O Papa Francisco condenou o crime organizado afirmando que o mal “tem de ser combatido e removido” e que Igreja tem o dever de fazer com que “o bem possa prevalecer”. A afirmação foi dirigida aos fiéis da Diocese de Cassano, no sul da Itália, em missa celebrada neste sábado (21).
O Papa Francisco partiu no começo da manhã do Vaticano para visitar pela primeira vez o município de Cassano all’Jonio, na Calábria.
“A família Ndrangheta significa o culto do mal e do desprezo pelo bem comum. Esse mal deve ser combatido, deve ser removido. É preciso dizer não. A Igreja deve gastar-se cada vez mais para que o bem possa prevalecer. Pedem-no as nossas crianças, pedem-no os nossos jovens carecidos de esperança”, afirmou o Papa na homilia da missa de encerramento da visita.
A família Ndrangheta é uma associação mafiosa que se formou na região da Calábria sendo atualmente a mais influente e fechada organização criminosa.
Na celebração, assinalada pela solenidade de Corpus Christi, o Papa indicou aos fiéis dois aspectos inseparáveis da fé cristã exaltados neste dia:
“Adorar Jesus na Eucaristia e caminhar com Ele. Estes são os dois aspectos inseparáveis da festa de hoje, dois aspectos que dão a impressão de toda a vida do povo cristão, um povo que adora a Deus e caminha com Ele”, disse.
“Somos uma nação que ama a Deus. Nós adoramos a Deus, que é amor, que Jesus Cristo se entregou por nós, ofereceu a si mesmo na cruz para expiar nossos pecados e no poder deste amor é ressuscitado dentre os mortos e vive na sua Igreja. Nós não temos nenhum outro Deus além deste!”, completou.
Nesse sentido, ao confessar a fé no Sacramento do Altar, cada cristão renuncia a Satanás e a todas as suas promessas vazias.
“Renunciamos aos ídolos do dinheiro, vaidade, orgulho e poder. Nós, cristãos, não queremos adorar alguém ou alguma coisa neste mundo, senão a Jesus Cristo, que está presente na Santa Eucaristia. Talvez, a gente nem sempre perceba ao fundo do que isso significa, as consequências que tem, ou deveria ter esta nossa profissão de fé. Hoje, pedimos ao Senhor para nos iluminar e converter-nos, porque verdadeiramente adoramos somente a Ele, e renunciamos ao mal em todas as suas formas”, completou.
Referindo-se aos mafiosos, o Papa disse que seguindo a estrada do mal “não estão em comunhão com Deus: estão excomungados”.
Francisco afirmou estar em Cossano para confirmar a Igreja da Calábria “na fé e na caridade”, e exortou aos políticos “empenho” para “o serviço ao bem comum” tendo em mente “os que têm mais necessidade de justiça, de esperança, de ternura”.
O Papa indicou “sinais de esperança” nas famílias, nas paróquias, nas associações, nos movimentos eclesiais, enaltecendo o projeto Policoro, criado para ajudar os jovens.
“Vós, caros jovens, não vos deixeis roubar a esperança. Adorando Jesus no vosso coração e permanecendo unidos a Ele sabereis opor-vos ao mal, às injustiças, à violência com a força do bem, da verdade, e da beleza”.
“Rezem por mim”, foi o pedido final dirigido aos fiéis de Cassano.
No início da noite, o Pontífice retornou para o Vaticano.
Fonte: A12,
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