Intercessão pela Paz na Terra Santa

Mensagem do Pontifício Conselho Justiça e Paz

O vídeo comercial do dia (em italiano) Clique aqui

O link da transmissão da Tv Telepace (em italiano) Clique aqui

O vídeo comercial da Jornada (em espanhol) Clique aqui

Para solicitar mais informações:

Sala de Prensa Papaboys

ufficiostampa@papaboys.it

Informações Tel 0039 328 8188028
Fonte: Zenit.

Abram a porta da fé para a entrada da luz!

Não podemos aceitar que "a porta da fé" permaneça deserta, ou que "o sal se torne insípido" ou "a luz seja mantida oculta", disse o cardeal Angelo Bagnasco, durante a palestra com que abriu ontem (23) o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Referindo-se à decisão do Santo Padre de convocar o Ano da Fé, o presidente da CEI explicou que o limiar dessa porta da fé "é mistério e ímã de toda existência, dilema e drama, fascínio e esperança".

"Diante desta porta, cada um acaba se encontrando cedo ou tarde: é melhor, por isto, não nos encontrarmos diante dela envoltos na indolência".

De acordo com o arcebispo de Gênova, "o cerne da crise na Igreja europeia é a crise da fé". Ele concorda com as palavras do papa, que afirma que "se a fé não retomar a vitalidade, tornando-se uma convicção profunda e uma força real graças ao encontro com Jesus Cristo, todas as outras reformas serão ineficazes".

Para o cardeal Bagnasco, "parece haver, por aqui e por ali, uma estranha relutância em falar de Jesus, uma espécie de fadiga, um ceticismo às vezes contagioso". "Por outro lado, temos o entusiasmo visto nos jovens e nos continentes jovens, como a África, onde foi cultivada uma vitalidade impressionante e uma grande paixão pelo Evangelho".

O Presidente da CEI explicou o desafio pastoral e colocou a quaestio fidei sobre como reavivar em si mesmos e nos outros o desejo de Deus e a alegria de viver e testemunhar. Sobre o que fazer e como encontrar as raízes do porquê de crer, o cardeal indicou a experiência da Jornada Mundial da Juventude, que "está se mostrando um modo novo e rejuvenescido de sermos cristãos".

Bagnasco convidou toda a Igreja a "valorizar a experiência da peregrinação aos lugares da Terra Santa e aos grandes santuários de todo o mundo"; incentivou o "intercâmbio cultural entre imigrantes e nativos, e entre os estudantes internacionais e os seus coetâneos nas universidades por onde transitam", formando "laboratórios de humanidade" para poderem ​​lidar com "ideologias prepotentes ou mesmo sub-repticiamente fracas"; pediu "reforçar os testemunhos que, desde o início, a comunidade cristã recebeu de pessoas tocadas pela graça que se tornaram campeãs da fé vivida".

"Se tudo isso for tentado visando uma integração orgânica e um suporte inteligente para a pastoral, então vão se abrir novos caminhos para o Evangelho".

Antonio Gaspari
Fonte: Zenit.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Pedem a libertação de bispos e sacerdotes chineses presos

Por ocasião do Ano Novo chinês, comemorado nesta segunda-feira 23 de janeiro, a agência de informação do Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, em Milão, Asia News, pediu às autoridades chinesas a liberação dos bispos e sacerdotes da Igreja católica que estão presos. Em uma entrevista, monsenhor Hon Tai-fai descreve a situação desses presos por sua lealdade a Roma, que se autodenominam católicos "clandestinos".

AsiaNews dirigiu uma carta aberta a Hu Jintao, Presidente da República Popular da China, e a seu embaixador na Itália, Ding Wei. Com data do 16 de janeiro, assinada pelo padre Bernardo Cervellera, diretor da agência, a carta exorta às autoridades a libertação de quatro bispos e cinco padres da Igreja Católica na China. Um deles, o Bispo James Su Zhimin, está detido em lugar secreto desde 1997.

No dia 17 de janeiro, AsiaNews entrevistou Monsenhor Sávio Hon Tai-fai, natural de Hong Kong e secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, que trabalha em Roma.

Sobre este pedido de liberdade dos bispos e sacerdotes, ou pelo menos de ter informações sobre seu paradeiro, monsenhor Hon Tai-fai opina: "Tentar conhecer qual é a sua situação significa que estamos diante de um sistema cujo funcionamento não permite a comunicação ao país de nenhuma notícia considerada como má ou negativa. A resposta do governo chinês aos requerimentos que lhe foram apresentados para as exigências que se apresentam é sempre a mesma: "Não sabemos nada". Esta sempre foi a resposta dada à Santa Sé. Mas tal resposta nos diz que essas pessoas, que são bispos, homens de fé e de fidelidade ao seu Senhor, desapareceram por motivos religiosos. Especificamente, suas famílias e conhecidos mais próximos nos enviam algumas nóticias que conseguem obter."

O que fazer por esses prisioneiros de fé?

- Monsenhor Hon Tai-Fai: Podemos e devemos orar por estes bispos e padres detidos. Devo dizer que estou orgulhoso deles por causa do testemunho que dão. Sou chinês e o testemunho dado por meus irmãos no episcopado me enche de alegria e me conforta. Mas não devemos renunciar o protesto contra aqueles que mantém presos a esses bispos. As autoridades [chinesas] deveriam de uma vez encontrar uma solução para este problema não só por causa das dificuldades para a comunidade católica, mas também para os problemas que isso causa à nação chinesa. A notícia das detenções, desaparecimentos, detenções nos campos de trabalho ou nos quarteis da polícia, de bispos ou sacerdotes causam prejuízo à China. Se essas pessoas são consideradas culpadas que compareçam diante da justiça! Mas não é normal que sejam detidos ou isolados sem terem sido julgados. Este modo de atuar não resolve nada e prejudica a imagem internacional da China.

Estes sofrimentos, tem algum sentido?

- Monsenhor Hon Tai-Fai: A nossa fé nos ensina que estes sofrimentos têm um grande valor salvífico. Estes mártires, modelo de heroismo para todos os crentes do mundo, fazem a nossa evangelização frutífera e fecunda.

O Vaticano insiste em pedir sua liberação

- Monsenhor Hon Tai-Fai: Existem dois canais através dos quais sua liberação é pedida. O primeiro passa pelos seus amigos, sejam ou não católicos, que já iniciaram negociações com as autoridades para exigir a libertação dos bispos. Mas a resposta dada é sempre a mesma: "Não sabemos nada. Não sabemos onde estão. " Diplomatas estrangeiros que apresentam a mesma demanda por meio de canais oficiais recebem a mesma resposta. Mas mesmo assim, ainda que não se obtenha nenhuma resposta satisfatória é necessário perseverar porque isto incita as autoridades chinesas, os vários departamentos do governo, da Segurança pública, a não voltarem a fechar este dossiê arriscando assim a manchar mais ainda a imagem da China a nível internacional.

Estes canais podem parecer sem muitos resultados, mas apresentar incansávelmente nossa demanda é essencial para que ninguém esqueça o destino destas pessoas. Além do mais é importante que se expresse concretamente o amor da Santa Sé à comunidade clandestina.

Alguns dizem que o Vaticano se esqueceu das comunidades clandestinas

- Monsenhor Hon Tai-Fai: De fato, se escuta aqui ou ali que o Vaticano se esqueceu deles, mas não é verdade. A Santa Sé não pode divulgar toda a ajuda que lhes dá, nem mesmo sua proximidade com estas comunidades. Nós ajudamos a toda a Igreja, não fazemos distinção entre oficiais e clandestinas e tomamos em conta o que é importante para a evangelização.

Também é importante que as comunidades clandestinas aprendam a perdoar. O mártir a exemplo de Santo Estevão, é também aquele que perdoa. Por exemplo, nas ordenações episcopais ilícitas, dos últimos meses, muitos bispos oficiais foram obrigados a participar. Mais tarde, muitos deles pediram perdão para o papa, que o concedeu. Também os clandestinos devem mostrar-se magnânimos e reconstruir a unidade na reconciliação.

Fonte: Zenit.

Necessitamos do Papa no México, rezei muito por isso

Com sua viagem à América Latina Bento XVI preencherá uma orfandade que se sente por lá. Particularmente no México, que está sofrendo as conseqüências de uma luta corpo a corpo contra o crime organizado. Será sentido como um pai que vem ajudá-los, e ainda que não consiga resolver diretamente os problemas, os acompanha na sua dor. Foi o que disse o embaixador do México junto à Santa Sé Federico Ling Altamirano.

Uma visita que, segundo o embaixador mexicano será um grande sucesso e fará cair o clichê segundo o qual o Santo Padre é eurocêntrico e pouco mariano. Porque Bento XVI é um papa que não tem medo de nada, sublinhou o diplomata do país asteca.

O embaixador Federico Ling Altamirano apresentou essas idéias em uma entrevista concedida ao Zenit, no contexto de uma reunião informal dos embaixadores, realizada na quinta-feira 19 de janeiro em Roma pela agência Prestomedia, Mediatrends e a Fundação Promoção Social da Cultura, poucas semanas antes da viagem de Bento XVI à América Latina.

O que poderia ter feito o Papa decidir ir para o México?

- Federico Ling: Eu acho que, como disse Sua Santidade no dia 12 de dezembro [na celebração de Nossa Senhora de Guadalupe], a América Latina está em uma batalha para não perder e para acrescentar este cristianismo e catolicismo que tem mais de 500 anos de antiguidade e que bem merecia a consideração de uma viagem.

Cuba e México. Talvez também existam razões históricas com o México no passado, e com Cuba ainda hoje que continua tendo suas dificuldades?

- Federico Ling: é tão válido pegar esse critério como pensar pensar que México é o segundo país do mundo por número de católicos, e casualmente do México a Roma a linha que se traça passa por cima do Havana.

Você esperava essa notícia?

- Federico Ling: Nós tínhamos muito poucas esperança três anos atrás. Eu não tinha mais ferramentas do que rezar. E não fiz mais nada além de orar.

Mas ele foi convidado pelo México?

- Federico Ling: Sim, o presidente do México, Felipe Calderón, duas vezes o convidou pessoalmente. E talvez influenciou sua decisão o chamado quase angustiante do presidente, mais ou menos assim: "Precisamos que acuda ao nosso país agora, onde há uma luta contra o crime organizado, que produziu imensa dor e vítimas inocentes. "

Bem, nem sempre tão inocentes

- Federico Ling: Claro que não, mas mesmo as pessoas criminosas tem esposa, filhos, parentes. Muitas lágrimas, muitos problemas no México. E porque existe uma condição psicológica, devido a qual o povo mexicano e muitos outros na América Latina se sentem órfãos.

Como a visita do papa pode ajudar os países latino-americanos?

- Federico Ling: Aqui, o Papa pode ajudar muito só com a presença. Não há necessidade de dizer muitas coisas. Se o quiser fazer melhor. Mas basta dizer: aqui está um pai para ajudar-lhes, e se não consigo resolver seu problema não deixo, por isso, de acompanhá-los na sua dor. E vos abençoo e que a Virgem de Guadalupe vos ajude a sair desses problemas.

Em várias ocasiões, inclusive no Brasil, em Aparecida, o Papa já indicou diversas coisas, certo?

- Federico Ling: Sim, por exemplo, o que ele disse na missa de Guadalupe foi muito preciso. Se o repetir em diversos lugares de Cuba e México será muito apreciado. Aqui em São Pedro com os ritos e cerimônias todas as palavras soam como academia, mas lá soarão a pátria!

O cardeal cubano, Jaime Ortega, disse ao Zenit que os latino-americanos estavam ansiosos para receber bênçãos.

- Federico Ling: Sim, a bênção e provavelmente algo a mais. Pensarão em algo para favorecer a visita em termos de participação e presença. Sinto que vai ser um grande sucesso.

O que pode trazer esta viagem para o pontificado de Bento XVI?

- Federico Ling: Apesar de ter sido descrito muitas vezes como um papa conservador, e que por ser alemão era pouco papistas e mariano, a viagem vai derrubar esses mitos e se converterá em um sonho realizado.

Qual o caminho deve ser seguido espiritualmente por sua santidade?

- Federico Ling: O que for será bom, porque não somente vai melhorar a sua imagem Latinoamericana, como também irá melhorar na Europa, porque vai remover o prejuízo que diz que ele é eurocêntrico e que somente visita Malta e São Marino porque tem medo de ir mais longe.

Ou seja?

- Federico Ling: Não, não, este Papa não tem medo de nada. E eu amo o jeito que, com grande habilidade e espiritualidade maravilhosa leva adiante a Virgem de Guadalupe, negando que seja pouco mariano. O papa não é eurocêntrico, é mariana e para aqueles que precisamos de um sentido de paternidade é como um pai.

H. Sergio Mora

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O que o Islã ensina aos cristãos?

O Pe. Davide Carraro do PIME tem 31 anos e esteve dois anos no Egito para aprender o árabe e depois ir para a Argélia. Faço-lhe uma pergunta que me fascina: "Você viveu dois anos entre um povo com grande maioria muçulmana. Do Islã nós já conhecemos aqueles aspectos que são negativos. Pergunto: quais são os aspectos positivos desta religião? O que pode ensinar, a nós, cristãos, a vida de um povo muçulmano? ".

Davide responde: "A vida social no Egito é marcada pela oração, pela chamada à oração, pelas muitas pessoas que rezam em público, não se envergonham de rezar em público, e mais, este é realmente um gesto considerado positivo, uma pessoa que não se envergonha de professar sua fé. Até mesmo na maneira deles falarem, há, muitas vezes, expressões religiosas: Como Deus quer ... Estamos nas mãos de Deus ... Deus abençoe a todos nós ... Deus está sempre presente no seu modo de falar e até mesmo no seu vestir. Por exemplo, uma mulher de véu é um símbolo religioso, aquela mulher é temente a Deus, No Egito, muitos homens têm uma marca negra ou cinza na testa que indica a oração ("zabiba"), que é feita colocando a testa no chão. Às vezes fazem uma pequena tatuagem que indica isso.

"Depois, há uma chamada pública à oração três vezes por dia que é muito forte, o sentem todos: "Vinde à oração, que é muito mais importante do que o sono". É um lembrete que dá ritmo ao dia. Para nós, o relógio da torre ou do campanário ritma o tempo que passa. No islã a chamada do muezzin lembra que estamos sempre com Deus, na presença de Deus. Que depois vão ou não vão para a oração é um outro problema, mas a sociedade publicamente faz a chamada para a presença de Deus. Sente-se na atmosfera uma certa religiosidade que não sinto na Itália. Que depois seja formal ou autêntica é uma outra coisa, mas para nós Ocidentais, que perdemos o sentido de Deus na nossa jornada, na nossa vida, isto é um forte apelo".

Lembro-me do Padre Davide que nos anos trinta e quarenta, quando eu era um menino na minha cidadezinha de Tronzano Vercellese, quando os sinos tocavam o Angelus, três vezes ao dia, manhã, tarde e noite, mesmo aqueles que trabalhavam nos campos ou caminhavam pelas estradas paravam e faziam o sinal da cruz recitando uma oração. A minha infância e juventude em Tronzano (eu nasci em 1929) foi marcada por essa atmosfera religiosa na vida pública e nas famílias (por exemplo a oração comum do terço nas tardes) que hoje perdemos na Itália.

"E eis que - continua Davide - no Egito ainda é muito forte. Até os cristãos cóptos egípcios fazem tatuagens no pulso, desde crianças, uma pequena cruz sempre visível quando se estica a mão para cumprimentar, para pegar alguma coisa.

Os coptas, vendo que os muçulmanos rezam, ou no mês do Ramadã, saem por aí com o Alcorão na mão, dizendo que são sinais de hipocrisia, porque depois jogam bombas em nós. Mas aqui entramos em um outro tema. Para dialogar com estes nossos irmãos muçulmanos, devemos também ver os seus aspectos positivos. Se nos outros também vemos seus aspectos positivos, assim é possível construir um diálogo, uma amizade."

"Outra coisa que me impressionou no Egito é o grande respeito que eles têm pelo Alcorão, sempre, não só publicamente, mas também em privado. O sentido do sagrado e do livro sagrado. Por exemplo, nunca se coloca nenhum livro sobre o Alcorão, que deve ser mantido em um lugar de honra, elevado, isolado. Isto indica o senso da presença contínua de Deus na nossa vida e na vida da sociedade.

"É verdade que vivem uma religião diferente da nossa, mas justamente esse fato, encontrando-os, dá-nos a oportunidade de entender também o valor da nossa fé e nosso Livro.

"Por exemplo, eu, como estrangeiro, no pequeno comércio, no restaurante, tive mais decepções com os cristãos coptas que dos muçulmanos, os muçulmanos têm sido mais honestos do que os cristãos. Talvez porque nós, como cristãos, sempre insistimos, e com razão, num Deus que é amor, Deus nos ama, Deus nos perdoa, perdemos um pouco o temor de Deus. Os muçulmanos não. Eles têm o senso da presença contínua de Deus, que vê e julga tudo, talvez eles têm medo de Deus, mas não perderam o temor de Deus. No Egito e na Argélia, em contato com as pessoas comuns, tive impressões positivas. A violência que explode, as vezes, eu mesmo nunca a vi. No Egito, andando por aí, eu vi as igrejas queimadas pelos muçulmanos e conheci um padre Comboniano no Cairo, que mataram quando queimaram uma igreja. Mas na rua, nos contatos com as pessoas, não se respira esta atmosfera".

Fonte: Zenit.

O que o Islã ensina aos cristãos?

O Pe. Davide Carraro do PIME tem 31 anos e esteve dois anos no Egito para aprender o árabe e depois ir para a Argélia. Faço-lhe uma pergunta que me fascina: "Você viveu dois anos entre um povo com grande maioria muçulmana. Do Islã nós já conhecemos aqueles aspectos que são negativos. Pergunto: quais são os aspectos positivos desta religião? O que pode ensinar, a nós, cristãos, a vida de um povo muçulmano? ".

Davide responde: "A vida social no Egito é marcada pela oração, pela chamada à oração, pelas muitas pessoas que rezam em público, não se envergonham de rezar em público, e mais, este é realmente um gesto considerado positivo, uma pessoa que não se envergonha de professar sua fé. Até mesmo na maneira deles falarem, há, muitas vezes, expressões religiosas: Como Deus quer ... Estamos nas mãos de Deus ... Deus abençoe a todos nós ... Deus está sempre presente no seu modo de falar e até mesmo no seu vestir. Por exemplo, uma mulher de véu é um símbolo religioso, aquela mulher é temente a Deus, No Egito, muitos homens têm uma marca negra ou cinza na testa que indica a oração ("zabiba"), que é feita colocando a testa no chão. Às vezes fazem uma pequena tatuagem que indica isso.

"Depois, há uma chamada pública à oração três vezes por dia que é muito forte, o sentem todos: "Vinde à oração, que é muito mais importante do que o sono". É um lembrete que dá ritmo ao dia. Para nós, o relógio da torre ou do campanário ritma o tempo que passa. No islã a chamada do muezzin lembra que estamos sempre com Deus, na presença de Deus. Que depois vão ou não vão para a oração é um outro problema, mas a sociedade publicamente faz a chamada para a presença de Deus. Sente-se na atmosfera uma certa religiosidade que não sinto na Itália. Que depois seja formal ou autêntica é uma outra coisa, mas para nós Ocidentais, que perdemos o sentido de Deus na nossa jornada, na nossa vida, isto é um forte apelo".

Lembro-me do Padre Davide que nos anos trinta e quarenta, quando eu era um menino na minha cidadezinha de Tronzano Vercellese, quando os sinos tocavam o Angelus, três vezes ao dia, manhã, tarde e noite, mesmo aqueles que trabalhavam nos campos ou caminhavam pelas estradas paravam e faziam o sinal da cruz recitando uma oração. A minha infância e juventude em Tronzano (eu nasci em 1929) foi marcada por essa atmosfera religiosa na vida pública e nas famílias (por exemplo a oração comum do terço nas tardes) que hoje perdemos na Itália.

"E eis que - continua Davide - no Egito ainda é muito forte. Até os cristãos cóptos egípcios fazem tatuagens no pulso, desde crianças, uma pequena cruz sempre visível quando se estica a mão para cumprimentar, para pegar alguma coisa.

Os coptas, vendo que os muçulmanos rezam, ou no mês do Ramadã, saem por aí com o Alcorão na mão, dizendo que são sinais de hipocrisia, porque depois jogam bombas em nós. Mas aqui entramos em um outro tema. Para dialogar com estes nossos irmãos muçulmanos, devemos também ver os seus aspectos positivos. Se nos outros também vemos seus aspectos positivos, assim é possível construir um diálogo, uma amizade."

"Outra coisa que me impressionou no Egito é o grande respeito que eles têm pelo Alcorão, sempre, não só publicamente, mas também em privado. O sentido do sagrado e do livro sagrado. Por exemplo, nunca se coloca nenhum livro sobre o Alcorão, que deve ser mantido em um lugar de honra, elevado, isolado. Isto indica o senso da presença contínua de Deus na nossa vida e na vida da sociedade.

"É verdade que vivem uma religião diferente da nossa, mas justamente esse fato, encontrando-os, dá-nos a oportunidade de entender também o valor da nossa fé e nosso Livro.

"Por exemplo, eu, como estrangeiro, no pequeno comércio, no restaurante, tive mais decepções com os cristãos coptas que dos muçulmanos, os muçulmanos têm sido mais honestos do que os cristãos. Talvez porque nós, como cristãos, sempre insistimos, e com razão, num Deus que é amor, Deus nos ama, Deus nos perdoa, perdemos um pouco o temor de Deus. Os muçulmanos não. Eles têm o senso da presença contínua de Deus, que vê e julga tudo, talvez eles têm medo de Deus, mas não perderam o temor de Deus. No Egito e na Argélia, em contato com as pessoas comuns, tive impressões positivas. A violência que explode, as vezes, eu mesmo nunca a vi. No Egito, andando por aí, eu vi as igrejas queimadas pelos muçulmanos e conheci um padre Comboniano no Cairo, que mataram quando queimaram uma igreja. Mas na rua, nos contatos com as pessoas, não se respira esta atmosfera".

Fonte: Zenit.

"Seremos transformados pela vitória de Jesus

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos tem sido o foco do Angelus desta manhã. O Papa Bento XVI começou lembrando o lema da Semana, extraído de uma frase de São Paulo: Todos seremos transformados pela vitória de Jesus Cristo nosso Senhor (cf. 1 Cor 15,51-58).

"Somos chamados a contemplar a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, ou seja a sua ressurreição, como um evento que transforma radicalmente os que crêem nEle e lhes dá acesso a uma vida incorruptível e imortal", disse o Santo Padre.

Os subsídios para a Semana de oração foram preparados por um grupo polonês. A este respeito, o Papa recordou a "longa história de lutas corajosas" que tem caracterizado a história da Polónia, um país que em muitas circunstâncias, tem "demonstrado grande determinação, animado pela fé".

Mérito do povo polaco foi ter percebido uma "dimensão espiritual" no seu desejo de liberdade, entendendo que "a verdadeira vitória só pode acontecer se acompanhada por uma profunda transformação interior."

Alcançar a unidade de todos os cristãos pode acontecer "se nos permitimos transformar na imagem de Cristo", cuja "vida nova" é a "verdadeira vitória". Ciente de sua fraqueza, os crentes acolherão esta unidade como um “dom” que, como destacava o Beato João Paulo II, “se torna um grande compromisso”.

"O tempo que dedicaremos à oração para a plena comunhão dos discípulos de Cristo nos permitirá entender mais profundamente como seremos transformados pela sua vitória, pelo poder da sua ressurreição", continuou o Santo Padre.

Antes de passar para a recitação do Angelus, Bento XVI fez um convite para a próxima quarta-feira para a solene celebração das Vésperas da Festa da Conversão de São Paulo na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, que também estarão presentes representantes de outras Igrejas e Comunidades cristãs. Será o último evento da semana de oração.

Após o Angelus, o Papa recordou que, em vários países do Extremo Oriente estão celebrando o Ano Novo Lunar. "Na atual situação mundial de crise económica e social desejo a todos aqueles povos que o ano novo seja realmente marcado pela justiça e pela paz, traga alívio aos sofredores, e especialmente os jovens, com seu entusiasmo e sua movimentação ideal, possam oferecer uma nova esperança para o mundo ", desejou o Santo Padre.

Fonte: Zenit.

A dimensão ética-política da bioética

A Universidade Católica Santo Antonio de Murcia (UCAM) terminou nesta sexta-feira uma série de conferências sobre bioética, que no seu último dia se concentraram sobre “Bioética e bem comum”.

Destacou-se a palestra "A dimensão ético-política dos problemas de bioética", que expôs o professor ordinário de Teologia Moral da Universidade Pontifícia da Santa Cruz de Roma, e consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, monsenhor Angel Rodríguez.

Monsenhor Rodriguez disse que uma boa parte dos problemas de bioética têm uma dimensão política, relacionada com a dimensão pessoal, mas diferente, e que para para enfrentá-la requer uma metodologia específica.

"Basicamente, um país tem as leis que aceita. Embora seja importante a cultura política dos políticos, é também importante a cultura política dos cidadãos ", disse Monsenhor Angel Rodriguez.

A reitora da UCAM Josefina Garcia Lozano foi encarregado de fechar o simpósio, juntamente com a diretora do Master em Bioética Gloria Thomas, que leu as conclusões extraídas das diversas exposições, dadas por profissionais destacados, durante os três dias dedicados às conferências.
A reitora da UCAM marcou este ato como um ponto de encontro onde profissionais de diferentes áreas relacionadas com a bioética podem discutir e partilhar conhecimento e os progressos realizados.

Afirmou que "a posição da Universidade, nesse sentido, é sempre defendendo a dignidade da pessoa humana desde a concepção até a morte natural."

O primeiro palestrante desta jornada foi o magistrado que preside a Seção 4 da Divisão de Contencioso da Audiência Nacional, e exvocal do Conselho Geral do Poder Judicial José Luis Requero, que centrou a sua apresentação no tema "Legisladores, juízes e bioética ".
Extende-se apresentando a situação da legislação com respeito à vida humana, o estado da questão da reprodução humana assistida e, finalmente, a lei sobre o aborto.

Fonte: Zenit.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Jesus: o "como se" desta vida

1 Cor 7,29-31: "Isto vos digo, irmãos: o tempo é breve. A partir de agora, aqueles que têm esposas vivam como se não as tivessem; aqueles que choram, como se não chorassem; aqueles que se alegram, como se não se alegrassem; aqueles que compram, como se não possuíssem; aqueles que usam os bens do mundo, como se não os usassem plenamente. Porque a figura deste mundo passa".

Mc 1,14-20: "Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus e dizendo: ‘O tempo foi cumprido e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho’. Passando à beira do Mar da Galileia, viu Simão e André, irmão de Simão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus lhes disse: ‘Vinde e segui-me. Eu vos farei pescadores de homens’. E eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que também estavam no barco a consertar as redes. E logo chamou-os. Também eles deixaram seu pai, Zebedeu, no barco com os ajudantes e foram atrás dele".

A resposta imediata dos primeiros discípulos chamados pelo Senhor mostra claramente o significado da exortação de Paulo a viver "como se" o que acontece ao nosso redor fosse, em si mesmo, completamente insignificante: "Isto vos digo, irmãos: o tempo é breve. E a figura deste mundo passa" (1 Cor 7,29-31).

É claro que Simão, André, Tiago e João nunca teriam deixado o trabalho e a família se não fosse Jesus quem os chamasse.

Isso quer dizer que o desapego emocional do próprio mundo não pode ser compreendido sem um encontro com aquele por meio de quem "todas as coisas foram feitas", e sem o qual "nada foi feito de tudo o que existe" (1 Jo , 3).

Quando um homem parte de casa para um lugar distante, de férias, ou para participar de uma convenção, ele se hospeda durante algum tempo num hotel. Ali ele come, dorme, usa o necessário para o dia-a-dia, conhece novas pessoas, e, no caso da convenção, participa ativamente nos trabalhos. Tudo isso é real e importante para ele, mas é temporário, de breve duração. Ele está ciente de que terá que retornar à sua cidade, à sua casa e ao seu trabalho, porque aquelas coisas é que são o seu mundo real.

Este "outro" mundo do hotel é alheio a ele. Ele usa todas as coisas dali "como se não as usasse plenamente" (1 Cor 7,31), porque elas não são suas e ele as terá que abandonar. Essa convenção, ou as férias, são apenas um parêntese na sua vida e em breve serão apenas passado.

A santa carmelita Teresa de Ávila comparava a existência terrena com o curto espaço de uma noite passada numa hospedaria ruim. Teresa certamente não desprezava este mundo, mas o conhecimento que lhe tinha sido concedido da sublimidade do Outro a fazia desejar a morte, como um parto necessário para começar a viver em plenitude a felicidade inefável do Reino dos Céus.

Por isso ela não considerava a morte como uma destruição da vida, mas como a sua meta cobiçada, como implicitamente anuncia o Evangelho: "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo" (Mc 1.14).

Tal como para Teresa, também para os primeiros discípulos tudo isso tem apenas um nome: Jesus Cristo. "Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens. E eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram"(Mc 4.17). O reino de Deus é seguir Jesus.

E é apenas pelo nome de Jesus que São Paulo nos exorta a viver o cenário passageiro deste mundo com um feliz e responsável desprendimento, animados e sustentados pelo pensamento da “definitividade” beata do Outro: "A partir de agora, aqueles que têm esposas vivam como se não as tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem..." (1 Cor 7,29-31).

O apóstolo dá um testemunho significativo na carta aos Filipenses: "Eu certamente não alcancei a meta, não cheguei à perfeição, mas estou correndo para conquistá-la, porque fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, eu não considero ainda que cheguei à conquista. Tudo o que sei é isto: esquecendo o que está por trás de mim e voltado em direção ao que está na minha frente, eu corro para a meta, para o prêmio que Deus me chama a receber no céu, em Cristo Jesus" (Fil. 3,12-14).

Estas palavras vêm de um homem que está cheio da alegria de viver. Como os primeiros discípulos e todos os santos, Paulo foi capturado por Cristo não para abandonar a imagem deste mundo, mas para ser fermento misturado com ele.

Também para nós, na medida em que conseguimos viver "santos e irrepreensíveis diante dele no amor" (Ef 1.4), a comunhão em Cristo pode se tornar uma energia incontrolável para espalharmos a alegria do Evangelho pelo mundo inteiro.

O "ainda não" do Paraíso se torna um "já" na figura deste mundo, porque, de algum modo e sempre, "o viver é Cristo" (Fil. 1,21-23).

Isso nos ajuda a entender aquele "como se", que foi repetido cinco vezes e que nos soa completamente impossível do ponto de vista psicológico.

O que significa, para o marido, viver como se não tivesse mulher, e vice-versa? O que quer dizer, para aqueles que trabalham, viver como se não trabalhassem; para quem estuda, como se não estudasse; para aqueles que têm, como se não tivessem; para aqueles que vivem na imagem deste mundo, como se não vivessem?

Significa viver e fazer todas essas coisas sem absolutizá-las como fins em si mesmas, mas usá-las como meios para fazer a vontade de Deus, realizando o Bem e anunciando com a própria vida o Evangelho do seu amor.

A alegria de viver está na Verdade e no Amor. E a Verdade e Amor é Cristo. Converter-se e crer no evangelho é exatamente isso.

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* Cardiologista, o Pe. Angelo del Favero co-fundou em 1978 um dos primeiros Centros de Apoio à Vida perto da Catedral de Trento. Tornou-se carmelita em 1987 e sacerdote em 1991. Foi conselheiro espiritual no santuário de Tombetta, perto de Verona. Atualmente se dedica à espiritualidade da vida no convento carmelita de Bolzano, na paróquia de Nossa Senhora do Monte Carmelo.

Fonte: Zenit.

Mil famílias em missão

Durante uma audiência, com 12 mil participantes, a Santa Sé anunciou a aprovação das celebrações que marcam o itinerário de iniciação cristã do Caminho Neocatecumenal. Além disso, o Santo Padre enviou 18 novas missio ad gentes na Europa e América.

ZENIT pediu para Kiko Argüello, iniciador do Caminho Neocatecumenal, juntamente com Carmen Hernandez, para comentarem sobre o evento:

Kiko: "Uma das provas da validade deste itinerário para formar cristãos adultos são as famílias em missão. Atualmente são quase mil as famílias do Caminho Neocatecumenal em missão nas diferentes partes do mundo.

Hoje, o Santo Padre enviará outras novas missio ad gentes entre os aborígenes da Austrália, da Papua e da Nova Guiné e nas regiões mais secularizadas da Europa.

Estas missio ad gentes significam uma nova presença da Igreja.

Há muitas pessoas hoje totalmente secularizadas, que não vão ao templo, não estão interessadas pela igreja, mas que quando vêem um grupo de cristãos que se amam, que se querem bem, se sentem atraídas, ficam impressionadas pelo modo como se relacionam.

Nós temos tantas experiências de pessoas que pedem para serem batizadas depois de verem como nos relacionamos entre nós, como nos amamos.

Devo dizer que na Europa muitas pessoas sofrem de solidão. Esta é uma terrível realidade, típica das cidades modernas: o número de pessoas que vivem sozinhas, a quantidade de pessoas que são alcoólicas, o grande número de suicídios, divórcios, abortos ... É óbvio que há uma necessidade de uma nova presença da Igreja.

Respondemos ao chamado de João Paulo II, que no simpósio dos bispos europeus em 1985 disse aos bispos que a situação europeia é muito difícil, que a Europa está caminhando para a apostasia, que estão destruindo as famílias.

Não tenham medo - disse o Papa - pelo contrário, devemos nutrir a esperança porque o Espírito Santo já está respondendo: é preciso voltar ao Cenáculo, aos primeiros modelos apostólicos quando a Igreja morava nas casas e as pessoas que entravam em contato com estas comunidades ficavam admiradas e queriam tornar-se cristãs.

Isto é o que está fazendo o Caminho Neocatecumenal. Seguindo as instruções de João Paulo II, formamos comunidades cristãs em nações também nos ambientes mais pagãos como em Chemnitz, que foi a cidade-modelo da Alemanha comunista e onde o 98 por cento das pessoas não são batizadas. O Bispo de Chemnitz pediu duas missio ad gentes que já geraram duas comunidades com pessoas que não foram batizadas. Essas pessoas ficaram surpresas ao ver como vive uma comunidade cristã. "

Pode nos explicar o que é uma missão ad gentes?
Kiko: "A missio ad gentes é uma nova presença da Igreja, é a resposta para a nova evangelização, é a nova evangelização em ação.
O Papa está muito feliz de poder enviar novas missio ad gentes na Europa, no sul da França em Toulon, em Albi, em Montpellier, em Bayonne. "

O que acha da aprovação das celebrações que marcam e assinalam as etapas da iniciação cristã que leva adiante o Caminho Neocatecumenal?
Kiko: "O reconhecimento da validade desta iniciação Cristã é um momento histórico para nós, é o que estávamos esperando. Depois de anos de estudo e análises da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, foi aprovada.

No reconhecimento da validade é dito que as celebrações que marcam as etapas de crescimento do itinerário de amadurecimento do homem novo são maravilhosas e são verdadeiramente inspiradas, ajudam o homem a converter-se e fazer-se cristão, o ajudam a crescer na fé e a unir-se a Jesus Cristo. Estamos satisfeitos e agradecidos a Deus por este reconhecimento.

Depois de tanto sofrimento e tanto trabalho estamos agradecidos à Igreja, à qual reconhece oficialmente a validade desta iniciação cristã para a construção de um novo homem.
Inserimos o homem novo em uma comunidade cristã. É "nossa tarefa fazer ver o que os pagãos viam na Antiguidade, quando gritavam: "vejam como se amam os cristãos ".

Nos tempos antigos, havia os mesmos problemas de hoje: as pessoas estavam sós e sofriam a solidão e desespero. Quando o homem cai vítima do diabo não sabe mais amar e se confunde.
São Paulo escreveu que Cristo morreu para que o homem não viva mais para si mesmo. Desta forma, explica que o homem separado de Deus está condenado a sofrer do próprio egoísmo.
Estamos muito gratos a Bento XVI e à Igreja por este ato no qual vemos e confirmamos que a Igreja é Mãe e Mestra".

A aprovação vem depois de 15 anos de estudo por parte da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, conclui o percurso para a aprovação do Caminho Neocatecumenal: Em 2008 a Santa Sé aprovou a versão final dos Estatutos e em 2011 aprovou a doutrina contida nos treze volumes do Diretório Catequético do Caminho Neocatecumenal.

Hoje Bento XVI vai enviar 17 missio ad gentes: 12 na Europa (Albi, Nizza, Bayonne, Toulon, Estrasburgo, Lyon, Anversa, Lubiana, Sarajevo, Tallin, Viena, Manchester) 4 na América (três em Boston e uma na Venezuela), uma na África, em Libreville (Gabão). Além do mais foram enviadas outras famílias para algumas missio ad gentes já formadas na Ucrânia e entre os aborígines australianos, na Papua Nova Guiné.

Cada missio ad gentes é formado por três ou quatro famílias numerosas que vão, com um padre, morar em uma região descristianizada ou onde o Evangelho nunca foi anunciado.
Essas missio vão acrescentar-se às outras 40 já enviadas em todo o mundo por Bento XVI em anos anteriores.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A família é o antídoto da crise econômica

Um rabino que fala sobre família; um economista que fala de moral; um sacerdote que fala de amor conjugal.

Tudo isso aconteceu durante o congresso “A família como motor do crescimento econômico. Valores e Perspectivas”, realizado na tarde de ontem no esplêndido salão da Rainha na Câmara dos Deputados, que contou com convidados ilustres, incluindo a Comunidade Judaica de Roma, que compareceu numerosa.

O encontro, organizado pela AISES, Academia Internacional para o Desenvolvimento Econômico e Social, quis focar sobre o assunto certamente mais debatido neste novo ano: a família, visto de diferentes perspectivas sociais, políticas e principalmente, econômicas.

Introduziu os trabalhos o Exmo. Maurizio Lupi, vice-presidente da Câmara dos Deputados, que definiu a família como o "primeiro amortecedor social da crise econômica."

"A família não deve se tornar um elemento, mas O elemento do desenvolvimento econômico e sobre isso estamos de acordo seja a maioria, seja a oposição”, disse o vice-presidente da Câmara, recordando o compromisso da política com a aprovação da "última manobra financeira" que pela primeira vez, leva à aumentar as isenções em relação ao núcleo familiar e ao número dos filhos".

"O hebraísmo e o cristianismo são as duas únicas religiões que colocam a pessoa, família e os filhos no centro", disse o diretor da agência ZENIT, Antonio Gaspari, moderador do simpósio, antes de introduzir o presidente da Aises, Valerio De Luca.

"A família natural tem uma gramática antropológica precisa – exortou De Luca - é fonte de humanidade, lugar do bios, onde cada pessoa encontra a vida e é formada nos afetos, valores, normas, relações". "Uma família unida leva a uma sociedade mais coesa e solidária e a economia e a política devem proteger esta célula fundamental."

"Diante da crise que desagrega a família – se perguntou o presidente da Aises - qual o papel que confiamos à relação homem / mulher, pais / filhos"?, acrescentando que "os filhos, que são a verdadeira esperança para o futuro, agora são vistos apenas como uma ameaça e uma limitação do presente. Isso leva o homem a promover o aborto, a esterilização, a fecundação in vitro e todas aquelas outras técnicas que o fazem experimento de si mesmo e empobrecem a vida".

"Não deve-se mudar a técnica, mas deve-se renovar o coração do homem - concluiu De Luca -. A abertura à vida é a principal via para o desenvolvimento de uma sociedade mais humana e coesa".

A ausência de uma vontade humana de se abrir à vida e, portanto, à vontade de Deus, e a consequente crise de natalidade foram, de fato, um dos problemas mais abordados no congresso.

Edith Anav Arbib, responsável Aises para o Diálogo Interreligioso, falou de um "individualismo" pelo qual "confiamos à outros os serviços que antes eram úteis para as necessidades familiares e coletivas ", limitando-nos a uma “fria coordenação que leva a um desenvolvimento econômico não sustentável. "

O Exmo. senhor Enrico Letta, ao contrário, individualizou no "cortotermismo", ou seja, no tentar rápido resultado imediato, a causa da crise. "A família, entretanto, é o antídoto - explicou - porque constrói dimensões e laços que obrigam a colocar-se projetos de longo prazo e desafiam o tempo".

Provocativo e irônico, Ettore Gotti Tedeschi, presidente do IOR, disse, no entanto, em alta voz que foi justo o colapso da taxa de natalidade, a partir dos anos 70 até os dias atuais, que nos nos levou para a atual situação de crise.

"Se nós, os seis palestrantes, fôssemos o Governo imediatamente teríamos resolvido o problema econômico, porque saberíamos para onde apontar: a família", exclamou com sarcasmo. Apresentando, então, o breve resumo dos cinco 'NÃO', o Presidente da IOR salientou os efeitos negativos que se produzem "quando os nascimentos são interrompidos e se ignoram família e filhos no mundo ocidental."

NÃO crescimento da economia: "Nos últimos 30 anos não nascem crianças, e o número de moradores que havia na Itália em 1980 manteve-se inalterado, portanto, como fazer para crescer o PIB que só cresce quando se consome mais?".

NÃO poupança: "Um dos fenômenos dos nossos dias é que os bancos não têm dinheiro - observou - a razão é que não se economiza mais há 25 anos .."

"Em 1975-80 a taxa de acumulação da poupança das famílias italianas era de 27% italianos, hoje é 4,5%! De cem Liras que se ganhava, 27 eram colocadas no banco, entravam no ciclo dos investimentos e das intermediações. Hoje tudo o que se ganha é gasto, consumido, não há recursos para intermediação financeira. "

NÃO casamento: "Por que hoje não há possibilidades de se casar antes dos 32 anos? Porque um jovem casal não pode dar-se ao luxo de comprar uma casa, devido ao fato de que, embora profissionais, ganhem a metade do que se ganhava a 30 anos atrás, consequência do aumento dos impostos de 25% para 50%."

NÃO idosos: "As crianças não nascem e a população envelhece e se aposenta. Isso significa, economicamente, o aumento de custos fixos: saúde e idade avançada. A sociedade não tem mais dinheiro para manter os idosos e se cogita, portanto, na chamada 'morte súbita’ ".

NÃO trabalho: "Para poder consumir, terceirizamos na Ásia as produções mais importantes. O 50% do que antes era produzido no mundo ocidental, hoje é importado porque custa menos. Deslocando a produção, também se deslocou os postos de trabalho. Não há portanto mais trabalho e o 70-80% são só serviços".

Na mesma linha também Riccardo Di Segni, rabino chefe da comunidade judaica de Roma, que definiu a família como um "instituto falimentar ", de acordo com o que nos é apresentado nas primeiras páginas da Bíblia.

"É um paradoxo - disse o rabino -, mas desde o Gênesis nos é apresentado situações familiares negativas: Caim e Abel; José vendido por seus irmãos; Esaú e Jacó, e assim por diante. Isso porém mostra que a família é o lugar da vida, onde se erra, onde há erros cometidos pelos pais, mas sem ela não se pode viver."

Depois se segue a panorâmica da crise da família, que na realidade, segundo Di Segni, nada mais é que a "transformação" de um "sistema baseado na família desde o início," em outro sistema "moderno" em que "a família patriarcal tornou-se família mononuclear; a taxa de fecundidade feminina foi reduzida para 1, 3%; as mulheres dão dão à luz depois dos 30 anos e há mais casamentos, mas, na melhor das hipóteses, convivências".

Uma crise da familia que levou a uma crise econômica, portanto, e uma crise econômica que "colocou sob pressão o casal e o mesmo amor conjugal", como observado por Mons. Leuzzi, capelão da Câmara dos Deputados.

"A lei econômica tomou a precedência sobre toda a vida da sociedade se tornou ‘alma’, deixando sua identidade de "corpo", de algo que é instrumental." "Se queremos recolocar a economia de volta no seu verdadeiro papel - disse Mons. Leuzzi, na conclusão da conferência -. Se queremos superar a idéia de que a sociedade só cresce se produz mais, devemos recuperar o amor conjugal, primeira comunidade onde o homem aprende não só a produzir, mas a construir".

Fonte: Zenit.

A arte da comunidação no casal

Nós vivemos em uma época onde a comunicação entre os seres humanos parece ser muito mais fácil.

Com um telefone no bolso, pode-se ser localizado em qualquer lugar. Graças à Internet, basta apertar um botão do computador para entrar imediatamente em contato com pessoas de todo o mundo.

Muitas vezes, porém, numa abundância de comunicação, favorecida pelas novas tecnologias, contrapõe-se uma falta de comunicação pessoal na vida diária. Isso acontece às vezes, até mesmo dentro do casal.

Para refletir sobre esta questão e tentar oferecer sugestões para melhorar o diálogo, a Associação Crescere in Famiglia organizou um curso sobre comunicação no casal: A arte da comunicação ... estratégias para conquistar o amor, que ocorrerá em Roma, amanhã, sexta-feira 20 Janeiro de 2012.

Entre os tópicos a serem abordados: a escuta, as dificuldades da comunicação; gerenciar com sucesso o estresse e as crises; a arte da comunicação: intrumentos e estratégias.

Para obter informações sobre: ​​www.crescereinfamiglia.it

Fonte: Zenit.

O interesse pleno pela política faz parte de um cristianismo prático

Em 29 de janeiro será beatificada na catedral de Santo Estêvão, em Viena, a fundadora das Irmãs da Caritas Socialis, Hildegard Burjan (1883-1933).

"Para a Arquidiocese de Viena, mas também para toda a Áustria, Hildegard Burjan é uma figura impressionante, uma pessoa que deve ser destacada", disse o cardeal arcebispo de Viena, Christoph Schönborn.

O processo de beatificação foi iniciado em 1963 pelo então cardeal Franz König. A cerimônia solene será presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

A nova beata nasceu em 30 de janeiro de 1883 em Görlitz, uma cidade às margens do rio Neisse, dividida em 1945 em duas partes, na fronteira germano-polaca. É a segunda filha da família judia Freund. Desde jovem, Hildegard se distingue pela abertura aos problemas sociais e pelo espírito livre. É uma das primeiras mulheres a frequentar a universidade e a primeira a ocupar um assento no parlamento austríaco.

Conclui de forma brilhante os estudos de filosofia em Zurique, na Suíça, com um doutorado summa cum laude. Após seu casamento em 1907 com Alexander Burjan, ela se muda com o marido para Berlim e, depois, em 1909, para a capital austríaca.

Em Viena, Hildegard encontra grandes contradições sociais. Em vez de fechar os olhos para a miséria, ela começa a se envolver num sério trabalho social, como observadora atenta e crítica da situação intolerável.

Hildegard se junta a um grupo de mulheres que lutam pela implementação das idéias formuladas pelo papa Leão XIII em sua encíclica social Rerum Novarum (1891). O compromisso de Hildegard Burjan é profundamente marcado pela fé católica, à qual ela se converte em 1909, após uma doença grave.

Para o desenvolvimento interior do homem, ​ela considera indispensável a liberdade interior e a formação da personalidade. Tem a convicção de que uma verdadeira assistência social consiste em ajudar os outros a se ajudarem. Para Hildegard, a dignidade do homem está sempre acima de tudo.

Em 1912, ela funda a Associação das Trabalhadoras Cristãs Domésticas (Verein Christlicher Heimarbeiterinnen) e em 1918 reúne todas as organizações de mulheres operárias na Associação Assistência Social (Soziale Hilfe). Também ajuda os famintos de Erzgebirge (região montanhosa de mineração) com uma coleta de alimentos e cria na região dos Sudetos (Sudetenland) uma rede de apoio familiar (Familienhilfe).

Fiel ao princípio de que a ação social pede a combinação de compromisso privado e político, a Sra. Burjan se lança na atividade política em 1918, ano do fim da Primeira Guerra Mundial e do colapso do Império Austro-Húngaro. Seu objetivo é alterar permanentemente as estruturas sociais. Sua sensibilidade para com as questões econômicas e sociais do seu tempo é impressionante.

O compromisso político da nova beata é focado nas questões sociais. Hildegard luta pela igualdade, pelo salário mínimo das trabalhadoras domésticas, pela assistência às pessoas envolvidas em atividades de risco e pelo combate ao trabalho infantil. Sua ação foi decisiva para a política e para as instituições sociais de hoje.

Com a ajuda do prelado Ignaz Seipel, que após a I Guerra Mundial também foi duas vezes chanceler da Áustria, ela funda em outubro de 1919 a sociedade apostólica das Irmãs da Caritas Socialis. A iniciativa é motivada pela constatação de que a sociedade precisa de pessoas dedicadas inteiramente à ação social. Com ênfase principal na flexibilidade do trabalho, Hildegard renunciou à clausura na sua congregação e a outras expressões de vida religiosa consideradas limitantes.

A congregação gerencia várias estruturas sociais em Viena, incluindo um albergue para mães e crianças, creches, centros de saúde e clínicas especializadas em idosos e doentes crônicos, além de centros para pacientes que sofrem de Alzheimer e de esclerose múltipla. Em Viena, o Centro Rennweg da Caritas Socialis é especializado em cuidados paliativos, inclusive na casa do paciente.

Hildegard foi mãe de uma filha, Lisa. Por motivos de saúde, os médicos haviam recomendado um aborto, mas ela se recusou categoricamente. Com seu esforço e exemplo incansável até a morte em 11 de junho de 1933, Hildegard Burjan criou uma obra que continua atual e ainda será um ponto de referência para as gerações futuras.

Detalhes sobre o programa da beatificação e sobre a vida de Hildegard Burjan estão disponíveis em http://www.hildegardburjan.at/.
Fonte: Zenit.

A Igreja americana é ameaçada pelo "secularismo radical"

A maior ameaça para a Igreja norte americana vem do secularismo radical. Afirmou o Santo Padre nesta manhã durante a visita ad limina apostolorum dos Bispos Americanos, recebidos na Sala do Consistório.


Depois de receber vários Bispos individualmente, durante esta semana, o Santo Padre se dirigiu a eles hoje coletivamente, recordando sua visita pastoral nos Estados Unidos como “oportunidade para refletir sobre a experiência histórica da liberdade religiosa na America e, especificamente, a relação entre religião e cultura”.

No coração de cada cultura existe um consenso de fundo sobre “a natureza da realidade e do bem moral, ou seja, sobre as condições para a prosperidade humana”. Nos Estados Unidos este consenso se fundamenta “não apenas através da fé, mas representa um compromisso em relação a alguns princípios derivados da natureza e da natureza de Deus”.

Hoje em dia, este consenso é seriamente ameaçado pelas “novas correntes culturais que não apenas se opõe diretamente aos ensinamentos basilares da tradição judaica-cristã, mas de fato, são sempre mais hostis a Cristandade”.

Bento XVI explicou que muitas tendências culturais atuais “contém elementos que poderiam reduzir a proclamação desta verdade, coagindo para limites de uma racionalidade puramente científica ou suprimindo em nome do poder político ou de um princípio da maioria”.

Isso representa uma ameaça não apenas para a fé cristã, mas também para a “verdade profunda do nosso ser e da nossa vocação última, a nossa relação com Deus”.

“Quando uma cultura tenta suprimir a dimensão do mistério último – prosseguiu o Santo Padre – fechando a porta para a verdade transcendente, se torna inevitavelmente empobrecida e vítima, como intuiu João Paulo II, a uma leitura reducionista e totalitarista do ser humano e da natureza da sociedade”.

A tradição católica, contudo, não é movida pela “fé cega”, mas confia igualmente na razão; com “o compromisso de construir uma sociedade autenticamente justa, humana e próspera para nossa segurança definitiva”.

A defesa da Igreja - e da lei natural que essa promove – não representa, uma “constrição”, em relação a uma “libertação” é uma “base para construir um futuro seguro”, através “de uma linguagem que permite compreendermos a nós mesmos e, a verdade do nosso ser, formando assim um mundo mais justo e humano”.

A legitima separação entre Igreja e Estado “não deve fornecer um álibi para exigir da igreja “silêncio sobre algumas questões”, nem que o Estado possa renunciar ao compromisso “em relação às vozes dos fiéis comprometidos na determinação de valores que formam o futuro da nação”.

A comunidade católica americana deve perceber “a grave ameaça” que chega do “secularismo radical”, em detrimento da “mais cara liberdade americana, a liberdade de religião”, prosseguiu Bento XVI.

Entre as maiores ameaças expostas pelos Bispos durante esta semana ao Santo Padre, aparecem as negociações do “direito a obediência da consciência” sobre o aborto e outros temas eticamente delicados, sem esquecer a “tentativa de “redução da liberdade religiosa à simples liberdade de culto, sem garantias de respeito a liberdade de consciência”.

O Pontífice expressou a necessidade de leigos católicos “comprometidos, articulados e bem formados”, em condições de manter um “forte senso critico no confronto da cultura dominante”, particularmente contra a idéia de um “laicismo redutivo”.

O agradecimento final do Papa aos bispos americanos foi pelo compromisso de “manter contato com os católicos comprometidos com a vida política e em ajudá-los a compreender a responsabilidade pessoal em oferecer um testemunho público de sua fé, sobretudo no que diz respeito às grandes questões morais do nosso tempo: o respeito pela vida doada por Deus, a tutela da dignidade humana e a promoção de direitos humanos autênticos”.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O desejo de unidade que anima os cristãos

A Audiência Geral de hoje, inaugura a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que este ano tem como tema “Todos seremos transformados pela Vitória de Jesus Cristo, Nosso Senhor (1Cor 15, 51-58).


Bento XVI iniciou sua catequese explicando que a Semana de Oração é celebrada todos os anos, pelos cristãos de todas as Igrejas e Comunidades eclesiais, para evocar o “extraordinário dom” pelo qual Jesus Cristo mesmo pede durante a Última Ceia : “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. (João 17:21).

Este costume, recordou o Santo Padre, teve inicio em 1908 pelo anglicano Paul Wilson, fundador de uma comunidade, e posteriormente integrada pela Igreja de Roma. A iniciativa foi abençoada pelo papa Pio X, enquanto seu sucessor, Bento XV, em 1916, promoveu a celebração com o Breve Romanorum Pontificorum.

Este empenho espiritual que se inicia hoje “aumenta a nossa consciência sobre o fato de que a unidade que queremos não poderá acontecer somente por nossos esforços, mas será, sobretudo, um dom recebido do alto, algo para invocarmos sempre”, acrescentou Bento XVI.

Os subsídios para a Semana de Oração deste ano foram propostos por representantes católicos e pelo Conselho Ecumênico Polonês. A documentação foi revisada por um comitê composto por membros do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecumênico das Igrejas.

Este trabalho realizado “em conjunto, em duas etapas” – comentou o Santo Padre – “é um sinal do desejo pela unidade que anima os cristãos e da consciência que a oração é a primeira via para alcançar a plena comunhão, porque unidos em direção ao Senhor, andamos em direção a unidade.”

O tema central sobre o poder transformador da fé de Cristo foi escolhido “particularmente à luz da importância desta para a nossa oração em favor da unidade visível da Igreja, Corpo de Cristo”. Esta reflexão foi inspirada pelas palavras de São Paulo que em Coríntios recorda a vitoria de Cristo sobre o pecado e a morte.

A escolha do grupo ecumênico polonês foi feita devido à “história particular” da Polônia, país que “conheceu períodos de convivência democrática e liberdade religiosa, como no século XVI”, destacou o Papa.

A terra polonesa foi marcada nos últimos séculos “por invasões e derrotas, mas também pela constante luta contra a opressão e pela sede de liberdade”, observou Bento XVI. Isto levou o grupo ecumênico a aprofundar os conceitos de “vitória” e de “derrota”.

A vitória de Cristo, de fato, “não passa pelo poder e pela potência”. A sua vitória é “através do amor sofredor, por meio do serviço recíproco, da ajuda, da nova esperança e do conforto concreto doado aos últimos, aos esquecidos, aos excluídos”. Nós mesmos podemos participar desta vitória cristã “nos deixarmos transformar por Deus, se operamos uma conversão de nossas vidas”.

Para realizar a plena unidade dos cristãos, prosseguiu Bento XVI, “é necessário abri-se uns aos outros, acolhendo todos os elementos de unidade que Deus conservou para nós e sempre, novamente nos doa; é preciso sentir a urgência de testemunhar ao homem do nosso tempo o Deus vivente, que se fez conhecer em Cristo”.

A responsabilidade ecumênica, resgatado também pelo Concilio vaticano II, é “uma responsabilidade de toda a Igreja e de todos os batizados, que devem fazer crescer a comunhão parcial já existente entre os cristãos até a plena comunhão na verdade e na caridade”, lembrou o Santo Padre. É, dentre outros, um compromisso que não se limita à Semana de Oração, mas “deve se tornar parte integrante de nossas orações”.

A falta de unidade entre os cristãos observou o Pontífice, pode se tornar um grave obstáculo para o anúncio do Evangelho “ porque coloca em perigo nossa credibilidade”. No que diz respeito “às verdades fundamentais da fé, nos unimos mais do que nos dividimos, e prosseguiu, “as divisões restantes resguardam também a várias questões particulares e éticas”, e suscitam “confusão e desconfiança”.

E conclui citando o beato João Paulo II, “que em sua Encíclica Ut unum sint fala do dano causado ao testemunho cristão e ao anúncio do Evangelho de Jesus Cristo e dá uma resposta comum à sede espiritual dos nossos tempos”.


Ao final, o Santo Padre dirigiu a seguinte saudação aos peregrinos de língua portuguesa:

Amados peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os brasileiros vindos de São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, sede bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, exortando-vos a perseverar na oração, nesta Semana pela Unidade, para que possa crescer entre os cristãos o testemunho comum, a solidariedade e a colaboração! E que Deus vos abençoe!

Fonte: Zenit - Maria Emília Marega